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Secretariado Executivo Bilíngüe/ Office administration 145

A IMPORTÂNCIA DA EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO A CLIENTES DE VENDAS:


ESTUDO DE CASO NUMA EMPRESA DE UBERABA-MG

C A M P O S F ER R EIR A ; N . V .; A L M EID A F R A N C ISC O , W . 2


1
P rof. M Sc. C urs o de Secretariado Executivo Bilíngue, F A Z U - F aculdades A s s ociadas de U b erab a, A v. do T utunas , 7 20 –
C EP 3 8 0 6 1-50 0 , U b erab a – M G , e-m ail: nilcevieira@ h otm ail.com
2
Secretá rio Executivo Bilíngüe. G raduado p ela F A Z U . w els onalm eida@ h otm ail.com

RESUMO: o ob jetivo des ta p es q uis a foi analis ar q ues tõ es referentes a com o atingir a excelê ncia no atendim ento aos
clientes na á rea de vendas . N um p as s ado nã o m uito dis tante, o gerente de vendas era um p rofis s ional ap enas p reocup ado
em gerenciar negó cios , fech ando vendas . H oje, com a com p lexidade de m ultinegó cios e m ultip rodutos , ele deve s er um
es trategis ta de cam p o, ao m es m o tem p o p lanejar e tom ar decis õ es . P recis a es tar q ualificado p ara p lanejar, dirigir e
controlar todas as atividades da forç a de vendas em m ercados ins tá veis e q ue exigem rá p ido cres cim ento. Es te es tudo
p retende m os trar um a vis ã o m ercadoló gica des s e tip o de trab alh o. A b orda as funç õ es b á s icas de gerenciar, p lanejar,
organiz ar, dirigir es trategicam ente e controlar. Exp lora os p roces s os m etodoló gicos e a aná lis e de dados ob tidos em um a
p es q uis a realiz ada num a em p res a de vendas . O s res ultados evidenciaram alguns p ontos ch aves relativos ao
des envolvim ento do trab alh o em vendas com o facilitador do ê xito, a com b inaç ã o de fatores com o atendim ento,
confiab ilidade, m arca e p reç o. O ob jetivo do es tudo teve com o p rincip al foco a com p reens ã o acadê m ica do as s unto e, ao
m es m o tem p o, avaliar os fatores contextuais q ue determ inam os us os de algum as p rá ticas nas s ituaç õ es de com unicaç ã o
entre o vendedor e o cons um idor, com o um es forç o de s is tem atiz aç ã o de algum as tarefas rotineiras ao p rofis s ional de
vendas , p ois s ua atividade é e continuará a s er extraordinariam ente des afiante. O p rofis s ional p ara atingir a excelê ncia
deve q ues tionar as neces s idades ap res entadas e ajudar o cliente a identificar aq uelas q ue ainda es tã o ocultas , p ois
des envolve p ara a em p res a um a aç ã o lucrativa q ue s erá eficaz s om ente s e atender à s neces s idades da em p res a, do cliente,
da fam ília ou grup o s ocial e as p ró p rias neces s idades .
PALAVRAS-CH AVE:Excelê ncia no atendim ento. D es em p enh o e res ultados . P rofis s ionaliz aç ã o.

AN EXCELLENCE IN SERVING CLIENTS IN TH E SALES AREAS

ABSTRACT: T h is s tudy aim s at analy z ing th e facts th at lead to an excellence in s erving clients in th e s ales areas . N ot s o
m any y ears ago, th e s ales m anager w as s om eone w h o only w orried ab out conducting and clinch ing a deal. N ow aday s , w ith
th e com p lexity of m ultib us ines s and p roducts , th e m anager m us t b e a s trategis t, p lanning and m ak ing decis ions . T h e s ales
p rofes s ional needs to b e q ualified to p lan, lead and control all th e activities concerning to b uy ing and s elling in incons tant
m ark ets , w h ich req uire s ale grow th . T h is s tudy als o intends to give th e p rofes s ionals a real view of h is or h er m ark et. F or
th is reas on, it w as divided in th ree p arts . T w o of th em dis cus s th e b as ic functions of m anaging th at are p lanning,
organiz ing, leading us ing s trategies and controlling. T h e th ird one exp lores th e m eth odological p roces s es and th e data
analy s es th at w ere gotten from a res earch carried out in one com p any . T h e res ults s h ow ed s om e k ey factors related to th e
w ork ing develop m ent in s ales as s ucces s facilitator, a com b ination of s ervice, reliab ility , tradem ark and p rice. T h us , th e
m ain goal of th is p roject w as to m ak e it p os s ib le as an academ ic is s ue and at th e s am e tim e, as s es s th e factors th at
des tining th e us e of s om e p ractices during com m unications b etw een th e s ales as s is tant and th e cons um er. A ll of th is is jus t
to s y s tem atiz e s om e s ales m an's daily tas k s s ince b its w ork is and w ill b e ch allenging. T h e p rofes s ionals to ach ieves
excellence m us t q ues tion th e neces s ities ab ove m entioned and h elp th e client to figure out th os e w h ich are b idden, b ecaus e
th ey w ill b e effective if th ey s erve th e needs of th e clients , fam ily or s ocial group , com p any and th ey th em s elves .
K EY W ORDS: Service excellence. P erform ance and res ults . P rofes s ionalis m

rep res entam o p ap el de líderes tê m a m is s ã o de levar cada


INTRODUÇ Ã O
um a res gatá -la, p orq ue ela res ulta na com unicaç ã o ideal
N a atualidade, era conh ecida com o da inform aç ã o e
nas em p res as . A cim a de tudo, p ortanto, um b om
do conh ecim ento, o s uces s o do p rofis s ional de vendas nã o
des em p enh o no trab alh o com a á rea de vendas , es tá ligada
dep ende ap enas de q uem é m ais es forç ado, es p erto ou
ao conceito de com unicaç ã o eficaz com o p otencial
exp eriente. M es m o os cam inh os convencionais com o
individual; é a m á xim a de q ue cada p rofis s ional deve atuar
talento, exp eriê ncia, m otivaç ã o e conh ecim ento nã o s ã o
com o m aterial h um ano de q ualidade, exp res s ando valores ,
m ais s uficientes . H oje, cada um tam b é m deve dom inar a
es s enciais a um b om res ultado de s uas atividades .
arte de us ar a p alavra e s eus efeitos . N ada m ais jus to, já
A s f orm as h ab ituais p or m eio das q uais um a
q ue s om os ins trum entos e p rodutos da nos s a com unicaç ã o
em p res a p ode realiz ar o atendim ento ao cliente s ã o p elos
com o p ró p rio p otencial. U m a vez q ue os funcioná rios
contatos interp es s oais entre o cliente e o vendedor, ou do
b analiz aram es s e tip o de com unicaç ã o, aq ueles q ue
contato com algum a p arte da es trutura fís ica da em p res a,

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p or m eio de eq uip am entos ou ins talaç õ es . N es s es contatos , P or tudo is s o, aq ueles p rofis s ionais q ue
denom inados m om entos da verdade, o cliente ob té m um a des em p enh am b em o s eu p ap el p odem atuar com o líderes
im p res s ã o favorá vel ou des favorá vel da q ualidade do p ara os "personag ens secu ndá rios", is to é , aq ueles q ue nã o
atendim ento, com p arado à s s uas neces s idades . P or is s o, ch egaram ainda ao es tá gio de faz er us o de s eu p otencial
dep endendo da m aneira com o é realiz ado o s erviç o, es ta interno com o deveriam , m as q ue, um dia, tam b é m vã o
interaç ã o p oderá determ inar o retorno ou nã o do cliente. m os trar o s eu m elh or des em p enh o e um a caracterís tica q ue
Bas eado nes s a as s ertiva, p erceb e-s e a neces s idade im p lica nis to é a cap acidade p ara m udar, ap os tando no q ue
de des envolver um es tudo s ob re a s is tem atiz aç ã o do é novo.
atendim ento ao cliente, cons iderando-s e os as p ectos C onform e L eite (20 0 0 ), a b us ca da com unicaç ã o
culturais do p es s oal envolvido, do am b iente e do p roces s o com o p otencial interno é p rioridade nes s es tem p os de cris e
de atendim ento ao cliente, com o um a cadeia de valor p ara e des em p rego e envolve a trans form aç ã o interior, q ue leva
o cliente e q ue, p ortanto, p os s a p rop orcionar s atis faç ã o à s m udanç as externas , a p artir de nova p ercep ç ã o do
um a vez concluído o s erviç o. p ró p rio p otencial; a cons cientiz aç ã o s ob re valores
O p rofis s ional de vendas deve q ualificar-s e p ara es s enciais internos , em geral, negligenciados ; a vontade e
p lanejar, dirigir e controlar todas as atividades da forç a de determ inaç ã o, p ara em p reender e s up erar des afios , s em
trab alh o em m ercados ins tá veis e q ue exigem rá p ido m edos ou p reconceitos ; a s ab edoria e p ercep ç ã o/intuiç ã o,
cres cim ento das vendas . Es te es tudo p retende exp or um a p ara m anter a com unicaç ã o eficaz com o p oder e o
vis ã o m ercadoló gica des s e tip o de atendim ento. P ara tanto, p otencial internos ; a cap acidade de doar conh ecim ento; a
a ob ra foi dividida em 3 p artes , e p rocura exp lorar, na dedicaç ã o, lealdade e s olidariedade, atravé s da cap acidade
verdade, as funç õ es b á s icas de gerenciar: p lanejar, de auto-es tim a, de res p eito aos dem ais e de ap oio; a clarez a
organiz ar, dirigir e controlar, de m odo a facilitar a de intenç õ es , q ue revela a intenç ã o em cada m ens agem
com p reens ã o acadê m ica e, ao m es m o tem p o, p ragm á tica, em itida e receb ida; a verdade e concentraç ã o, p ara
com o um es forç o de s is tem atiz aç ã o de algum as tarefas com unicar e ob ter credib ilidade atravé s de p alavras e atos ;
rotineiras ao p rofis s ional de vendas , p ois s ua atividade o eq uilíb rio e h arm onia, p ara s us tentar p rop ó s itos e atingir
continuará a s er extraordinariam ente des afiante. m etas .
Sã o exp lorados fatores q ue com p rovam q ue, a um Es s as caracterís ticas es s enciais ao p rofis s ional
p roduto encontram -s e atrelado a um grande nú m ero de vinculado à á rea de vendas exigem algum as
atividades de s erviç os , tais com o a dis trib uiç ã o do p roduto, cons cientiz aç õ es do indivíduo q ue des eja s e des tacar no
as vendas , a as s is tê ncia té cnica e o treinam ento, entre m ercado e b us car p ara s i m elh ores res ultados . D entre
outras atividades , b em com o as exigê ncias criadas p elo es s as , encontra-s e a m arca do p rofis s ional com p rom etido
m ercado, o q ue ob riga as em p res as a s e relacionarem com s eu trab alh o e com s eu des em p enh o. A b us ca
m elh or com os clientes . cons tante deve s er o dom ínio da arte de p ens ar e us ar a
A b orda tam b é m a com p etê ncia neces s á ria ao p alavra e s eus efeitos , no com ando de aç õ es p rodutivas .
p rofis s ional p ara criar diferenciais com p etitivos , a p artir de P or outro lado, as caus as reais de m aus res ultados
um a p res taç ã o de s erviç os cada vez m elh ores , de f orm a a devem s er p erceb idas e nã o negligenciadas . U m a delas , a
garantir a s ob revivê ncia futura de q ualq uer em p res a, p ois deficiente com unicaç ã o q ue os funcioná rios cos tum am
o p rob lem a é q ue o ato de vender nã o é m ais s inô nim o de es tab elecer com o p ró p rio p otencial deve s er trab alh ada, de
convencer o cliente a com p rar, m as é p recis o q ue os m odo a ob ter m elh ores res ultados .
vendedores s ejam cap az es de faz er vendas q ue agreguem
valor, tanto p ara o cliente q uanto p ara a em p res a, MATERIAL E MÉ TODOS
incentivando e es tab elecendo relacionam entos duradouros .
A lé m de ap res entar a aná lis e de dados de um a em p res a de T oda p es q uis a ob jetiva es clarece o q ue es tá oculto,
vendas q ue atua em U b erab a e regiã o, o q ue confirm a os b us cando um a com p reens ã o p articular daq uilo q ue s e
p ontos defendidos no referencial teó rico, um a vez q ue as es tuda, de m odo a analis ar o s ignificado da f orm aç ã o. P ara
em p res as s ã o form adas p or p es s oas e algum as as s um em os o trab alh o entre os p rofis s ionais na á rea de vendas ,
p ap é is de "personag ens principais" e outros de utiliz ou-s e um referencial teó rico cons truído s egundo
"personag ens secu ndá rios". O s p rim eiros , em m inoria, s ã o p rincíp ios da p ers p ectiva s ó cio-h is tó rica, realiz ando um
caris m á ticos , líderes p or excelê ncia, cons cientes de q ue s ã o es tudo q ualitativo num a em p res a da á rea de vendas do
res p ons á veis p or p ens am entos , p alavras , aç õ es e s eus m unicíp io de U b erab a / M G .
efeitos . A final, o q ue diz em e faz em afetam , de algum M arconi e L ak atos ( 20 0 2, p . 17 4) colocam q ue
m odo, a p ró p ria im agem e a im agem das em p res as . "toda p es q uis a im p lica o levantam ento de dados de
(L EIT E, 20 0 0 ). variadas fontes , q uais q uer q ue s ejam os m é todos ou
Segundo o m es m o autor, os p ers onagens p rincip ais té cnicas em p regadas .” A s s im , num p rim eiro m om ento foi
tê m , ainda, a m is s ã o de exp res s ar o m elh or do s eu realiz ada um a p es q uis a b ib liográ fica, de m odo a
p otencial, p erm anecendo no com ando de s uas aç õ es , fundam entar as aná lis es a s erem realiz adas p os teriorm ente.
atentos à p ró p ria tendê ncia natural a com eter falh as . O C om o ins trum entos de coleta de dados , entre os
p ap el q ue des em p enh am é es s encial, entã o, p ara a reduç ã o m é todos dis p oníveis e coerentes com a p es q uis a
das falh as h um anas nas em p res as , o q ue leva ao aum ento des envolvida, a entrevis ta foi es colh ida p orq ue
da q ualidade e da p rodutividade, e s ignifica retorno em cons ideram os q ue ela ap res enta p os s ib ilidade de diá logo
term os econô m icos e de im agem . entre o p es q uis ador e o inform ante, p erm itindo cap tar a

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inform aç ã o des ejada. Sob re a es colh a da entrevis ta, es ta cidades p ró xim as com o: P lanura, C onceiç ã o das A lagoas ,
tam b é m foi b as eada nos fundam entos de M arconi e C onq uis ta, D elta, Sacram ento e outros . Es ta am os tra foi
L ak atos (20 0 2, p . 19 5), q ue des crevem : "A entrevis ta é um cons iderada im p ortante p ara identificar o p ap el
encontro entre duas p es s oas , a fim de q ue um a delas des envolvido p elos p rofis s ionais e as h ab ilidades m ínim as
ob tenh a inf orm aç õ es a res p eito de determ inado as s unto, de q ue cada um neces s ita p ara um a atuaç ã o digna e
m ediante um a convers aç ã o de naturez a p rofis s ional. É um neces s á ria à p rofis s ã o.
p rocedim ento utiliz ado na inves tigaç ã o s ocial, p ara a O ob jetivo do es tudo foi o de com p reender a
coleta de dados [ ...]." im p ortâ ncia da neces s idade de q ue a concep ç ã o de um
N a p es q uis a é utiliz ada a entrevis ta es truturada p roces s o de atendim ento ao cliente e a ob tenç ã o de um
com o um roteiro de tó p icos relativos ao p rob lem a nível aceitá vel de s atis faç ã o p ela q ualidade dos s erviç os
es tudado, s ondando raz õ es e m otivos da p rá tica s ã o elem entos fundam entais p ara o cres cim ento e a
p rofis s ional, s eguindo um roteiro p reviam ente lucratividade econô m ica de um negó cio. Es s es cons tituem
es tab elecido, realiz ada de acordo com o form ulá rio anexo, fatores q ue vã o s ub s idiar o trab alh o do p rofis s ional de
p erm itindo a ob tenç ã o de res p os tas à s m es m as p erguntas , vendas , com p rovando q ue es s e tip o de atividade neces s ita
ob jetivando com p ará -las com o conjunto, com o intuito de de trab alh os diferenciados p ara alcanç ar os ob jetivos
verificar s em elh anç as e diferenç as entre as rep os tas , o q ue inerentes ao m ercado em q ue atua.
p erm itiria form ular as categorias de aná lis e. P ara atingir es te ob jetivo, foram realiz adas
O regis tro de dados das entrevis tas foi feito entrevis tas com p rofis s ionais q ue atuam junto a á rea de
cons iderando as res p os tas ao form ulá rio realiz adas p elos vendas e cons um idores , p retendendo verificar o s ignificado
s ujeitos e a inform aç ã o s urgiu diretam ente do inform ante, de s eu trab alh o frente à realidade q ue atuam , evidenciando
p erm itindo m aior riq uez a e veracidade dos dados ob tidos . as ligaç õ es p os s íveis entre as atividades q ue julgam
Em s eguida, p ara analis ar os dados ob tidos , p as s ou-s e a neces s á ria ao trab alh o q ue executam , b em com o a
trab alh ar com todo o m aterial ob tido durante a entrevis ta. im p res s õ es dos cons um idores em relaç ã o ao s erviç o
Inicialm ente, realiz ou-s e leitura s uces s iva dos dados ofertado.
dis p oníveis , em b us ca da com p reens ã o do q ue es tava P ara tanto, s elecionou-s e dez vendedores e dez
exp lícito, p rocurando com p reender os s ignificados cons um idores da organiz aç ã o em es tudo, de m odo a
im p lícitos ao p roces s o. D ep ois , os dados foram analis ados conh ecer, p or s ua p ró p ria condiç ã o ob jetiva, com o
de acordo com as categorias teó ricas iniciais ou ainda p erceb em o m undo do trab alh o e a p ró p ria realidade.
s eguindo conceitos q ue em ergiram durante as leituras das A duraç ã o m é dia das entrevis tas p rop riam ente ditas
entrevis tas . foi de trinta m inutos , m as o tem p o gas to foi b em m aior,
É na aná lis e, q ue o p es q uis ador entra em m aiores p ois o contato acab ava p or s e trans form ar num a convers a
detalh es s ob re os dados decorrentes do trab alh o p ara dis cutir os inú m eros p rob lem as e dú vidas q ue o
des envolvido, a fim de cons eguir res p os tas à s s uas p rofis s ional enfrenta. D e m odo geral, as entrevis tas
indagaç õ es , p rocurando es tab elecer relaç õ es neces s á rias ocorreram de form a cordial e agradá vel, num clim a
entre os dados ob tidos e as idé ias form uladas , q ue s ã o favorá vel de com unicaç ã o, tornando fá cil o p ens ar e o
com p rovadas ou nã o, é a eficá cia da aná lis e e da articular das idé ias s ob re a tem á tica p rop os ta.
interp retaç ã o q ue determ inará o valor da p es q uis a, É im p ortante res s altar q ue, p ara o ob jetivo des te
conf orm e G il (19 9 1, p . 19 ), coloca ap rop riadam ente: “ A es tudo, foi im p ortante dis cutir es p ecificam ente a
p es q uis a é des envolvida m ediante o concurs o dos p rob lem á tica do atendim ento ao cons um idor e à s s uas
conh ecim entos dis p oníveis e a utiliz aç ã o cuidados a dos neces s idades enq uanto foco de aná lis e, na m edida em q ue,
m é todos , té cnicas e outros p rocedim entos científicos .” o fato de o atendim ento s er cons iderado es p ecial, rem ete à s
O p roces s o foi ap res entado de m odo a s ituar o condiç õ es de um atendim ento diferenciado p or p arte dos
p rob lem a levantado p ara a p es q uis a, tentando levantar a p rofis s ionais q ue atendem , em vis ta de um m ercado
im p ortâ ncia das h ab ilidades q ue cada p rofis s ional de extrem am ente com p etitivo, levando à cons ideraç ã o de
vendas p recis a p os s uir e q uais s ã o os m aiores ob s tá culos a q uais h ab ilidades s eriam neces s á rias ao p rof is s ional de
form aç ã o des tas . P ara tanto, b us ca-s e identificar os vendas , um a vez q ue é exigido m uito m ais dele,
p rob lem as ap res entados p ela teoria e a p rá tica, p rocurando p rincip alm ente em relaç ã o à p articip aç ã o da em p res a no
verificar e com p rovar a veracidade dos m es m os . m undo p rodutivo e com o fator de p erm anê ncia no
U tiliz ou-s e a p es q uis a q ualitativa, us ando dados m ercado.
q uantitativos p ara com p rovar as am os tras . O q ue m otivou Em s e tratando da inves tigaç ã o, com o ob jetivo de
o p es q uis ador f oram os s eguintes fatores : 1) res idir nes te coletar inform aç õ es s ob re o cotidiano do trab alh o e o
m unicíp io e realiz ar toda um a p rá tica relacionada à á rea, s ignificado q ue a ele atrib uem , conceb eu-s e um a entrevis ta
facilitando as s im o aces s o a dados e inf orm aç õ es s em i-es truturada q ue p erm itiu aos s ujeitos falar s ob re o
neces s á rias ; 2) a organiz aç ã o tem ap res entado b ons q ue s e p erguntava, de form a es crita e trans crita,
res ultados ; 3 ) a eq uip e des envolve um trab alh o com p os teriorm ente, de m odo a p erm itir s ua aná lis e e
q ualidade e h ab ilidades cons ideradas relevantes e es s encial confrontaç ã o com as idé ias defendidas no referencial
p ara o p erfil do p rofis s ional. teó rico.
A p es q uis a de cam p o f oi realiz ada na ins tituiç ã o N o p eríodo em q ue ob s ervaç ã o do trab alh o e as
com igual nú m ero de vendedores e cons um idores . A entrevis tas f oram des envolvidas , o p es q uis ador ap res entou-
em p res a atende os cons um idores locais e outros das s e aos s ujeitos , exp licando q ue realiz ava um a p es q uis a com

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o ob jetivo de com p reender s eu cotidiano e as dificuldades des tes dep oim entos no univers o p es q uis ado e a aná lis e
q ue enfrentava ao realiz ar s eu trab alh o, e s olicitava q ue des s es dep oim entos de form a a com p rovar as as s ertivas do
exp licitas s em o q ue s entiam e p ens avam s ob re s ituaç õ es referencial teó rico.
determ inadas .
É p recis o res s altar q ue em b ora o p es q uis ador RESULTADOS E DISCUSSÃ O
atuas s e na ins tituiç ã o e, p ortanto, conh ecendo s ua
organiz aç ã o e funcionam ento, foi p recis o um a convers a A crenç a de q ue ap enas um atrib uto, com o p or
franca q uanto aos ob jetivos p retendidos p ara ob ter a exem p lo, p reç o é s uficiente p ara gerar p referê ncia é
coop eraç ã o dos p rofis s ionais da ins tituiç ã o, um a vez q ue, extrem am ente p rop agada, p oré m , no trab alh o diá rio de
à s vez es , s entiam -s e res s ab iados em falar francam ente vendas nã o é s ó o q ue conta. Exis tem p es s oas q ue até
s ob re s ua atuaç ã o e atitudes p rofis s ionais vivenciadas no p odem cons iderar com o atrib uto central o p reç o, o q ue na
am b iente de trab alh o. realidade é um a p orcentagem m enor do q ual a s e p rop aga,
Em relaç ã o ao roteiro das entrevis tas , o p rofis s ional e na p es q uis a realiz ada junto aos p es q uis adores , os
foi inform ado da finalidade do es tudo e tam b é m da p rincip ais atrib utos em ordem de im p ortâ ncia is oladam ente
garantia do anonim ato da entrevis ta. O s dados p es s oais foram : 7 0 % dos entrevis tados as s inalaram o fator do
foram p erguntados e, em s eguida, iniciam os a entrevis ta atendim ento – s im p atia e atenç ã o p or p arte do vendedor;
p rop riam ente dita, na q ual s olicitam os q ue p reench es s em o s om ente 3 0 % as s inalaram o f ator p reç o ou a com b inaç ã o
q ues tioná rio com as q ues tõ es q ue referendavam nos s o de fatores .
es tudo, m ais es p ecificam ente, ao m undo do trab alh o com O utra q ues tã o levantada, s olicitava q ue ap ontas s em
vendas . O ob jetivo da identificaç ã o foi o de cap tar os os fatores q ue diferenciavam a es colh a de onde com p rar.
dados p es s oais q ue identificas s em e revelas s em a Entre as alternativas dis p oníveis , 8 0 % entrevis tados
caracteriz aç ã o dos p rofis s ionais entrevis tados , s endo as s inalaram a alternativa q ue relacionava os itens
s olicitadas as s eguintes inform aç õ es : s exo e form aç ã o. atendim ento, confiab ilidade, m arca e p reç o; 10 % dos
Entre as rep res entaç õ es , foi s olicitado ao entrevis tados as s inalaram p reç o e confiab ilidade; 10 %
entrevis tado o s eguinte: a) condiç õ es do am b iente de atendim ento e p reç o.
trab alh o e influê ncias ; b ) atitude p rofis s ional na em p res a; P oré m , a m aioria ap onta q ue nã o é ap enas um ú nico
c) p rob lem as exis tentes e s oluç õ es p rop os tas no trab alh o fator q ue diferencia a es colh a de onde com p rar. N as
com vendas . A o cons um idor, foi ainda s olicitado q ue entrevis tas , ob s ervam os q ue 8 0 % dos entrevis tados
cons ideras s e fatores q ue influenciam na h ora da com p ra. res s altaram q ue é a alianç a de m ais de um fator q ue o leva
P ara o ob jetivo des te es tudo, os itens relativos à a es colh er o local e a com b inaç ã o dos fatores cruz ados
aq uis iç ã o de h ab ilidades cons tituem o foco da aná lis e, entre s i, p os s ib ilitou a s eguinte conclus ã o: 8 0 % valoriz am
acres cido do item s ob re p rob lem as e s oluç õ es p ara o atendim ento, confiab ilidade, m arca e p reç o. 12 %
trab alh o, q ue p erm itiu caracteriz ar a realidade concreta, o valoriz am s erviç os extras , confiab ilidade, localiz aç ã o. 8 %
q ue p ens am e o q ue vivem os p rofis s ionais es tudados , valoriz am outras com b inaç õ es de fatores . Es s es itens es tã o
ab ordando as p ectos de ordem s ocial, individual, coletiva e colocados cons oante com (K otler, 20 0 0 , p . 6 5) q ue diz q ue
organiz acional, em b us ca do s ignificado do trab alh o s erviç os de q ualidade e dis p onib ilidade im ediata b em
des envolvido na ins tituiç ã o, p or s uas p ró p rias com o a flexib ilidade durante a p res taç ã o des tes s erviç os ,
p eculiaridades , o q ue im p lica caracteriz á -lo e res p aldada no conh ecim ento dos clientes , p odem exigir
contextualiz á -lo a p artir das rep res entaç õ es dos novas com p etê ncias e form as de faz er negó cios com os
p rofis s ionais envolvidos em s ua p rá tica. clientes .
Q uanto ao p rocedim ento p ara aná lis e dos dados , a O q ue a p es q uis a evidenciou é q ue um b om
p artir das unidades definidas , is to é , as h ab ilidades des em p enh o no trab alh o com a á rea de vendas , liga-s e ao
neces s á rias ao trab alh o com vendas e a form aç ã o p ara o conceito de confiab ilidade da em p res a com o p otencial
trab alh o, cons truiu-s e as categorias de aná lis e p ara cada individual de atendim ento do p rofis s ional; e a m á xim a de
unidade/tem a. P ara tanto, ap ó s vá rias leituras de cada q ue cada p rofis s ional deve atuar com o m aterial h um ano de
entrevis ta em s ua totalidade, lis tando e agrup ando as q ualidade, exp res s ando valores , es s enciais a um b om
categorias , form a elab orados q uadros p ara cada unidade, res ultado de s uas atividades , p revalece.
de m odo a garantir a nã o fragm entaç ã o dos dados e s ua A s form as h ab ituais p elas q uais um a em p res a p ode realiz ar
des contextualiz aç ã o, verificando as relaç õ es e articulaç õ es o atendim ento ao cliente e os contatos interp es s oais
entre os grup os analis ados . entre o cliente e o vendedor, ou do contato com
A nalis ando as entrevis tas , p rim eiram ente trab alh ou- algum a p arte da es trutura fís ica da em p res a, atravé s
s e com os dados de identificaç ã o, caracteriz ando os de eq uip am entos q ue p odem s er exp lorados p ara um
s ujeitos e, dep ois , dis cutindo as dem ais unidades de feedback ao cliente, de m odo a p rop orcionar um a
aná lis e, dando es p ecial des taq ue à q ues tã o das atitudes im p res s ã o favorá vel ou des favorá vel da q ualidade
p rofis s ionais neces s á rias ao trab alh o, ap res entada de f orm a do atendim ento, deverá s er p rioriz ado, p ois p oderá
m ais m inucios a, p rocurando es tab elecer as relaç õ es e determ inar o retorno ou nã o do cliente, fideliz ando-
articulaç õ es com a tem á tica dos p rob lem as enfrentados e o à m arca.
s oluç õ es p rop os tas p ara o des envolvim ento do trab alh o. O vendedor nã o p ode “ empu rrar o produ to” ou
A s s im , trê s foram os m om entos envolvidos em cada q uerer fech ar um a venda a q ualq uer p reç o, ao invé s dis s o,
unidade de aná lis e: a leitura dos dep oim entos , a ins erç ã o deve p referir ab rir um a relaç ã o de longo p raz o com s eu

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Secretariado Executivo Bilíngüe/ Office administration 149

cons um idor, p ois p recis a com p reender q ue o cliente p rep arado p ara negociar, vender e p res tar s erviç o ao
rep res enta o futuro da em p res a. O q ue im p lica num novo cliente, b em com o p rop or s oluç õ es p ara os p rob lem as
conceito do p rofis s ional de vendas , p orq ue ao contrá rio do detectados .
tradicional, es te novo p rofis s ional deve vender
relacionam entos e nã o p rodutos , idé ias ou s erviç os . Is s o CONCLUSÃ O
fica evidenciado nas falas dos entrevis tados :
“ Oferta por parte do vendedor, produ tos de boa A lgum as caracterís ticas s ã o es s enciais ao
q u alidade, compra e pag amento ag iliz ado por parte da p rofis s ional vinculado à á rea de vendas , um a vez q ue a
empresa.” (consu midor 1) p rofis s ã o exige cons cientiz aç ã o do indivíduo q ue des eja s e
“ Alé m do preç o, é mu ito importante saber h á des tacar no m ercado e b us car m elh ores res ultados p ara s i e
q u anto tempo o produ to está no mercado e se está p ara em p res a na q ual atua.
oferecendo q u alidade a seu s consu midores.” (consu midor U m dos diferenciais do p rofis s ional com p rom etido
2) com s eu trab alh o e com s eu des em p enh o deve s er o
O u s eja, o p rofis s ional deve s e p reocup ar em dom ínio da arte de p ens ar e us ar a p alavra e s eus efeitos ,
des cob rir e s atis faz er ou q uando p os s ível extrap olar as no com ando de aç õ es p rodutivas , em b us ca de verificar
neces s idades do com p rador, tornando o m om ento de q ue as caus as de m aus res ultados devem s er p erceb idas e
negociaç ã o m ais claro e ab erto, p ara q ue o cliente s e s inta nã o negligenciadas , p rom ovendo o relacionam ento. U m a
m ais à vontade p ara tom ar um a decis ã o s em s er induz ido delas , a deficiente com unicaç ã o q ue os funcioná rios
de f orm a agres s iva ou s util a um a com p ra q ue, p ode nã o é cos tum am es tab elecer com o p ró p rio p otencial deve s er
a m elh or op ç ã o p ara ele, e m ais cedo ou m ais tarde, trab alh ada, de m odo a ob ter m elh ores res ultados , com o
p erceb er q ue nã o es tá s atis feito ou q ue foi m anip ulado e cons eq üente des envolvim ento do p otencial h um ano, a
is to gera um s entim ento negativo em relaç ã o à em p res a ou p artir de novas es traté gias e a interaç ã o e o
p rofis s ional q ue o atendeu. O u s eja, o grande dilem a do es tab elecim ento de relacionam entos s ignificativos entre os
p rofis s ional de vendas h oje, s e encontra no fato de ter de funcioná rios e entre os funcioná rios e os cons um idores ,
p ens ar no s eu des em p enh o e eq uacioná -lo com a s atis faç ã o um a vez q ue cada p rofis s ional tem p otencialidades naturais
e us o do p roduto ou do s erviç o p res tado ao cliente, p ois s ó a s erem des p ertadas e ap licadas em form a de p alavras e
as s im s e cons egue um relacionam ento no longo p raz o, um aç õ es adeq uadas .
relacionam ento no q ual o p rofis s ional ganh a, o cliente A ob tenç ã o de m elh ores ganh os exige o dom ínio
ganh a e a em p res a p ros p era, ou com o afirm a H op e e H op e do p roces s o de com unicar com o p ró p rio p otencial e o
(20 0 0 , p . 7 7 ) “ as em p res as q ue adotam es s a ab ordagem de es tab elecim ento de um a rede de com unicaç õ es , nas q uais
intim idade com o cliente tê m um ob jetivo em m ente — devem s er ab andonados as f orm as p reconceb idas , q ue nã o
m anter os clientes p or toda a vida.” agregam valor à s relaç õ es em p res ariais e b us car um a
A p es q uis a evidenciou tam b é m q ue o p rofis s ional interaç ã o entre as neces s idades de venda, h arm oniz adas
deve des tacar-s e no relacionam ento com o cliente, com as p ró p rias neces s idades e com as neces s idades de
ap res entando-lh e as op ç õ es dis p oníveis e tentando lh e com p ra do cliente
entregar o m elh or conjunto de p rodutos e s erviç os dentro O utro p onto q ue o p es q uis ador identificou com o
das p os s ib ilidades e condiç õ es exis tentes . verdadeiro é q ue cada p rofis s ional p os s ui um nível de
Is s o s up õ e s er neces s á rio ab andonar f orm as com p reens ã o da p rofis s ã o, da em p res a e das p ró p rias
p reconceb idas e q ue nã o agregam m ais valor e b us car um a funç õ es , m as todos p recis am de lideranç a, b as eada em
interaç ã o entre as neces s idades de venda, p ara m elh orar os verdades q ue am p liam e es clarecem o conh ecim ento
s alá rios e h arm oniz ar as p ró p rias neces s idades com as individual, e levam ao es tá gio de s er e de conq uis tar o
neces s idades de com p ra do cliente. p otencial p leno.
A aná lis e evidenciou ainda q ue o b om p rofis s ional D es s e m odo, as em p res as de vendas devem es tar
de vendas deve agregar valor à q uilo q ue vende, p ois o recep tivas a m udar, incluindo atitudes e es traté gias
p reç o, a q ualidade e p rodutos de p rim eira linh a ou a ultrap as s adas , vulgariz adas p elo m ercado, p rom ovendo a
confiab ilidade da em p res a, já nã o s ã o, p or s i s ó , fatores cons cientiz aç ã o, do tip o elevaç ã o do nível de cons ciê ncia,
determ inantes do s uces s o em vendas , is s o p orq ue es tes levando a eq uip e a s e m ob iliz ar p elo p ró p rio cres cim ento
itens es tã o p res entes na m aioria dos p rodutos ou s erviç os e, em cons eq üê ncia, o cres cim ento da organiz aç ã o na q ual
no m ercado, ou com o contatado em C ob ra (19 9 5 p . 18 1) atua.
“ o conh ecim ento exato das neces s idades do cliente é O utro p onto im p ortante dis cutido p elo referencial
es s encial p ara o des envolvim ento de p rodutos e s erviç os teó rico adotado e com p rovado p elas entrevis tas realiz adas ,
b em s ucedidos .” é q ue o p rofis s ional de vendas de h oje, voltado p ara o
A s s im , deve-s e es tab elecer e m anter m ercado, deve s er p olivalente p ara enfrentar a
relacionam entos com os clientes b as eando-s e em m eios de trans f orm aç ã o do m ercado, p ois deixaram de s er s im p les
conh ecer m elh or os cons um idores , de m aneira a m anter e tiradores de p edidos p ara s e trans form ar em vendedores
m anter um contanto m ais es treito e duradouro com o q ue p raticam a venda cons ultiva, is to é , p as s a a s er um
cons um idor. Is to es tá b em evidente na fala de C ob ra (19 9 4, p rofis s ional q ue op ina, q ue em ite p areceres s ob re a com p ra
p . 18 5), q uando diz q ue o vendedor h oje deixou de s er um do cliente, influenciando-o p os itivam ente na aq uis iç ã o do
tirador de p edidos e p as s ou a s er um agente des encadeador p roduto.
de negó cios , o q ue im p lica ao vendedor encontrar-s e

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150 Secretariado Executivo Bilíngüe/ Office administration

O novo p rofis s ional de vendas deve b us car m eios utiliz ada cons tantem ente dentro de um a em p res a; p orq ue a
de s e diferenciar, e is to s e dá p or interm é dio da cons tante q ualidade em s erviç os s us tenta a criaç ã o de valor p ara os
b us ca de ap rim oram ento da form a de agir, ler b ons livros , clientes . C om o com p rovado nos vá rios dep oim entos , a
revis tas , p articip ar de curs os ou p ales tras p ara ap licar es tes concorrê ncia b as eia-s e no valor, m as es s e valor nã o
conh ecim entos em s eu p ró p rio favor p ode agregar valor ao s ignifica p reç o, m as s im os b enefícios receb idos p elo
p otencial com p etitivo do indivíduo. inves tim ento as s um ido. A incom p etê ncia, inconveniê ncia,
A p es q uis a com p rovou q ue, p ara os cons um idores o falta de cuidado, inflexib ilidade, falta de interes s e e
atrib uto m ais im p ortante é a atenç ã o q ue o vendedor atendim ento inadeq uado s ã o p reç os q ue a m aioria dos
dis p ens a, p ortanto, ele é o m aior res p ons á vel p ela clientes s e recus am a p agar.
s atis faç ã o, as s im , s e o cliente tiver as inform aç õ es q ue P or ú ltim o, es te es tudo avalia q ue a op iniã o dos
des eja, um atendim ento p ers onaliz ado, tiver op ç õ es de clientes deve s er ouvida antes de s e alocar recurs os p ara a
cores , m odelos , form as ou q ualq uer outro atrib uto tangível m elh oria dos s erviç os , antes de q ualq uer aç ã o, p orq ue
ou intangível do p roduto ou s erviç o, s ua s atis faç ã o s erá inves tir na m elh oria de s erviç os s em um a es traté gia f ocada
garantida ou ao m enos s atis fató ria. M as es te raciocínio, na na s atis faç ã o m á xim a do cliente é um des p erdício e um a
p rá tica, exige cons iderar q ue a s atis faç ã o ou ins atis faç ã o reduç ã o na credib ilidade da em p res a.
do cliente é p rovocada p ela s om a de todos os elem entos D e fato, q uando as em p res as p erceb em q ue a oferta
envolvidos , q ue de form a s im p les , inicia com o contato do é s up erior à dem anda, des cob rem q ue p recis am nã o s ó
cons um idor com a em p res a, p as s ando p elo atendim ento, o conq uis tar o cliente, m as tam b é m m antê -lo. Es te fator
conh ecim ento das op ç õ es dis p oníveis , a exp eriê ncia com o influencia outra m udanç a colocada p or H olliday ,
p roduto ou s erviç o e encerrando o ciclo com a concep ç ã o Sch m idh eh einy e W atts (20 0 2, p . 19 ): “ adem ais , os
da q ualidade ou nã o de determ inadas em p res as , p rodutos m ercados financeiros exigem q ue as em p res as cres ç am ou
ou s erviç os . s e nã o o cons eguirem , q ue s ejam adq uiridas p or outras ” ,
Is to s ignifica q ue todas as p es s oas , em m aior ou p ois , as em p res as p recis am dos clientes , e é m ais caro
m enor grau, es tã o envolvidas com a exp eriê ncia do conq uis tar um cliente do q ue m antê -lo, e um a venda
cons um idor, m es m o aq uelas q ue s eq uer viram o ros to do inadeq uada faz com q ue a em p res a p erca m uitas
cliente. A s s im todos os elem entos da s atis faç ã o es tarã o op ortunidades futuras de tornar a faz er negó cios com
s endo s atis fató rios s e a exp eriê ncia final do cons um idor f or aq uele cliente.
cons iderada p os itiva. N ã o exis tirá , p ortanto, s atis faç ã o m á xim a do cliente
C ab e à p es s oa res p ons á vel p elo contato direto com s e as s uas neces s idades e exp ectativas nã o forem levadas
o cliente, cons cientiz ar a todos os colab oradores do q uanto em conta, o q ue é b as tante s im p les . O uvir o cliente, b us car
cada etap a de atendim ento e tem p o gas to no a excelê ncia e faz er tudo q ue f or p os s ível p ara q ue s e
es tab elecim ento dos relacionam entos s e liga nes te p roces s o es tab eleç a um relacionam ento b as eado na confianç a
todo, o q ue favorece a vis ã o do q uanto o m ú tua, p erm itirá , s em dú vida, q ue tanto o p rofis s ional
cons um idor/cliente externo é a p es s oa m ais im p ortante do q uanto à em p res a, s ob revivam nes tes tem p os com p etitivos ,
negó cio, é aq uele q ue m erece todo res p eito, toda atenç ã o e no m ercado em q ue atuam .
cortes ia, q ue é a raz ã o da em p res a exis tir, q ue é aq uele
q ue, na grande m aioria das vez es nã o dep ende da em p res a
e s im a em p res a q ue dep ende dele, q ue é aq uele q ue nã o REF ERÊNCIAS
interrom p e, com p leta, q ue é aq uele q ue faz um favor
A A K A R , D .A ., K U M A R , V . e D A Y , G .S. Pe s q u is a d e
q uando p rocura e com p ra p rodutos , q ue é aq uele q ue p aga
Ma r k e tin g . T rad.: M arcondes , R .C . Sã o P aulo. A tlas ,
todos os s alá rios e p ró -lab ores , q ue é aq uele q ue s us tenta
20 0 1. 29 5 p .
em p regos e fam ílias .
A os dirigentes , incum b e com p reender q ue entre A L BR EC H T , K arl. A ú n ic a c o is a q u e im p o r ta : tr a z e n d o
outras es traté gias e aç õ es , p odem e devem criar vantagem o p o d e r d o c lie n te p a r a d e n tr o d a e m p r e s a . Sã o P aulo:
com p etitiva p or m eio das p es s oas , q ue p odem es tab elecer P ioneira, 19 9 8 . 254 p .
ob jetivos m ens urá veis p ara o atendim ento, q ue p odem e
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ . Re v o lu ç ã o n o s s e r v iç o s . Sã o P aulo:
devem ter um a eq uip e treinada, q ue neces s itam e devem
A filiada. 20 0 0 . 19 8 p .
criar um p rogram a de incentivos e recom p ens as p ara q ue
es ta eq uip e p os s a oferecer um tratam ento excep cional aos A L M EID A , Sé rgio. Clie n te , e u n ã o v iv o s e m v o c ê : o q ue
cons um idores e aos clientes exis tentes . U m dos você nã o p ode deixar de s ab er s ob re q ualidade em s erviç os
p rofis s ionais de vendas entrevis tados m encionou o e clientes . Salvador: C as a da Q ualidade, 19 9 5. 253 p .
s eguinte: “ Falta de diá log o, apoio, direcionamento e
principalmente, sintonia.” O q ue evidencia a falta de vis ã o C H IA V EN A T O , Idalb erto. Pla n e ja m e n to , r e c r u ta m e n to
no s entido de agregar valor ao cons um idor/cliente p or e s e le ç ã o : com o agregar talentos à em p res a. 5. ed. Sã o
m ediaç ã o dos p rodutos q ue com ercializ am ou q ue p res tam P aulo: A tlas , 20 0 4 . 146 p .
e da aus ê ncia do conh ecim ento e da h ab ilidade neces s á rias C O BR A , M arcos . Ad m in is tr a ç ã o d e v e n d a s . 4. ed. Sã o
a s eus funcioná rios , na form ataç ã o e divulgaç ã o da P aulo: A tlas , 19 9 4. 545 p .
im agem da em p res a.
O utro p onto cons iderado vá lido foi o de ouvir os G IL , A ntonio C arlos . Co m o e la b o r a r p r o je to s d e
clientes . É um a grande es traté gia e, com o tal, deve s er p e s q u is a . 4. ed. Sã o P aulo: A tlas , 19 9 1. 159 p .

FAZU em Revista, Uberaba, n. 3, p. 145-151, 2006


Secretariado Executivo Bilíngüe/ Office administration 151

L A K A T O S, Eva M aria; M A R C O N I, M arina A ndrade.


Té c n ic a s d e p e s q u is a : p lanejam ento, execuç ã o de
p es q uis as , am os tragens e té cnicas de p es q uis as ,
elab oraç ã o, aná lis e e interp retaç ã o de dados . 5. ed. Sã o
P aulo: A tlas , 20 0 2. 28 2 p .
G R Ö N R O O S, C . Ma r k e tin g , g e r e n c ia m e n to e s e r v iç o s .
A com p etiç ã o p or s erviç os na h ora da verdade. 4. ed. R io
de J aneiro: C am p os , 19 9 9 . 3 54 p .
H O P E, J erem y . H O P E, T ony . Co m p e tin d o n a te r c e ir a
o n d a : os 10 m andam entos da era da inform aç ã o. R io de
J aneiro: C am p us , 20 0 0 . 3 0 2 p .
H O L L ID A Y , C h arles O . SC H M ID H EH EIN Y , Es tep h en.
W A T T S P h ilip . Cu m p r in d o o p r o m e tid o : cas os de
s uces s o de des envolvim ento s us tentá vel. R io de J aneiro:
C am p us , 20 0 2. 459 p .
J U N Q U EIR A C O ST A C U R T A L .A . & V IL H EN A , J .B.
Q u a l o s e u p a p e l n a g e s tã o c o m e r c ia l d a s u a e m p r e s a ?
D is p onível em h ttp ://w w w .p ortaldom ark eting.com .b r,
aces s o em 10 /0 9 /20 0 5, 14h 20 m in.
K O T L ER , P h ilip . Ad m in is tr a ç ã o d e m a r k e tin g . Sã o
P aulo: A tlas ,20 0 0 . 23 4 p .
L EIT E, N ildo. Co n v e r s a n d o s o b r e Ge s t ã o Es tr a té g ic a .
D is p onível em h ttp ://w w w .p ortaldom ark eting.com .b r,
aces s o em 20 /10 /20 0 5, 10 h 14m in.
ST O N ER , J am es A . F .; F R EEM A N , R . Edw ard. A
e v o lu ç ã o d a te o r ia d a a d m in is tr a ç ã o . In: A dm inis traç ã o.
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V IO L IN , F á b io L uciano. 6 F o n te s d e In a d e q u a ç ã o
Em p r e s a r ia l . D is p onível em
h ttp ://w w w .p ortaldom ark eting.com .b r, aces s o em
20 /10 /20 0 5, 10 h 14m in.
R eceb ido em : 24/0 2/0 6
A ceito em : 28 /0 8 /0 6

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