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AGROECOLOGIA / IRRIGAÇÃO - Eliezer

AGROECOLOGIA
IRRIGAÇÃO E MEIO AMBIENTE
ALUNA (O):___________________________________Nº______TURMA______

1. INTRODUÇÃO

A agricultura brasileira constitui-se numa opção importante para o desenvolvimento do


país, já que poderá contribuir substancialmente para o abastecimento interno de alimentos, além
de gerar excedentes exportáveis e produzir energia renovável. Entretanto, este potencial não foi,
ainda, devidamente explorado, uma vez que nos últimos anos o país tem sido obrigado a importar
grandes volumes de produtos agrícolas. Observa-se, também, uma grande oscilação no volume da
produção, ocorrendo o mesmo na produtividade das culturas. A grande instabilidade na
produtividade tem como causa vários fatores, dentre os quais se destaca adversidade climática,
principalmente a instabilidade do regime pluviométrico. A busca de técnicas, no mundo atual,
visa a produzir o máximo com boa qualidade na menor área possível, com o menor tempo,
ecologicamente viável e a custos mínimos. A fertilidade do solo, o clima e a água são elementos
básicos para se alcançar esses objetivos, claro, aliados a um ótimo e eficiente sistema de controle
e administração. A fertilidade do solo se consegue através de manejo adequados do solo e
culturas, o clima, embora não esteja totalmente sujeito ao controle, pode servir de orientação na
escolha e seleção de culturas e épocas para as diversas atividades agrícolas. Quanto a necessidade
de água à cultura, os sistemas de irrigação proporcionam inteira segurança ao agricultor. A
irrigação e drenagem podem contribuir enormemente para sustentabilidade da produção, melhor
qualidade dos produtos e garantia de êxito dos cultivos, mesmo que ocorram estiagens
prolongadas e permitir maior número de cultivos por ano numa mesma área. É oportuno salientar
que a irrigação e drenagem devem ser vistas como um meio e não um fim. Um sistema de
produção de culturas irrigadas necessita da utilização de outras tecnologias tais como: variedades
melhoradas, adubações, controle fitossanitário, tratos culturais etc.
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2. CONCEITO

A irrigação é um conjunto de técnicas e equipamentos programados e operados de forma


racional, para garantir o fornecimento e/ou reposição de umidade ao solo, para satisfazer as
necessidades hídricas das plantas nele cultivadas. “Constitui-se na aplicação artificial d’água ao
solo, para as plantas normalmente cultivadas, através de sistemas adequados ao tipo de solo e suas
características, declividade do terreno, de acordo com a cultura e com o clima, com o propósito de
aumentar a produtividade e a produção, melhorar a qualidade dos produtos ou obter colheitas fora
de épocas normais, sem inconvenientes da escassez ou excesso de água e desgaste do solo”.

3. OBJETIVOS

Dentre os objetivos da irrigação, podemos destacar:


a) Fornecer umidade em épocas oportunas e quantidades ideais para o ótimo
desenvolvimento e produção das culturas e;
b) Eliminar o excesso de sais do solo.

4. HISTÓRICO

O uso da irrigação não é uma técnica recente, pois há milênios já se tem conhecimento do
seu emprego na agricultura.
 Cerca de 20 Séc. a.C. – Sendo considerada a mais antiga obra de irrigação, um canal com
aproximadamente 25 km de extensão unia o Rio Nilo ao Lago de Maeris, no Egito, com o
objetivo de escoar o excesso d’água das chuvas e posteriormente irrigar os campos de cereais;
 Os chineses, em épocas remotas, construíram uma rede de canais a partir dos Rios
Amarelo e Azul, essa rede, ainda hoje, distribui água para irrigação, principalmente no cultivo de
arroz;
 Na Europa, o uso da irrigação data de cerca de 300 anos a.C. principalmente na Itália e
Espanha;
 Na América, os incas no Peru, os astecas no México e os pimas nos E.U.A., já
praticavam a irrigação, embora rudimentar, antes da chegada de Colombo; e
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 No Brasil, a irrigação foi usada inicialmente pelos Padres Jesuítas no RJ. Mas seu
desenvolvimento se acentuou no RS. Na cultura do arroz, irrigado por inundação. A irrigação por
aspersão, foi introduzida por cafeicultores em SP., na década de 60. Porém por precariedade
técnica, o resultado foi um desastre, muitos equipamentos foram abandonados e, posteriormente
adquiridos por bataticultores, que impulsionaram a aspersão no país. A irrigação localizada
começou a ser usada no início dos anos 70, em virtude da divulgação de bons resultados nos
E.U.A. e Israel.
Hoje, a irrigação é uma realidade no Brasil, onde se estima uma área irrigada superior aos
quatro milhões de hectare.

5. IMPORTÂNCIA E APLICAÇÃO DA IRRIGAÇÃO

A irrigação pode ser uma técnica obrigatória ou suplementar. Trata-se de uma técnica
obrigatória e absolutamente necessária para implantação e exploração de uma agricultura racional
e produtiva, em regiões de clima árido ou semi-árido, nas quais a quantidade e distribuição das
precipitações são insuficientes e irregulares respectivamente, não oferecendo condições de
satisfazer as necessidades hídricas das culturas. Pode ser também, obrigatória, em outras regiões
onde os totais pluviométricos não são limitantes à agricultura, no entanto, isso ocorre quando o
cultivo é exigente em umidade e/ou a distribuição das chuvas seja irregular. A irrigação
suplementar visa corrigir a irregularidade na distribuição das chuvas – ocorrência de veranicos ect
comprometendo o metabolismo das plantas, prejudicando seu desenvolvimento e produção, bem
como, a qualidade dos produtos.
A irrigação proporciona resultados compensadores quando preenche os seguintes requisitos:
1. Projeto bem elaborado, com dados de: solo, terreno, cultura, água, clima e
potencialidades da propriedade;
2. Equipamentos de irrigação de boa qualidade;
3. Manejo eficiente do sistema, pessoal capacitado;
4. Sistema de controle das aplicações d’água;
5. Capacidade e realização de avaliação das instalações.
Quando estes preceitos forem satisfeitos quando da implantação da irrigação, ela
proporciona bons resultados, que podem ser traduzidos nas seguintes vantagens:
a) Estabilidade e garantia de produção;
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b) Aumento da produção assegurando a oferta de alimentos no mercado interno e gerando


excedentes exportáveis;
c) Criação de empregos diretos e indiretos, no meio rural e urbano, minimizando o êxodo
rural;
d) Possibilidade da fertilização e aplicação de agrotóxicos via água de irrigação; e
e) Melhoria do nível e da qualidade de vida do produtor e etc.

6. EFEITOS DA ÁGUA NA PLANTA

A água é o elemento fundamental ao metabolismo vegetal, pois participa de forma ativa em


todos os processos de absorção radicular até a reação de fotossíntese. A planta, contudo transfere
à atmosfera aproximadamente 98% da quantidade d’água que retira do solo.
A planta absorve do solo a água que necessita, e, juntamente com ela os nutrientes naturais
ou incorporados pela adubação. Essa mistura – água + nutrientes – ao penetrar no interior da
planta, via pêlos absorventes do sistema radicular atingem os vasos lenhosos (xilema), sendo
conduzida à parte aérea. Nas folhas, esta mistura mineral, sofre uma reação (fotossíntese),
transformando-se em substância orgânica, e em seguida redistribuída por toda a planta pelos
vasos liberianos (floema), sendo consumida nos processos metabólicos, crescimento e
desenvolvimento da planta bem como armazenada em frutos, sementes e tubérculos.
A transformação da substância mineral em orgânica, que ocorre nas folhas, se dá pela
combinação do gás carbônico absorvido da atmosfera e da ação da luz solar. A absorção do gás
carbônico ocorre por meio dos estômatos, estes possuem uma abertura, o ostíolo, que permite a
entrada do referido gás na célula.
Através da abertura dos estômatos outro fenômeno importante à vida vegetal acontece, a
transpiração. A planta transfere água na forma de vapor à atmosfera, havendo, portanto, uma troca
gasosa na qual a planta cede água à atmosfera e desta recebe gás carbônico. O estômato
permanece aberto quando o solo contém, na zona em que estão as raízes da planta, uma taxa de
umidade facilmente absorvível, caso contrário, ele se fecha para reduzir a taxa de transpiração e
evitar a desidratação total da planta, contudo, sempre que isto ocorre, a absorção de gás carbônico
é reduzida, a fotossíntese é prejudicada e conseqüentemente o desenvolvimento vegetal e
produtivo da planta são atrapalhados.
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7. CAPACIDADE DE RETENÇÃO DE ÁGUA DO SOLO

Sendo o solo um substrato poroso formado por partículas minerais e orgânicas que, além de
servir de sustentáculo às plantas, é sua fonte de alimento. Como vimos, do solo a planta retira os
nutrientes e água que necessita ao seu metabolismo. No que diz respeito a água, o solo funciona
como um verdadeiro depósito, sendo abastecido de duas maneiras: naturalmente (precipitações) e
artificialmente (irrigação). Portanto, para se irrigar bem, faz-se necessário conhecer os parâmetros
que permitem dimensionar o volume d’água armazenada pelo solo, ou seja, a sua capacidade de
retenção de umidade.

8. DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO:

Existem vária maneiras ou métodos para determinar a umidade do solo, sendo os mais
usados em irrigação são:

1. Método Padrão de Estufa (gravimétrico): constitui-se em um método direto, bastante


preciso e consiste em retirar amostras do solo na área e na profundidade desejada, colocá-las em
recipiente fechado e conduzi-las ao laboratório, onde serão pesadas, obtendo-se a massa úmida
(M¹), coloca-se em estufa a 105° - 110° C . Após 24 horas, no mínimo, retira-se a amostra
pesando-a novamente e obtendo-se a massa seca (M²). Sendo a massa do recipiente (M³), a
porcentagem de umidade do solo em base de peso será:

Up = (M¹ - M²)______ x 100


(M² - M³)
Sendo:
Up = (Massa d’água evaporada/ Massa de solo seco) x 100

Apesar da % de umidade em base de peso ser simples, é desejável que a % de umidade do


solo seja dado em base de volume. Assim, para a determinação da umidade em base de volume,
temos:
Uv = (M¹ - M²) x 100
Vol. da amostra
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ou ainda:
Uv = Up x ds x 100, sendo: ds a densidade do solo (g.cm-³).

2. Método das Pesagens (gravimétrico): Também de resultado direto e bastante preciso.


Consiste em:
. Colocar 100g de TSE a 105°- 110° C por 24 horas, proveniente da área que se deseja
irrigar, em um balão volumétrico de 500 ml;
. Completar o volume com água e pesar, obtendo M¹ (massa padrão);
. Em qualquer época que se deseje saber o teor de umidade daquela área, coletar amostras
do solo e colocar num balão volumétrico 100g desta, completando o volume com água e pesando
o conjunto, obtendo-se M², assim, teremos:
U = (M¹ - M²) x dr_____
dr – 1
Sendo: dr = densidade real das partículas do solo (dr = 2,65g.cm-³).
E a porcentagem de umidade do solo será:
 Up = (100.U)__
(100 – U)

Logo, para se ter a % umidade em base de volume multiplica-se Up pela densidade do solo
(ds).

3. Tensiômetro (tensiométrico): Método direto para determinação da tensão d’água do


solo e indireto para medição da % de umidade. Consiste em se usar um aparelho denominado
Tensiômetro, constituído por uma cápsula porosa de cerâmica ligada por um pedaço de cano
(tubo), podendo ser de PVC, a um manômetro, em que a tensão d1água é lida. Só tem capacidade
de leitura de tensões até 0,75 atm. para tensões maiores, deixa de funcionar. Sendo assim, cobre
uma parte da água útil do solo. Em solos arenosos, indica mais ou menos 70% da água útil e em
solos argilosos 40%.
Existem outras formas de medição do teor de umidade do solo, entretanto pouco usadas
na irrigação, como por exemplo:
o Método de Bouyoucus (eletrométrico);
o TDR;
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o Método de Colman (eletrométrico);


o Psychrometric; Dispersores de Nêutrons, raios gama etc. (Uso restrito às pesquisas).

9. DISPONIBILIDADE D’ÁGUA DO SOLO

A água do solo disponível, classicamente definida como sendo uma característica estática,
representa a quantidade d’água que um solo poderia armazenar ou reter entre a “capacidade de
campo (CC)” e o “ponto de murcha permanente (PMP)”, equivalendo às tensões de 1/3 e 15 atm.,
é considerada disponível às plantas. Em verdade a água que está às tensões de 0 – 1/3 atm. e
acima de 15 atm. pode ser disponível às plantas, pois diferentes culturas possuem diferentes
capacidades de resistência e absorção, a excessos ou deficiências de umidade do solo.
a) Capacidade de Campo: Considerada como a máxima quantidade d’água armazenada
por um solo, bem drenado, contra a força da gravidade. Sendo considerada como a umidade do
solo retida sob tensão de 1/10 a 1/3 atm.

a.1. Determinação no campo: Consiste em inundar uma área de 4 a 25 m² ou uma bacia de


2m de diâmetro no solo, até uma profundidade de mais ou menos 3/2L, sendo L a profundidade
de interesse para a irrigação, por meio de uma irrigação normal ou represamento d’água, no caso
da bacia. Após o umedecimento do solo, sua superfície é coberta para evitar evaporação. O teor
de umidade é então determinado, usualmente em intervalos de 24 horas, por amostragens até a
profundidade desejada. De acordo com o tipo solo, costuma-se usar apenas uma amostra após 24
horas para solos arenosos e 48 horas para solos argilosos, após a inundação, porém pode causar
equívoco.

a .2. Determinação no laboratório: Por consumir muito tempo, a determinação da CC no


campo, tem sido substituída pelo laboratório. Onde dois métodos são bastante usados:

 Método do Equivalente de Umidade: Pouco preciso, mas de resultados rápidos.


Consiste em centrifugar uma amostra de solo previamente saturada e submetida a uma força de
1000 vezes a força da gravidade, durante 30 minutos. O teor de umidade remanescente na amostra
multiplicado por 1,2 será o teor de umidade equivalente a Capacidade de campo.
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 Método da curva de tensão (Curva característica): A tensão considerada como


equivalente a CC é de 1/10 de atm. para solos de textura grossa e de 1/3 de atm. para solos de
textura fina. De maneira geral, usa-se a tensão de 1/3 de atm. para todos os tipos de solos. Esta
curva de tensão é determinada em laboratório por meio de um extrator de membrana de Richards
ou panela de pressão. O teor de umidade na “CC” pode variar de menos de 8% em peso até mais
de 30%, para solos arenosos e argilosos, respectivamente.
Umidade (% em Base de
peso)

Tensão
Figura 1. Curva característica de umidade de um solo. (atmosferas)

b) Ponto de Murcha Permanente: Em condições de campo é comum notar que pela tarde
alguns vegetais murcham, mesmo estando o solo com teor de umidade relativamente alto. Eles
recuperam sua turgidez durante a noite e permanecem túrgidos até a tarde do dia seguinte. Este
caso é chamado de “murchamento temporário” e, é mais comum durante dias quentes. No entanto
ocorrem situações em que as plantas murcham à tarde e não recuperam mais sua turgidez, mesmo
no dia seguinte. Somente recuperará sua turgescência após uma chuva ou irrigação, neste caso
diz-se que o solo está no ponto de murchamento das plantas, e corresponde ao limite mínimo de
umidade disponível do solo às plantas.
Este conceito é muito importante mas, convém lembrar que seu valor depende do tipo de
solo e que diferentes plantas têm capacidades diferentes de extrair água do solo até diferentes
limites. Sua determinação pode ser feita da seguinte maneira:
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 b.1) Planta Indicadora: È comum o uso do girassol ou do feijão, semeados em vasos


fechados. Quando as folhas inferiores murcham, as plantas são colocadas em câmara úmida e
escura, até que restabeleçam sua turgidez, sendo recolocadas sob a luz. Esse processo será
repetido até que as plantas não consigam restabelecer sua turgidez, sendo então determinada a
umidade do solo, o qual corresponderá ao Ponto de Murcha Permanente.
 b.2) Curva de tensão (curva característica): Através do mesmo processo para
determinar a Capacidade de Campo, determina-se também o ponto de Murcha Permanente,
considerando a água do solo que se encontra a uma tensão de 15 atm. ou superior. E o teor de
umidade do solo nesta condição equivale ao Ponto de Murcha Permanente do solo.

 b.3) Pode-se também determinar o ponto de murcha permanente do solo através do


processo da umidade equivalente, considerando para tanto que o PMP = 0,68 x EU.

 OBSERVAÇÕES:

1. O teor de umidade retido no solo em disponibilidade às plantas varia da capacidade de


campo ao ponto de murcha permanente. A medida que a umidade diminui da CC ao PMP, a água
fica cada vez mais retida por forças e potencial matricial maiores. Assim a planta vai tendo cada
vez maior dificuldade para absorver a água necessária ao seu metabolismo. Isso exige da planta
cada vez maior esforço para realizar o processo de absorção d’água o que causa um dispêndio de
energia que seria utilizada para seu desenvolvimento e produção. Todavia, entre esses parâmetros
existe um nível, denominado “Umidade Crítica” (UC), que representa o limite para que a redução
da umidade do solo não prejudique significativamente a cultura. Tal valor corresponde a umidade
do solo que se encontra na tensão de 1 atm. facilmente identificável na curva de tensão ou
característica d’água do solo. Quando não se dispõe desta curva, é comum o uso de fatores de
disponibilidade d’água no solo (f), que representa a fixação de um percentual da água disponível
no solo, que de um modo geral podemos dividir as culturas irrigadas em três grandes grupos:

Grupos de culturas f (valor médio)


 Olerícolas (verduras e legumes) 0,2 a 0,6 (0,4)
 Frutíeferas e e forrageiras 0,3 a 0,7 (0,5)
 Grãos e têxteis 0,4 a 0,8 (0,6)
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2. Em irrigação normalmente não se considera o perfil do solo explorado por todo o sistema
radicular da cultura, mas apenas a profundidade efetiva, que corresponde a 80 – 90 % do sistema
radicular estejam nela contido. Sua determinação para fins de manejo de irrigação torna-se
fundamental, visto que, a adoção de valores maiores que os reais pode implicar na aplicação de
grandes volumes d’água com conseqüências indesejáveis, enquanto valores menores podem
resultar em aplicações deficientes e em turnos de rega muito pequenos.

9.1. CÁLCULO DA ÁGUA DISPONÍVEL

Desde que se conheça o teor de umidade correspondente a CC e ao PMP, as propriedades


físicas do solo e a profundidade do solo que será irrigada (profundidade efetiva do sistema
radicular da cultura), o teor de água disponível do solo pode ser calculado através da seguinte
seqüência:

1. Disponibilidade total d’água do solo (DTA): Corresponde à quantidade d’água que o solo
pode reter por determinado tempo, é dada por:

DTA = (CC – PMP) x ds , onde:


10
DTA = Disponibilidade total d’água (mm / cm de solo)
CC = Capacidade de Campo (% em base de peso seco)
PMP = Ponto de murcha permanente (% em base de peso seco)
ds = Densidade do solo (densidade global ou aparente do solo) - (g.cm-³).

2. Capacidade total d’água do solo (CTA): Corresponde à água armazenada dentro do perfil
do solo ocupado pelo sistema radicular da cultura, é dada por:

CTA = DTA x Z , onde:


CTA = Capacidade Total d’água (mm)
DTA = já descrito na equação anterior
Z = Profundidade efetiva do sistema radicular da cultura (cm)
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3. Capacidade Real d’água do solo: Não se deve permitir que o teor de umidade do solo
alcance o ponto de murcha permanente, isto é, entre duas irrigações sucessivas apenas uma
parcela d’água seja retirada do solo pela cultura sem o gasto de energia.
CRA = CTA x f , onde:
CRA = Capacidade real d’água no solo (mm)
CTA = já descrito em equação anterior
f = Fator de disponibilidade d’água no solo (0,2 < f < 0,8)

4. Irrigação Real Necessária (IRN): É a quantidade d’água que se necessita aplicar em cada
irrigação, considerando-se dois casos:

a). Irrigação total: considerando a precipitação nula.


IRN = CRA .: IRN = (CC – PMP) x ds x Z x f
10

b). Irrigação Suplementar: considerando a precipitação não nula.


IRN = CRA – Pe, Sendo Pe a precipitação efetiva.

5. Irrigação Total Necessária ITN: Corresponde ao total necessário d’água que se deve
aplicar cada vez que se irriga. Levando-se em consideração todas as possíveis perdas (estas
embutidas na eficiência do sistema de irrigação utilizado) inclusive a necessidade de uma lâmina
para lixiviar possível excessos de sais. É dada Por:

ITN = IRN , sendo Ei = eficiência do sistema de irrigação utilizado.


Ei
Observação: Como valor médio pode-se usar:
Método Ei
Superfície 60% a 75%
Aspersão 75% a 85%
Localizada 80% a 95%

Exercícios
1. Calcular a umidade do solo...
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10. INFILTRAÇÃO D’ ÁGUA NO SOLO

Infiltração é o nome dado ao processo de penetração d’água no solo no sentido vertical


descendente, através de sua superfície. De grande importância para a irrigação, pois determina o
tempo de oportunidade para infiltração de lâmina d’água como também a duração da irrigação e,
no caso da irrigação por aspersão, constitui-se em fator determinante na escolha do tipo de
aspersor. É expressa em termos de altura ou volume d’água por unidade de tempo em geral, nas
unidades cm.h-1, mm.h-1 ou l.s-1.
A velocidade de infiltração (VI) depende diretamente da textura e da estrutura do solo, e em
um mesmo tipo de solo varia com: - porosidade do solo; A % de umidade do solo e existência ou
não de camada menos permeável ao longo do perfil do solo.
A velocidade de infiltração (VI) nos solos diminui com o aumento do tempo de aplicação
d’água. Inicialmente ela é relativamente alta e vai diminuindo gradativamente, até um valor quase
constante. Neste ponto, onde a variação da velocidade de infiltração é muito pequena,
praticamente constante, ela é denominada de Velocidade de Infiltração Básica (Vib) do solo.
Outro termo bastante usado é a infiltração acumulada (I), que corresponde a quantidade
d’água infiltrada durante determinado tempo.
O valor da Vib de um solo é fator de grande importância, pois é ela que indicará os métodos
de irrigação possíveis de serem adotados, bem como determinará a intensidade de precipitação
máxima que poderá ser permitida na irrigação por aspersão. E, segundo a Vib, os solos podem ser
classificados em:
Solos de Vib baixa............................. < 0,5 cm/h
Solos de Vib média............................0,5 a 1,5 cm/h
Solos de Vib alta................................1,5 a 3,0 cm/h
Solos de Vib muito alta...................... > 3,0 cm/h

11. DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO

Existem diversos métodos para se determinar a VI de um solo, sendo que o método


escolhido para a sua determinação deve ser condizente com o tipo de irrigação ou método de
irrigação a ser implantado na área. Sendo assim, ao fazer-se irrigação por sulcos, a VI deve ser
determinada pelo método da “entrada–saída d’água no sulco” ou pelo “infiltrômetro de sulco”. No
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caso da irrigação por aspersão ou inundação, a VI pode ser determinada pelos métodos: “das
bacias”; “infiltrômetro de aspersor” ou “infiltrômetro do anel.”
Dentre os diversos métodos de determinação da VI, pela generalização e uso freqüente,
destaca-se o “Método do Infiltrômetro do Anel”, que consiste em: Dois anéis, de tamanhos
diferentes, o menor com diâmetro de 25 cm e o maior com diâmetro de 50 cm, ambos com 30 cm
de altura, devendo ser instalados concêntricos e enterrados 15 cm no solo. Para isso, as bordas
inferiores dos anéis devem ser finas e em bisel. Coloca-se água nos dois anéis ao mesmo tempo,
sendo coletadas leituras com uma régua graduada no cilindro interno, acompanhando a infiltração
vertical (o cilindro externo, funciona como bordadura, evitando-se assim, o movimento lateral
d’água do cilindro externo), em intervalos de tempo 5, 10, 15, 20, 30, 45, 60, 90 e 120 minutos.

Perfil de instalação Vista superior

Figura 1: Representação esquemática de um infiltrômetro de anel.

Quadro 1. Determinação da infiltração acumulada (I) e da velocidade de infiltração (VI)


pelo Método do “Anel Infiltrômetro”.

Hora Tempo Tempo acumulada Leitura Diferença Infiltração VI Via


(min) (min) (cm) (cm) Acumulada (I) (cm.h ) (cm.h-1)
-1

05
10
15
20
30
45
60
90
120
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A infiltração d’água no solo pode ser representada ou descrita por vários tipos de equações
ou gráficos. Dentre as equações, a mais usada tem sido a Equação do Tipo Potencial:
I = a Tn , onde:
I = Infiltração acumulada (cm)
T = Tempo de infiltração (min)
a e n = Constantes dependentes do solo e 0 < n < 1.

A Velocidade de Infiltração é a derivada da infiltração acumulada, em relação ao tempo,


assim:

VI = dI / dT

derivando temos: VI = a . n. T n-1 (cm.min-1) e VI = 60.a .n .T n-1 (cm.h-1)

Para determinar as constantes a e n, plotam-se os valores de I versus T em papel log-log e


traça-se uma linha que melhor represente o maior número de pontos. O ponto de intersecção para
o tempo de um (01) minuto será o valor de a, a declividade da reta será o valor de n, ou então se
determinam os logaritmos de todos os valores de I e T, conforme quadro 2., assim, calcula-se
ambos valores (a e n) através de uma regressão linear.
Quadro 2. Análise de dados e descrição da Equação de Infiltração pelo Método da Regressão
Linear.
Tempo (min) I (cm) X = log T Y = log I X.Y X²
05

10

20

30

45

60

90

120

Somatório

Médias
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Para a regressão linear, deve-se escrever a equação de infiltração numa equação


logarítmica, assim:
n
I = a .T  log I = log a + n log T , esta equação corresponde à equação geral da reta
na forma
y = a + bx, em que: y = log I; a = log a ; b= n; e x = log T

Na regressão linear têm-se:

B = xy - ( x . y / N )
x² - (  x)²

A = y - Bx

12. BIBLIOGRAFIA

BERNARDO, S. – Manual de Irrigação. 5ª Ed. Imprensa Universitária. – UFV. Viçosa-MG.


1989. 596 pag.
COSTA, E.F., VIEIRA, R.F., VIANA, P.A. Quimigação: aplicação de produtos químicos
ebiológicos via irrigação. EMBRAPA - CNPMS, Brasília, 315p. 1994.
DOORENBOS, J., KASSAM, A.H. Efeito da água no rendimento das culturas. FAO/UFPb,
Campina Grande, 1994. 306p. (Estudos FAO: Irrigação e Drenagem, 33).
GOMES, H. P. – Engenharia de Irrigação - Hidráulica dos sistemas pressurizados /
Aspersão e Gotejamento. UFPB. Campina Grande, PB. 1999. 412 pág.
VIEIRA, D. B. - As Técnicas de Irrigação – Coleção do Agricultor, Publicações Globo, São
Paulo, SP. 1989. 263 pág.

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