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Construção e Análise de Gráficos

Uma das maneiras mais simples de representar uma relação entre grandezas é
através de gráficos. Um gráfico consiste em representar os valores de duas variáveis
(grandezas) pela posição de um único ponto em relação a um sistema de coordenadas, onde
a distância do ponto ao eixo indica o valor da grandeza. Ao representar um par de valores
simultaneamente, tem-se uma ideia global da dependência de uma variável com relação à
outra.
Em laboratório, ou sempre que for necessário o levantamento de dados
interdependentes, a melhor forma de organizar os dados é através de tabelas. No entanto,
apesar de oferecer muito mais precisão em valores individuais, a apresentação de dados
através de tabelas torna difícil a visão global do fenômeno. O gráfico oferece uma visão de
conjunto, permitindo uma visualização imediata de comportamentos, porém a precisão de
representação de cada valor é bem menor do que na tabela.
Com o intuito de obter o máximo de informação possível do conjunto de dados
obtidos, indo além da simples visualização de comportamentos, além da apresentação
gráfica dos dados é necessária uma determinação quantitativa da relação entre variáveis.
Para atingir esse objetivo é importante seguir uma metodologia bem definida, a qual é
resultado de anos de desenvolvimento pela comunidade científica e tecnológica.

1. Procedimento para construção de gráficos

Em geral, gráficos são traçados em papéis destinados a esse fim: papel


milimetrado (para escalas lineares), papel monolog (quando uma escala é linear e a outra
logarítmica) e papel dilog ou log-log (quando as duas escalas são logarítmicas).
Tendo-se em mãos o papel adequado, as etapas de construção do gráfico são:
• Definição do tamanho: para uma melhor visualização do gráfico e percepção de
comportamentos, sugere-se o uso do maior espaço disponível possível, lembrando que
eixos e grandezas, devidamente acompanhadas das unidades, devem estar contidos dentro
do espaço definido;
• Construção dos eixos: os eixos são completamente independentes entre si e, por mais
óbvio que possa parecer, devem ser perpendiculares entre si, sendo seus comprimentos
definidos pelo espaço reservado para o gráfico. Cada eixo consiste de uma reta com
marcações numeradas ao longo de seu comprimento e é terminado por uma flecha, a qual
indica que os valores possíveis para aquele eixo não se restringem aos representados.
• Definição das grandezas: A escolha das grandezas a serem representadas depende de cada
indivíduo, porém, normalmente, a grandeza independente é representada no eixo horizontal,
enquanto que a grandeza dependente representa-se no eixo vertical. É indispensável a
indicação da unidade, ao lado da grandeza e entre parênteses, associada à grandeza
representada.
• Marcas e numeração: A não ser que haja uma coincidência muito grande, os valores
originais da tabela não são representados, ou marcados, diretamente no gráfico. Todos os
pares de valores da tabela devem constar do gráfico e sua obtenção deve ser fácil. Por isso
divide-se o eixo em espaçamentos iguais, que representam intervalos de valores constantes,
distribuídos de forma que fiquem suficientemente espaçados para facilitar sua leitura. Os
números usados sob cada marca devem ter poucos algarismos e ser convenientes de
trabalhar.
• Marcação dos pontos da tabela: após o desenho dos eixos deve-se colocar os pontos
experimentais no gráfico. Para isso é necessário saber a distância em milímetros no papel
entre um ponto e cada eixo. Essa distância é calculada fazendo-se uma regra de três:

valor do intervalo da tabela – valor do intervalo em milímetros


valor tabelado – X (posição do ponto no papel)

A fim de exemplificar a aplicação das regras acima, usaremos a tabela apresentada


abaixo, a qual representa o resultado de um experimento para a determinação da densidade
de um material. Mediu-se a massa m e o volume V do material de diferentes objetos
constituídos do mesmo material. No caso da massa, os valores extremos da tabela são 10 g
e 50 g, portanto o eixo do gráfico tem que cobrir esta faixa de valores. O próximo passo é
escolher a origem do eixo, isto é, o ponto onde ele intercepta o outro eixo do gráfico. É
interessante, apesar de não ser necessário, escolher a origem como sendo o zero. Assim, a
faixa de valores se estende de 0 a 50 g. Note que a escolha de marcas está ligada à
numeração e que os valores dos eixos não são, em geral, os valores da tabela. Note,
também, que além das marcas definirem uma distância constante, elas também representam
intervalos de valores constantes.

Tabela 1: medidas de massa


e volume para determinação
da densidade.
m (g) V (cm3)
10 51 V (cm3)
22 108 250
28 155
42 205 200
50 245
150

100

50

0
0 10 20 30 40 50 m (g)

Fig. 1 Gráfico dos pontos da tabela 1.


Após o desenho dos eixos, deve-se colocar os pontos experimentais no gráfico. Para
isso é necessário saber a distância em milímetros no papel entre um ponto e cada eixo.
Tomando como exemplo o caso acima, vê-se que a diferença de massa entre dois números
consecutivos é de 10 g e a separação do papel entre marcas consecutivas é 1,2 cm. Para o
ponto de massa 28 g da tabela 1, a proporção é dada por:

10 g → 1,2 cm
28 g → x

28 x1,2
Então, o ponto 28 g deve se localizar a x = = 3,6cm do eixo y.
10

Algumas normas adicionais de construção de gráficos que devem ser seguidas:

• não se escrevem os valores da tabela original no gráfico;


• não se traçam linhas paralelas aos eixos. Se isso for indispensável para a marcação dos
pontos no papel, elas devem ser apagadas após o término do trabalho;
• não se ligam os pontos. Somente podem ser traçadas retas, ou curvas, com significado
bem definido, como por exemplo funções ajustadas aos dados.

Olhando a distribuição dos pontos no gráfico, a fim de verificar a dependência entre


as grandezas, podemos facilmente visualizar uma linha reta, o que está de acordo com o
esperado, já que a relação entre a massa e o volume é linear. A partir disso, é possível fazer
uma análise quantitativa dos dados. O método analítico de determinação da reta que
usaremos, é o que também chamamos de Método dos Mínimos Quadrados (MMQ), o qual
é, atualmente, o método padrão de determinação da melhor reta para descrever um conjunto
de dados.
Este método exige uma grande quantidade de cálculos porém, em comparação ao
método gráfico, tem a vantagem de ser objetivo, o que significa que seu resultado
independe unicamente dos dados e será sempre o mesmo independentemente de quem o
aplique.
O Método dos Mínimos Quadrados determina a reta que minimiza os quadrados das
distâncias dos pontos a ela. As expressões dos coeficientes angular ( a ) e linear ( b ) são:

N ∑ xi y i − ∑ xi ∑ y i ∑δx δy
i i
a= = e b = y −a x .
N ∑ x − (∑ xi )
2
i ∑x 2
i

Na expressão acima o coeficiente angular é dado de duas formas equivalentes. A escolha


entre uma e outra dependerá do usuário.

Tabela 2: Exemplo de cálculo utilizando o MMQ, sobre os dados da Tabela 1.


pontos xi yi xi2 xi y i
1 10 51 100 510
2 22 108 484 2376
3 28 155 784 4340
4 42 205 1764 8610
5 50 245 2500 12250
N =5 ∑x i =152 ∑y i = 764 ∑x 2
i = 5632 ∑x y
i i = 28086

Com esses dados obtemos:

5 × 28086 − 152 × 764 764 152


a= = 4,81cm 3 / g e b= − 4,81 × = 6,68 cm 3
5 × 5632 − 152 2
5 5

A equação da reta é y = ax + b . Substituindo as grandezas correspondentes a cada


eixo e os valores dos coeficientes obtidos, temos:

V = 4,81 m + 6,68

É importante agora traçar a reta determinada pelo MMQ, pois isso facilita a
avaliação da qualidade do ajuste, e também permite perceber erros nas operações acima, se
a reta calculada estiver visivelmente longe dos pontos experimentais. Para traçar essa reta é
preciso determinar dois pontos por onde ela passa. Isso é feito com o auxílio da equação da
reta obtida, escolhendo-se dois valores diferentes para x , desde que diferentes de qualquer
x i experimental. Esses valores são substituídos na equação da reta para obter seus valores
correspondentes no eixo y .

OBS. IMPORTANTE: Esse método só pode ser aplicado em RETAS!

Referências Bibliográficas

1. Apostila de Física Experimental I, W. Soares et alli, Depto. Física, UFPR, Curitiba


(2006).
2. Introdução ao Laboratório de Física, J. Piacentini et alli, Ed. UFSC, Florianópolis
(1998).

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