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VIAJAR NA IDADE MEDIA: ATRAVES DA PENiNSULA EM MEADOS DO SECULO XIV por IRIA GONCALVES [N&o obstante a deficiéncia dos transportes e a mA qualidade das estradas medievais, 0s homens deslocavam-se naquelas Gpocas com muito mais frequéncia do que inadvertidamente se poderia julgar e do que até ha algum tempo se pensou. Hoje sebemos que o homem medieval viajava bastante, por necessi dade ou por prazer e que sebretudo 0s Gltimos séculos da Idade ‘Média foram um periodo de grande mobilidade populacional. certo que em grande medida essa mobilidade visava uma deslocaedo definitiva *, com mudanga de domicilio de antemao projectada *, mas ha ainda uma margem muito larga para as deslocagSes @ mais ou menos curto prazo e a mais ou menos Tonga distancia, desde as que podiam demorar anos e cobrir alguns milhares de quilémetros * —abstrainds embora as gran- + Jacques Le Gott considera este movimento de populagies que se venticava em direegio as eidades e que to largo incremento tomou a partir de meados do séeulo XIV, coma sun des chenoménes majeurs de la Chré- tientés (La civilisation de VOccident médiéval, Pasis. 1972, p, 108) 2 De uma maneira geral o homem da Idede Média nfo tinha ainda atingido aguele grau de sedentaridade que a civilizacio e 9 acréscimo de bens mateiais posteriormente deseavolveram, Eralhe por 180 relat ug 11a GONcALVES des viagens por mar, de que a Idade Média nos legou tac vigorosos exemplos ~ até As pequenas jomadas realizadas por homens que se deslocavam a pé. Na verdade a Idade Média conheceu muito numerosos via jantes, de todas as camadas sociais e com as mais varindas possibilidades econémicas, viajando das mais diversas manei- 2 $65 — apenas sobre curtos percursos — ou acompanhados; caminhando a pé ou transportando-se em montadas —desde a possante © pouco apressada mula do prelada ao corcel fogoso do correio real que teria de transportar noticias importantes 1no mais curto espazo de tempo *— ou até em algum veiculo; com luzide aparato cu vestindo andrajos de pedinte. Porque diferentes eram os motivos que os levavam a viajar. Eram os mercadores que se deslocavam de feira em feira para expor vamente ficil mudar de domiciio, ransportando eam ele o que The perten fla (Vid, A. de Sousa Silva Costa Labo, Historia da sosiedade em Portugal no aeculo XV, Lisboa, 1003, pp. 23.24: Jacques Heers, L'Ocsident aur XIV= ct XVe sicles. Aspects économiques et sociaur, 2.* ed, Pars, ‘MB, p. 20 Ta., Genes au XV" sidcle. Civilisation mediterranéenné, grand captatisme et capitaisme populaire, Paris, 197, pp. 484%). * Nao podiam, naturalmente, ser muito numerosas estas viagens. Bram, em regra, realizadas por grandes senhores —como a tio falada vlagem do Infante D. Pedro através da Europa — co viajante deslocava-se sempre acompanhado de uma comitiva mals ou menos numerosa mas sempre grande, ocasionando gastos tio vultosas que 56 pessoas de fartos recursos econdmicos as podiam empreender. Muilas ddlas eram viagens aventurosas que se prolongavam por vérios anws e eram empreendidas por ‘ithos de grandes senhores, que se faziam em geral acompanhar pelos thes. os vassalos de seus pais. (Sobre estas viagens vid. 0 to Interessante artigo de Georges Duby, «Les "jeunes' dans Ia société aristocratique dans 1a France a Nord Ouest au XUe sieles, Hommes et structures di: Meyer Age, ParisLa Baye, 173, pp. 218228), ‘Também mercadores, homens da Terela, peregrinos, empreendiam bem longas:viagens. "Sobre as velocidades atingidas por estes correies, velocdades por veves surpreendentes. vid, Yves Renouard. (ib, 1. i; eltem martes siguient ..fincamos a yantar en Burgos» (ib. p. 7) 58" Vid, mapa junto. 25 — uy eI =P end | oye ap sua vie Sosy 1 ‘sony SOT SUVA, yoBOT | oyousoy ‘SrolBN | BPEZTED FL oP OBURLIDG «15 | spre atop ofa #5 ever cree OpUANPLEZ (oe) s08ngq | _ | = i @ wang sre aoe sma (ex) PrepeTEN | — | az) pnopenea ‘odusea 9p eeMPON | amo Soe coh | Treen | ey op ome ay 9p oom wound | ereasveg mo) | csi nny Soa ante Pohang scney op sn sree exer) eos | | Leyton sonia | pnt wp adoucg i Ossa¥oau Ad WHOVIA HapVvuva 3d SI¥O01 Yar Sq WAOVIA 126 Como jé fai dito, todas as despesas eram diariamente ano. tadas com grande pormenor, Subsidiados pelo erdrio régio", teriam, no regresso, que prestar as respectivas contas, De imediato se destacam, entre as despesas corcentes ®, trés grandes grupos: a alimentacdo humana, a alimentacio animal ¢ 0 alojamento. © mais importante 6, como seria de esperar, constituido pela alimentacdo dos homens " — 50,6 % do total ~ enquanto ‘a das montadas ficou préximo dos 27% e com o alojamento gastaram 7,5 %. O restante dinheiro foi dispendido uma pequena parte em variadas despesas correntes e uma outra, também Pequena embora um pouco maior, em alguns gastos extraordi narios* como a contratacao da escolta préximo de Albuquer: que ea que jé atrés foi feta referéncia™ ou dadivas aos porteiros do rel e de outros senhores, em Sevilha ™: Como ja anteriormente tinha notado, ao tratar das despesas alimentazes *, 0s gastos didrios variavam bastante, em func, principalmente, do local onde eram realizados. As oscilacées mais acentuadas rotaram-se na alimentacio dos homens mas, fa Aldea del Ciego (que a euitora do documento identifica com Aldea del Cano ib, p. Bi), com escala em Mérida, Bt; entre Cafaveral e Fl Barco de Avila, com passagem por Plazencia, 92: de Medina para Madrigal © dal para Zapardiel, quase 100 quilémetro. © Reunido o grupo em Estella, requereram scan el mandamiento que tenlan del dicto yfant el del tesorero al abat de Aroniz que les livrase de 30 florines que les devia dar por mandamiento de los sobredictas ora yF en la dicta mandaderias (b., p. 9) % $6 nio considero despesas correntes algumas didivas que fizeram Foi jf anteriormente tratado por mim. em artigo intitulado «Acerca a alimentaclo medivals, Revista da Faculdade de Letras de Lisboa, 1V série, nv 2, 1978, pp. 1458, © Vid. 0 grafico respoctivo, 5 Deramhe quinze eseudos velhos (Desde Estes a Sevila, p. 29). Cor quem dispenderam seis florins b.. p. 6). Vid, artigo citado na nota 51 133 RIA GONCALVES ‘Temos assim dois percursos de aprovimadamente 856 e 909 quilémetros, feitos, retpectivamente, em quinze e dezassete dias, © que corresponde @ uma média de 57 quilémetros de Estella a Sevilha ¢ de 53,5 dai a Pamplona. Médias aproxi. madas das que tm sido encontradas para outros itinerérios consideradas aceitaveis para edes chevaliers bien montés, & la foi désireux de ne pas épuiser lours bétes et de ne pas perdre de temps», na opiniéo de Yves Renouard*. Seriam estas mes- mas, 2s condigdes dos viajantes navarros? A este respeito surgem, no texto em andlise, algumas difi culdades. Em primeiro lugar a grande desigualdade das etapas. Essa desigualdade foi, € certo, constatada por todos aqueles que tém estudado o assunto ", mas nenhum verificou caminhos {0 longos percorrides em um s6 dia, ov em meio dia. Exten bes de 92, 100 ¢ até 104 e 109 quilémetros andados numa s6 jornada ", ou 70, 8 entre duas refeigées, antes ou apés 0 percurso de algurs mais é, na verdade, demasiado. Sobretudo ‘Tomaram as duas refeigies em Valladolid, para o que compraram Jogo (Desde Estella a Seva, pp. T314). Flearam, pois, toda aquela tarde a deseansar. Vid. nota 25, ' Como em Valladolid, também em Burgos o registo das despesas indica verbas separadas para as duas refelgGes: «vino pora yantars, «vino pora cena», «un gar de polos pora gena» (Desde Estella a Sevilla, p. 7) 1» Vid. nota 25, % Ob. ett p. ab 5 Vid, especialmente Yves Rencuard, ob. cit, pp, 612685 ¢ 60860. % Valentin Vinquer de Parga (etinerarios y relatos de_viajeroy, Las peregrinaciones a Santiago de Compostela, tT, Madrid, 1948 pp. 212 214) ¢ José Maria Lacarra («Desde Estella a Najeras, ib, t. 1, Madrid 19, p. 152) encontraram, a partir do Liber Sancti Jacobi, etapas de 7% © 90 quilimetros aconselhadas aos peregrios, sobre este mesmo caminho ‘que percorreram os embaixadores da Navarra, Aqueles autores conside amas excessivas, aventando que os peregrinas as dividiriam, Os navar ros, porém, sabemos que nao 9 fizeram 18 VIIAR NA IDADE meDrA se pensarmos que no houve ou quase no houve ‘periodes de descanso, excepto os absolutamente necessrios para tomar as refeicies e dormir. O facto de verificarmos que a maior parte desses percursos se efectuaram na planura™, s muito ligeira- mente atenua 0 excessive dos nimeros. Também a época do ano, aquela em que os dias so maiores e permitiam, portanto, tum grande nimero de horas sobre a estrada, os ndo explica. No entanto, aquelas distancias sio um facto. A par destas, outras bastante pequenas, & certo que nem sempre as lonjuras percorridas podiam ser em absoluto contro: ladas pelos viajantes, que precisariam, antes de mais, de asse gurar 9 acolhimento necessirio, que nem todos 0s povoados estavam em condicdes de fornecer Ihes. Por isso, algumas vezes, a extensio da caminhada estava dependente desse facto, Entre Burgos e Pamplona seguiram o caminho de Santiago que, porque muito percorrido, assegurava, em numerosos locais, bboas condigées de alojamento ¢ alimentagio. Ai, a maior distan- cla percorrida numa s6 jornada, em ambas as direcgdes, fot de 78 quil6metros desde Viana a Belroado, talvez porque, tendo parado antes em Santo Domingo de la Calzada, onde meren: daram ™, tivessem encontrado [d ocupados os afojamentos que queriam ou tivessem considerado ser ainda cedo e poderem continuar um pouco mais para diante. De Burgos até Medina as distincias foram todas muito grandes: uma extensdo de 495 quilémetros coberta em seis dias, portanto a uma média de 82,5 por jornada * Dai em diante etapas pequenas, até de 28 e 30 quilémetros. A altima noite 4 Vid, 0 mapa junto, "7 Dopois das despesas feitas em Viana diz-se: (Desde Estella a Sevilla, p. 1), 58 Parece realmente excessivo, Mas as distinsias ai esti, ainda hoje 29 IRIA GoNcaLvEs de viagem foi, inclusive, passada a 10 quilémetros de Sevilha. ‘Talvez o cansago da viagem, que se aproximava do fim. Talvez © saberem ja que nfo encontrariam o rei de Castela em Sevi Tha", pelo que nio necessitariam de se apressar. No regresso j& aquele troco de caminho foi andada com muito mais velocidade: a primeira jornada, de Sevilha a Realejo, tinha precisado anteriormente, de dois dias inteiros; a segunda, dai a Fuente del Maestro, de dois e meio; metade da terceira, de Fuente del Maestro a Mérida necessitara, um més antes, de todo um dia. © trogo médio do percurso foi porém vencido com muito mais lentidio, sobretudo desde Medina a Zalduendo. Verifica- ram-se ai os Uneos periodas de descanso que tomaram, moti vados pela doenga que acometera Gil Garcia *, Tanto em Valla- dotid como em Burgos permaneceram vinte e quatro horas em atenedo 2 enfermo, mas nfo houve nenhum dia inteiro de compieto repouso. Entradas de novo no caminho de Santiago, as estapas conti nuaram-se no muito longas, até final da jornada. A regio, muito acidentada, ndo permitia caminhadas muito extensas. Uma outra grande dificuldade 6 a repetida men¢éo a chombres de pie», em oposicio a chombres de mulas>“, que nos levaria a pensar ser a embaixada constitulda por dois grupos de homens com diferentes mefos de locomoc&o, mas que se desloeariam, se nfo com @ mesma velocidade horéria, 3 Vid, nota 20 % Vid. os quadros indicativos das distincias percoridas. A justifcar esses periodos de descanso anotou o escrita: 20 longo do percurso. Além disso numa Peninsula em que, oa altura, varias facgdes se degladiavam“, era necessario viajar fem grupos grandes, coesos e bem armados para fazer face a eventuais ataques de guerrilhas. 4 missae navarta era com posta por vinte e oito homens e apesar disso, quando seguiam préximho de Albuquerque, em direccio ao Sul, tiveram de con- tratar uma escolta de homens com um guia, que 0s acompanhou durante algum tempo" Como potleremos, pois, interpretar as expressdes chomens de pés, (ib. p. 9) “Bis algumas dessis distincias: entre Realejo e Fuente del Maestre, ppassando por Fuente de Cantas, 71 quilémetros; de Fuente del Maestre 132 IIA GONCALVES sendo estas despesas muito superiares a metade do total, condi clonaram todas as outras *, TOTAL DAS DESPESAS (%) #1 alimentacdo dos homens. alimentacdo dos animais alojamento outras despesas correntes gastos extraordinarios Na Navarra tudo se pagava mais barato, produtos e servi ‘sos, ocasionando a entrada em Castela uma imediata subida de precos, subida que continuou a acentuar-se com a chegada a Sevilha. De tal modo que de uma despesa média diaria de perto 58 Vid. 0s grificos respectivas. 134 Maravedis 05 | 300: 250+ 2004 evilha 150: entrada_em Castela (Deste Estella a Sevilla, p. 2) 3 Vid. 0 grifico correspondent, 4 Apenas aquelas 2 que chamet despesas midds, portanto as que ficam a margem dos trés grandes grupos que estabelecl € que foram, em Sevilha, inferiores a média geral: quatro maravedis © quatro dinheires contra ‘cinco maravedis © dois dinbeires, com seis maravedis © meio durante as deslocacies por terras castelhanas, Como no cavalgavam tanto e por isso as mulas no precisavam de ser tantas vezes ferradts © como os gastos com 0 ferradar néo estavam longs de metade, dai o seu mais baixo valor. Mais uma ver remeto para o artigo cltado oa neta 81 137 mma coNeaL vex aparece mencionada a compra de erva", Quanto a0 aloja mento, de melhor ou pior qualidade, ere necessariamente seme- Ihante em todo o lado, porque em todo o lado as solicitagies eram as mesmas: camas, luz, lume, para os homens; estabulo para os animais. Em Sevilha aqueles tiveram, além disso, de pagar também a gua ®. Aqui, as despesas de alojamento foram pagas em conjunto, no final da stadia". Por vezes, hi a indicago de uma verba dada hospedeira, independente dos pregas dos servicos prestados". Uma gratificacio que por certo juntavam. Além destes trs grupos de despesas, outros hi que convém ainda referir, embora 0 seu importe em conjunto fosse, em relacio a0 total, muito baixo— apenas 2,6 %. Mas englobando verbas bastante diversificadas e significativas, sera interes sante dedicarthe um pouco de atencao. 8 Desde Bstella a Sevilla, pp. 2123. © Dy pp. 1 35, 37, M1, 42, 48, 45, 47, 19, 50, entre outras + No silino dia que passaram na’ cidade anotaram: eltem contamos fen esta noche con el senyor de la ropa que nos teniamos, las quales eran {8 camas que nos costavan por dia 20 maravedis et pagamesle de 20 dias ‘que montaren quinientoe 8 maravedisy (b., p. 68). <> Em Najera, além de pagarem a «casas, registaram de «donagion ala guespeda un maravedi> (b.,p. 8); em Estella, do mesmo modo, seis inhelros (ib, p. 8) 138 DISTRIBUIGAO PERCENTUAL DAS DESPESAS MiUDAS 8 6 93 4.) Pagamento ao ferrador compras varias Pagamentos médicos e medicamentosos arranjos de objéctos varios transportes por barco outros gastos Numa relaedo de gastos de viagem, na idade Média e num to longo percurso, entre as despesas menores tinham neces- sariamente de avultar os servigas do ferrador. Em todo 0 cami nnho essas verbas foram sendo repetidas vezes anotadas e de tal modo que, embora em Sevilha elas tivessem, como é natural, diminuido, ainda assim abrangem quase metade do dinheiro consummido pelas despesas mitidas — 43.1 %, 139 Hua GONCALVES ‘Também lhes foi necessario fazer algumas compras ¢ 05 objectos adquirides foram hastantes heterogéneos, desde varios cabrestos “, de uma lampada e um pichel *, de dots cadeados™, de uma taleiga para transportar cevada, até uma corda®, cravos epora las ferramentales» " ¢ até por vezes insuspeitados, como um chorinals”* ou uma ebotay™. Quando chegaram a Sevilha, por certo prevendo j& que a sua estadia iria ser demo- ada, tiveram mesmo de comprar loiga de cozinha, onde thes seriam preparadas as refeicSes " e algumas escudelas para 0 servigo da mesa ™. A par dos objectos adquiridos, aqueles que foi preciso consertar: selas, freios”, esporas*, sapatos Mais uma vez, despesas de «transporter. ‘Em algumas ocasides homens e animais adoeceram ¢ foi necessario prestar-lhes assisténcia médica e¢ medicamentosa. © sangrador foi chamado, ndo s6 para Gil Garcia de Ania, 8 Nada menos de oito (ib., pp. 2. 40, 53, 6, a) # tb, pe B. © Te p. 16. © Bip B © Th. p. 8. Tbs p82 "Tb, p. 8. Tb, p. 2 2+ Th. pp. 3294. Em Najera, quando regressavam a Navarea, também ccompraram huna holla pora coger agua> (Ib. p, 8) Tb. DM, 1 Th, pp. 16, 21, 40, 2, 63, % 15, 8. De todos estes arranjos, nada rmenas de cinco foram feitos na sola da mula de Pedro Alvarer de Rada = Bb, op. 18, 37 39, © Th. p. 18. Tambim as esporas de Pedro Alvares. 9 Thu p. IT, Os sapatos de tres mogos. 9 No dia em que jantarem em Valladolid depois de terem ai passado a noite, por causa do dovnte, foi reyistada a verba de um maravedi, que sdiemos a sangrador que sangro a Gil Garcia» (ib. p. 15). 140 VIAJAR Na IDADE meDta, ‘mas algum tempo antes também para Pedro Alvarez de Rada". A fim de prestar cuidados semelhantes aos animais foi chamado, por mais de uma vez, por certo o ferrador *. Gil Garcia neces sitou também de medicamentos, que nao foram muito variados: acca —e uma ver 6 especificado— tratar-se de cagiear candils ** ¢ agua de rosas*. Alguns medicamentos se com praram também para as mulas", Foram estas as mais importantes despesas mitidas, embora se thes possam juntar ainda outras, sobretudo os transportes por barco, em varios rios que foi preciso atravessar por este meio. Sobretudo dispendiosa a travessia do Guadalquivir, & salda de Alcala del Rio, que importou em seis maravedis ™, v dobro de qualquer uma das outras *. Tendo saido de Estella bem providos de fundos ®, chegaram a Pamplona, dois meses depois, com a totalidade ou quase do %* Preclsamente um més antes, em Sevilha, quanta igual & anterior foi dada eal que sangro a Per Alvarez» (ib.. p. 29) = Ib. pp. 3 6 61 1 Num termo se diz mesmo: eaguquar pora Gil Garcia» (ib... 79), outros simplesmente ecugres (ib. p. 78 tb, p. ‘© Th. p. 88. Telver para Pedro Alvarez, que foi sangrado no dia seguinte. %Alguns termos dizem-nas que compraram: everdesona para la mula» (ib. p. 40), ehorpimet pora la mula de Johan Rome» (bp. 31) ou «guewos et horpiment pora las bestias» (i., p. 55). Algumas mencées de smiet pora la mula> (ib. pp. 34. 41), devem corresponder também = um ‘medicamento, Th, p. 8 Ne regresso de novo passaram de barco 0 Guadalquivie, agors por tres maravedis (ib. p. 65). tanto quanto thes custou, alguns dias depois, do Tejo (b.. p. &). ou algum tempo antes a paszagem de uma ponte sobre 0 rio Tiréa a saida de Belorado (ib, p. 15) 5 ‘Em variadas moedas, como era habiival na Tdade Média: 107 fo Fins, 19 dobras, (4 escudos velhos (ib, pp. $10) 1a snIA GoNcALES dinheiro gasto. Viagem dispendiosa e por certo infrutifera sob o ponto de vista dos interesses que presidiram A sua reali: zacéo ", mas que nos permitiu © conhecimento de alguns porme nores mais sobre o viver peninsular neste meado do século XIV. 2 Ia p. 86 Vid. nota 20 12

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