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HISTÓRIA DOS HEBREUS
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A disciplina História dos Hebreus apresenta uma visão sobre o mundo dos hebreus.
Descendentes do patriarca Abraão, tiveram uma vida de muitas peregrinações, lutas, fugas e cativeiros,
mas procuravam e conseguiram preservar sua cultura. Como era seu modo de vida, política, religião e
sociedade e que contribuições deixaram para as próximas civilizações. O termo ³hebreu´ vem da raiz
hebraica µa-vár¶, que significa ³passar, transitar, atravessar, cruzar´. Esse nome denota viandantes,
aqueles que µpassam adiante¶. Isto porque os israelitas por um tempo realmente levaram uma vida
nômade. Os hebreus eram pastores, e levavam seus rebanhos de lugar em lugar, mudando de pastagem
à medida que elas se esgotassem. A primeira referencia bíblica acerca do nome hebreu aparece em Gn
10.21, onde o nome Eber foi aparentemente usado para identificar a região ocupada pelo povo que
descendia de Sem através de seu bisneto Eber. Abraão é chamado de o ³hebreu´ (heb. ivrit), que
significap³aquele que vem do outro lado´ do rio Jordão, Gn 14.13. O aluno encontrará na Bíblia um
registro completo sobre a vida, peregrinação, sua moral, costumes, leis e história religiosa da
civilização hebraica. Os hebreus deixaram como herança o monoteísmo, a crença em um único Deus
verdadeiro. Podemos dividir a história dos hebreus em seis períodos:p dos patriarcas, do êxodo e
peregrinação, da conquista e dos juízes, dos reis, do pós-cativeiro e da diáspora.
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Na linguagem religiosa e em sentido restrito, o nome patriarca é dado aos três primeiros pais
da nação de Israel: Abraão, Isaque e Jacó. Chama-se de era patriarcal o período de tempo que começa
com o nascimento de Abraão na Mesopotâmia e termina com a morte de Jacó no Egito. A história toda
compreende uns 300 anos (Gn 12 a 50). Geograficamente, o mundo dos patriarcas está identificado
como o do Crescente Fértil, o qual se estende para o norte desde o Golfo Pérsico, ao longo das
correntes do Tigre e do Éufrates e suas bacias, e depois para o sudoeste através do Canaã para o fértil
Nilo e seu vale, esta zona foi o berço das civilizações pré-históricas. Quando os patriarcas surgem na
cena, no segundo milênio a.C., as culturas da Mesopotâmia e o Egito já ostentavam de um passado
milenar. Veja o mapa do Mundo Antigo e do Crescente Fértil.
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HISTÓRIA DOS HEBREUS
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,p Gn 11.26-32; 12.1-9; At 7.2-4; Hb 11.8.
Abraão nasceu na cidade de Ur dos Caldeus, na Mesopotâmia, provavelmente em 2.160 a.C. Era
descendente de Sem, o filho primogênito de Noé, Gn 11.10-25. A história das nações gira agora em
torno da genealogia dos semitas, a linhagem da promessa divina feita por meio de Noé (Gn 9.26).
Depois o horizonte se reduz aos antepassados de Abraão. Prepara-se, assim, o caminho para começar a
história do povo escolhido de Deus. A maioria dos estudiosos identifica a cidade natal de Abraão, Ur
dos caldeus, com as ruínas de Mukayyar ("montículo de betume") a 225 km ao sudeste de Babilônia.
Estava sobre o rio Eufrates e se calcula que possuía aproximadamente 24.000 habitantes. Era a antiga
capital da região civilizada e próspera da Sumária, considerada o berço da civilização. Era também o
centro do culto imoral aos deuses lunar Nanar-Sin (deus lua) e sua mulher Ningal (deusa lua). Nos
templos da deusa Ningal havia câmaras e lugares retirados, atraentes, onde as sacerdotisas mantinham
relações sexuais com os adoradores. Além dessas sacerdotisas prostitutas, toda moça, esposa ou viúva,
pelo menos uma vez na vida tinha que oficiar nesses ritos de prostituição. Tem sido achados no
cemitério da cidade de Ur de Caldeus tesouros que remontam aproximadamente a 3.000 anos. Abraão,
portanto, procedia de uma civilização altamente desenvolvida.
No entanto, foi desse ambiente impuro, pecaminoso e idólatra que Deus chamou Abraão e fez
dele um instrumento de bênção para todas as nações. Sua primeira prova a qual Deus lhe submeteu foi
à separação de sua pátria e de sua família. Tinha de voltar às costas para a idolatria a fim de ter
comunhão com Deus. De sua terra natal Abraão segue com sua família até a cidade de Harã (Síria),
centro de grande cultura e também de adoração ao deus lua, Gn 11.31. Após a morte de seu pai Terá,
em Harã, Abraão segue para a terra de Canaã, tendo chegado nessa cidade provavelmente no ano de
2.091 a.C. Abraão é o personagem mais importante do Gênesis, e um dos mais importantes de toda a
Bíblia. As três grandes religiões monoteístas: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo reverenciam-
no como o pai de sua fé. A Bíblia chama Abraão de ³amigo de Deus´, 2 Cr 20.7; Is 41.8; Tg 2.23. Veja
no mapa a trajetória do povo hebreu.
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HISTÓRIA DOS HEBREUS
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. O nome Canaã significa ³Terra Baixa´, Gn 11.31; 12.5; Lv 25.38. Era o
nome dado ao neto de Noé, Gn 9.22-27. É uma região abrangendo aproximadamente 25.000 Km2.
Ficava situada entre a Síria, ao norte, e o Egito, ao sul. Essa região se comprime entre o Mediterrâneo
e o Jordão. A Bíblia diz que Deus colocou Canaã (Jerusalém) no meio das nações, Ez 5.5. Em Canaã
se distinguem três zonas: 1) o litoral, que termina ao norte pelo Monte Carmelo, que marca o limite
com a Fenícia; 2) o planalto; 3) o vale do Rio Jordão. O litoral era habitado pelos filisteus. O planalto
era ocupado, antes da invasão hebraica, pelos cananeus e amalecitas. A leste, para além do vale do Rio
Jordão, no deserto, viviam os amonitas e os moabitas. Esses povos aparecem freqüentemente na Bíblia,
como inimigos dos judeus. Sob o ponto de vista geográfico, oferece muito interesse o Mar Morto, que
fica situado cerca de 400 metros acima do nível do Mediterrâneo, e cujas águas, em que se encontra
muito sal e betume, são venenosas. Nessas águas, bem como no litoral do Mar Morto, não há vida
vegetal ou animal. Daí o nome que recebeu. Vestígios de convulsões de terreno fazem supor que
tenham existido aí as cidades de Sodoma e Gomorra. A área geográfica percorrida pelos três patriarcas
Abraão, Isaque e Jacó durante as suas peregrinações em Canaã ficava entre Siquém, Betel, Hebrom e
Berseba; portanto, a parte central e do sul, próximo ao Egito. Naquela época da formação pré-tribal
dos hebreus, a Palestina estava ocupada por vários povos, uns maiores, outros menores, sendo que o
predominante era o cananeu. Veja no mapa as viagens de Abraão, Isaque e Jacó na terra de Canaã.
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HISTÓRIA DOS HEBREUS
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//1 p "!pp2pp')#p+. Sua ida ao Egito, Gn 12.10-20. Sua separação de Ló
Gn 13.5-13. Seu encontro com Melquisedeque e a entrega do dízimo a este, Gn 14.18-20. A
incredulidade de Sara, Gn 16.1-16. Aliança entre Deus e Abraão e a mudança do nome Abrão para
Abraão, Gn 17.1-14,23-2. O anúncio do nascimento de Isaque, Gn 17.15-19; 18.1-15. A intercessão de
Abraão pela a cidade de Sodoma, Gn 18.16 - 19.38. Abraão nega a Abimeleque que Sara é sua esposa,
Gn 20.1-18. O nascimento de Isaque e a despedida de Ismael, Gn 21.1-21. O sacrifício de Isaque, Gn
22.1-19. A morte de Sara, Gn 23.1-20. Abraão escolhe uma esposa para seu filho Isaque, Gn 24.1-67.
Seu casamento com Quetura, Gn 25.1-6. Depois de cerca de 100 anos de peregrinação na Terra da
Promessa, Abraão morreu provavelmente em 1991 a.C., aos 175 anos de idade (Gn 25.7-10) e foi
congregado ao seu povo, Gn 25.8,9. Em termos gerais, Abraão foi o maior e o mais venerável dos
patriarcas. Era amigo de Deus, pai dos crentes (Rm 4.16,17); generoso, desprendido, um caráter
magnífico e um homem cuja fé em Deus não tinha limites. Nele estava o memorial de Deus, Êx 3.15.
/1p p (")*p p )#p "3! , Gn 21 a 35. Depois de Abraão, a liderança patriarcal foi
passanda de pai para filho. Isaque, seu sucessor, tinha uma vida quieta e sossegada e muito diferente da
de seu pai Abraão. Não se diz muito a respeito de sua vida, além do incidente com Abimeleque e
Rebeca, e da contenda a respeito dos poços, Gn 26. Isaque era homem dado à meditação, conciliador,
tranqüilo e pacífico. Sua vida parece ser apenas um eco da de seu pai Abraão. Cometeu os mesmos
erros do pai, porém buscou a Deus. Com a exceção do capítulo 26, Isaque sempre ocupa lugar
secundário no relato de Gênesis. Não obstante, foi um homem de fé e obediência. Cumpriu o propósito
de Deus para sua vida sendo guardião de suas promessas e transmitindo-as a Jacó. Foi um elo
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HISTÓRIA DOS HEBREUS
necessário para cumprir o pacto feito com Abraão. Herdou de seu pai os imensos rebanhos e manadas;
prosperou e enriqueceu.
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/4p p (")*p p )#p #*, Gn 25.19 ao cap. 50. De Isaque a liderança foi repassada ao
patriarca Jacó. A Isaque nasceram dois filhos, Jacó e Esaú. Esaú foi rejeitado e Jacó foi escolhido
como portador da bênção, Gn 25.23. O caráter desses dois filhos revela-se pela atitude ante essa
promessa, Gn 25.29-34. Jacó teve um destaque interessante, pois teve seu nome mudado para Israel
(Gn 32.22-32). Tivera doze filhos, que deram origem as doze tribos de Israel. José, o filho de Raquel,
foi o orgulho e a alegria de Jacó. José é um dos mais atraentes personagens da Bíblia. Era um
³idealista prático´, que no início de sua vida teve sonhos que o animaram e guiaram pelo resto de sua
existência. Ele manifestou, talvez, o caráter mais cristão de todas as pessoas descritas no Antigo
Testamento. Nota-se a importância de José no fato de que a ele é dedicado quase tanto espaço no
Gênesis quanto a Abraão. José é importante porque foi o elo entre a vida nômade dos hebreus em
Canaã e sua vida sedentária no Egito.
Grande foi o amor de Jacó por José, amando-o até mais do que a seus outros filhos. Era o filho
da velhice de Jacó e o primogênito de sua esposa predileta, Raquel. Jacó Expressou abertamente seu
favoritismo presenteando a José com uma túnica de cores que lhe chegava até aos calcanhares e
mangas que iam até às palmas das mãos, Gn 37.3. Este tipo de vestimenta era usado pelos governantes,
sacerdotes e outras pessoas de distinção que não tinham de trabalhar manualmente. A túnica dos
operários e pastores não tinha mangas e mal chegava até ao joelho. Os irmãos de José perguntavam
entre si: ³Não se dará o caso de que nosso pai entregue a primogenitura a José, fazendo-o nosso chefe
no culto e na guerra?´ Jacó provocou, pois, a inveja de seus filhos mais velhos, Gn 37.4. Esse ódio
chegou ao seu auge quando José lhes relatou dois sonhos prognosticando sua exaltação. Isso deixou
seus irmãos enfurecidos, a ponto de o venderem José para o Egito (Gn 37.5-36), que a despeitos de
muitas adversidades, tentações e anos de espera para o cumprimento da promessa da parte de Deus, foi
exaltado e elevado à condição de vice-governador do Egito, Gn 41 ± 50.
Faraó apoiava José com a plena autoridade real colocando no dedo de José seu próprio anel de
selo com o qual todos os decretos e documentos oficiais eram legalizados e entravam em vigor.
Ordenou que todos se ajoelhassem diante de José como se este fosse o próprio Faraó. Jacó em idade
avançada desce ao Egito (provavelmente em 1876 a.C) com 70 pessoas de sua família para junto de
seu filho José, Gn 46.1-34. A terra de Gósen foi à nova morada de Jacó no Egito, Gn 47.1-6. José teve
um abençoado governo no Egito. Antes de sua morte fez com que os filhos de Israel jurassem que não
deixaria seu corpo sepultado na terra dos faraós, mas que os seus ossos fossem levados para Canaã,
quando chegasse o momento do cumprimento da promessa de Deus em retirar seu povo do Egito para
a terra prometida, Gn 50.22-26. A morte de José ocorreu provavelmente em 1.804 a.C.
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p&). Entre a morte de José (provavelmente em 1804 a.C) e o início da
perseguição de Israel pelos egípcios (Êx 1.11), há um intervalo de quase 300 anos. Nesse intervalo os
hebreus multiplicaram-se em centenas de milhares. O povo israelita, outrora objeto do favor de Faraó,
é agora escravo temido e odiado do rei egípcio. A situação política mudou radicalmente no Egito. Em
1570 a.C., os hicsos, povo que havia ocupado o país durante dois séculos, cujos os reis eram solidários
com os hebreus, foram expulsos do Egito. Uma nova família de Faraós passou a reinar e os serviços
que José havia prestado ao país ficaram no esquecimento, Êx 1.8. Assustado com o crescimento
populacional dos hebreus, Faraó com dureza os obriga a servir como escravos. O Faraó opressor dos
hebreus foi provavelmente Totmés I, que reinou em 1539-1514 a.C. É provável que a data da saída de
Israel do Egito ocorreu em 1445 a.C., no reinado de Faraó Amenotepe II (1450-1420 a.C.).
14p p
+ )6p "p ( + !"p p p p &), Êx 1 ao cap. 14. Moisés, nascido no Egito,
provavelmente em 1521 a .C., foi chamado por Deus para libertar os hebreus enquanto pastoreava as
ovelhas de seu sogro Jetro junto ao monte Horebe ou Sinai, Êx 3.1 - 4.31. Moisés e Arão se
apresentaram na sala de audiência de Faraó e lhe comunicaram a exigência do Senhor, Êx 5.1-5. Faraó
escarneceu deles dizendo que a única razão pela qual desejavam celebrar a festa era por estarem
ociosos, e tornou pesado o trabalho dos hebreus. A atitude de Faraó não somente deixou os hebreus
mais desejosos de sair do Egito, mas também os ajudou a perceber que somente o poder de Deus
poderia livrá-los. A maneira de Deus fazer os Hebreus saírem do Egito foi o envio das pragas, Êx 7.8 -
11.10. As dez pragas visavam diretamente aos deuses do Egito e tiveram o objetivo de provar a
superioridade do Deus de Israel sobre as divindades egípcias. Cada praga foi um golpe mortal aos
deuses egípcios e uma censura à idolatria. Após a celebração da Páscoa e da morte dos filhos
primogênitos dos egípcios, Deus permitiu a saída dos Hebreus do Egito, Êx 12.1-36. Ele fez com que o
Mar Vermelho se abrisse e Israel, a pé enxuto, atravessou as águas do mar, Êx 12.37-51; 14.1-31. A
multidão dos hebreus que saíram do Egito é calculada em torno de 2 a 3 milhões de pessoas. O povo
de Israel saiu do Egito em completa liberdade como se fosse um exército de conquistadores com seus
despojos e não como escravos que fugiam do cativeiro, Gn 15.14; Êx 3.21; 7.4; 12.51.
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8p Êx 15.22 ± 19.1. A viagem de Israel para o Canaã por
via da península do Sinai foi divinamente ordenada. Deus se constituiu em guia de seu povo
manifestando-se em uma coluna de nuvem e de fogo. Ele Conduziu Israel a Canaã não pelo caminho
mais curto, que era a linha costeira do Mar Mediterrâneo (viagem de uns 15 dias), e sim pela rota do
Mar Vermelho e o caminho do deserto. Na jornada do deserto Deus provou o seu povo a fim de que
eles estivessem prontos para entrar em Canaã. Em menos de três meses, os hebreus chegaram ao
Monte Sinai (Horebe). Ali permaneceram acampados por aproximadamente um ano, Nm 11.10. Veja
no mapa a rota da saída dos hebreus do Egito até a terra prometida.
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HISTÓRIA DOS HEBREUS
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, Êx. 19 ± 40. O acampamento no monte teve
um propósito todo especial. Em menos de um ano, o povo da aliança com Deus se converteu numa
nação. A aliança estabeleceu com o Decálogo as leis para uma vida santificada, Êx 19.3-24.8; o lugar
para a adoração, Êx 24.9 ± 40.38 (o Tabernáculo); a instrução para um viver santo, Lv 1.1 ± 27.34
(com a organização do Sacerdócio, a instituição das ofertas e as observâncias das festas e estações do
ano). Todo isso capacitava a Israel para servir a Deus de uma forma efetiva. A religião dos hebreus foi
uma religião revelada. Durante séculos, os israelitas tinham sabido que Deus fez um pacto com
Abraão, Isaque e Jacó, ainda que experimentalmente não tivessem sido conscientizados de seu poder e
manifestações feitas em seu nome. Deus realizou um propósito deliberado com esta aliança ao liberar a
Israel do cativeiro egípcio e da escravidão (Êx 6.2-9). E foi no monte Sinai onde o próprio Deus se
revelou a si mesmo ao povo de Israel. A experiência de Israel e a revelação de Deus naquele
acampamento estão registradas em Êxodo 19 até Levítico 27. Veja nos mapa o monte Sinai.
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HISTÓRIA DOS HEBREUS
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;p p "p ")"p p" %. O calendário judaico é contado desde 3761 a.C. O Ano
Novo judaico, chamado Rosh Hashaná, acontece no primeiro ou no segundo dia do mês hebreu de
Tishri, que pode cair em setembro ou outubro. Os anos comuns, com doze meses, podem ter 353, 354
e 355 dias, enquanto os bissextos, de treze meses, 383, 384 ou 385 dias. A vida judaica está repleta
de tradição religiosa, e é celebrado um ciclo anual de feriados judaicos. Em 2009 estamos no ano de
5770 a partir da criação do mundo. Os hebreus celebravam e ainda hoje celebram várias festas
sagradas no decorrer do ano às quais denominam ³santas convocações´ (literalmente, ³os tempos
fixados de reunir-se´). A palavra hebraica traduzida por "festa" tem dois significados: "uma ocasião
assinalada" e "festa". No Antigo Testamento, essas festas eram ocasiões de um dia ou mais de
duração em que os israelitas suspendiam seus trabalhos a fim de reunir-se jubilosamente com o
Senhor. Ofereciam--se sacrifícios especiais segundo o caráter da festa (Nm 28, 29) e se tocavam as
trombetas enquanto eram apresentados os sacrifícios de holocausto e de paz. A maioria das
convocações relacionava-se com as atividades agrícolas e com os acontecimentos históricos da nação
hebraica. Foram instituídas como parte do pacto do Sinai (Êx 23.14-19). Todos os varões israelitas
eram obrigados a ir a Jerusalém anualmente a fim de participar das três festas dos peregrinos: Páscoa,
Pentecoste e Tabernáculos. Tecnicamente falando, nem todas as convocações santas eram festas,
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HISTÓRIA DOS HEBREUS
porém seis delas eram ocasiões para alegrar-se e desfrutar das bênçãos divinas. Somente uma era
celebrada com tristeza (dia do perdão). No Cristianismo também é assim. A vida em Cristo é
jubilosa e a ordem apostólica é: ³Regozijai-vos sempre no Senhor´ (Fp 4.4).
Atualmente as datas das festas religiosas dos judeus são móveis, pois seguem um calendário
lunisolar. As principais festas são: 1) Purim - os judeus comemoram a salvação de um massacre
elaborado pelo rei persa Assucro; 2) Páscoa (Pessach) - comemora-se a libertação da escravidão do
povo judeu no Egito, em 1445 a.C; 3) Shavuót - celebra a revelação da Torá ao povo de Israel, por
volta de 1445 a.C; 4) Rosh Hashaná - é comemorado o Ano Novo judaico; 5) Yom Kipur -
considerado o dia do perdão; 5) Sucót - refere-se a peregrinação de 40 anos pelo deserto, após a
libertação do Egito; 6) Chanucá - comemora-se o fim do domínio assírio e a restauração do tempo de
Jerusalém; 7) Simchat Torá - celebra a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés. 0 9p p #%
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1-Lua nova
14-Páscoa
15-Sábado±santa
Chuvas fim primavera
convocatória Março
/p 7 Nisanu
16-Semana do Abril
Começo da colheita da cevada
pão sem
fermento
21-santa
convocação
Ap<5=p Abril
1p 8 Aiaru Colheita da cevada
1-Lua nova Maio
2;
1-Lua nova
Maio
4p 6-7-Festa das 9 Simanu Colheita do trigo
Junho
Semanas
!Bp Junho
7p 10 Duzu
1-Lua nova Julho
+ p Julho
Cp 11 Abu Maturação de figos e palmeiras
1-Lua nova Agosto
%!%p Agosto
Dp 12 Ululu Estação das vindimas
1-Lua nova Setembro
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1-Lua nova
Dia do Ano
Novo
Antigas primeiras chuvas
Festa das Setembro
Ep 1 Tashritu
Trombetas Outubro
Tempo de arar
10-Dia da
expiação
15-22-Festa de
Tabernáculos
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Outubro
Fp <!%=p 2 Arahsamuu Tempo de semear cevada e trigo
Novembro
1-Lua Nova
Novembro
Gp $"% 2p<H"% !=p 3 Kislimu
Dezembro
Dezembro
/Ip + )p 4 Tebetu
Janeiro
Janeiro
//p +)p 5 Shabatu
Fevereiro
Fevereiro
/1p p 6 Addaru Floração das amendoeiras
Março
174p '6p "p $ + !"p 'p "!p
#
% . Nas redondezas do Monte Sinai, Israel
celebrou o primeiro aniversário de sua emancipação. Aproximadamente um mês mais tarde, o povo
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HISTÓRIA DOS HEBREUS
levantou acampamento, buscando a imediata ocupação da terra prometida. Uma marcha de onze dias
os levou até Cades-Barnéia, onde uma crise precipitou o divino veredicto da marcha errabunda pelo
deserto. Não foi senão até passados trinta e oito anos mais tarde que o povo chegou às planícies do
Moabe (Nm 33.38), e dali ao território de Canaã. Enquanto ainda estavam estacionados no Monte
Sinai, os israelitas receberam detalhadas instruções (Nm 1.1-10.10), muitas das quais estavam
diretamente relacionadas com sua preparação para continuar a jornada até o Canaã. O acampamento de
Israel foi cuidadosamente planejado, com o tabernáculo e seu átrio ocupando o lugar central.
Rodeando o átrio, estavam os lugares destinados aos levitas, com Moisés e os sacerdotes de Arão
colocados na parte oriental ou frente à entrada. Depois dos levitas, havia quatro acampamentos
encabeçados por Judá, Rubem, Efraim e Dã. A cada acampamento foram indicadas outras duas tribos
adicionais. O cuidado e a eficiência na organização do acampamento estão indicados pelas designações
realizadas nas várias famílias dos levitas: Arão e seus filhos tinham a supervisão sobre a totalidade do
tabernáculo e seu átrio; os gersonitas tinham sob seu cuidado as cortinas e cobertas, os coatitas
estavam encarregados da mobília, e os meraritas eram responsáveis das colunas e das mesas. O
seguinte diagrama indica a posição de cada grupo no acampamento de Israel ao redor do Tabernáculo:
A nação israelita, ao levantar-se o acampamento para a macha, mudava-se a posição das tribos
(Nm 10.11-28). Judá e as tribos do leste encabeçavam a marcha e as do norte formavam a retarguarda.
A posição proeminente de Judá, diante da porta do tabernáculo no acampamento e à testa da nação
quando esta marchava, devia-se em parte à sua superioridade numérica sobre as demais tribos; não
obstante, pode ser que a localização de honra ocorresse porque teria sido designada futura casa real na
profecia de Jacó (Gn 49.10). A organização de Israel era militar. Cada tribo tinha sua posição no
acampamento e possuía seu comandante. A nação inteira estava organizada como um exército sob o
comando de Deus que era o Chefe Supremo e tinha sua tenda no meio deles. Ele dirigia os
movimentos por meio da nuvem (Nm 9.15-23). Os levitas, que acampavam imediatamente em torno
do santuário, eram os guardas de honra e de serviço. Que quadro impressionante! Israel, uma nação de
mais de dois milhões de pessoas, começou a marcha em perfeita ordem militar, cada tribo em seu
posto, as bandeiras no alto e todos conduzidos pela nuvem. Essa viagem de Israel, sob o comando de
Moisés até aos termos de Moabe, na fronteira com Canaã, durou aproximadamente 38 anos.
1Cp "p $ + !"p p p #
3!")p p
8pJs 1.1 - 24.33. O dia tão longamente esperado chegou ao
fim. Com a morte de Moisés, Josué foi comissionado para conduzir a nação de Israel à conquista da
Palestina. Tinham transcorrido séculos desde que os patriarcas receberam a promessas de que seus
descendentes herdariam a terra de Canaã. Nesse ínterim, cada geração sucessiva do povo palestino
tinha sido influenciada por vários outros povos procedentes do Crescente Fértil. Motivados por
interesses econômicos e militares, atravessaram Canaã de vez em quando. A gora a posse da terra era
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HISTÓRIA DOS HEBREUS
realidade. A experiência e o treinamento tinham preparado a Josué para a missão desafiadora de
conquistar Canaã. Após atravessar milagrasosamente o rio Jordão, os israelitas acamparam-se em
Gilgal. Acampados em Gilgal, Israel estava realmente preparado para viver em Canaã como a nação
escolhida por Deus. durante quarenta anos, enquanto a geração incrédula morria no deserto, a
circuncisão, como um sinal da aliança (Gn 17.1-27) não tinha sido observada. Mediante este rito, as
novas gerações lembravam dolorosamente a aliança e a promessa de Deus feita para conduzi-los à
terra que "manava leite e mel". A entrada naquela terra foi também marcada pela observância da
Páscoa e o cesse da provisão do maná. O povo remido se alimentaria desde então dos frutos daquela
terra. Josué, não só conquistou a terra prometica, expulsando seus antigos donos (os cananeus) como
também dividiu a terra em herança a cada tribo de Israel. 0 9p
p'pp2"p"p)+".
1Dp"p$ + !"p pp:'#p"p!@B ", Jz 1.1 ± 21.25. Após a morte de Josué, Israel ficou sem um líder
nacional por mais de 300 anos. Esse período que vai desde a morte de Josué até os dias de Samuel
(1375 - 1050 a.C.), foi em vários aspectos, um período sombrio e agitado. As ameaças eram tanto
internas como externas. Idolatria, imoralidade, apostasia e anarquia eram práticas comuns nessa época
entre as tribos de Israel. Depois da morte de Josué, houve decadência em Israel, e já não havia governo
central. Sem autoridade central, ³... cada qual fazia o que parecia bem aos seus olhos´, Jz 17.6; 21.25.
As tribos guerreavam isoladamente, e assim se enfraqueciam diante de seus inimigos, a ponto de não
conseguir expulsar os habitantes de Canaã. O estado espiritual e moral dos hebreus eram lamentáveis.
Enquanto que o livro de Josué fala da conquista de sete nações, o livro de Juízes descreve sete
apostasias, sete opressões e sete libertações. A história dos Juízes pode resumir-se em quatro palavras:
Pecado, Servidão, Arrependimento e Libertação. O nome Juízes no hebraico é Shophetim e no grego é
Kritai, ambos significam ³líderes executivos´, ³magistrados´. A palavra ³juiz´, em termos de função,
tem dois significados: a) livrar o povo dos seus opressores, na função de líder militar; b) resolver
12
HISTÓRIA DOS HEBREUS
disputas e manter a justiça, na função de líder civil. Quanto às atividades dos juízes é importante saber
de quem ele livrou Israel e por quanto tempo ficou no cargo. Vejamos os anos de servidão ou opressão
de Israel na época dos Juízes e os anos atribuídos a cada juiz como libertador:
O povo de Israel rejeitou o governo de Deus. O propósito de Deus era uma teocracia (governo
de Deus através de líderes ungidos). O povo olhou para as nações vizinhas e copiou o modelo de
governo. Deus acatou o pedido, mas avisou de todas as mudanças que ocorreriam na estrutura social,
econômica e política. A Monarquia em Israel é a história dessas mudanças para pior. O que
observamos é a ascensão e a queda da Monarquia em Israel. Essa realidade é vista desde o início até a
destruição do Reino do Sul pelos babilônicos. A Monarquia durou aproximadamente 500 anos, de Saul
a destruição de Jerusalém por Nabucodonozor, rei da Babilônia. O relato da Monarquia de Israel está
relado nos livros bíblicos de 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis e 1 e 2 Crônicas.
p
4/pp
p p!%8p2p p%. O reinado do primeiro rei, Saul (1050 -1010 a.C.), permitiu
a transição entre a organização tribal já frouxa e o pleno estabelecimento da monarquia, sob Davi, seu
sucessor. O rei Davi (1010-970 a.C.) fez de Israel uma das potências da região através de bem
sucedidas expedições militares, entre as quais a derrota final dos filisteus, assim como as alianças
políticas com os reinos vizinhos. Ele unificou as doze tribos israelitas num só reino e estabeleceu sua
capital, Jerusalém. Davi introduziu em Jerusalém a arca da aliança, símbolo da presença de Deus, 2 Sm
6.1-23. Ele planejou também a edificação do Templo nessa cidade (2 Sm 7.1-29), porém, Deus não lhe
perimiu esse feito. Davi mantinha um exército ativo de 24.000 soldados, mudando-os cada mês, 1 Cr
27.1-15. Ao todo o seu exército era algo em torno de 250.000 guerreiros treinados e prontos para sair
rapidamente para a batalha. Mas o segredo para tantas vitórias era: ³O Senhor dava vitórias a Davi por
onde quer ele que ia´, 2 Sm 5.10; 8.6, 1 Cr 11.9. Davi foi sucedido no reino por seu jovem filho
Salomão (970-931 a.C.) que consolidou ainda mais o reino. Salomão garantiu a paz para seu reino,
13
HISTÓRIA DOS HEBREUS
tornando-o uma das grandes potências da época. O auge do seu governo foi a magnífica construção do
Templo de Jerusalém, em 963 a.C. A Monarquia foi o período de apogeu dos hebreus, como símbolo
do explendor dessa civilização teve a construção do Templo de Jerusalém. Veja foto do Templo de
Salomão como também o mapa da geografia de Israel na época da Monarquia.
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'pp:'#pp
3!
14
HISTÓRIA DOS HEBREUS
41p p
p p " %p 2, 1 Rs 12 ± 22. O Reino permaneceu unido cerca de 120 anos.
Após a morte de Salomão (930 A.C.) uma insurreição aberta provocou a cisão das tribos do norte e a
divisão do país em dois reinos: o reino setentrional de Israel, formado pelas dez tribos do norte, e o
reino meridional de Judá, no território das tribos de Judá e Benjamim. O Reino de Israel, com sua
capital Samaria, durou mais de 200 anos, e teve 19 reis; o Reino de Judá sobreviveu 350 anos, com sua
capital, Jerusalém, e tiveram o total de 20 reis, todos da linhagem de Davi. Com a expansão dos
impérios assírios e babilônicos, tanto Israel quanto Judá, mais tarde, acabou caindo sob domínio
estrangeiro. O Reino de Israel foi destruído pelos assírios (722 a.C.) e seu povo foi exilado e
esquecido. Um pouco mais de cem anos depois (135 a.C), a Babilônia conquistou o Reino de Judá,
exilando a maioria de seus habitantes e destruindo Jerusalém e o Templo, em 586 a.C. Houve três
invasões da Babilônia em Judá: 1) Em 606 a.C ± quando Joaquim era o rei de Judá, Daniel e seus
amigos são levados para Babolônia, 1 Cr 24.1-5; 2 ) Em 597 a.C ± foi a vez de Ezequiel e mais 10000
judeus foram levados cativos, 1 Cr 24.14; e 3) Em 586 a. C ± a destruição total de Jerusalém e do
Templo de Salomão por Nabucodonozor, 1 Cr 24.18 ± 25.30. Veja que a contagem dos 70 anos de
Israel no cativeiro, conforme profetizou Jeremias (Jr 25.11,12; Dn 9.1,2), começa com data da primeira
invasão dos Caldeus a Jerusalém, em 606/605 a.C. Deus vela em cumprir sua Palavra, Jr 1.12.
As profecias bíblicas previam que toda a nação israelita seria rejeitada, varrida para fora da sua
terra, Lv 28.15-68. Tal como o rio Nilo faz com suas margens, Israel seria órfã e seus filhos atirados
ao grande mar das nações. A este respeito, o profeta Amós havia escrito: ³Por causa disto não se
comoverá a terra? E não chorará todo aquele que habita nela? Certamente levantar-se-á toda como o
grande rio, e será arrojada, e se submergirá como o rio do Egito´. (Am 8.8). Mais adiante, o mesmo
profeta mostra que Deus, ao castigar Israel por suas transgressões, faria um julgamento seletivo, no
qual toda a palha iria perecer, enquanto remanescente fiel se salvaria: ³Porque eis que darei ordem, e
sacudirei a casa de Israel entre todas as nações assim como se sacode o grão no crivo, sem que caia na
terra um só grão. Todos os pecadores do meu povo morrerão à espada, os que dizem: Não se
avizinhará nem nos encontrará o mal´. (Am 9.9,10). 0 9pp#
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"p p!;, a.C p p!; "p p" %, a.C p p" %
15
HISTÓRIA DOS HEBREUS
p
44p "p ( + !"p
p )2 p +%?
#p <CFDp LC4Fp p = A conquista babilônica foi o primeiro
estado judaico (período do Primeiro Templo), mas não rompeu a ligação do povo judeu com sua terra.
As margens dos rios da Babilônia, os judeus assumiram o compromisso de lembrar para sempre da sua
pátria: Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém esqueça-se a minha destra da sua destreza. Apegue-se a
língua ao paladar, se não lembrar de ti, se não preferir Jerusalém à minha maior alegria (Sl 137.5,6). O
exílio na Babilônia, que se seguiu à destruição do Primeiro Templo, marcou o início da Diáspora
Judaica. Lá, o judaísmo começou a desenvolver um sistema e um modo de vida religioso fora de sua
terra, para assegurar a sobrevivência nacional e a identidade espiritual do povo, concedendo-lhe a
vitalidade necessária para preservar seu futuro como uma nação. A Sinagoga desempenhou papel
fundamental na educação religiosa e secular dos Judeus em terras estranhas.
47p "p ( + !"p
"p @"p ""p p ( %
@")#"p <C4Fp p /71p =. Em consequência de um
decreto do Rei Ciro, da Pérsia (em 538 a. C), que conquistou o império babilônico (em 539 a.C), cerca
de 50.000 judeus empreenderam o primeiro retorno à Terra de Israel, sob a liderança de Zerobabel, da
dinastia de Davi, Ed 1.1 ± 2.70; Is 45.11-4. Menos de um século mais tarde, o segundo retorno foi
liderado por Esdras, o Escriba. Durante os quatro séculos seguintes, os judeus viveram sob diferentes
graus de autonomia sob os domínios persas (538-333 a.C.) e helenísticos - ptolemaico e selêucida
(332-142 a.C.). A repatriação dos judeus, sob a inspirada liderança de Esdras, a construção do segundo
templo no sítio onde se erguera o primeiro, a fortificação das muralhas de Jerusalém e o
estabelecimento da Knesset Haguedolá (a Grande Assembléia), o supremo órgão religioso e judicial do
povo judeu, marcaram o início do segundo estado judeu (período do segundo templo).
Como parte do mundo antigo conquistado por Alexandre Magno, da Grécia (332 a.C.), a Terra
de Israel continuava a ser uma teocracia judaica, sob o domínio dos selêucidas, estabelecidos na Síria.
Quando os judeus foram proibidos de praticar o judaísmo e seu Templo foi profanado, como parte das
tentativas gregas de impor a cultura e os costumes helenísticos a toda a população, desencadeou-se
uma revolta denominada revolta do Macabeus (166 a.C.), liderada por Matatias, da dinastia sacerdotal
dos Hasmoneus, e mais tarde por seu filho, Judá, o Macabeu. Os judeus entraram em Jerusalém e
purificaram o Templo (164 a.C), eventos comemorados até hoje anualmente, na festa do Chanuká.
Com a independência e o domínio dos Macabeus como reis e sacerdotes, surgem às diversas
ramificações do judaísmo da época do Segundo Templo: os fariseus, os saduceus e os essênios
p
4Cp "p ( + !"p
p @p ("
!"p </71Lp D4p =. Após novas vitórias dos Hasmoneus (142
a.C.), os selêucidas restauraram a autonomia da Judéia (como era então chamada a Terra de Israel) e,
com o colapso do reino selêucida (129 a.C.), a independência judaica foi reconquistada. Sob a dinastia
dos Hasmoneus, que durou cerca de 80 anos, as fronteiras do reino eram muito semelhantes às do
tempo do Rei Salomão; o regime atingiu consolidação política e a vida judaica floresceu sob o governo
dos reis-sacerdotes macabeus até 63 a.C., quando o general romano Pompeu tomou a cidade de
Jerusalém, permitindo, porém, que os macabeus continuassem na posse do trono até 40 a.C. quando
Herodes, o Grande, (um idumeu) foi nomeado, pelo senado romano, rei da Judéia. Nesta altura Judéia
já não era apenas a antiga área do Reino de Judá, mas Judéia, Samaria, Galiléia, Traconites e Peréia.
p
4Dp "p ( + !"p
p @p
p p ")!6p p '%p XD4p p p EIp =.p Quando os
romanos substituíram os selêucidas no papel de grande potência regional, eles concederam ao rei
Hasmoneus Hircano II autoridade limitada, sob o controle do governador romano sediado em
Damasco. Os judeus eram hostis ao novo regime, e os anos seguintes testemunharam muitas
insurreições. Uma última tentativa de reconquistar a antiga glória da dinastia dos Hasmoneus foi feita
por Matatias Antígono, cuja derrota e morte trouxeram fim ao governo dos Hasmoneus (40 a.C.). O
país tornou-se, então, uma província do Império Romano em 63 a.C. Em 37 a.C., Herodes, genro de
Hircano II, foi nomeado Rei da Judéia pelos romanos. Foi-lhe concedida autonomia quase ilimitada
nos assuntos internos do país, e ele se tornou um dos mais poderosos monarcas da região oriental do
16
HISTÓRIA DOS HEBREUS
Império Romano, porém não conseguiu a confiança e o apoio de seus súditos judeus. Dez anos após a
morte de Herodes (4 a.C.), a Judéia caiu sob a administração romana dos três filhos sucessores, dando-
se o nome de Tetrarquia a cada divisão territorial da Palestina.
Assim, a Herodes Arquelau ± que levou o título de etnarca - foi dada a tetrarquia de Samaria,
abrangendo as áreas Samaria, Judéia e Iduméia, Mt 2.19-23; a Herodes Antipas, a tetrarquia da
Galiléia, compreendendo a Galiléia e Peréia, Mt 14.1-12; a Herodes Filipe a região de Basã, dividida
em cinco distritos: Gaulanites, Batanea, Auranites, Ituréia e Traconites, Lc 3.1; e finalmente a
Lisânias, que não era descendente de Herodes, o Grande, coube a tetrarquia de Abilene, localizada
entre Líbano e Ante-Líbanos, região pertencente à Palestina nos dias de Salomão, Lc 3.1. Entre 41 e 44
d.C. Herodes Agripa I, neto de Herodes, o Grande, com o advento de Calígula ao trono do Império
Romano, governou sozinho sobre todo esse vasto território das quatro tetrarquias, com sede em
Cesaréia, onde morreu ignominiosamente. (Atos 12). Após a morte de Agripa I, a região recebeu uma
nova divisão política, sendo dividida em duas províncias: ao norte, a chamada Quinta Província, que se
compunha das tetrarquias de Filipe e de Lisânias, governada por Herodes Agripa II, e a Província da
Judéia, abrangendo Judéia, Samaria, Galiléia e Peréia, governada por procuradores romanos, com sede
em Cesaréia, sendo Pôncio Pilatos um desses governadores, em 26-37 d.C. Ambas permaneceram até o
ano 70 d.C., quando da revolta dos judeus sufocada pelos romanos (66 a.C) sob o comando general de
Tito, liquidou de novo o Estado judaico, anexando-o à Síria.
As forças romanas, lideradas por Tito, superiores em número e armamento, arrasaram
finalmente Jerusalém (70 d.C.) e posteriormente derrotaram o último baluarte judeu em Massada (em
73 d.C.). A destruição total de Jerusalém e do Templo foi uma catástrofe para o povo judeu. De acordo
com o historiador da época, Flavio Josefo, centenas de milhares de judeus pereceram durante o cerco a
Jerusalém e em outros pontos do país, e outros milhares foram vendidos como escravos. Um último
breve período de soberania judaica na era antiga foi o que se seguiu à revolta de Shimon Bar Kochbá
Shimmon Bar-Kosiva e do rabino Akiva (135 d.C.), quando Jerusalém e a Judéia foram
reconquistadas. No entanto, dado o poder massivo dos romanos, o resultado era inevitável. Três anos
depois, segundo o costume romano, Jerusalém foi sulcada por uma junta de bois? A Judéia foi
rebatizada de Palestina e a Jerusalém foi dado o novo nome de Aelia Capitolina.
7p p (p p p5,,p p -.p p p p
p <4/4L
/G7EM7Fp=
7/ "p( + !"p
p@
pB
)
p<<4/4LD7Dp=pNo final do século IV, após a conversão do
imperador Constantino ao Cristianismo e a fundação do Império Bizantino, a Terra de Israel se tornara
um país predominantemente cristão. Os judeus estavam privados de sua relativa autonomia anterior,
assim como do direito de ocupar cargos públicos; também lhes era proibida a entrada em Jerusalém,
com exceção de um dia por ano (Tishá be Av - dia 9 de Av), quando podiam prantear a destruição do
Templo. A invasão persa de 614 d.C., contou com o auxílio dos judeus, animados pela esperança
messiânica da Libertação. Em gratidão por sua ajuda eles receberam o governo de Jerusalém; este
interlúdio, porém, durou apenas três anos. Subseqüentemente, o exército bizantino recuperou o
domínio da cidade (629 d.C.), e os habitantes judeus foram novamente expulsos.
71p "p ( + !"p
p @
p K+ . A conquista do país pelos árabes ocorreu quatro anos após a
morte de Maomé (632 d.C.) e durou mais de quatro séculos, sob o governo de Califas estabelecidos
primeiramente em Damasco, depois em Bagdá e no Egito. No início do domínio muçulmano, os judeus
novamente se instalaram em Jerusalém, e a comunidade judaica recebeu o costumeiro status de
proteção concedido aos não-muçulmanos sob domínio islâmico, que lhes garantia a vida, as
propriedades e a liberdade de culto, em troca do pagamento de taxas especiais e impostos territoriais.
Contudo, a introdução subseqüente de restrições contra os não-muçulmanos (717 d.C.) afetou a vida
pública dos judeus, assim como sua observância religiosa e seu status legal. Pelo fim do século XI, a
comunidade judaica da Terra de Israel havia diminuído consideravelmente.
p
17
HISTÓRIA DOS HEBREUS
74p "p ( + !"p
p @
p "p !B"p </IGGp L/1G/p p =. As cruzadas foram movimentos
militares organizados pela Igreja Católica Romana com o objetivo de libertar a Cidade Santa
(Jerusalém) do poder dos infiéis, isto é, do poder dos maometanos. Houve sete principais Cruzadas que
partiu da Europa em direção à Palestina, entre os anos 1095 a 1272 d.C. Nos 200 anos seguintes, a
Palestina foi dominado pelas Cruzadas que, atendendo a um apelo do Papa +
p (1088-99 d.C),
partiram da Europa para recuperar a Terra Santa. Em julho de 1099, após um cerco de cinco semanas,
os cavaleiros da Primeira Cruzada e seu exército de plebeus capturaram Jerusalém, massacrando a
maioria de seus habitantes não-cristãos. Entrincheirados em suas sinagogas, os judeus defenderam seu
quarteirão, mas foram queimados vivos ou vendidos como escravos. Nas poucas décadas que se
sucederam, os Cruzados estenderam seu poder sobre o restante do país. Após a derrota dos Cruzados
pelo exército de Saladino (1187 d.C.), os judeus passaram a gozar de liberdade, inclusive o direito de
viver em Jerusalém. O domínio dos Cruzados sobre o país chegou ao fim com a derrota final frente aos
mamelucos (1291 d.C.), que era uma casta militar muçulmana que conquistara o poder no Egito.
77p "p( + !"p
p @
p "p %!#" </1G/L/C/Dp=. Mameluco (i i), palavra árabe
que significa possuído, governado, ou seja, escravo de origem não muçulmana. Os escravos que
compunham a instituição mameluca dominante chegaram ao Egito e Síria na qualidade de pagãos,
trazidos por mercadores, como os venezianos e genoveses, para serem vendidos. Os jovens
mamelucos comprados pelos sultões aiúbidas recebiam uma esmerada educação islâmica e boa
preparação militar em colégios do Cairo, de onde saíam completamente transformados. Ingressavam
no corpo dos mamelucos reais e ganhavam à liberdade, cavalos e equipamentos, além de um pedaço de
terra que lhes permitia viver independente. Entre 1240 e 1517, eles criaram um sultanato no Egito e
regiões vizinhas, surgindo daí duas dinastias de regentes. Estes ex-escravos de origem não muçulmana,
oriundos do sul da Rússia e do Cáucaso, se constituíram em uma milícia (de mais ou menos 12.000
homens), que foi organizada pelo sultão aiúbida, As-Salih Ayub (1240-1249). Entre 1291 e 1517,
Jerusalém foi governada pelos mamelucos (com sede de governo em Damasco), que impuseram um
pesado imposto anual sobre os judeus e destruíram os lugares sagrados dos cristãos no Monte Sião. O
período de decadência sob os mamelucos foi obscurecido ainda por revoltas políticas e econômicas,
epidemias, devastação por gafanhotos e terríveis terremotos.
7Cp "p ( + !"p
p @
p )
</C/EL/G/Ep =. Em 1517, Jerusalém e região caiu sob
domínio Turco Otomano, que permaneceu no controle até 1917. Após a conquista otomana, o país foi
dividido em quatro distritos, ligado administrativamente à província de Damasco; a sede do governo
era em Istambul, na Turquia. No começo da era otomana, cerca de 1000 famílias judias viviam na
Terra de Israel, em Jerusalém, Nablus (Sichem), Hebron, Gaza, Safed (Tzfat) e algumas aldeias da
Galiléia. A comunidade se compunha de descendentes de judeus que nunca haviam deixado o país, e
de imigrantes da áfrica do Norte e da Europa. Um governo eficiente, até a morte do sultão Suleiman, o
Magnífico (1566 d.C.), trouxe melhorias e estimulou a imigração judaica. À proporção que o governo
otomano declinava e perdia sua eficiência, o país foi caindo de novo em estado de abandono geral. No
final do século XVIII, a maior parte das terras pertencia a proprietários ausentes, que as arrendavam
para agricultores empobrecidos pelos impostos elevados e arbitrários. As grandes florestas da Galiléia
e do monte Carmelo estavam desnudas; pântanos e desertos invadiam as terras produtivas. O século
XIX testemunhou os primeiros sinais de que o atraso medieval cedia lugar ao progresso. Eruditos
ingleses, franceses e americanos iniciavam estudos de arqueologia bíblica. Foram inauguradas rotas
marítimas regulares entre a Terra de Israel e a Europa, instaladas conexões postais e telegráficas e
construída a primeira estrada, entre Jerusalém e Iafo. A situação dos judeus do país foi melhorando, e a
população judaica aumentou consideravelmente. Inspirados pela ideologia sionista, dois grandes fluxos
de judeus da Europa Oriental chegaram ao país, no final do século XIX e início do século X.
Resolvidos a restaurar sua pátria através do trabalho agrícola, estes pioneiros começaram pela
recuperação da terra árida, construíram novas colônias e lançaram os fundamentos do que mais tarde
se tornaria uma próspera economia agrícola. Ao romper a I Guerra Mundial (1914), a população
judaica do país totalizava 85.000 habitantes, em contraste com os 5.000 do início do séc. XVI. Em
18
HISTÓRIA DOS HEBREUS
dezembro de 1917, as forças britânicas, sob o comando do General Allemby, entraram em Jerusalém,
pondo fim a 400 anos de domínio otomano.
7Dp"p( + !"p
p@
p)N
#p</G/FL/G7F=. Em julho de 1922, a Liga das Nações confiou à
Grã-Bretanha o mandato sobre a região da Palestina (nome pelo qual o país era designado na época).
Reconhecendo a ³a ligação histórica do povo judeu com a Palestina´, recomendava que a o reino da
Grã-Bretanha facilitasse o estabelecimento de um lar nacional judaico na Palestina - Eretz Israel (Terra
de Israel). Dois meses depois, em setembro de 1922, o Conselho da Liga das Nações e a Grã-Bretanha
decidiram que as estimulações destinadas ao estabelecimento deste lar nacional judaico não seriam
aplicadas à região situada a leste do Rio Jordão, cuja área constituía os 3/4 do território do Mandato - e
que mais tarde tornou-se o Reino Hashemita da Jordânia.
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20
HISTÓRIA DOS HEBREUS
0 9p%&!"p&
"p"p)# "p )"p"p! !"p
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B")p
21
HISTÓRIA DOS HEBREUS
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p< p/G7EM7Fp"p"p)!"=.
C/p p ,6p "p !"p p !". No dia 29 de agosto de 1897, no primeiro Congresso
Sionista, realizado na cidade suíça de Basiléia, o grande líder Teodor Herzl disse estas proféticas
palavras: ³Dentro de cinco ou cinqüenta anos, o estado judeu será uma realidade´. Esta predição
parecia de todo impossível de cumprir-se. Entretanto, vinte anos mais tarde os ingleses derrotam os
turcos otomanos, assumem o controle da Palestina e promete aos judeus uma parte da Terra Santa. A
Proclamação Balfour, de 2 de novembro de 1917, entre outras coisas, dizia: ³O governo de Sua
Majestade encara favoravelmente o estabelecimento da Palestina de um lar nacional para o povo judeu,
e usará melhores empenhos no sentido de facilitar a realização deste objetivo. 50 anos depois se se
cumpre tanto a predição de Herzl como a profecia de Isaías 66. 8, onde lemos: ³Quem jamais ouviu tal
coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria uma
nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos´. Depois das predições do
profeta Isaías vieram às profecias de Ezequiel 37.1-28. Diz a Bíblia: "Portanto profetiza, e dize-lhes:
Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu abrirei as vossas sepulturas, e vos farei sair das vossas sepulturas,
ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel" (Ez 37.12).
Um fato estarrecedor abalaria o mundo na década de 40: a Segunda Guerra Mundial! Isto
serviria de pano de fundo para que Deus pudesse atuar e realizar o maior milagre jamais visto numa
nação: o renascimento do Estado de Israel! Deus retira da escória de guerra judaica aquela que seria a
nação mais poderosa do Oriente Médio na atualidade! A história foi feita em meio à morte e
destruição, desesperança e dor, porém, ali estavam às mãos do Eterno guiando as nações para agirem
de acordo com Seus decretos e concretizarem seu maior propósito na história atual: Israel novamente
em sua terra! Enquanto a guerra se desenvolvia, Deus agia nos bastidores da história para consolidar
seus projetos e aniquilar definitivamente os propósitos daqueles que pretendiam levantar-se contra
Israel. Em maio de 1947, a Assembléia Geral da ONU, adotou uma resolução estabelecendo o Comitê
Especial das Nações Unidas para a Palestina, integrado por 11 países. O problema da Palestina havia
se agravado e a Grã-Bretanha, como potência mandatária, já não tinha condições de manter a paz e a
ordem e controlar as agitações e violências que lá irrompiam. Este foi um dos primeiros passos dados
pela ONU para que a profecia de Ezequiel e outros profetas, inclusive, Isaías, se cumprissem! O
Estado de Israel nasceu no dia 29 de novembro de 1947, na Organização das Nações Unidas, sob a
presidência do Chanceler brasileiro Oswaldo Aranha. Foram 33 votos a favor, 13 contrários e 10
abstenções. A Inglaterra, por não cumprir sua promessa aos judeus, se absteve de votar, e nela
cumpriu-se a profecia de Gênesis 12.3. De maior império do mundo, declinou até chegar a uma
potência de terceira categoria. Mais uma vez a Escritura Sagrada se mostrou fiel.
Após os primeiros passos serem dados, já no ano de 1948 o Senhor providencia para que, no
dia 14 de maio seja proclamado o Estado de Israel! Este foi e continua sendo um milagre que o mundo
presenciou e que lhe proporcionou a oportunidade de reconhecer que Deus existe e que continua no
governo (controle) da história da humanidade! Não há paralelo na história de tal fato! Somente através
da ação minuciosa e precisa de Deus tal coisa seria possível! E aconteceu! O Eterno cuidou para que
nenhum detalhe fosse esquecido na restauração do Estado de Israel. Este foi e continua sendo um
milagre que o mundo presenciou e que lhe proporcionou a oportunidade de reconhecer que Deus existe
e que continua no governo (controle) da história da humanidade. Não há paralelo na história de tal
fato. Somente através da ação minuciosa e precisa de Deus tal coisa seria possível e aconteceu. O
Eterno cuidou para que nenhum detalhe fosse esquecido na restauração do Estado de Israel. Em
primeiro lugar temos Israel recebendo de volta à mesma terra que havia sido por Deus aos seus
antepassados Abraão, Isaque e Jacó. Em segundo lugar, a língua falada em Israel é também a mesma
falada pelos patriarcas e profetas do Velho Testamento: p $ +#. Em terceiro lugar a moeda
utilizada em Israel é também a mesma dos tempos bíblicos: p"$ O % (siclo). Poderíamos citar muitas
outras coisas, porém o importante é percebermos que a restauração realizada por Deus foi total. Ele
não se esqueceu de nenhum detalhe!
22
HISTÓRIA DOS HEBREUS
C1p"p( + !"p pp )
p p!p ;). Como Vimos na profecia de Ezequiel 37, o povo que
retornaria para recompor a nação de Israel seriam aqueles ressurretos do ³vale de ossos secos´.
Ezequiel pelo Espírito de Deus contemplou cenas terríveis que podem ser comparadas a do Holocausto
com o morticínio de seis milhões de judeus espalhados pelos vales dos campos de concentrações
nazistas. Na visão de Ezequiel, naquele vale não havia vida nem sequer a esperança de que aquele
quadro fosse revertido. Porém a voz do Senhor lhe diz: ³Profetiza sobre estes ossos secos...´ (Ez 37.3).
O retorno do povo de Israel já estava acontecendo lentamente, mas foi em 1948 com a restauração da
nação que a profecia de Ezequiel começou a se cumprir. Muitos judeus profetizaram o retorno de seu
povo à Eretz Israel. Foi preciso que o Espírito de Deus se movesse e pusesse nos lábios desses homens
uma palavra de esperança: Israel voltará a existir! Eles diziam isso contra todas as possibilidades e
muitas vezes foram escarnecidos pelos próprios irmãos que não criam que tal coisa fosse possível. Mas
o Senhor havia dito: ³Profetiza...´ E foi assim que aconteceu. Os primeiros habitantes de Israel foram
justamente aqueles que ³ ")´ do Holocausto. Então se cumpriu também o que fora dito pelo
profeta Isaías: ³Não temas, pois, porque sou contigo, trarei a tua descendência desde o oriente, e a
ajuntarei desde o ocidente. Direi ao norte: entrega; e ao sul: não retenhas; trazei meus filhos de longe, e
minhas filhas das extremidades da terra´ (Is 43.5,6).
Quando nasceu o Estado de Israel, proclamando sua Independência em 14.05.1948, judeus de
pelo menos 87 nações da terra regressaram e ERETZ ISRAEL. O Reaparecimento do Israel significa
que o tempo das nações está chegando ao fim. O que até agora estava em baixo - Israel na dispersão,
os judeus perdidos entre os povos - está agora vindo para cima. Mas o que estava em cima - todos os
povos da terra - afunda para baixo. Um exemplo disso nos é dado pelo agricultor: quando ele ara seu
campo, as minhocas escondidas na terra repentinamente ficam em cima. E é justamente isso que Deus
o Senhor quer dizer ao afligido povo de Israel. Deus para fazer cumprir sua promessa chama dos
quatro cantos da terra a vitória não só da nação de Israel como também a vitória daqueles que crêem
em sua Palavra profética. Veja isso na profecia de Isaías 43.5,6:
öp ORIENTE: Da Índia, Afeganistão, Malásia, China, Iraque (antiga Babilônia). Só do Iraque uma
comunidade inteira de 113.000 regressou a Israel em 1959, na operação aérea ³Ali Babá´ (Is 60.8).
öp OCIDENTE: ³Ajuntarei´ - uma seleção de judeus do ocidente regressou, enquanto outros
permanecem lá, apoiando Israel com suas finanças.
öp NORTE: ³Entrega´ - Há cerca de 3 milhões de judeus na União Soviética. Por uma ordem divina,
todos sairão. No ano de 1990 muitos milhares regressaram a Israel.
öp SUL: ³Não retenhas´ - Do IEMEN uma comunidade de 43.000 judeus iemitas atravessou a
Península da Arábia e chegou à Colônia Britânica de Áden, rumo à terra dos seus pais, dizendo ter
chegado à hora de partir.
C4p "p ( + !"p
p )!% . Tudo isso nos mostra como o agir de Deus é profético e está
intrinsecamente ligado à Sua Palavra. Todas as coisas que foram ditas pela boca de Deus se cumprirão,
pois está escrito: ³Assim será a palavra que sair de minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes
fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei´ (Is 55.11). Por esta e outras razões o
renascimento de Israel (que em hebraico significa ³Príncipe que luta com Deus´) é para nós também
um dos marcos que apontam para o retorno de Cristo, tanto para arrebatar sua igreja como estabelecer
seu Reino na terra. Agora, o Príncipe do Senhor continua lutando e sempre novamente vencendo, pois
a ele (Israel) Deus destinou ser assim: vitorioso! E hoje é fácil de comprovar-se o que estamos
dizendo: basta olhar para Israel e ver o que acontece ali. Apesar de todos os problemas enfrentados por
eles, esta nação é a maior potência de sua região e em algumas áreas é a Segunda do mundo. Para
aqueles que compreendem a Palavra profética os fatos falam por si só e apontam definitivamente para
o futuro. Israel voltará a ser a maior potência do mundo em breve e também estará sob o governo de
Deus, que já os ressuscitou e agora os guia para serem, de fato, o povo que dará continuidade aquilo
que foi iniciado no passado: o restabelecimento da Teocracia na Terra. Atualmente, a população
judaica mundial é de aproximadamente 14 milhões. Cerca de 6,7 milhões de habitantes vivem em
Israel, sendo 81% da população composta por judeus. A maior população dos Judeus fora de Israel
23
HISTÓRIA DOS HEBREUS
reside nos Estados Unidos, EUA, com cerca de 6.4 milhões. Hoje, a população judaica no Brasil é
estimada em 120 mil pessoas, das quais 90% residem em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Dpppp
p(p
8p
. p
D/p p %@)#p p " %. Israel é uma democracia parlamentar republicana baseada no sufrágio
universal e na representação proporcional. A sede da maioria das representações diplomáticas fica em
Tel Aviv, não obstante Jerusalém ter sido proclamada capital de Israel em 1950. O sistema de governo
de Israel se baseia em várias leis básicas decretadas por seu parlamento, o $ . O presidente (chefe
de estado) é eleito pelo $ para um mandato de sete anos. Desde julho de 2007, este posto é
ocupado por Shimon Peres. O primeiro-ministro (chefe de governo) exerce o poder executivo e é
escolhido pelo presidente como líder do partido político que estiver mais apto a formar um governo,
normalmente de coalizão com outros. Após a escolha presidencial, o primeiro-ministro escolhido tem
45 dias para formar um governo. Nas eleições de maio de 1996, os israelenses pela primeira vez
escolheram seu primeiro-ministro por voto direto, mas desde então sua eleição direta não mais ocorreu.
Os membros do gabinete como um todo deve ser aprovado pelo Knesset. Os 120 parlamentares são
eleitos para um mandato de quatro anos, apesar de o Knesset ter poderes para convocar novas eleições
antes do fim do período. As votações são conduzidas usando-se fórmulas de representatividade
proporcional de listas partidárias, incluindo o chamado método de Hondt. As eleições gerais são em
listas fechadas, ou seja, os eleitores votam apenas nos partidos e não conseguem mudar a ordem dos
candidatos dentro das listas previamente elaboradas. Não há voto distrital: todos os eleitores votam
exatamente nas mesmas listas partidárias. O sufrágio é universal para os cidadãos israelenses com 18
anos ou mais. Os locais de votação funcionam em Israel e nos demais territórios. Votos para os
ausentes do país se limitam ao pessoal diplomático e membros da Marinha Mercante.
Os Principais partidos políticos são: $ i (centro), (centro-direita), (centro-
esquerda),
(centro laico),
(religioso)
(ultra-religioso), p (centro),
(esquerda) e p (direita). O Poder Executivo em Israel é exercido pelo Primeiro-
Ministro, eleito pelo Parlamento e escolhido entre o partido ou coalizão que obtenha a maioria das
cadeiras no Congresso. A sede do Executivo israelense se encontra em $ p ii , uma
colina em Jerusalém. O Poder Legislativo é exercido pela $ (Assembléia, em hebraico), um
parlamento unicameral e eleito de forma direta, composta de 120 membros. A $ é a autoridade
responsável pela eleição do governo e do presidente da república. De acordo com a Lei do Retorno,
pela qual Israel é um refúgio para todos os judeus perseguidos pelo anti-semitismo no mundo, qualquer
indivíduo de religião judaica pode imigrar para Israel. A Suprema Corte de Israel é o organismo
superior de todo o Judiciário. Com relação a Constituição, por influência histórica do ii p
britânico, Israel não possui Texto Constitucional escrito em documento único e sim normas
constitucionais dispersas em p Leis Básicas que gozam perante a Suprema Corte de Israel de
estatura de Diplomas Constitucionais. Tais Leis Básicas protegem os direitos humanos e definem a
estrutura essencial do Estado, assim como suas atribuições precípuas. Há uma comissão para a redação
da Constituição Oficial. Também em decorrência do ii p herdado dos tempos em que o atual
território israelense se encontrava sob os auspícios do Império britânico, a Suprema Corte exerce
relevante papel no aperfeiçoamento de construções teóricas do Direito Constitucional, a exemplo do
princípio da proporcionalidade.
D1pp %&p p" %. preligiosidade judaica é a maneira com que o judeu expressa seu judaísmo.
Ao contrário do que possa parecer externamente, não há uma unidade religiosa judaica. Cada judeu
expressa sua forma de religião, de acordo com o pensamento religioso comunitário ao qual adere. A
Torá ou Pentateuco, de acordo com os judeus, é considerado o livro sagrado que foi revelado
diretamente por Deus. Fazem parte da Torá: Gênesis, o Êxodo, o Levítico, os Números e o
Deuteronômio. O Talmude é o livro que reúne muitas tradições orais e é dividido em quatro livros:
Mishnah, Targumin, Midrashim e Comentários. O judaísmo é considerado a primeira religião
monoteísta a aparecer na história. Tem como crença principal a existência de apenas um Deus, o
24
HISTÓRIA DOS HEBREUS
criador de tudo. Para os judeus, Deus fez um acordo com os hebreus, fazendo com que eles se
tornassem o povo escolhido e prometendo-lhes a terra prometida. Atualmente a fé judaica é praticada
em várias regiões do mundo, porém é no estado de Israel que se concentra um grande número de
praticantes. Vejamos algumas das diversidades da religiosidade judaica:
D1/p !@"p +@
#. Judaísmo rabínico é o nome dado ao judaísmo tradicional, que aceita o
Tanakh como revelação divina e a Torá Oral também como fonte de autoridade. Recebe este nome
devido ao fato de dar grande valor aos ensinamentos rabínicos através dos tempos codificados
principalmente no Talmud. Suas principais ramificações são:
p
D11p!@"p#@)p(heb. D ip p pi - Seguidores das Escrituras). Opjudaísmopcaraíta
se opõe ao judaísmo rabínico ao desconsiderar a Torá Oral e enfatizar apenas o valor da Torá Escrita, o
que o leva a desprezar a autoridade advogada por qualquer outra escritura fora do Tanakh, como o
Talmud, o Novo Testamento cristão e outros textos. Para os caraítas, apenas o Tanakh tem uma
revelação divina e, como tal, nenhuma pessoa pode advogar-se a dar sua interpretação à Torá, como o
fazem os estudiosos rabínicos. Sendo assim, os caraítas dão uma grande ênfase ao cumprimento literal
da Torá, como pode ser visto por meio do cumprimento de alguns mandamentos. Os caraítas seguem
um calendário móvel baseado na Lua Nova, ao contrário dos rabinistas, que seguem um calendário
fixo. Desta forma, os caraítas iniciam seu mês com o ínicio da Lua Nova vísivel, e seu ano iniciam-se
no mês de Abib, quando a cevada se torna madura nos campos de Israel.
p
D14p!@"p")
. O samaritanismo é uma ramificação do Judaísmo praticada pelos judeus
samaritanos, que dizem ser descendentes dos antigos habitantes do reino de Israel. Entre as principais
diferenças, ainda mantêm as funções dos cohanim, crêem na santidade do monte Gerizim e aceitam
unicamente a Torá (conhecida como Pentateuco samaritano) como escritura inspirada.
p
D17p #6P "p &
". Existem alguns grupos que se intitulam judaicos, mas não são
reconhecido como tais dentro do judaísmo rabínico. Ainda que existam diversas ramificações como
vimos acima, o Judaísmo Rabínico geralmente se atém a princípios básicos que o distinguem de outros
grupos religiosos e permitem identificar ramificações que fujam destes princípios.
p
D1Cp!@"p ""N
#p p +
". Entre estes se podemos mencionar o Judaísmo messiânico, o
qual adere a práticas do judaísmo, mas crê em Yehoshua ou, em sua forma mais conhecida, Yeshua,
como o Messias de Israel, integrando o Novo Testamento nas suas escrituras, dois aspectos que não
fazem parte do judaísmo rabínico. Algumas outras seitas de cunho ebionitas que crêem em Jesus como
um Messias humano também defendem que sua religião é uma forma de judaísmo, ainda que não
sejam aceitos tanto por judeus quanto por cristãos.
p
D4p p !%)!p p " %. Israel possui uma cultura muito diversa devido à diversidade de sua
população: os judeus de todo o mundo trouxeram suas tradições culturais e religiosas com eles, criando
um caldeirão de crenças e costumes judaicos. Israel é o único país no mundo onde a vida gira em torno
do calendário hebraico. Férias de trabalho e escolas são determinadas pelas festas judaicas, e o dia
oficial de descanso é o sábado, o . A substancial minoria árabe, também deixou a sua impressão
sobre a cultura israelense em áreas como arquitetura, música e culinária. As principais festas judaicas
estão associadas ao ciclo da natureza. As comemorações ligadas às primícias, às colheitas
transformaram-se em datas de aniversário de acontecimentos da história de Israel.
D4/p"$p("$
; - Festa do Ano Novo. Dias um e dois de Ê (Setembro) festejam a criação do
Homem, o começo do ano. Também chamado Dia do Julgamento, Deus abre três livros: um para os
justos, outro para os iníquos, e outro para os que se desviam desta categorização. Tocam o
convidando os homens a lembrar-se do seu passado, a arrepender-se dos pecados, a penitenciar-se.
Durante os festejos, consomem alimentos escolhidos pelo seu simbolismo: comem a cabeça de um
25
HISTÓRIA DOS HEBREUS
animal para viverem o ano com a cabeça; o pão que habitualmente molha em sal, é mergulhada em
mel, juntamente com um pedaço de maçã para que o ano novo seja doce. À tardinha, numa cerimónia
chamada Ê (deitarás fora) deslocam-se a um local (rio, mar) onde haja peixe e atiram-lhes
migalhas de pão que representam os pecados.
D41p Qp H''! - Dia de expiação, do perdão. É a celebração mais solene do calendário judaico.
Comemora a dez de Setembro, marca o culminar dos dez dias de penitência iniciados em |
. Os judeus adultos abstêm-se de comer durante vinte e quatro horas. Consagram o tempo à
oração, ao ascetismo, ao arrependimento. A liturgia começa com o
: rogam a Deus pelo
incumprimento dos votos e promessas feitos durante o ano. Oram também pelos parentes falecidos,
ouvem a leitura do Torá, do livro de Jonas. É o dia de reconciliação entre judeus. Devem perdoar-se os
males e repará-los.
D44p!O) - Festa das cabanas. Ligada à antiga festa das colheitas, celebra-se durante oito dias, entre
quinze e vinte e dois de Ê (Setembro/Outubro). Lembra-te o tempo em que o povo de Israel errou
pelo deserto, depois da saída do Egito. É costume cada família construir uma cabana com ramos e
flores, simbolizando a condição nômade do povo hebreu.
D47p$)p; - Alegria da Lei. É a festa de exaltação da Lei revelada por Deus ao povo escolhido
no monte Sinai. É celebrada a quando da leitura da última das 54 secções da Torá. Na Sinagoga há
manifestações de alegria; os rolos do livro da Lei são retirados do Y (armário sagrado) e
transportados pelos fiéis em procissão, dando sete voltas em torno do recinto sagrado. Cantam e
dançam. Os personagens principais da festa são o Ê (noivo da Lei) e o (noivo
do Gênesis), ou seja, os homens da comunidade a quem compete ler a última secção do livro de
Deuteronómio e a primeira secção do Gênesis. São os noivos, porque afinal a Torá, a Lei, é a esposa
do povo de Israel.
D4Cp (
!O;. Tem lugar em
(Novembro/Dezembro) e dura oito dias. Festa das luzes
comemora a vitória dos irmãos Macabeus em 165 a.C., sobre Antíoco Epifanes, o governador grego
que havia proibido a prática do judaísmo e pretendia helenizar os judeus. Os Macabeus quiseram
reinaugurar o templo judaico e reacender a (candelabro de sete braços); porém, tinham um só
recipiente de óleo (puro). Milagrosamente o óleo que seria suficiente para vinte e quatro horas
ardeu durante oito dias, o tempo necessário para o fabrico de óleo adequado. Desde então, em cada
casa, vão se acendendo oito luzes, uma a uma, em cada dia, nas , candelabros especiais que
simbolizam milagre.
D4Dp !p "$ 2). Comemora-se aos quinze dias de (Janeiro/Fevereiro). Festa menor é
conhecida como o . Depois do Inverno a natureza começa a ressurgir. E os
judeus comem frutas, adornam a mesa com flores, entoam cânticos em louvor do renascer da natureza.
D4Ep !. Dia catorze de Y (Fevereiro/Março) tem lugar à celebração de . Esta festa
Lembra à história narrada no livro bíblico de Ester, ela que ocultou a sua identidade religiosa a ponto
de encantar o rei persa Assuero. O tio, Mardoqueu, desencadeia a ira de Amã, conselheiro do rei,
porque se recusa a prostrar-se à sua passagem.
D4Fp ""$ ± Páscoa. Entre quinze e vinte e dois de (Março/Abril), os judeus comemoram a
saída do Egito, liderados por Moisés. Festa do cordeiro, dos ázimos, da Primavera é uma das
festividades mais relevantes do judaísmo. É o tempo do reafirmar da consciência judaica. A casa é
purificada; todos os utensílios usados para a alimentação são escaldados ou lavados em água corrente.
Há famílias que possuem recipientes para usar exclusivamente durante esta festividade. Anualmente é
lido o relato da saída do Egito e o filho mais novo deve perguntar ao chefe da família: ³Em que se
distingue esta noite?´ A refeição ritual do permitirá a explicação. Na mesa deverá haver lugar
26
HISTÓRIA DOS HEBREUS
para o profeta Elias (cadeira e cálice), vêem-se três(pães sem fermento) relembrando a partida
precipitada dos judeus e simbolizando a busca do povo pela liberdade; Um osso de cordeiro
representando o sacrifício no Templo; um ovo cozido, mergulhado em água salgada simbolizando o
nascimento e a morte, a fugacidade da vida terrena, as lágrimas e os sofrimentos dos judeus; o
ou ervas amargas lembrando a amargura que os antepassados sofreram no Egito e que todos os
escravizados sentem;
, uma pasta feita de frutos secos, figos, tâmaras, canela e mel
representando a argila com que os judeus efetuavam as obras do Faraó. Ao lado, um recipiente com
água salgada e vinagre, no qual se molham as ervas amargas e se recorda a travessia do mar Vermelho,
na fuga para a terra prometida. No decorrer da cerimônia, bebem quatro copos de vinho especial e
recitam a
, o relato da saída do Egito. A Páscoa é, também, o período mais fortemente marcado
pela luta de separação entre a fé judaica e cristã. É tempo de definição de linhagens de religiões que se
dividiram a partir de uma crença essencial: para os cristãos o Messias é Jesus Cristo, que realizou a sua
missão; os judeus continuam a sua espera messiânica pelo reino de Deus, de Paz e de Amor.
D4Gp $2!) - Festa das colheitas. Celebra-se a seis e sete do mês de (Maio/Junho), sete
semanas depois da Páscoa. Festa de colheitas tem um sentido agrícola e comemora a entrega das
Tábuas da Lei a Moisés no Monte Sinai. Festa de agradecimento pela benesse das colheitas, na
Sinagoga é feita a leitura do livro de Rute cujo cenário é a farina agrícola. Entoam cânticos de louvor
a Deus por haver outorgado a Lei a Israel.
D4/Ip"$;p + - Destruição do Templo. É o dia mais triste da História Judaica. Data de luto por
excelência, situa-se a nove do mês de Y (Julho/Agosto). Um jejum rigoroso lembra os acontecimentos
infelizes que ocorreram, nesse dia, em várias épocas. Os hebreus fugidos do Egito ouvem a proibição
de entrar na Terra Prometida; o primeiro e o segundo Templo são destruídos ocasionando a Diáspora; a
cidade de Béthar foi tomada pelos romanos em 135. Associaram, por isso, a esta data todas as
desgraças que aconteceram ao povo judaico - Inquisição, Perseguições, Nazismo -, bem como a cada
judeu. O livro de Lamentações de Jeremias, o livro de Jó e os relatos sobre a destruição do Templo são
as leituras do dia.
D4//p p #%p 0)%. Cerimônias religiosas assinalam as idades da pessoa. Na verdade, "... as fases
fisiológicas da vida humana e, acima de tudo as crises e a morte, constituem o núcleo de inúmeros ritos
e crenças". É assim com o nascimento, a adolescência, o casamento e a morte.
D4/7p p #"
). Celebra-se na Sinagoga. Debaixo da $!' (pálio nupcial), que quatro jovens
solteiros seguram, colocam-se os noivos. O rabi benze um copo de vinho e dá a beber aos noivos:
utilizam o mesmo copo como símbolo da partilha a que se compromete. Depois o noivo coloca um
anel de ouro na mão da noiva, garantia de que irão conviver seguindo a Lei de Moisés. Segue-se a
leitura da H )!+;, contrato matrimonial, que especifica as obrigações dos noivos e o dote da noiva. As
" ) +>
6" são, então, recitadas e, no fim, o noivo parte um copo com o pé, recordando a dolorosa
27
HISTÓRIA DOS HEBREUS
destruição do Templo de Jerusalém. Seguem-se cânticos e música em redor dos noivos até que a
alegria e a felicidade transpareçam no rosto de ambos. A festa continua com uma boda oferecida aos
convidados.
D7p @+%"p p " %. Há vários símbolos usados no judaísmo. É importante que o aluno aprenda
quais são estes símbolos e o significado deles para que pudessem usá-los como um ponto de contato ou
método de aproximação.
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D7D %%)pDo hebraico Thalliyt, manto de orações utilizadas comumente pelos judeus
ortodoxos e messiânicos. Existem dois tipos: 1) Tallit gadol, um manto branco com
faixas azuis que os homens vestem para as orações; 2) Tallit qathan, de menor tamanho,
também chamada ³quatro cantos´, deve ser usada sempre sob a roupa. A Tallit é a
vestimenta mais importante na cultura judaica e está fundamentada na Bíblia (Nm 15.37-
41). Seu uso tem uma finalidade: fazer o judeu lembrar-se da Lei de Deus. Esta veste foi criada para
ser vestimenta sacerdotal e para conter as Tzitzit (franjas). Os judeus utilizam a Tallit em todos os
serviços religiosos matutinos, exceto em 9 de tisha-b¶av, o dia da destruição do templo de Jerusalém.
Curiosidade: Por que as mulheres não usam Tallit? As chamadas vestimentas quadradas nas quais se
prendiam franjas eram consideradas originalmente de uso masculino e, como a Bíblia proíbe que uma
mulher vista roupas de homem (Dt 22.5), as mulheres não utilizavam Tallit.
p
D7E B)B). Do hebraico Tziytziyt. Trata-se de quatros fios duplos de lã,
linho ou seda, que pendem dos quatro cantos da Tallit. No uso antigo essas franjas eram
postas nos quatro cantos de todas as vestimentas. Mas como as roupas atuais são bem
diferentes e como não se vestem mais mantos quadrados, amarra-se a tzitzit ao xale branco
que os homens vestes para as orações.
p
D7Fp H'$. Significa: ³há alguém acima de vocë´. Não teve a mesma
importância da Tallit, mas com o passar do tempo a Kipah integrou a sociedade judaica. É
costume judaico desde os primórdios o homem manter sua cabeça coberta o tempo todo,
demonstrando com isso humildade perante Deus. É como se, apontando para sua cabeça,
ele dissesse: até aqui é comigo e apontando mais para o alto, reconhecesse: a partir daí é
com Deus! É proibido para o judeu tradicional entrar numa sinagoga, mencionar o nome divino,
estudar a Torah, se aproximar do Muro das Lamentações ou realizar qualquer serviço religioso de
cabeça descoberta. O homem foi criado ³à imagem de Deus´. Portanto ele deve vestir-se com
dignidade. A cabeça como fonte de moral, representa a parte mais importante no corpo humano.
Cobrindo a cabeça somos lembrados da onipresença divina, e conscientizamo-nos de que a humildade
é a essência da religião. A verdade que ninguém sabe ao certo como, quando e porque surgiu o
costume. Durante muito tempo, as autoridades religiosas não consideravam obrigatório o uso do Kipá.
0=
ppp 5p
A)p Texto bíblico correspondente ± Juízes 1.1 a I Samuel 10.27.
B)p Uma vez encerradas as campanhas da conquistas, Josué repartiu a terra entre as doze tribos da
seguinte maneira: a tribo de Levi não teria herança, mas teria 48 cidades entre as demais tribos
por todo o território conquistado. (Js 21.41). Porém a parte de José, filho de Jacó, seria dividida
entre os seus dois filhos, Efraim e Manassés, perfazendo, assim, outra vez o número de 12 as
heranças na terra conquistada, dividimos a distribuição delas em dois grandes agrupamentos:
Tribos da Palestina Oriental, ou Transjordânia e tribos da Palestina Ocidental, ou Canaã
propriamente dita.
1)p Tribos da Palestina Oriental ou Transjordânia. Estas são duas e meia:
= Ruben, logo ao norte de Moabe e ao leste do Jordão;
= Gade, ao norte de Ruben e ao leste do Jordão;
= meia Tribo de Manassés ou Manassés Oriental, ao norte de Gade e ao leste do Jordão e do
Mar da Galiléia.
2)p Tribo da Palestina Ocidental, ou Canaã. Estas podem ser divididas em três grupos:
= grupo do Norte ± Naftali, Aser e Zebulon, entre a Fenícia, Mediterrâneo e Jordão, ou
Galiléia;
= grupo do Centro ± Issacar, Manassés Ocidental (a meia tribo de Manassés). Efraim,
Benjamim e Dã, ou mais tarde Samaria;
= grupo do Sul ± Judá e Simeão, posteriormente conhecidos como Judéia.
C)p Durante o período de Juizes sta divisão permaneceu praticamente a mesma, porém com menos
precisão devido às misturas dos elementos das tribos pelo casamento e emigração de área mais
desertas para as mais propícias à agricultura e pecuária, como no caso da tribo de Simeão que se
confundiu com a de Judá.
p
33
HISTÓRIA DOS HEBREUS
S=
p,p,Jp,p
A)p Texto bíblico correspondente ± I Samuel 11.1 até I Reis 12.25; I e II Crônicas; Salmos;
Provérbios; Eclesiastes e Cantares.
B)p O rei Saul ± I Sm 11.1-31.13; I Cr 10.1-14.
C)p O rei Davi ± II Sm 1.1 até II Rs 2.11; I Cr 11.1-29.30.
D)p O rei Salomão ± I Rs 2.12-11.41; II Cr 1.1-9.31.
E)p O rei Reoboão ± I Rs 12.1-14.31; II Cr 10.1-12.16.
F)p Neste período a Palestina possuía a sua maior área em toda a sua história, ou seja, aquela que
fora prometida por Deus a Abraão. Foi quando, devido às conquistas de Davi e Salomão, o
território do império hebreu estendeu-se desde Filistia, Berseba e o Golfo de Acaba (ou cidades
de Ezion-Geber e Élate ao Sul), até a Babilônia ao leste, abrangendo Edom, Moabe e Amom,
até Hamate e Damasco, ou Síria no Norte. (II Sm 8).
G)p Depois da queda do Reino do Norte, o Reino de Judá permaneceu mais cerca de 135 anos em
seu território bastante reduzido e como tributário da Assíria durante maior parte desse período.
Porém com a ascensão da Babilônia sobre a Assíria veio o cativeiro de Judá pela Babilônia, ao
tempo de Nabucodonozor. A invasão ocorreu em 605 a.C., quando o rei de Judá era Joaquim.
Judá foi reduzido a um estado de vassalagem e a maioria dos habitantes ± entre eles Daniel ± foi
levada em cativeiro para Babilônia. De modo que aquela data assinala o começo dos 70 anos de
cativeiro babilônico, embora a queda definitiva do reino só ocorresse em 587 a.C., com a
destruição de Jerusalém. Nos capítulos 32 a 36 de II Crônicas, o estudante pode encontrar um
resumo dos acontecimentos deste período e assim perceber as circunstâncias em que se deu o
término do estado judeu na Palestina.
p
S=
p0p
A)p Texto bíblico correspondente ± I Reis 12.16-17.41; II Reis; II Crônicas; Isaías; Jonas; Oséias;
Amós; Joel; Miquéias; Naum; Sofonias; Jeremias; Lamentações; Hababuque; Zacarias.
B)p O reino do norte continuou sendo chamado de Israel
C)p O reino do sul passou a chamar-se Judá
D)p Reis e profetas do reino do norte (Israel) ± de Jeroboão até Oséias (975 a 730 a.D).
E)p Reis e profetas do reino do sul (Judá) ± de Roboão até Zedequias (975 até 587 a.D).
F)p Como sabemos, após a morte de Salomão o reino hebreu cindiu-se em dois: 1°) O Reino do
Norte ou de Israel, com a capital inicialmente em Siquém e depois em Samaria, integrado pelas
áreas ocupadas por 10 tribos, a saber: Dã (no extremo norte, ao pé do Hermon, para onde havia
emigrado do sul devido à pressão dos filisteus e cananeus nos dias dos Juizes), Aser, Naftali,
Issacar, Zebulon, Manassés Ocidental (meia tribo), Efraim e uma parte de Benjamim, a oeste do
Jordão, e Manassés Oriental (meia tribo), Gade, Ruben a leste do Jordão. Recorde-se que a tribo
de Levi não recebeu herança territorial na divisão da terra conquistada por ser tribo sacerdotal,
mas 35 de suas 48 cidades que foram dadas aos levitas estavam localizadas na área do Reino do
Norte. Com o culto idólatra estabelecido por Jeroboão ± primeiro rei do Reino do Norte ± em
Dã e Betel, muitos dos levitas retiraram-se para Judá. E devido à incapacidade dos reis, às
barreiras naturais ± como o vale Jordão e montanhas nas vastidões territoriais ± que impediam o
desenvolvimento de uma unidade política sólida, os reinos de Damasco, Hamate, Amon e
Moabe sacudiram o jugo hebreu e um após outro recuperaram a sua independência. Assim os
limites do território de Israel na parte norte voltaram ao que eram antes da época davídica. 2°)
O Reino do Sul, ou Reino de Judá, com a capital em Jerusalém, abrangendo o território das
tribos de Judá, Simeão e parte de Benjamim. Como se vê, a área deste reino era muito menor e
mais pobre que a do norte. As partes anteriormente subjugadas por Davi, como algumas cidades
dos filisteus e o reino de Edom, voltaram à sua independência, reduzindo-se, assim, a extensão
territorial da parte sul do antigo Reino Unido.
G)p Com ascensão da Assíria, o Reino do Norte caiu nas mãos deste império e o povo foi levado em
cativeiro em 722 a.C. (II Rs 17.6) para nunca mais voltar às suas herdades. Em lugar do povo de
Israel os reis assírios colocaram populações de outras áreas conquistadas do seu império (II Rs
17. 21- 31), especialmente em Samaria e seus arredores (áreas de Efraim e Manassés) de cuja
mescla com os remanescentes judeus originou-se a raça dos samaritanos; raça esta que evoluiu
para uma seita que adotava a penas o Pentateuco, com variantes samaritanas, e cujo centro
34
HISTÓRIA DOS HEBREUS
religioso era o templo construído no Monte Gerizim, formado um sincretismo religioso sempre
hostilizado pelos judeus (II Rs 17.33).
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A)p Texto bíblico correspondente ± II Rs 17.4-41; Salmo 137; Ester; Ezequiel; Daniel.
B)p O reino do norte (Israel) foi transportado para a Assíria ± II Rs 17.23.
C)p O reino do sul (Judá) foi transportado para Babilônia ± II Rs 24.1.
D)p Durante os 70 anos do cativeiro babilônico e palestina como tal deixou de existir, senão como
uma província da Babilônia subdividida em setores de influência de governos fantoches das
áreas da Síria, da Samaria e de Judá. Os tributos pesados imposto pela Babilônia e a
insuportável influência das populações pagãs alienígenas a modificar os costumes judaicos e a
pureza racial entre os remanescentes (exceto na área de Judá no que diz respeito à miscigenação
das populações), fizeram com que muitos judeus que ficaram na Palestina emigrassem mais
tarde, como refugiados, para o Egito, pois temos referências bíblicas e descobertas
arqueológicas que indicam este fato (Tafnes, Migdol, Nofe ou Mêmfis e Patros, referida em
Jeremias 44.1, e Ilha Elefantina). O cativeiro babilônico cessou com a supremacia da Pérsia
sobre o mundo antigo. Quando o rei persa, Ciro, subjugou o rei da Babilônia, decretou no
mesmo ano uma lei pela qual foi dada permissão aos judeus que quisessem voltar para a tua
terra, Judéia, reconstruir o seu templo em Jerusalém e restaurar o seu culto (II Cr 36. 22 e 23).
Isto aconteceu em 538 a.C, quando, então começou o longo e penoso período da restauração do
estado judeu na Palestina, ou mais propriamente nos limites reduzidos do antigo Reino de Judá.
O panorama geográfico da nova comunidade judaica, restaurada sob a proteção persa e
administrada por governadores nomeados pela Pérsia ± como o foram Zorobabel e Neemias ±
era muito insignificante. O seu limite setentrional começava na margem ocidental do rio Jordão
pouco acima de Jericó, e passando ao norte de Babel findava em Jope, na costa do
mediterrâneo. O limite do flanco oeste partia de Jope e em direção sudeste até o Hebrom. Ao
sul o limite era uma linha entre Hebrom e o Mar Morto na Direção leste. E ao leste o seu limite
era a costa ocidental da parte noroeste do Mar Morto a e margem ocidental do rio Jordão até um
ponto pouco ao norte de Jericó. Entretanto, o fator importante era a cidade de Jerusalém, a
antiga capital, no centro desta área. A sua reconstrução (notadamente o Templo e os muros da
cidade) requereu muito sacrifício, polarizando as futuras esperanças pelo ressurgimento da vida
nacional na Terra da Promessa.
E)p Profetas que atuaram durante o cativeiro babilônico:
1)p Jeremias ± profetizou durante o cativeiro junto ao povo de Israel que ficou na terra santa,
em Jerusalém.
2)p Ezequiel ± profetizou durante o cativeiro junto ao povo de Israel exilado em Babilônia.
3)p Daniel ± profetizou durante o cativeiro junto à corte real.
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A)p Texto bíblico correspondente ± Esdras; Neemias; Ageu; Zacarias; Malaquias
B)p Israel (reino do norte) voltou muito misturado, com outras nações, para sua terra.
C)p Dessa mistura surgiram os samaritanos ± II Rs 17.24-41.
D)p Judá (reino do sul) retornou à sua terra (Jerusalém, especialmente), sem nenhuma mistura com
outros povos.
E)p Israel no período do império grego - a dominação grega secundou a persa em 331 a.C. com a
marcha de Alexandre, o Grande, sobre Jerusalém. Porém, a situação político-geográfica da
Palestina não se alterou muito. Com a morte do grande conquistador macedônio as áreas
conquistadas passaram às mãos dos seus quatros generais, dos quais, dois ±Ptolomeu e Seleuco,
respectivamente reis gregos do Egito e da Síria ± passaram a disputar a Palestina. Por 122 anos,
isto é, de 320 a 198 a.C., a Palestina permaneceu sob os Ptolomeus do Egito. Durante este
período, por força da política helenizadora dos Ptolomeus, os judeus aos poucos iam se fixando
em outras áreas da Palestina, como Galiléia, Peréia (ou Transjordânia), etc. Na guerra entre
Egito e Síria, em 198 a.C., Antioco, o Grande, que era o 6° rei selêucida da Síria, arrebatou a
Palestina ao Egito. Porém a política de Helenização dos selêucidas foi muito mais violenta que
a dos Ptolomeus.
35
HISTÓRIA DOS HEBREUS
F)p Alias, a dos Ptolomeus era apenas persuasiva, ao passo que a dos selêucidas foi de uma
violência cruel. Como resultado da tirania sacrílega dos gre-sírios eclodiu a revolta dos
Macabeus da família dos Hasmoneus, que em 167 a.C., saiu vitoriosa da luta. Seguiu-se, então,
um período de independência sob o governo dos reis-sacerdotes macabeus até 63 a.C., quando o
general romano Pompeu tomou a cidade de Jerusalém, permitindo, porém, que os macabeus
continuassem na posse do trono até 40 a.C. quando Herodes, o Grande, (um idumeu) foi
nomeado, pelo senado romano, rei da Judéia. Nesta altura Judéia já não era apenas a antiga área
do Reino de Judá, mas Judéia, Samaria, Galiléia, Traconites e Peréia.
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A)p Textos bíblicos correspondenes ± Esdras; Nemias; Ageu; Zacarias; Malaquias.
B)p Esdras reconstruiu o templo de Jerusalém (a vida religiosa reconstruída).
C)p Neemias reconstruiu os muros (a vida social e política reconstruída).
D)p Ageu, Zacarias e Malaquias foram usados por Deus durante a reconstrução de Jerusalém,
especialmente do Templo.
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A)p O período dos macabeus.
1)p As visões de Daniel ± no capítulo 7 há uma abordagem sobre o anticristo escatológico. O
anticristo que reinará durante a grande tribulação.
2)p No capítulo 8 há uma abordagem sobre o anticristo histórico (Antíoco Epifâneo).
3)p O pequeno chifre do capítulo 8 é um personagem do passado para nós.
4)p Trata-se de Antíoco IV (chamado Antíoco Epifaneo), que reino na Síria de 175 a 163 a.C.
5)p Este ímpio rei impôs nova religião aos judeus fundamentada na idolatria, e os que
desobedecessem pagariam com a morte.
6)p Estima-se que mais de 100.000 judeus morreram durante o seu reinado.
7)p Ele fez cessar os sacrifícios no templo.
8)p Saqueou o templo de Jerusalém em 169 a.C.
9)p Mudou o nome do Templo para Templo de Júpiter Olímpico.
10)pColocou uma imagem sua no Templo.
11)pSacrificou uma porca no templo e mandou borrifar o sangue no santuário.
12)pObrigou os judeus a comerem carne de porco.
13)pAntíoco Epifaneo foi morto repentinamente quando tentava saquear o templo de Diana em
Elimancia, na Pérsia.
B)p O império romano - como sabemos, em 63 a.C. Pompeu tomou a cidade de Jerusalém. Com este
feito a Judéia dos macabeus passou a ser uma província romana. Porém, só em 37 a.C., quando
Herodes, o Grande passou a governa a Judéia em nome de Roma, é que o domínio romano
como tal se fez sentir. Herodes superintendia toda a área da Palestina dos tempos de Israel,
inclusive a região de Decápolis. No ano 4 A.D., após a morte de Herodes, toda esta região foi
dividida com os seus três sucessores, dando-se o nome de Tetrarquia a cada divisão territorial.
Assim, a Herodes Arquelau ± que levou o título de etnarca - foi dada a tetrarquia de Samaria,
abrangendo as áreas Samaria, Judéia e Iduméia; a Herodes Antipas, a tetrarquia da Galiléia,
compreendendo a Galiléia e Peréia; a Herodes Filipe a região de Basã, dividida em cinco
distritos: Gaulanites, Batanea, Auranites, Ituréia e Traconites; e finalmente a Lisânias, que não
era descendente de Herodes, o Grande, coube a tetrarquia de Abilene, localizada entre Líbano e
Ante-Líbanos, região pertencente à Palestina nos dias de Salomão. Entre 41 e 44 A . D. Herodes
Agripa I, neto de Herodes, o Grande, com o advento de Calígula ao trono do Império Romano,
governou sozinho sobre todo esse vasto território das quatro tetrarquias, com sede em Cesaréia,
onde morreu ignominiosamente. (Atos 12). Após a morte de Agripa I, a região recebeu uma
nova divisão política, sendo dividida em duas províncias: ao norte, a chamada Quinta Província,
que se compunha das tetrarquias de Filipe e de Lisânias, governada por Herodes Agripa II, e
Província da Judéia, abrangendo Judéia, Samaria, Galiléia e Peréia, governada por procuradores
romanos, com sede em Cesaréia. Ambas permaneceram até o ano 70 A.D., quando da revolta
dos judeus sufocada pelos romanos, sob o comando general de Tito, liquidou de novo o Estado
judaico, anexando-o à Síria.
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36
HISTÓRIA DOS HEBREUS
A)p Textos bíblicos correspondentes ± Mateus, Marcos; Lucas, João.
B)p Os Evangelhos tratam da popularidade, rejeição e crucificação do Salvador Jesus Cristo.
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A)p O apóstolo Pedro escreve aos crentes dispersos por causa da destruição de Jerusalém ± Primeira
Epístola de Pedro ± (I Pe).
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A)p Textos bíblicos correspondentes ± Ezequiel 37; Isaías 66.8.
B)p Isaías 66.8 ± ³Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer
nascer uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já
deu à luz seus filhos.
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A)p História de Israel até hoje - depois do ano 70 da nossa era, destruído o Templo e arrasada a
cidade de Jerusalém, devastadas as cidades e povoações de área da Judéia reduzidas a escravos
fugitivos ou cadáveres, a Palestina deixou de ter qualquer importância política. Só depois no
ano 323 A.D., quando o Imperador Constantino abraçou o Cristianismo e cessaram as
perseguições aos judeus e cristãos, é que a Palestina gozou de alguma importância, porém, antes
por tratar-se de berço do Cristianismo do que por ser a terra dos Judeus. Mas com a decadência
do império romano (476 A.D)pa Palestina foi relegada a um longo esquecimento até quase o fim
da Primeira Guerra Mundial, quando os aliados invadiram e libertaram a Palestina do Império
Otomano abrindo em seguida, com a famosa Proclamação de Balfour (1917), as portas do país à
imigração judaica em ampla escala.
B)p Desde a queda do império romano ocidental até as dias atuais a Palestina esteve sob a mais
variadas influencias políticas, cujo quadro cronológico segue abaixo:
C)p De 476 a 634 ± A Palestina é uma província longínqua e insignificante do Império Romano
Oriental com sede em Constantinopla.
D)p De 634 a 750 ± É governada pelos califas (soberanos muçulmanos) do reino de Damasco,
conquistado pelos árabes.
E)p De 750 a 960 ± Torna-se parte do governo Sírio dos domínios árabes.
F)p De 1095 a 1187 ± Período das Cruzadas para libertar a Terra Santa das mãos dos muçulmanos.
G)p De 1187 a 1250 ± A Palestina torna-se parte do Império Muçulmano sob a chefia de Saladino.
H)p De 1250 a 1517 ± Governam a Palestina os mamelucos egípcio (forças militares egípcias
formadas pelos escravos).
I)p De 1517 a 1914 ± A Palestina faz parte do Império Otomano, estabelecido pelo sultão Selim I.
J)p De 1914 a 1918 ± Após a invasão da Palestina pelos aliados, a Inglaterra, atendendo às
aspirações do movimento sionista em todo o mundo (Sociedade de Amigos de Sião,
organização judaica que desde 1869 começou a promover a colonização da Palestina pelos
judeus), emite uma declaração oficial em 2 de novembro de 1917, pelo secretário do Exterior
Lord Balfour, apoiando ³a criação, na Palestina, de um lar para o povo judeu e que envidará o
máximo esforço para conquista desse objetivo´, declaração esta que passou a ser conhecida
como a Declaração de Balfour. Já em 1918 incrementou-se consideravelmente a imigração dos
judeus para a Palestina.
K)p De 1918 a 1948 ± Por delegação da Liga das Nações, a Inglaterra assume, em 1922, o Mandato
da Palestina, cujo conteúdo responsabiliza ³a Potência Mandatária por colocar a pais em
condições políticas administrativas e econômicas que garantam a instalação do lar nacional
judeu e o desenvolvimento de instituições autônomas´. No mesmo Mandato foram delimitadas
as fronteiras do país, excluindo a Transjordânia da Palestina. O mandato terminou em 15 de
Maio de 1918, com a retirada da administração britânica que o cumpriu procurando restaurar o
país com a colaboração da Agência Judaica, que foi a própria organização sionista.
L)p De 1948 a 1949 ± A 29 de Novembro de 1947 a Assembléia das Nações Unidas, sob a
presidência do eminente brasileiro Oswaldo Aranha, votou a resolução que recomendava o
estabelecimento, na Palestina, de um Estado Judeu e de um Estado Árabe. Os árabes palestinos,
não conformados com a partilha, logo deram início a uma série de hostilidade contra a
37
HISTÓRIA DOS HEBREUS
população judaica que resistiu heroicamente, liquidando, em poucos meses, a provocação. E a
14 de Maio de 1948 foi proclamado o Estado de Israel com a estrutura de república
democrática, o primeiro governo autônomo judaico em mais de 2000 anos. No dia seguinte,
exatamente quando terminara o Mandato inglês na Palestina, os Estados da Liga Árabe ±
Jordânia, Síria, Líbano, Iraque, Egito e Arábia Saudita ± invadiram o território do Estado de
Israel com o propósito de liquidá-lo. Estava deflagrada a Guerra Israelense de Independência,
que só terminou em 1949 com a assinatura de armistícos, em separado, com Egito, Jordânia,
Líbano e Síria, depois de varridas as forças atacantes nas três frentes, resultando em uma
³ampliação de área do Estado além das fronteiras propostas pelas Nações Unidas´ na chamada
Resolução da Partilha.
M)p De 1949 a 1967 ± Já em 1955 voltaram a registrar-se incursões de bandos armados egípcios no
território israelense, saqueando bens e matando centenas de judeus, provocação que resultou na
invasão da península do Sinai por Israel em outubro de 1956, terminando por vencer o inimigo
e destruir suas bases de penetração. As Nações Unidas constrangeram as forças israelenses a se
retirarem às suas fronteiras anteriores, sob promessas de levantar o bloqueio egípcio à entrada
do Golfo de Acaba, que impedia a navegação com o porto de Eilat no extremo sul do país,
guarnecer, com força internacional neutra, a fronteira com Egito para fazer cessar as incursões
provocadas. Terminou assim, a chamada Guerra do Sinai. De fato as promessas foram
cumpridas, mas dez anos depois, a pedido o Egito, (aliado da Síria, provocadora da tensão) as
forças internacionais foram retiradas da fronteira israelense e em 5 de junho de 1967 Israel foi
invadida pelos quatros países árabe simultaneamente ± Síria, Jordânia, Egito e Argélia,
arrastando consigo mais oito estados árabes. Israel enfrentou os inimigos em três frentes ± Síria,
jordaniana e egípcia ± destruindo o poder beligerante dos mesmos em cerca de 100 horas e
ocupando todas as áreas ao ocidente do Jordão e quase toda a Península do Sinai. Mediante um
apelo das Nações Unidas, no sentido de cessar fogo, a luta terminou com grandes vantagens
para Israel que, sozinho, derrotou uma aliança de nações. Por proposta da União Soviética a
ONU apelou para que as forças israelenses voltassem às posições anteriores ao inicio do
conflito, mas Israel respondeu que só aceitaria quaisquer discussões de condições de paz
definitiva, direta e separadamente com seus vizinhos.
A)p Vida em Israel (religiosa, social, política, econômica).
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Judá não ficou sem seu castigo. Cerca de 130 anos depois da tomada de Samaria pelos assírios,
Jerusalém foi destruída e o povo levado em cativeiro para Babilônia, por ter continuamente cometido todas as
abominações citadas em II Crônicas 36. 13 e 14, e rejeitado as repreensões do Senhor, como se vê nos
versículos 15 e 16, e ainda por haver desobedecido à ordem divina de dar descanso à terra. Assim a Judéia foi
assolada, durante 70 anos, pela ausência de chuvas, esterilidade do solo e fome. Jeremias escreveu: ³E toda terra
virá a ser um deserto e um espanto; e estas nações servirão ao rei de Babilônia setenta anos. Acontecerá, porém,
que, quando se cumprirem os setenta anos, visitarei o rei de Babilônia, e esta nação, diz o Senhor, castigando a
sua iniqüidade, e a da terra dos caldeus; farei deles uns desertos perpétuos´. (Jr 25.11 e 12).
O mandamento do descanso da terra, cujo não cumprimento foi uma das causas da desolação de Judá,
está em Levítico 25. 2-4; ³Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: quando tiverdes entrado na terra, que eu vos dou,
então a terra guardará um sábado ao Senhor. Seis anos podarás a tua vinha, e colherás a sua novidade; porém ao
sétimo ano haverá sábado de descanso para a terra, um sábado ao Senhor; não semearás o teu campo e nem
podarás a tua vinha´. Tudo indica que o povo de Israel deixou de guardar este mandamento desde que Saul
iniciou seu reinado, pois o cativeiro de Judá corresponde aos 70 anos sabáticos dos 490 anos compreendidos
entre a coroação de Saul, no ano 1095 a.C., e o início do cativeiro babilônico, em 605 a.C. A Bíblia é clara,
quando diz: ³Para que se agradasse dos seus sábados: todos os dias da desolação repousou, até que os setenta
anos se cumpriram´ (II Cr 36.21).
Mais tarde, já na Era Cristã, cumprem-se plenamente, as profecias da dispersão total da Casa de Israel.
Daniel e Jesus predisseram essas calamidades, ocorridas a partir do ano 67: ³E depois das sessenta e duas
semanas será tirado o Messias, e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o
santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações´ (Dn
9. 26). ³Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre
pedra que não seja derrubada´. (Mt 24.2). ³Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua
paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos; Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos
te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todos os lados; E te derrubarão, a ti e aos teus filhos
que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua
visitação´. (Lc 19. 42-44).
Vespasiano e seu filho Tito tentaram impedir que o suntuoso templo de Herodes fosse destruído, mas
nada conseguiram. As palavras de Daniel e de Jesus tiveram cabal cumprimento. Mais tarde, entre 132 e 135 d.
C., perto de 600 mil judeus morreram na revolta contra os romanos, liderados pelo falso messias Bar Cochba.
Então, o imperador Adriano proibiu a prática do judaísmo, sob pena de morte; mudou o nome de Jerusalém para
Aélia Capitolina, proibiu os judeus de morrerem nessa cidade, e deu o nome de Síria Filistia à Judéia.
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As profecias acerca da dispersão dos judeus afirmam claramente que eles seriam lançados de um lugar
para outro, entre as nações. A história registra o fiel cumprimento dessas predições bíblicas. Os judeus foram
expulsos da ilha de Chipre em 115; foram expulsos da França em 1254, por ³São´ Luiz; foram expulsos da
Inglaterra em 1290; foram expulsos da Hungria entre 1349 e 1360; foram expulsos da Áustria em 1421; foram
expulsos da Espanha em 1492; foram expulsos da Lituânia em 1495; foram expulsos de Portugal em 1496;
39
HISTÓRIA DOS HEBREUS
foram expulsos da Sicília a da Sardenha em 1497; foram expulsos do Reino de Nápoles em 1541; foram
expulsos de Berlim em 1573; foram novamente expulsos da Áustria em1670; foram expulsos de Praga em 1745;
foram novamente expulsos da Rússia em 1747; foram novamente expulsos de Moscou e São Petersburgo em
1891; e, finalmente, têm sido expulsos, em massa, dos países árabes, desde 1948.
A Bíblia também previu que,enquanto os filhos de Israel vivessem entre as nações, seriam humilhados e
perseguidos, conforme Levítico 26. 33, onde o próprio Deus afirma:³E espalhar-vos-ei entre as nações, e
desembainharei a espada atrás de vós; e a vossa terra será assolada, e as vossas cidades serão desertas´. A
História registra fartamente esses sofrimentos:
Em 613, é decretada na Espanha a conversão compulsória dos judeus ao Catolicismo Romano.
Nos anos 640, 721 e 873 os judeus do Império Bizantino são forçados a converter-se ao cristianismo.
Em 1084, ocorre o primeiro, confinamento dos judeus numa cidade, em Speyer, na Alemanha.
Em 1096, os cruzados alemães exterminam diversas comunidades judaicas.
Em 1099, os judeus de Jerusalém são massacrados pelos cruzados.
Em 1113, ocorreu o primeiro pogrom, ou massacre, da história na cidade Kiev, Ucrânia.
Em 1146 e em 1391, os judeus espanhóis são forçados a converter-se ao Catolicismo.
Em 1251, o Concílio de Latrão impõe aos judeus trajes diferentes e uma mancha amarela.
Em 1266, o Concílio de Breslau tenta implantar os guetos na Polônia.
Em 1348, a epidemia da Peste Negra, cuja causa foi atribuída aos judeus, marca o extermínio de
numerosas comunidades judaicas na Europa.
Em 1355, 12 mil judeus de Toledo, na Espanha, são assassinados.
Em 1420, a comunidade judaica de Toulosa é aniquilada.
Em 1481, iniciam-se, na Espanha, os primeiros ³autos-de-fé´ da Inquisição.
Em 1502, todos os judeus de Rodes são forçados a se converterem ao Catolicismo, sob ameaça de
expulsão e escravatura.
Em 1516, milhares de judeus são exterminados em Lisboa. Neste mesmo ano é criado o gueto de
Veneza.
Em 1556, o papa Paulo IV estabeleceu um gueto em Roma.
Entre 1648 e 1650, 200 mil judeus são massacrados na Polônia.
Em 1838, a comunidade judaica de Meshed é forçada a converter-se ao Islã.
Entre 1871 e 1921, em quase todos os municípios da Rússia os pógrons eliminam centenas de milhares
de judeus.
Em 1894, o processo Dreifus, em Paris, assinala o anti-semitismo dos franceses.
Em 1939, a Inglaterra proíbe a entrada de judeus na Palestina.
Entre 1939 e 1945, 6 milhões de judeus são exterminados pelos nazistas em diversos campos de
concentração.
Todavia, haveria de chegar o tempo em que as humilhações dos dispersos de Israel chegariam ao fim.
Deus prometeu trazer seu povo de volta à sua antiga pátria.³E há de ser que naquele dia o Senhor tornará a pôr a
sua mão para adquirir outra vez o remanescente do seu povo, que for deixado, da Assíria, e do Egito, e de
Patros, e da Etiópia, e de Elã, e de Sinar, e de Hamate, e das ilhas do mar´. (Isaías 11.11). ³Dize-lhes pois:
Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu tomarei os filhos de Israel dentre os gentios, para onde eles foram, e os
congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra´. (Ezequiel 37.21). ³E trarei do cativeiro meu povo Israel,
e eles reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o seu vinho, e farão
pomares, e lhes comerão o fruto´. (Amós 9.14).
Entretanto, o profeta Daniel, quando trata da profecia das 70 semanas de anos, dá a entender que haveria
um longo tempo entre a dispersão e o retorno de Israel: ³E depois das sessenta e duas semanas será cortado o
Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu
fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações´. (Daniel 9.26).
Durante o tempo em que a Judéia ficaria assolada, os judeus, embora perseguidos, não perderiam sua
identidade e nem se esqueceriam do seu Deus: ³Ainda que os espalhei por entre os povos, eles se lembrarão de
mim em lugares remotos; e viverão com seus filhos, e voltarão´. (Zacarias 10.9).
Convém salientar que o atual retorno dos judeus à Palestina é inconfundível com o retorno de Babilônia
dos dias de Esdras e Zorobabel. O texto de Isaias 11, versículo 11, é claro: ³O Senhor tornará a estender a sua
mão, para adquirir outra vez os resíduos do seu povo´. Notem bem o tornará e o outra vez. Isaías também
aponta os lugares de onde os judeus voltariam: da Assíria, que hoje compreende parte do Iraque, do Irã e da
Turquia; do Egito e de Patros, ou seja, do Baixo e do Alto Egito; da Etiópia; do Elão, que corresponde à Pérsia,
ou ao moderno Irã; De Sinear, que é Babilônia, no atual Iraque; de Hamate, que corresponde ao país dos sírios
40
HISTÓRIA DOS HEBREUS
e, finalmente, das ilhas, ou costas do mar que vêm a ser o restante do mundo banhado pelos oceanos. Nos
últimos 50 anos, o povo de Israel tem retornado de mais de 90 nações diferentes, de todos os continentes.
Através do profeta Jeremias, Deus diz: ³Eis que os trarei da terra do norte, e os congregarei das
extremidades da terra; entre os quais haverá cegos e aleijados, grávidas e as de parto juntamente; em grande
congregação voltarão para aqui´. (Jeremias 31.8). Esta profecia tem sido cumprida de forma literal,
principalmente quando cerca de 700 mil judeus foram expulsos em massa dos países muçulmanos no primeiro
ano de Estado de Israel.
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No dia 29 de agosto de 1897, no primeiro Congresso Sionista, realizado na cidade suíça de Basiléia, o
grande líder Teodor Herzl disse estas proféticas palavras: ³Dentro de cinco ou cinqüenta anos, o estado judeu
será uma realidade´. Esta predição parecia de todo impossível de cumprir-se. Entretanto, vinte anos mais tarde
os ingleses derrotam os turcos otomanos, assumem o controle da Palestina e promete aos judeus uma parte da
Terra Santa. A Proclamação Balfour, de 2 de novembro de 1917, entre outras coisas, dizia: ³O governo de Sua
Majestade encara favoravelmente o estabelecimento da Palestina de um lar nacional para o povo judeu, e usará
melhores empenhos no sentido de facilitar a realização deste objetivo.
Trinta anos depois se cumpriam, tanto a predição de Herzl como a profecia de Isaías capitulo 66
versículo 8, onde lemos:³Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer
uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos´.
O Estado de Israel nasceu no dia 29 de novembro de 1947, na Organização das Nações Unidas, sob a
presidência do Chanceler brasileiro Oswaldo Aranha. Foram 33 votos a favor, 13 contrários e 10 abstenções. A
Inglaterra, por não cumprir sua promessa aos judeus, se absteve de votar, e nela cumpriu-se a profecia de
Gênesis 12, versículo 3. De maior império do mundo, declinou até chegar a uma potência de terceira categoria.
Mais uma vez a Escritura Sagrada se mostrou fiel.
Para que a nova nação viesse à luz, Sião teve de sofrer profundas dores de parto. Estas dores foram o
extermínio de seis milhões de judeu durante a Segunda Guerra Mundial.
Estabelecidos novamente em sua terra, os judeus não mais seriam arrancados de lá. Por isso venceram
milagrosamente todas as guerras que lhes moveram os árabes, cumprindo-se à risca, a palavra do próprio Deus,
que diz pela boca do profeta Amós: ³E plantá-los-ei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que
lhes dei, diz o SENHOR teu Deus´.
O Senhor Jesus, ao comparar Israel a uma figueira, alertou seus discípulos: ³E disse-lhes uma parábola:
Olhai para a figueira, e para todas as árvores; Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as,
que perto está já o verão. Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus
está perto´. (Lc 21. 29-31).
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Há um aspecto importante nas profecias acerca de Israel que passou despercebido ao próprio Teodor
Herzl. É o que diz respeito ao nome do país. Herzl falou e escreveu muito sobre o Estado Judeu, certamente
ignorando muitas passagens do Antigo Testamento, acerca desse futuro país, das quais menciono estas três: ³E
desterrar-se-á a inveja de Efraim (Casa de José; ou Reino das Dez Tribos ou Samaria), e os adversários de Judá
serão desarraigados; Efraim não invejará a Judá e Judá não oprimirá a Efraim´. (Isaías 11.13) ³E deles farei uma
nação na terra, nos montes de Israel, e um rei será rei de todos eles; e nunca mais serão duas nações, nunca mais
para o futuro se dividirão em dois reinos´. (Ez 37.22). ³E os filhos de Judá e os filhos de Israel juntos se
congregarão e constituirão sobre si uma única cabeça, e subirão da terra; porque grande será o dia de Jizreel´
(Os 1.11). Devo salientar que a expressão ³Efraim´, no texto de Isaías, corresponde ao Reino do Norte, também
conhecido por Casa de José, Reino das Dez Tribos e Samaria.
Por estas passagens percebemos que todos os israelitas, no seu retorno final à Palestina formariam uma
só nação. No dia 14 de maio de 1948, já às vésperas da proclamação da independência, não se sabia ainda como
se chamaria o novo país. Entre os vários nomes propostos, quase que o de Judéia foi escolhido, mas, no último
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momento, a eleição indicou Israel, nome que demonstra uma nação unida. Isto é muito significativo, porque, se
houvesse sido chamado Judéia, estaria perpetuada a antiga divisão entre as tribos de Israel.
Na passagem de Ezequiel, já referida; o próprio Deus promete que um Rei será de todos eles. Esta
promessa está repetida nos versículos 24 e 25, do mesmo capítulo 37, que diz: ³E meu servo Davi reinará sobre
eles, e todos eles terão um pastor e andarão nos meus juízos, e guardarão os meus estatutos, e os observarão. E
habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na qual habitaram vossos pais; e habitarão nela, eles e seus filhos, e
os filhos de seus filhos para sempre, e Davi eu servo, será seu príncipe eternamente´. O rei indicado nestas
passagens é o Senhor Jesus Cristo, que inaugurará aqui na Terra um reino que não passará a outro povo, mas
será estabelecido para sempre.
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³Porque assim diz o Senhor: Cantai sobre Jacó com alegria, e exultai por causa do chefe das nações;
proclamai, cantai louvores, e dizei: Salva, Senhor, ao teu povo, o restante de Israel´. (Jr 31.7). Por falar na 3ª
pessoa, o profeta certamente dirige-se à Igreja verdadeira, a única que pode interceder por Israel e louvar a Deus
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HISTÓRIA DOS HEBREUS
por tudo que ele tem feito em favor da descendência natural do patriarca Abraão. É bom salientar que o
Vaticano não reconhece o Estado de Israel, e que o Concílio Mundial de Igrejas tem adotado diversas resoluções
contrárias ao país dos judeus. Por isso somente a Igreja fiel pode atender ao apelo de Deus. Devemos então,
interceder, dizendo: ³Salva, Senhor, o resto do teu povo!´ Deus já manifestou sua intenção, porém espera que
oremos. Nós somos cooperadores de Deus! Ele nos convoca à intercessão, o que representa para nós um elevado
privilégio.
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Visitar Israel é um sonho acalentado por milhões de pessoas em cada geração. Raízes étnicas, históricas
e religiosas ligam essa terra e esse povo a toda a humanidade. O mundo islâmico reconhece a necessidade de
contatar com JERUSALÉM para contemplar as terras palmilhadas, num passado remoto, pelo inesquecível
profeta e apóstolo da fé, ABRAÃO.
O mundo cristão jamais poderia dissociar a Palestina de sua própria história, posto que foi o lugar
escolhido pelo Criador para que seu filho ministrasse aos homens a mensagem do Evangelho, do bem, do amor
e do perdão. Também foi nas cercanias de Jerusalém que Ele se ofereceu, num sacrifício sem par, para resgatar
os homens de seus pecados. Jesus Cristo amou Jerusalém, chorou sobre ela, morreu contemplando-a, nunca lhe
perdeu de vista.
Israel é um milagre da história, um milagre de fé, Israel é um milagre de Deus. Em Israel está um pouco
do próprio coração de Deus. Por isso, muitas emoções nos causam o estudo da História, desse povo que foi
escolhido, guardado, castigado e restabelecido pelo próprio Deus.
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1ª) Apostila fornecida pela FATADEB ± Faculdade de Teologia das Assembléias de Deus de Brasília.
2ª) Reestruturação dos tópicos e acréscimos efetuados pelo Pr. João Antonio de Miranda (CGADB 11.540), em
maio de 2009.
3º) Daniel, um homem amado no céu ± Hernandes Dias Lopes (Ed. Hagnos).p
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