Nas mãos de quem não soube ostentar aliança Onde o sobejo é resmungos, que mais nada alcança Onde se hospedou pobreza, levando os quilates.
Neste quarto escuro, com textos escusos.
Assolada e esbofeteada esteve a coragem Algemas roubando-lhe o porto seguro ante a viagem Na prisão onde tudo foi cinza, e o nada, foram altos muros.
Recebendo visitas da dona vergonha
Trazendo com ela, o seu macho, chamado rancor. Num gélido grito de dor, num inverno incolor. Quanto mais gorda a vergonha, mais alta a montanha.
Libertai-vos e ide com fome aos seios da primavera
Enquanto insiste Deus em restaurar os trapos Que forraram corações surrados, sangrados. Ides, que a esperança ainda é fogo por nova quimera.
Por quais brechas deixareis brilhar faíscas ensolaradas?
Trazendo e estampando o rosto de um novo Amor Fazendo de ti, ex-algemado, humilde servo desse *Senhor. Deixais que *Ele desmorone estes muros e acendais em ti tuas brasas.
Celebrai a saída deste calabouço
Contemplai aqui fora os sábias e tico-ticos Cantando nos ramos, como são lindos! Pulais pela liberdade, a vida é tudo isso e mais um pouco.
------------------------------------------------------------------------------ * Senhor - * Ele: referindo ao próprio Amor