As plaquetas são produzidas na medula óssea por fragmentação do citoplasma dos
megacariócitos. O precursor do megacariócito – o megacarioblasto – surge por
intermédio da diferenciação da célula-tronco hematopoética. O megacariócito matura-se por replicação nuclear sincrônica endomiótica, aumentando o volume do citoplasma e o número de lobos do núcleo aos pares. Numa fase variável do desenvolvimento (tipicamente no estágio nuclear oito) o citoplasma torna-se granuloso e as plaquetas são liberadas. A produção de plaquetas continua-se formando microvesículas no citoplasma da célula que coalescem, formando membranas delimitadoras de plaquetas. Cada megacariócito é capaz de originar em média 4 mil trombócitos(plaquetas) e esse processo dura cerca de 10 dias.
Definição/etiologia: Hemofilia A (ou deficiência do fator VIII) é o mais comum
distúrbio hereditário dos fatores de coagulação. Tem prevalência de 30-100 por milhão. É uma herança ligada ao sexo, contudo em 33% dos casos não existe caso na família, demonstrando existir mutação espontânea. O gene do fator VIII fica na ponta do braço longo do cromossomo X. O defeito acarreta ausência ou baixo nível sérico do fator. Quadro clínico: Hemorragias externas profusas(após extração dentária), em articulações e tecidos moles ocasionando equimoses. As hemartroses dolorosas e os hematomas musculares são comuns em pacientes gravemente afetados que poderão ter deformidades articulares progressivas e deficiência física. Pode causar também hemorragias gastrintestinais e hematúria espontânea. Embora raro, ocorre hemorragia espontânea intracerebral., sendo causa de morte em pacientes com a doença grave. Peudotumores hemofílicos nos ossos podem surgirem devido à fraturas patológicas. Diagnóstico: Alterações no TTPA e na quantidade de fator VIII (medido desde o pré- natal), apesar de o tempo de sangramento e o de protrombina estarem normais. Tratamento: Em centros especializados de hemofilia, com equipe multidisciplinar. Mediante sangramento, administração de fator VIII. A desmopressina - DDAVP é um meio para aumentar o nível plasmático de fator VIII em casos menos graves.
Definição/etiologia: Deposição disseminada intravascular de fibrina com consumo de
fatores de coagulação e trombócitos como conseqüência de diversas patologias que liberam materiais coagulantes na circulação ou causam lesão endotelial disseminada/agregação plaquetária (infecções, TU maligno, complicações obstétricas, reações de hipersensibilidade, lesão tissular generalizada, anomalias vasculares, entre outros). Pode associar-se com hemorragia fulminante ou síndrome trombótica ou ainda ter evolução mais crônica. Quadro clínico: Após sangramento (particularmente em locais de punção venosa ou de ferimentos recentes) ou hemorragias generalizadas no TGI, urogenital e, nos casos obstétricos, sangramento vaginal é de alta gravidade. Com menor freqüências, os microtrombos podem causar lesões cutâneas, insuficiência renal, gangrena e isquemia cerebral. Diagnóstico: No teste de hemostasia (plaquetopenia; testes, titulações e ensaios de fibrinogênio deficientes), TT alongado, altos níveis de produtos de degradação de fibrinogênio(e fibrina) em D-dímeros vistos no soro e na urina, TP e TTPA alongados nas síndromes agudas. No exame da distensão de sangue, pode haver anemia microangiopática e os eritrócitos fragmentados pela lesão na passagem através dos filamentos de fibrina nos pequenos vasos. Tratamento: Causal. De suporte: plasma fresco congelado e concentrado de plaquetas. Crioprecipitado é fonte de fibrinogênio e as transfusões de hemácias podem ser necessárias.
Definição/etiologia: PTT ocorre nas formas hereditária e adquirida. Há deficiência de
uma metaloprotease – a caspase- que quebra multímeros de alto peso molecular do fator de Von Willebrand(vWF). Na forma adquirida ocorre por causa de um anticorpo inibidor cuja presença pede ser estimulada por infecção. Os multímeros do fator (vWF) induzem agregação plaquetária , com formação de microtrombos nos pequenos vasos. Na Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU), estritamente relacionada, os níveis de caspase são normais. Quadro clínico: A PTT é caracterizada por febre, trombocitopenia, anemia hemolítica microangiopática, icterícia e sintomas neurológicos. Tratamento: Troca de plasma, utilizando plasma fresco congelado(PFC) ou criossobrenadante (remove os multímeros de alto peso molecular e o anticorpo); para acompanhar o tratamento - contagem de plaquetas e DHL. Nos casos refratários: corticosteróides em altas doses, vincristina, aspirina e tto supressor com azatioprina ou ciclofosfamida. A SHU em crianças limita-se aos rins; logo é preciso fazer a diálise o controle da hipertensão.