Cada vez mais vemos divulgadas pelos meios de comunicação
notícias sobre crimes envolvendo empresas do ramo farmacêutico como,
a comercialização ilegal de medicamentos, e crimes fiscais. Isso mostra que a articulação de órgãos públicos no desenvolvimento de operações para investigação de irregularidades nessas empresas é extremamente útil para desvendar crimes que, por ventura, as mesmas estejam cometendo. Essas investigações resultam geralmente em descobertas de comercialização ilegal de medicamentos, sonegação de impostos, esquemas de lavagem de dinheiro e conseqüentemente em prisões. Por outro lado, com isso, acabamos constatando uma absurda realidade: o envolvimento de farmacêuticos nesses crimes. O farmacêutico, como profissional da área de saúde, possui o dever de contribuir para a salvaguarda da saúde pública. Com o aquecido comércio de medicamentos suas atividades se fazem extremamente importantes tanto no âmbito da assistência farmacêutica, como na própria fabricação, aquisição, distribuição, armazenamento e posteriormente dispensação destes medicamentos, para que não haja alteração da qualidade destes produtos e orientações para que o medicamento seja utilizado de maneira correta pelo usuário e no caso de medicamentos de tarja preta, para manter um controle e fazer com que sejam dispensados para quem, por recomendação médica, realmente necessita utilizá-los. Com isso, ao falarmos em crimes envolvendo profissionais farmacêuticos entramos num debate sobre as questões éticas inerentes ao perfil deste profissional e que repercutem diretamente na saúde pública. São exemplos disso, as operações Tarja Preta, Topázio IV e Topázio V desenvolvida pela Polícia Federal em conjunto com a Anvisa e o CRF- RS e que resultaram no fechamento de estabelecimentos, na apreensão de medicamentos, e na prisão de alguns donos de farmácias e farmacêuticos, já que estes respondem pelos atos que praticarem ou pelos que autorizarem no exercício da profissão, após a constatação de uma série de irregularidades, como contrabando (comércio de medicamentos que não são autorizados no país), venda de medicamento controlado sem receita médica e medicamentos falsos, Esse tipo de notícia coloca em xeque a credibilidade de toda uma classe de profissionais que tem que não deveriam compactuar com esse tipo de crime. Segundo o Código de Ética farmacêutica “cabe ao farmacêutico zelar pelo perfeito desempenho ético da Farmácia e pelo prestígio e bom conceito da profissão” princípio este que é abalado pelos atos de improbidade cometidos por estes maus profissionais e que acabam por contribuir para a formação de uma imagem negativa para o farmacêutico.