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ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL
São Paulo
1999
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL
Área de concentração :
Engenharia de Construção Civil
Orientador:
Vanderley Moacyr John
São Paulo
1999
Antunes, Rubiane Paz do Nascimento
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso.
São Paulo, 1999.
145p.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i
a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a
b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o
princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do
Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7
O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i
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Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7
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O te m o r
O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i
a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a
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d o S e nho r
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é o p rincíp io d a
princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do
Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7
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s a b e d o r i a.
Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7
O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i
a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a
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Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7
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a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a
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Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7
Pro v 1:7
O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i
a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a
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Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7
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Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7
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Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7
Adquire a s a b e d o r i a,
O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i
a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a
adquire o e n t e n d i m e n t o,
b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o
princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do
e não te esqueças das
Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7
O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i
p a l a v r a s da minha boca,
a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a
b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o
nem delas te apartes.
princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do
Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7
Não a desampares, e ela te guardará;
O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i
a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a
a m a - a, e ela te protegerá.
b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o
princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do
Prov.
Prov. 4:5-6
Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7
O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i
a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a
b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o
princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do
Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7
O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i a. Prov 1:7 O temor do Senhor é o princípio da s a b e d o r i
AGRADECIMENTOS
Caro navegante,
Boa Viagem...
1
Lamentações 3:22-23.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
Sumário i
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS v
RESUMO xi
ABSTRACT xii
1. INTRODUÇÃO 1
1.1 OBJETIVO 1
1.2 JUSTIFICATIVA 1
1.2.1 REVESTIMENTO EM PASTA DE GESSO APLICADO MANUALMENTE 4
1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO 6
2. O GESSO 8
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
Sumário ii
4.1 HISTÓRIA 36
4.2 HIDRATAÇÃO E TEMPO DE PEGA DAS PASTAS DE GESSO E CAL 36
4.3 PROPRIEDADES FÍSICAS E DE APLICAÇÃO DAS PASTAS DE GESSO E CAL NO ESTADO
FRESCO 39
4.3.1 CONCEITOS DE ALGUMAS PROPRIEDADES FÍSICAS E DE APLICAÇÃO DAS PASTAS NO
ESTADO FRESCO 39
4.3.2 INFLUÊNCIA DA CAL NAS PROPRIEDADES FÍSICAS E DE APLICAÇÃO DAS PASTAS DE
GESSO FRESCAS 41
4.4 PASTAS DE GESSO E CAL NO ESTADO ENDURECIDO 43
4.4.1 PROPRIEDADES MECÂNICAS 43
4.4.2 COMPORTAMENTO FRENTE À UMIDADE 44
4.5 APLICAÇÕES E TRAÇOS 44
4.6 ALGUMAS PATOLOGIAS POSSÍVEIS DAS PASTAS DE GESSO E CAL 46
4.7 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO 48
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
Sumário iii
8.2 MICROESTRUTURA 95
8.2.1 ANÁLISE TÉRMICA (TG E DTG) 95
8.2.2 POROSIDADE 98
8.3 PROPRIEDADES MECÂNICAS 101
8.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO 105
9. CONCLUSÕES 106
ANEXO A 109
ANEXO B 114
ANEXO C 128
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
Lista de Figuras v
LISTA DE FIGURAS
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
Lista de Figuras vi
Figura 4.1 – Influência do teor de cal no período de indução (RIDGE; KING, 1977) 37
Figura 4.2 – Influência do pH das pastas de gesso no efeito retardador da pega do ácido
tartárico e alguns de seus sais (MALLON, 1988). 39
Figura 4.3 – Relação entre os constituintes e as propriedades das pastas no estado fresco
(RAGO, 1999). 40
Figura 4.4 – (a) micrografia de pasta de gesso e cal; (b) detalhe (WIRSCHING, 1987). 44
Figura 4.5 – Esquema da formação da etringita e taumasita. 47
Figura 6. 10 - Curva de calor de hidratação da amostra D8, com tempo de início e fim de
pega e início e fim de utilização 76
Figura 6. 11 –Relação entre início de pega e início de utilização 76
Figura 7.1 – Variação da consistência no tempo para diferentes teores de cal (a) 0% de cal;
(b) 13% de cal; (c) 23% de cal 80
Figura 7.2 – Variação da consistência no tempo para relação água/aglomerante constante
(a) a/a = 0,6 e (b) a/a = 0,7 81
Figura 7.3 – Influência da (a) relação a/a e do (b) teor de cal na penetração inicial 81
Figura 7.4 – Influência da relação a/a e do teor de cal nos tempo de espera e fim de utilização
(a) 0% de cal (b) 13% de cal (c) 23% de cal 85
Figura 7.5 – Influência do teor de cal nos tempo de espera e fim de utilização
(a) relação a/a = 0,6; (b) relação a/a = 0,7 85
Figura 7.6 – Variação do consumo de materiais e do tempo útil para as (a) pastas com
consistência inicial igual a mínima; e (b) pasta pura com relação a/a = 0,7, pastas
mistas com consistência inicial igual a mínima 86
Figura 7.7 – Influência da relação a/a e do teor de cal no tempo de início de pega
(a) nas pastas com consistências diferentes e (b) nas pastas com consistência
mínima e pastas puras 87
Figura 7.8 – Influência da relação a/a e do teor de cal no tempo de fim de pega
(a) nas pastas com consistências diferentes e (b) nas pastas com consistência
mínima e pastas puras 89
Figura 7.9 – Influência da relação água/gesso e do teor de cal nos tempos de (a) início e
(b) fim de pega 90
Figura 8.1 – Curvas TG e DTG das pastas de gesso com 42 dias de idade
(a) 0% de cal e relação a/a = 0,5 (b) 0% de cal e relação a/a = 0,6
(c) 13% de cal e relação a/a = 0,6 (d) 0% de cal e relação a/a = 0,7
(e) 23% de cal e relação a/a = 0,7 96
Figura 8.2 – Prisma de onde foram retiradas as amostras do ensaio de TG e porosidade 98
Figura 8.3 – Influência da relação a/g no diâmetro dos poros das pastas de gesso puro
com 42 dias de idade 98
Figura 8.4 – Influência da relação a/g e do teor de cal no diâmetro com maior volume de
Hg ml/g injetado 99
Figura 8.5 – Influência da relação a/g e do teor de cal no volume de poros 99
Figura 8.6 – Distribuição do diâmetro dos poros para (a) relação a/a = 0,6 e teores de
cal de 0% e 13% (b) relação a/a = 0,7 e teores de cal de 0% e 23%. 100
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
Lista de Figuras viii
Figura 8.7 – Influência do teor de cal na distribuição do diâmetro dos poros para
relação a/g ≅ 0,7 100
Figura 8.8 – Influência da relação água/aglomerante e do teor de cal:
(a) na resistência à compressão; (b) no módulo de elasticidade
(c) na resistência à tração na flexão ; (d) na dureza superficial 102
Figura 8.9 – Influência da relação água/gesso e do teor de cal:
(a) na resistência à compressão; (b) no módulo de elasticidade
(c) na resistência à tração na flexão ; (d) na dureza superficial 103
Figura 8.10 – Relação entre volume de poros e as propriedades mecânicas:
(a) na resistência à compressão; (b) no módulo de elasticidade
(c) na resistência à tração na flexão ; (d) na dureza superficial 104
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
Lista de Tabelas ix
LISTA DE TABELAS
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
Lista de Tabelas x
Tabela 7.4 - Regressão linear, onde “P” é penetração e “t” o tempo decorrido entre o início
da mistura e a leitura 82
Tabela 7.5 - Influência da Relação água/aglomerante e teor de cal no tempo útil e de espera 83
Tabela 7.6- Regressão linear do tempo de início de pega, onde “t” é o tempo decorrido da
mistura à leitura e “a/a” a relação água/aglomerante 88
Tabela 7.7 - Regressão linear do tempo de fim de pega, onde “t” é o tempo decorrido da
mistura à leitura e “a/a” a relação água/aglomerante. 89
Tabela 7.8 – Relações água/gesso calculadas. 90
Tabela 7.9 – Regressão linear do tempo de início e fim de pega, onde “t” é o tempo decorrido
da mistura à leitura e “a/a” a relação a/a 91
Tabela 8.1 – Relação água/aglomerante(a/a) e a relação água/gesso(a/g) correspondente
para os diferentes teores de cal hidratada. 95
Tabela 8.2 – Dados para a determinação do teor das espécies presentes na amostra 95
Tabela 8.3 – Teor das espécies químicas presentes nas pastas e no material seco determinado
através da TG e da análise química 97
Tabela 8.4 – Quadro resumo das médias do diâmetro com maior volume de Hg e do volume
total de Hg por pasta 99
Tabela 8.5 – Quadro resumo das médias das propriedades mecânicas das pastas com 42 dias 103
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
Resumo xi
RE S UM O
O objetivo desta dissertação foi investigar o efeito da adição de cal hidratada em pastas de
gesso através da análise de sua influência em algumas propriedades no estado fresco e
endurecido, visando a sua aplicação como revestimento interno. Diferente das argamassas
de cimento Portland, os valores de tempo de início e fim de pega da pasta de gesso não são
úteis para orientar a sua seleção para aplicação manual de revestimentos de acordo com a
técnica corrente. Em razão desta limitação, neste trabalho foram propostos novos conceitos
de tempo útil, tempo de espera e faixa de consistência útil. A faixa de consistência útil
determinada em obra correspondeu ao intervalo de penetração entre 28mm (consistência
mínima) e 0 mm (consistência máxima) da sonda do aparelho de Vicat modificado. Esses
resultados foram tomados como base para os ensaios realizados em laboratório em pastas
de gesso puro e com adição de 13% e 23% de cal hidratada, erelação água/gesso variando
entre 0,5 e 0,91.
Comparando-se as pastas de gesso puro com relação água/gesso 0,7, típica de obra, com
pastas mistas de mesma relação água/gesso, observou-se que a adição de cal contribuiu
para a ampliação do tempo útil em até 100 %. Além de proporcionar incremento de até
30 % na resistência à compressão e no módulo de elasticidade das pastas com 42 dias de
idade. A dureza superficial foi a propriedade que sofreu maior influência da adição da cal,
aumentando cerca de 77 %, enquanto a resistência à tração na flexão não sofreu alterações.
A adição da cal reduz o diâmetro e o volume de poros afetando as propriedades mecânicas
da pasta. Esta diminuição pode ser atribuída à elevada finura da cal e à carbonatação de
cerca de 68 % do hidróxido de cálcio contido na pasta.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
Abstract xii
ABSTRACT
The aim of this work was the investigation of the influence of hydrated lime in the
properties of early age and hardened gypsum pastes. In contrast to the Portland cement
mortars, the initial and final setting time values of plaster are not suitable to guide its
selection for manual application of coatings, according to the current technique. In order to
withstand this limitation, new concepts such as useful time, waiting time and workability
range were proposed. The workability range determined in situ was related to the modified
Vicat apparatus penetration between 28 mm (minimum consistency) and 0 mm (maximum
consistency). Laboratory tests were carried out based on data obtained in situ work. Neat
gypsum pastes and gypsum pastes with hydrated lime were prepared using 13% and 23%
(in weight) of hydrated lime and water/plaster ratio varying from 0,5 to 0,91.
Useful time of lime + gypsum paste was found to be 100% higher than that of neat gypsum
paste when both pastes were prepared with the same water/plaster ratio of 0,7, a typical
value used in situ works. Compression strength and modulus of elasticity were found to be
30% higher than that of neat pastes at 42 days of age. Increasing of 77% was measured for
hardness test, the most affected property by the lime addition, while the flexure strength
was not affected. Hydrated lime addition reduces pore diameter and volume, affecting
mechanical properties of the paste. The porosity decrease can be attributed to the high
surface area of the hydrated lime and to the calcium hydroxide carbonation.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antune
1. INTRODUÇÃO
O gesso vem sendo cada vez mais utilizado nas construções brasileiras. Seu emprego
divide-se em dois grupos básicos: para fundição e para revestimento. Gesso para fundição
é o material empregado na fabricação de pré-moldados como peças para decoração1, placas
para forro, blocos reforçados ou não com fibras2 e chapas de gesso acartonado3 (drywall).
O gesso para revestimento, objeto deste estudo, é empregado para revestir paredes e tetos
de ambientes internos e secos.
1.1 Objetivo
Esta dissertação teve como objetivo investigar o efeito da adição de cal hidratada em pastas
de gesso, através da análise de sua influência em algumas propriedades no estado fresco e
endurecido, visando a sua aplicação como revestimento interno.
1.2 Justificativa
No Brasil, apesar das reservas de gipsita chegarem a quase 654 milhões de toneladas, a
produção ainda é pequena 4. As grandes reservas nacionais concentram-se no Norte e
1
Sancas, roda-tetos, etc.
2
As fibras mais comumente empregadas com o gesso são as de vidro (GRG) e as naturais, pois seu pH
neutro não as agride como ocorre nas matrizes de cimento Portland.
3
Componente que tem no seu centro um material não combustível, essencialmente o gesso, sendo as duas
superfícies cobertas por uma camada de papel, que deve estar aderido ao material de centro (ASTM, 1997).
4
Em 1995 a extração brasileira de gipsita foi 0,87% da extração mundial.
1. Introdução 2
Além do gesso natural, também pode ser encontrado no mercado brasileiro os gessos
residuais ou químicos, como o fosfogesso, que é um subproduto obtido durante a produção
do ácido fosfórico. Em 1995 a produção nacional de fosfogesso foi da ordem de 3,3
milhões de toneladas, enquanto apenas cerca de 844 mil toneladas foram comercializadas.
Segundo dados coletados por SELMO (1997) se a atual tendência mundial de produção de
fosfogesso continuar, no ano 2000 estarão disponíveis no Brasil cerca de 6,5 milhões de
toneladas/ano, o que demonstra a grande disponibilidade desse material, tanto natural
como residual.
5
A exploração das reservas paraenses é dificultada pela distância dos centros consumidores e pela carência
de infra-estrutura.
6
Situado na Bacia do Araripe, divisa entre os Estados de Pernambuco, Piauí e Ceará, é composto pelos
municípios de Araripina, Bodocó, Ipubi, Ouricuri e Trindade, abrangendo 31 empresas de mineração, 47
calcinadoras e 125 fábricas de pré-moldados. (SEBRAE, 1996)
7
Gipsita moída utilizada como corretivo de solos.
8
A produtividade do serviço de revestimento em gesso varia entre 0,28 hh/m2 (DIAS, 1994) a 0,5 hh/m2
(TCPO, 1996).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
1. Introdução 3
retração por secagem, diminuindo o risco de fissuração nas primeiras idades; excelente
acabamento superficial que pode dispensar a utilização de acabamento final; entre outras
(BRE, 1978; NOLHIER, 1986; DIAS, 1994; HINCAPIÉ, et al. 1996a, b).
9
A calcinação da gipsita ocorre entre 180 a 200oC, enquanto para o cimento Portland essa faixa vai de 1400 a
1450oC.(NOLHIER,1986; MEHTA; MONTEIRO, 1995)
10
Dados obtidos no mercado consumidor da cidade de São Paulo.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
1. Introdução 4
transporte rodoviário pelo ferroviário os custo com transporte serão reduzidos em cerca de
22 %, tendo reflexo direto sobre o preço final do produto nos centros consumidores,
tornando-o ainda mais competitivo. (PERSPECTIVA..., 1999)
Todavia, o reduzido tempo de pega das pastas de gesso também ocasiona um curto tempo
disponível para aplicação do revestimento - tempo útil - gerando, freqüentemente, grande
perda de material e mão-de-obra. AGOPYAN et al. (1998) encontraram valores médios de
perda de gesso que chegaram a 45% para o universo de obras estudadas. Caso seja aplicado
o consumo de material por quantidade de serviço (CM/QS) utilizado por esses autores
para os estudos de casos feitos por DIAS12 (1994), a perda média de material sobe para
113%. A Figura 1.1 ilustra as perdas de material comumente encontradas no serviço de
revestimento manual em gesso
A Figura 1.2 traz a distribuição dos tempos entre as etapas do procedimento tradicional de
aplicação manual de revestimentos em gesso medidas por ANTUNES et al. (1999). Neste
procedimento, o gesseiro gasta, em média, 30% do tempo total, esperando até que a pasta
atinja a consistência adequada à aplicação – consistência mínima. Considera-se como
tempo total o intervalo de tempo correspondente à pulverização do pó na água até o final
da utilização.
11
Emboço e reboco, considerando-se que o chapisco é uma camada de preparação da base.
12
DIAS(1994) coletou dados de consumo de gesso em 15 obras distribuídas nas regiões Sul, Sudeste, Centro-
Oeste e Norte do Brasil.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
1. Introdução 5
tempo útil
57% polvilhamento e
produtivo mistura
13%
produtivo
espera
30%
improdutivo
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
1. Introdução 6
Para reduzir o tempo de espera sem acelerar o tempo de fim de pega pode-se utilizar
espessantes que não acelerem a reação de hidratação
Nesse âmbito a adição da cal hidratada às pastas de gesso constitui-se numa alternativa
adequada, pois a cal apresenta características capazes de aumentar a consistência, a
plasticidade e a retenção de água (RAGO, 1999).
Diversos autores pesquisaram a influência da cal sobre a o tempo de pega das pastas de
gesso (RIDGE;KING, 1976; CLIFTON, 1973; NOLHIER, 1986), constatando que,
dependendo do teor adicionado, a cal pode ter efeito acelerador ou retardador na hidratação
do gesso. Entretanto, não foram encontrados estudos, nem estrangeiros e nem nacionais,
que tratassem de forma sistemática a influência da cal tanto no estado fresco como no
endurecido das pastas.
Assim, o presente estudo visa suprir a carência de informações detectada durante a revisão
bibliográfica, através da avaliação da influência da adição de cal em algumas propriedades
das pastas de gesso.
Para atingir o objetivo proposto no item 1.1, estruturou-se o trabalho em nove capítulos,
sendo este primeiro relativo à introdução e o capítulo 9 referente às conclusões.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
1. Introdução 7
No capítulo 3 são propostos alguns novos conceitos para caracterizar o gesso de acordo
com o tempo disponível para sua utilização em obra.
Os resultados obtidos nos ensaios realizados in situ e em laboratório, para o estado fresco e
endurecido, são expostos e discutidos nos capítulos 6, 7 e 8, respectivamente.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
2. O GESSO
a) Extração do gipso
O gipso é uma rocha sedimentar, particularmente denominada evaporito. Em sua
composição estão presentes, basicamente, a gipsita, a anidrita e algumas impurezas,
geralmente argilo-minerais, calcita, dolomita e material orgânico. A gipsita é o mineral
que se constitui na matéria-prima para o gesso; sua fórmula química é CaSO4 . 2H2O.
Desse modo a qualidade do gipso é avaliada pelo teor de gipsita. A matéria-prima
1
A palavra gesso tem origem no grego gupsos que deriva de duas palavras que significam terra e cozida
(KARNI; KARNI, 1995).
2
Dissociação térmica.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
2. O Gesso 9
E3UHSDUDomRSDUDFDOFLQDomR
Após a extração a gipsita passa por alguns processos de beneficiamento de adequação
ao tipo de forno onde será calcinada. Basicamente, as etapas são as seguintes: britagem,
moagem grossa; estocagem; secagem; moagem fina e ensilagem.
F&DOFLQDomR
A FDOFLQDomR é o processo térmico pelo qual a gipsita é desidratada. O material é
calcinado numa faixa de temperatura da ordem de 140oC a 160oC, quando se deseja
obter KHPLGUDWR (CaSO4.0,5H2O), como exposto na equação (2.1). A DQLGULWD ,,,
(CaSO4. εH2O) é obtida entre 160oC e 200oC e pode conter água de cristalização em
baixo teor3. Esta fase é solúvel, como o hemidrato, porém instável, transformando-se
em hemidrato com a umidade do ar. Quando a calcinação acontece em temperaturas
variando de 250oC a 800oC a anidrita III transforma-se em DQLGULWD ,, (CaSO4) cuja
velocidade de hidratação é lenta4. A DQLGULWD , só é obtida em temperaturas acima de
800oC (NOLHIER, 1986; CINCOTO HWDO 1988a; SANTOS, 1998).
&D62 + 2FDOJ⇒&D62 + 2+ 2
A calcinação ainda pode ser por YLDVHFD ou ~PLGD. Se o gipso for calcinado a seco sob
pressão atmosférica, ou baixa pressão, será obtido o KHPLGUDWR β. Caso a calcinação
ocorra sob pressão de vapor de água saturante, será obtido o KHPLGUDWRα.
Devido ao menor tempo de pega, maior resistência mecânica e custo mais elevado, o
hemidrato α tem sua maior utilização como gesso hospitalar. Já o β, com custo de
3
De 0,11 a 0,06 moléculas de água (RILEM, 1982a).
4
Para temperaturas acima de 500oC são necessários, em média, 4 dias para hidratar 50% da anidrita II
(SANTOS, 1998).
5
Os hemidratos α e β possuem a mesma estrutura cristalina, entretanto sua morfologia (tamanho e superfície
do cristal) difere devido ao método de produção. As diferenças morfológicas exercem influência sobre as
propriedades da pasta e do gesso endurecido. Para se obter misturas de mesma consistência, o hemidrato α
requer menos água de amassamento que o β. Como a resistência mecânica do gesso é inversamente
proporcional à relação água/gesso e, consequentemente, à porosidade, as pastas produzidas com o
hemidrato α são mais resistentes que as produzidas com o β (NOLHIER, 1986).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
2. O Gesso 10
7DEHOD1RPHQFODWXUDHIyUPXODTXtPLFDGDVIDVHVGRJHVVR
1RPHQFODWXUD )yUPXOD4XtPLFD
Gipsita ou Dihidrato CaSO4. 2H2O
Hemidrato α ou β CaSO4. 0,5 H2O
Anidrita III εCaSO4
Anidrita II e I CaSO4
G6HOHomR
O material calcinado é moído, selecionado em frações granulométricas e classificado
conforme o tempo de pega, de acordo com a NBR 13207 (ABNT, 1994) .
*HVVR5HVLGXDO
O gesso também pode ser obtido como subproduto durante a síntese ou neutralização de
alguns ácidos e efluentes (Tabela 2.2). O gesso oriundo desses processos é conhecido
como JHVVRUHVLGXDO.
O gesso residual mais produzido no mundo é o IRVIRJHVVR subproduto obtido durante a
produção do ácido fosfórico. Sua fórmula química (CaSO4 2H2O) é idêntica à do gesso
natural e contém impurezas como fósforo em forma de íons HPO42 em sua composição
(MURAT HWDO, 1979). Aproximadamente 1,7 t de fosfogesso são produzidas por tonelada
de fosfato (ULLMANS, 1985).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
2. O Gesso 11
*HVVRGHFRQVWUXomR
O gesso é utilizado em áreas bem distintas como: agricultura, indústria cerâmica, saúde
(especialmente na odontologia) e na construção civil. Para diferenciar o gesso utilizado na
construção civil dos demais na norma nacional foi adotado o termo JHVVRGH FRQVWUXomR.
Como este trabalho não abrange nenhuma das demais áreas de aplicação do material o
JHVVRGHFRQVWUXomR será chamado apenas de JHVVR. A seguir encontram-se transcritas as
definições de algumas normas para o material.
A NBR 13207 (ABNT, 1994) define gesso para construção como:
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
2. O Gesso 12
+LGUDWDomRHSHJDGRJHVVR
&D62 + 2+ 2⇒&D62 + 2&$/25
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
2. O Gesso 13
reação de hidratação. Ele explicou também o fenômeno da pega das pastas de gesso a partir
das curvas do calor de hidratação obtidas através da calorimetria adiabática (Figura 2.1).
As etapas descritas por ele para o mecanismo são:
å Ocorre uma pequena hidratação seguida do período de indução. Esta etapa é finalizada
pelo início da pega que é o instante em que a taxa de elevação da temperatura ultrapassa
0,1 oC/min (RIDGE, 1959);
7HPSHUDWXUD &
R
ê
å
7HPSRPLQ
)LJXUD±&XUYDWtSLFDGHFDORUGHKLGUDWDomRGHSDVWDVGHJHVVR
6
THOLE (1994) menciona que o final da reação de hidratação pode ser determinado como sendo o último
ponto de inflexão da curva de tempo [ temperatura obtida através da calorimetria adiabática.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
2. O Gesso 14
A SHJD também pode ser descrita segundo um fenômeno físico. O início da reação
corresponde à formação de núcleos de cristais de gipsita que crescem durante o período de
indução. Após esse período, os cristais de dihidrato começam a precipitar ocasionando um
aumento na consistência da pasta conhecido como LQtFLRGDSHJD. Com o aumento da taxa
da reação de hidratação a pasta vai adquirindo cada vez mais resistência mecânica até o seu
completo endurecimento, diz-se então que se deu o ILPGDSHJD.
7
O gesso natural pode conter gipsita, calcita, dolomita, argilo-minerais, etc. O fosfogesso contém fósforo em
forma de íons HPO42- em sua composição (MURAT HWDO, 1979).
8
As impurezas podem ser incorporadas DFLGHQWDOPHQWH através da água de amassamento e de resíduos de
outras misturas ou propositadamente como SDUWHGDPLVWXUD.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
2. O Gesso 15
20 20
0%
15 15 5%
0% 0,5 0,7% 0,8% 1%
6%
R&
R&
10 10
7 7
7%
∆
5 5 8%
0 0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 20 40 60 80 100 120
7HPSRPLQ 7HPSRPLQ
)LJXUD±&XUYDGHFDORUGHKLGUDWDomR )LJXUD±&XUYDGHFDORUGHKLGUDWDomR
GHSDVWDVGHJHVVRHPSUHVHQoDGHEyUD[ GHSDVWDVGHJHVVRHPSUHVHQoDGHFDVHtQD
+,1&$3,e +,1&$3,e
0LFURHVWUXWXUD
)RUPDomRGDPLFURHVWUXWXUDHIDWRUHVLQIOXHQWHVLQWHUQRV
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
2. O Gesso 16
que favorece a formação de cristais JUDQGHV. Estes três fatores estão interrelacionados e
interferem nas propriedades mecânicas da pasta endurecida. Microestruturas formadas por
cristais grandes são menos resistentes (PDLV SRURVDV) que as formadas por cristais
pequenos (PDLV GHQVDV) (MURAT HW DO., 1979). As dimensões típicas dos cristais de
dihidrato puro variam entre 10 e 20 µm de comprimento e 1 e 1,6 µm de diâmetro
(ODLER; RÖSSLER, 1989; HINCAPIÉ, 1997; SELMO HWDO., 1997).
)LJXUD±&ULVWDLVGHGLKLGUDWR )LJXUD±&ULVWDLVGHGLKLGUDWRHP
DXPHQWR[67$9HWDO SUHVHQoDGHSROLDFULODPLGDDXPHQWRGH
[67$9HWDO
)DWRUHVLQIOXHQWHVH[WHUQRV
Quando a superfície da pasta sofre alguma espécie de WUDWDPHQWR PHFkQLFR, como por
exemplo desempeno, ocorre uma orientação na formação dos cristais que estão nesta
região. Isto resulta numa camada compacta que tem propriedades mecânicas superiores às
do interior da pasta (MURAT HWDO, 1979).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
2. O Gesso 17
mecânicas. Uma possível explicação para isto é que o vapor que penetra nos poros da
pasta, ao se condensar, possibilita a dissolução-recristalização dos cristais instáveis e
pequenos formados no início da pega. Os “QRYRV” cristais formados são maiores que os
que os originaram. Isto ocasiona o crescimento do diâmetro dos poros. Essa alteração na
estrutura da pasta também modifica o contato entre os cristais causando a queda na
resistência mecânica (MURAT HW DO, 1979). Outra explicação é que a água adsorvida
possibilita o escorregamento entre os cristais sob pressão, ocasionando a queda nas
propriedades mecânicas (BADENS HWDO 1999).
3RURVLGDGHHSURSULHGDGHVPHFkQLFDV
9
A solubilidade do hemidrato é máxima a 45oC, diminuindo após esta temperatura (CLIFTON, 1973).
10
Porosidade real foi calculada pelos pesquisadores de acordo com a equação P = 1-((massa/volume)/2,32),
onde 2,32 é a densidade do cristal de gipsita em g/cm3.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
2. O Gesso 18
distribuição dos poros e no tamanho dos cristais tiveram efeito bem inferior ao da
porosidade total. Diante disto, eles concluíram que nem o tamanho dos cristais nem a
distribuição dos poros tem efeito apreciável sobre a resistência, atribuindo à SRURVLGDGH
WRWDO da pasta a maior influência sobre a resistência.
9DULDo}HVYROXPpWULFDV
No início da reação de hidratação as pastas de gesso sofrem uma UHWUDomR que se estende
até o início da pega, momento em que a microestrutura começa a desenvolver-se. Até o
início da pega (final do período de indução) os cristais podem crescer livremente em
virtude da pequena quantidade de cristais presentes do elevado teor de água presente. Com
o aumento do número de cristais formados a estrutura da pasta começa a tornar-se rígida. O
crescimento dos novos cristais se opõe a rigidez da estrutura causando a H[SDQVmR da pasta.
Assim, a expansão pode ser atribuída às forças atuantes durante a evolução da
microestrutura (NOLHIER, 1986; KARNI; KARNI, 1995).
3URSULHGDGHVPHFkQLFDV
11
Quanto maior a relação água/gesso menor a expansão (NOLHIER, 1986).
12
O efeito dos aditivos aceleradores e retardadores varia de acordo com seu tipo. O sulfato de potássio
(acelerador) reduz em até 50 % a expansão (NOLHIER, 1986). Gelatina (retardador) também reduz a
expansão em cerca de 50 %. (KARNI; KARNI, 1995).
13
A areia reduz a expansão. Utilizando, por exemplo, o traço 1:5 (gesso:areia) pode-se obter uma redução na
expansão de cerca de 50 % (KARNI; KARNI, 1995). Por outro lado, a argila aumenta a expansão. A adição
de 25 %, em massa, de argila pode até dobrar a expansão da pasta (NOLHIER, 1986).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
2. O Gesso 19
25 100
compressão
'XUH]D6KRUH&HHP
tração na flexão
5HVLVWrQFLD03D
20 80
dureza (MPa)
15 dureza 60
03D
Shore
10 40
compressão
5 20
flexão
0 0
0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
5HODomRDJ
)LJXUD±,QIOXrQFLDGDUHODomRDJQDUHVLVWrQFLDjFRPSUHVVmR
WUDomRQDIOH[mRHGXUH]DGHJHVVRVHVWUDQJHLURVHQDFLRQDLV
12/+,(5&,1&2772HWDOE
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
2. O Gesso 20
S sucção da base muito baixa – como a pasta não é absorvida a ancoragem fica
prejudicada.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
2. O Gesso 21
7DEHOD±,QWHUYDORGHYDULDomRGDVSURSULHGDGHVGRVJHVVRVGHFRQVWUXomR
EUDVLOHLURV&,1&2772HWDOE+,1&$3,eHWDO
3URSULHGDGH DJ 03D
Resistência à compressão 0,650 – 0,450 9,93 – 27,29
Resistência à tração na flexão 0,653 – 0,433 4,40 – 10,50
Dureza superficial 0,483 – 0,450 13,55 – 53,08
Resistência de aderência* 0,600 – 0.800 0,40 – 1,60
* HINCAPIÉ et al., 1997.
10
0yGXORGH(ODVWLFLGDGH
TESCHNER (1991)
8
BLAKEY (1959)
6
*3D
0
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
5HODomRDJ
)LJXUD9DULDomRGRPyGXORGHHODVWLFLGDGHOLQHDUHPIXQomRGDUHODomRDJQR
HVWDGRVHFR%/$.(<DSXG12/+,(57(6&+1(5
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
2. O Gesso 22
No entanto, a absorção de água pelo gesso de construção endurecido não tem apenas efeito
negativo. Uma das propriedades mais apreciadas no gesso é a de ser um UHJXODGRU
KLJURWpUPLFR do ambiente. A pasta de gesso endurecida absorve ou libera umidade, de
acordo com as condições higrotérmicas e de ventilação do ambiente. Quando há um
aumento de temperatura, a quantidade de vapor de água na atmosfera aumenta e o gesso
absorve a água. Quando ocorre o inverso, o gesso libera rapidamente a água absorvida,
proporcionando conforto ambiental e prevenindo a condensação de vapor d’água sobre a
superfície (HINCAPIÉ HWDO 1996). Porém, para revestimentos de pequena espessura este
efeito no ambiente provavelmente não é significativo.
&RQVLGHUDo}HVVREUHRFDStWXOR
Os valores das propriedades mecânicas apresentados pelo material são compatíveis com as
solicitações a que ele está sujeito. Entretanto, o gesso perde grande parte de suas
propriedades mecânicas em presença de XPLGDGH, sendo este o maior limitador da sua
utilização.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
12926&21&(,726352326726
Neste capítulo são apresentados alguns conceitos novos que surgiram durante o
desenvolvimento deste trabalho da necessidade de classificar as pastas de gesso de uma
maneira mais detalhada quanto à sua aplicação como revestimento em obra.
7HPSRGHSHJDHQGXUHFLPHQWRHDSOLFDomRGDVSDVWDVGHJHVVR
1
A consistência é uma forma de avaliar a trabalhabilidade das pastas e argamassas (CINCOTTO HW DO,
1995).
2
Geralmente, as relações água/gesso empregadas em obra variam entre 60% e 86% da massa do gesso
(DIAS, 1994; HINCAPIÉ HWDO 1996; ANTUNES HWDO, 1999a).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
3. Novos conceitos propostos 24
produção de pastas extremamente fluídas de aplicação imediata impossível. Para que a sua
aplicação tenha início é necessário aguardar que as pastas de gesso atinjam a faixa de
consistência adequada, determinada empiricamente pelo gesseiro. A consistência da pasta
só começa a ser alterada no final do período de indução, ou seja, pouco antes do início da
pega por calorimetria3 (CLIFTON, 1973; MAGNAN, 1973), só após este instante é
possível o início de sua utilização (Tabela 3.1).
Até o final do período de indução não há elevação de temperatura além da ocasionada pela
molhagem dos grão, e, consequentemente, ainda não há dihidrato formado. Assim, no
início da pega determinado pela calorimetria e pelo método proposto pela DIN 1168 1975)
a quantidade de dihidrato precipitado é aproximadamente igual a 0 % (CLIFTON, 1973;
MAGNAN, 1973; LEWRY; WILLIAMSON, 1994a). Enquanto no início de pega
determinado pela agulha de Vicat, NBR 12128 (ABNT, 1991), aproximadamente 10 % de
dihidrato já está formado (STAV; BENTUR, 1995).
Isto levaria a conclusão de que o início da utilização da pasta de gesso teoricamente
começaria antes o início da pega determinado pela agulha de Vicat. Entretanto, como as
relações água/gesso utilizadas neste ensaio são inferiores às utilizadas em obra, o tempo de
início de pega acaba sendo inferior ao tempo necessário para que a pasta com relação
água/gesso de obra adquira a consistência adequada à utilização.
Para o fim da pega determinado pela agulha de Vicat (NBR 12128 (ABNT, 1991)) a
relação é a inversa, isto é, no instante em que ocorre o fim da pega a pasta já está
excessivamente rígida não sendo mais possível a sua utilização.
Isso torna os tempos de início e fim de pega determinados pela NBR 12128 (ABNT, 1991)
de pouca utilidade para o construtor, unicamente aplicável para controle do processo de
fabricação do gesso. Assim, neste trabalho, esta sendo proposta a adoção de um conceito
relacionado diretamente com o período de tempo disponível para a aplicação das pastas de
gesso.
3
O início da pega por calorimetria corresponde ao instante em que a taxa de elevação da temperatura é maior
que 0,1oC/min (RIDGE, 1959).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
3. Novos conceitos propostos 25
2FRQFHLWRGHIDL[DGHFRQVLVWrQFLD~WLO
4
Argamassas de cimento e areia ou cimento, cal e areia.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
3. Novos conceitos propostos 26
2FRQFHLWRGH7HPSRÒWLO
'HWHUPLQDomRGRWHPSR~WLO
Como o tempo útil é o intervalo de tempo em que a pasta permanece dentro da faixa de
consistência útil, seu valor é a diferença entre o intervalo de tempo necessário para que a
pasta adquira a FRQVLVWrQFLDPi[LPD de aplicação e o intervalo que corresponde ao tempo
de espera (equação (3. 1)):
RQGH
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
3. Novos conceitos propostos 27
da sonda, em mm) no tempo é linear e pode ser expressa através da equação (3. 2). A
relação entre a faixa de consistência útil e o tempo útil é representada pelas coordenadas
(consistência mínima (cmin); tempo de espera (Te)) e (consistência máxima (Cmáx.); tempo
de consistência máxima (Tcmáx)) que delimitam seus valores.
WHPSR~WLO
FPtQ
3HQHWUDomRPP
D
L
F
H Q
G
r O
D W LW
V
[
L L ~
D V
I Q
R
F
α
FPD[
7H 7FPD[
7HPSRPLQ
)LJXUD±7HPSR~WLOHIDL[DGHFRQVLVWrQFLD~WLOGHWHUPLQDGDDWUDYpVGRHQVDLRGH
FRQVLVWrQFLDGD1%5
RQGH
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
3. Novos conceitos propostos 28
7HPSR~WLOHVWLPDGRSHODFDORULPHWULD
Para situar melhor o tempo útil dentro do procedimento tradicional de aplicação de pastas
de gesso, estão descritas na Tabela 3.1 as etapas que compõe a atividade, correlacionadas
às etapas da reação de hidratação5 apresentadas na Figura 3.2.
De acordo com as descrições das etapas da reação de hidratação sugeridas por CLIFTON
(1973) e MAGNAN (1973) e pelo exposto na Tabela 3.1 a pasta pode ser utilizada durante
a etapa em que ocorre a elevação da temperatura (toda a segunda etapa da curva
apresentada na Figura 3.2).
WHPSR~WLOHVWLPDGR
ê
&
R
D
U
X
W
D SHUtRGRGH
U
H LQGXomR
S
P
å
H
7
7
LQtFLRSHJD
7 ILPSHJD
7HPSRPLQ
)LJXUD±(WDSDVGDUHDomRGHKLGUDWDomRDWUDYpVGDFDORULPHWULDDGLDEiWLFDH
WHPSR~WLOHVWLPDGR
Esta etapa é delimitada pelos tempos de início e fim da pega. O início da pega é o instante
em que a taxa de elevação de temperatura ultrapassa 0,1 oC/min (RIDGE, 1959) isto
eqüivale, aproximadamente, ao início da formação da microestrutura. O fim da pega é o
instante em que a temperatura máxima é atingida (THOLE, 1994) e cerca de 90% da pasta
já está hidratada (STAV; BENTUR, 1995).
5
Conforme discutido no item 2.4.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
3. Novos conceitos propostos 29
7DEHOD3URFHGLPHQWRGHSUHSDURGDVSDWDVGHJHVVRREVHUYDGRHPREUD
(WDSD 3URFHGLPHQWR
Polvilha- O pó é colocado na água de forma a preencher toda masseira por igual. A
mento quantidade de pó utilizada é a necessária para que toda, ou quase toda, água
da superfície seja absorvida pelo pó.
Espera I Segue-se um período de repouso que corresponde ao período de dissolução
do hemidrato.
Mistura Em seguida, parte da pasta é misturada ficando o restante em repouso na
masseira.
Espera II Mais uma vez um intervalo é observado até que a pasta possa ser utilizada.
Este intervalo eqüivale ao período de indução, primeira etapa da Figura 3.2
,QtFLRGR Quando a fração de pasta que foi misturada pelo gesseiro adquire a
WHPSR~WLO FRQVLVWrQFLDPtQLPD adequada para a aplicação, determinada empiricamente,
(Aplicação I) passa a ser utilizada. Neste instante tem início o WHPSR~WLOque acontece no
final do período de indução e pouco antes do início da pega determinado por
calorimetria (Figura 3.2).
Aplicação II Com o final da utilização da parte previamente misturada, o gesseiro segue
usando a segunda parte que estava em repouso e por isso teve a cinética da
reação de hidratação retardada em relação à primeira. Dificilmente é
necessário misturar a segunda parte, pois o tempo necessário para a completa
utilização da primeira é suficiente para que a segunda parte adquira a
FRQVLVWrQFLDPtQLPD adequada à aplicação. Assim, o gesseiro passa a utilizar
a segunda parte sem que haja necessidade de interrupção da atividade.
Durante as etapas de Aplicação I e II a pasta encontra-se na segunda etapa
reação exposta na Figura 3.2 que corresponde ao WHPSR~WLOHVWLPDGR.
)LPGR Quando a pasta ultrapassa a FRQVLVWrQFLD Pi[LPD adequada para revestir o
WHPSR~WLO substrato ela ainda pode ser utilizada para dar o acabamento final no
revestimento. A adição de água à pasta altera sua consistência, possibilitando
seu retorno à IDL[DGHFRQVLVWrQFLD~WLO. Neste momento a pasta se encontra
na terceira etapa, ou seja, final da reação de hidratação por dissolução-
precipitação, onde a maioria do dihidrato já está formado (etapa 3 da curva
exposta na Figura 3.2).
Final da Logo após esta fase, o gesso se hidrata quase completamente6 não se
utilização prestando mais para o serviço. Esta fase é conhecida na prática como
("morte") PRUWH´ do gesso, pois mesmo que mais água seja adicionada à pasta para
prolongar sua utilização, não existe mais aderência entre essa última camada
e o revestimento já aplicado.
6
A reação de hidratação continua por difusão e não mais por dissolução-precipitação, pois a massa sólida
formada pelo dihidrato restringe o acesso do íons ao hemidrato. A parcela não hidratada corresponde a
cerca de 10% do dihidrato total (STAV; BENTUR, 1995).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
3. Novos conceitos propostos 30
Desta forma, através da curva de calor de hidratação é possível obter-se o WHPSR ~WLO
HVWLPDGR, para o intervalo de relações água/gesso utilizado em obra O valor da estimativa
tende a ser um pouco menor que o do WHPSR ~WLO obtido através da consistência, pois a
FRQVLVWrQFLDPtQLPD, para relações água/gesso de obra, acontece pouco antes do início da
pega por calorimetria (Figura 3.3).
WHPSR~WLO
WHPSR~WLO
WHPSR~WLOHVWLPDGR
FPtQ
P
P D
L
F
R H
Q
m G r O
W L
o SHUtRGRGH D
V
W
D [ L ~
U L
LQGXomR V
W D
I Q
H R
Q F
H
3 α
FPD[
7H 7 LQtFLRSHJD
7F
PD[
7HPSRPLQ
)LJXUD±7HPSR~WLOHWHPSR~WLOHVWLPDGR
3DUkPHWURVTXHLQIOXHQFLDPRWHPSR~WLO
Pelo exposto no item 3.3.2, qualquer parâmetro que altere a inclinação do trecho
ascendente da curva de calor de hidratação, ou seja, a taxa de formação da estrutura
cristalina da gipsita exercerá influência sobre o tempo útil. Isto pode ser observado através
dos resultados apresentados por HINCAPIÉ (1997), que avaliou como diversas espécies
químicas interferem sobre a hidratação de pastas de gesso, com relações água/gesso 0,7,
através da curva de calor de hidratação obtidas com o auxílio de um calorímetro pseudo-
adiabático.
Dois efeitos básicos foram observados. O SULPHLUR é que alguns aditivos retardadores de
pega, como bórax (Figura 3.4) e ácido cítrico (Figura 3.5), em certos teores, ampliam o
período de indução deslocando a curva do calor de hidratação no tempo sem, contudo,
alterarem a inclinação do ramo da curva que se encontra na da segunda etapa. Para as
relações água/gesso de obra tais aditivos não exercem influência sobre o tempo útil. Isto
pode ser verificado através da Tabela 3.2 e Tabela 3.3 onde, apesar dos tempos de início e
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
3. Novos conceitos propostos 31
fim de pega terem sido ampliados, o valor encontrado para o tempo útil estimado manteve-
se praticamente constante.
O VHJXQGR efeito, ilustrado pela Figura 3.6 (caseína) e Figura 3.7 (gelatina), é que alguns
aditivos retardadores além de ampliarem o período de indução e os tempo de início e fim
de pega, alteraram também a taxa de formação da estrutura cristalina da gipsita. Este efeito
teve influência direta sobre o tempo útil destas pastas. O valor de tempo útil obtido com
7% de caseína (Tabela 3.4) correspondeu a quase o dobro do valor encontrado para a pasta
pura. A gelatina (Tabela 3.5) não se mostrou tão eficiente quanto a caseína, apresentando
um tempo útil para um teor de 1,5 %, 4 % inferior ao da pasta pura. Todavia este dado não
chega a invalidar a conclusão.
20 20
0%
0,004% 0,016%
15 15
0% 0,5 0,7% 0,8% 1%
R&
R&
10 10 0,011%
7 7
∆
0,025%
5 5
0 0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 20 40 60 80
7HPSRPLQ 7HPSRPLQ
)LJXUD±&XUYDGHFDORUGHKLGUDWDomR )LJXUD±&XUYDGHFDORUGHKLGUDWDomR
GHSDVWDVGHJHVVRFRPUHODomRDJHP GHSDVWDVGHJHVVRFRPUHODomRDJHP
SUHVHQoDGHEyUD[+,1&$3,e SUHVHQoDGHiFLGRFtWULFR+,1&$3,e
7DEHOD±,QIOXrQFLDGRWHRUGHEyUD[QRVWHPSRVGHLQtFLRHILPGHSHJDSRU
FDORULPHWULDHQRWHPSR~WLOHVWLPDGR
7HPSR 7HRUGHEyUD[
PLQ
Início de pega 3 16 37 62 131
Fim de pega 30 41 64 91 154
Útil estimado 27 25 27 29 23
* Tempo útil estimado = tempo de fim de pega – tempo início de pega.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
3. Novos conceitos propostos 32
7DEHOD±,QIOXrQFLDGRWHRUGHiFLGRFtWULFRQRVWHPSRVGHLQtFLRHILPGHSHJDSRU
FDORULPHWULDHQRWHPSR~WLOHVWLPDGR
7HPSR 7HRUGHiFLGRFtWULFR
PLQ
Início de pega 3 7 13 31 46
Fim de pega 30 37 45 59 75
Útil estimado 27 30 32 28 29
Tempo útil estimado = tempo de fim de pega – tempo início de pega.
20 20
0% 0%
15 5% 15
6% 0,8%
R&
R&
10 10
7 7
7% 1%
∆
∆
1,5%
5 8% 5
1,6%
0 0
0 20 40 60 80 100 120 0 20 40 60 80 100 120
7HPSRPLQ 7HPSRPLQ
)LJXUD±&XUYDGHFDORUGHKLGUDWDomR )LJXUD±&XUYDGHFDORUGHKLGUDWDomR
GHSDVWDVGHJHVVRFRPUHODomRDJHP GHSDVWDVGHJHVVRFRPUHODomRDJHP
SUHVHQoDGHFDVHtQD+,1&$3,e SUHVHQoDGHJHODWLQD+,1&$3,e
7DEHOD±,QIOXrQFLDGRWHRUGHFDVHtQDQRVWHPSRVGHLQtFLRHILPGHSHJDSRU
FDORULPHWULDHQRWHPSR~WLOHVWLPDGR
7HPSR 7HRUGHFDVHtQD
PLQ
Início de pega 3 16 23 31 47
Fim de pega 30 52 62 84 95
Útil estimado 27 36 39 53 48
* Tempo útil estimado = tempo de fim de pega – tempo início de pega.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
3. Novos conceitos propostos 33
7DEHOD±,QIOXrQFLDGRWHRUGHJHODWLQDQRVWHPSRVGHLQtFLRHILPGHSHJDSRU
FDORULPHWULDHQRWHPSR~WLOHVWLPDGR
7HPSR 7HRUGHJHODWLQD
PLQ
Início de pega 3 14 21 59 110
Fim de pega 30 44 59 85 >120
Útil estimado 27 30 38 26 --
* Tempo útil estimado = tempo de fim de pega – tempo início de pega.
40
Aplicação I (início do tempo útil)
35
Aplicação II
P
30
P
25
R
m
o 20 \ [
D
U
W
15 5
H
Q
H
3 10
\ [
5 5
0
20 25 30 35 40 45 50 55 60
7HPSRPLQ
)LJXUD±,QIOXrQFLDGRSURFHGLPHQWRGHPLVWXUDQRWHPSR~WLOGDVSDVWDVGHJHVVR
$1781(6HWDOD
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
3. Novos conceitos propostos 34
WHPSR~WLO
FPtQ
P
P D
L
F
R H Q
m G r O
W L
o D V W
D [
L L ~
U D
V
W I Q
H R
Q F
H
3 α α1
FPD[
7H 7FPD[
7HPSRPLQ
)LJXUD±$PSOLDomRPi[LPDGRWHPSR~WLOFDXVDGDSHODVRPDGDVLQWHUYHQo}HVQR
WHPSRGHHVSHUDHQRWHPSRGHFRQVLVWrQFLDPi[LPD
7
Maiores detalhes no item 2.4.1.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
3. Novos conceitos propostos 35
&RQVLGHUDo}HVVREUHRFDStWXOR
O WHPSR ~WLO proposto neste trabalho é de fácil determinação, sendo mais adequado ao
processo de aplicação do revestimento do que os tempos de início e fim de pega propostos
pela NBR 12128 (ABNT, 1991) e supre a deficiência da classificação estabelecida na
NBR 13207 (ABNT, 1994).
A indicação do WHPSR ~WLO permitiria ao usuário selecionar gessos que apresentem maior
tempo disponível para a utilização, bem como a faixa de relações água/gesso que deve ser
empregada. Estas informações fornecem subsídios para um melhor planejamento do
serviço de aplicação manual de revestimento em gesso, possibilitando com isso ganho na
produtividade e possivelmente redução de perdas de material.
A utilização de aditivos retardadores de pega não amplia necessariamente o tempo útil.
Aditivos que retardam a pega através da ampliação do período de indução não exercem
influência sobre o tempo útil das pastas com relações água/gesso utilizadas em obra. Os
aditivos que alteram a taxa de formação da estrutura exercem influência sobre o tempo útil,
mas apesar de ampliarem consideravelmente os tempos de início e fim de pega não
ampliam na mesma ordem de grandeza o tempo útil.
Espessantes, inertes e relações água/gesso inferiores às de obra podem diminuir o tempo de
espera, mas em alguns casos também aceleram a reação de hidratação, o que pode levar a
diminuição do tempo útil. Assim, a utilização simultânea de UHWDUGDGRU e HVSHVVDQWH ou
EDL[DVUHODo}HViJXDJHVVR são as formas mais eficientes para a ampliação do tempo útil.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
$63$67$6'(*(662(&$/
+LVWyULD
A utilização gesso-cal é quase tão antiga quanto a do gesso (COWAN, 1985) e, a medida
que o conhecimento acerca do gesso se desenvolveu a adição da cal também passou a ser
estudada (PIPPARD, 1940; WEYLER, 1954; COSTES 1966; RIDGE; KING, 1976;
MALLON, 1988; KARNI; KARNI, 1995). O gesso era adicionado à cal para
proporcionar-lhe resistência inicial, já que a carbonatação é um fenômeno lento. Em
contrapartida, a cal também era usada em associação ao gesso, na aplicação da camada
final do revestimento, que, geralmente, possuía como camada de regularização argamassas
de gesso:cal:areia.
Desde a antigüidade, argamassas de gesso e cal eram tradicionalmente usadas para o
assentamento de grandes blocos de pedra nos templos egípcios (COWAN, 1985). De
acordo com o relato histórico de NOLHIER (1986), na França do século XVIII, dois terços
das fachadas dos edifícios eram revestidas de argamassas à base de gesso e cal, cuja
durabilidade ultrapassava várias décadas.
+LGUDWDomRHWHPSRGHSHJDGDVSDVWDVGHJHVVRHFDO
A cal hidratada altera a cinética da reação de hidratação do gesso. O efeito das espécies
químicas OH- e Ca2+ provenientes da dissolução do hidróxido de cálcio, no entanto, é
complexo. O aumento da concentração de íons 2+ tende a aumentar a velocidade da
reação e, consequentemente, provocar a diminuição do tempo de indução, enquanto o
aumento na concentração de íons &D ocasiona a queda na solubilidade do hemidrato (8,8
g/l a 20oC ) e do dihidrato (2,2 g/l a 20oC ) e, por isso, diminui a velocidade da reação,
ampliando o tempo de indução. Como a solubilidade do hidróxido de cálcio (0,156g/l a
20oC) é pequena, o efeito máximo sobre a velocidade da reação é obtido com a adição de
pequenos teores (< 5%). Teores mais elevados provocam uma queda suave e progressiva
na influência da cal nesse parâmetro, como pode ser visto na Figura 4.1
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antune
4. As pastas de gesso e cal 37
30
Q
L
P
R
m
o 25
X
G
Q
,
H
G
20
R
G
R
t
U
H
3
15
0 10 20 30 40 50
7HRUGHFDO
)LJXUD±,QIOXrQFLDGRWHRUGHFDOQRSHUtRGRGHLQGXomR5,'*(.,1*
Autores como CLIFTON (1973) e NOLHIER (1986) também atestam o efeito acelerador
da cal para teores menores que 5% da massa do gesso. CLIFTON (1973) utilizou teores de
0,39 e 0,99% de cal dissolvida na água de amassamento que diminuíram o tempo de início
de pega em cerca de 10% e o tempo de fim da pega em 14%. Segundo NOLHIER (1986)
pode-se considerar genericamente que em baixos teores (< 5% cal/gesso, em massa) a cal
atua como acelerador, enquanto que em teores mais elevados ela atua como retardador da
pega do gesso.
O efeito retardador da cal é mencionado por autores como COSTES (1966) e KARNI;
KARNI (1995). Em manual de treinamento de operários, COSTES (1966) aconselha a
adição de, no máximo, 14% de cal hidratada para retardar a pega e cita que mesmo em
pequenas quantidades (1%) o efeito é o mesmo. KARNI; KARNI (1995) não especificam o
teor de cal, mas mencionam que o material deve ser adicionado em “grande quantidade”
para que seu efeito retardador seja apreciável.
1
(cal + água) + gesso
2
(cal + gesso) + água
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
4. As pastas de gesso e cal 38
De maneira geral, as cales podem conter LPSXUH]DV como quartzo, argilo-minerais, sais
solúveis, por exemplo, Na2SO4 e K2SO4 e, até mesmo, CaSO4.2H20 (RIDGE; KING,
1976). As cales nacionais tipo CH III podem conter até 35% de matéria-prima residual.
Estas substâncias podem acelerar a pega do gesso, seja por aumentarem o número de
pontos de nucleação ou por alterarem a solubilidade dos compostos (CLIFTON, 1973;
MURAT, HWDO 1979; DIAS, 1994; JOHN; ANTUNES, 1999).
RIDGE; KING (1976) publicaram resultados que comprovam isto. Ao utilizarem um teor
de 50%, em massa, de uma FDO FRPHUFLDO que continha traços de quartzo e sais solúveis
como Na2SO4 (1,22%), K2SO4 (0,65%) e, possivelmente, CaSO4.2H20, substâncias que
aceleram a pega, os autores encontraram queda no tempo de início de pega de até 88,9%.
Quando o mesmo teor de FDO SXUD produzida em laboratório com teores de sais solúveis
muito baixos (>0,005%) foi adicionada ao gesso, o tempo de início de pega foi
praticamente igual ao da pasta pura.
KARNI; KARNI (1995) relacionam a cal como um dos fatores que afetam a H[SDQVmR da
pasta de gesso durante sua hidratação. Segundo os autores, a adição de cal diminui a
expansão, chegando até a praticamente anulá-la quando utilizadas pastes iguais dos dois
materiais (1:1).
A adição da cal PRGLILFD R S+ da pasta de gesso3, tornando-a fortemente alcalina e
potencializando a ação de alguns retardadores. Conforme demonstrado por MALLON
(1988), a intensidade da ação de alguns retardadores de pega do gesso é dependente do pH
da solução. Segundo o autor, o efeito retardador de substâncias como o ácido tartárico e
seus sais alcalinos pode ser potencializado a partir de pH > 11, aumentando em até 15
vezes o tempo de inicio de pega do gesso. Para valores de pH inferiores a 10 o efeito é
pequeno, 1,5 a 2 vezes (Figura 4.2). Resultados divulgados anteriormente por MOISSET
(1985, DSXG NOLHIER, 1986) indicam que adições de 0,5% de ácido tartárico e 1% de cal
hidratada com relação à massa de gesso, retardam o início de pega da mistura em mais de 1
hora.
3
As pastas de gesso possuem pH neutro (~7).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
4. As pastas de gesso e cal 39
16
R
W 14 ácido tartárico
Q
H tart. de sódio
P
12
D tart. de potásio
G 10
U
D
W 8
H
U
H 6
G
U 4
R
W
D 2
)
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
S+
)LJXUD±,QIOXrQFLDGRS+GDVSDVWDVGHJHVVRQRHIHLWRUHWDUGDGRUGDSHJDGR
iFLGRWDUWiULFRHDOJXQVGHVHXVVDLV0$//21
3URSULHGDGHVItVLFDVHGHDSOLFDomRGDVSDVWDVGHJHVVRHFDOQR
HVWDGRIUHVFR
Para entender a influência da cal nas propriedades físicas e de aplicação das pastas de
gesso frescas primeiro, faz-se necessária a apresentação de algumas definições dos
conceitos das propriedades que compõem o estado fresco.
&RQFHLWRVGHDOJXPDVSURSULHGDGHVItVLFDVHGHDSOLFDomRGDVSDVWDV
QRHVWDGRIUHVFR
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
4. As pastas de gesso e cal 40
GLPHQV}HVHIRUPD HUHSXOVmR
GDSDUWtFXOD
FRHVmR YLVFRVLGDGH
3URSULHGDGHV
ItVLFDV
OLPLWH
GH
HVFRDPHQWR
SODVWLFLGDGH FRQVLVWrQFLD
3URSULHGDGHV
GHDSOLFDomR
WUDEDOKDELOLGDGH
)LJXUD±5HODomRHQWUHRVFRQVWLWXLQWHVHDVSURSULHGDGHVGDVSDVWDVQRHVWDGR
IUHVFR5$*2
A &RQVLVWrQFLD é a propriedade pela qual a pasta tende a resistir às deformações que lhe
são impostas (CINCOTTO HW DO, 1995; RILEM, 1982b). Os fatores que influenciam a
consistência são a superfície específica dos materiais, a relação água/aglomerante e
qualidade do aglomerante. Sendo o teor de água da pasta o parâmetro mais importante
(CINCOTTO HWDO., 1995).
A 3ODVWLFLGDGH é a propriedade pela qual a pasta tende a manter sua deformação após a
redução do esforço que a originou sem que haja ruptura (RILEM, 1966). A plasticidade se
origina nas forças de FRHVmR4 internas da pasta (força de tensão superficiais entre os
materiais e a água de amassamento), que, por sua vez, está diretamente relacionada com a
superfície específica dos materiais. Quanto maior a superfície específica, mais água será
necessária para envolver seus grãos, que será somada à necessária para permitir seu
deslocamento relativo e assim manter a plasticidade constante. A relação entre superfície
específica e teor de água da pasta tem um valor ótimo. Antes deste valor as partículas estão
muito próximas tornando a pasta coesa demais. Acima deste valor, a pasta fica pouco coesa
(mais fluída) devido a maior distância entre as partículas (RAGO, 1999).
A coesão das pastas é expressa pela resistência ao cisalhamento ou OLPLWHGHHVFRDPHQWR.
O limite de escoamento das argamassas e pastas é reduzido à coesão pois o atrito interno é,
principalmente, gerado pelos grão maiores (agregado graúdo). A formação da
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
4. As pastas de gesso e cal 41
,QIOXrQFLD GD FDO QDV SURSULHGDGHV ItVLFDV H GH DSOLFDomR GDV SDVWDV
GHJHVVRIUHVFDV
Durante a revisão bibliográfica não foi encontrado nenhum estudo que abordasse a
influência da cal nas propriedades das pastas de gesso frescas. Contudo, partindo-se do
conhecimento da influência das características das partículas de cal no comportamento das
pastas de cal e de cimento e cal no estado fresco, podem ser tecidas algumas
considerações.
Mantendo-se a consistência constante, a adição de cal propicia um aumento do consumo de
água das pastas e argamassas devido à sua ILQXUD e elevada VXSHUItFLH HVSHFtILFD5.
Propriedades como coesão e viscosidade também são influenciadas por estas características
(CINCOTTO HWDO, 1995; RAGO, 1999)
A IRUPDODPHODU de suas partículas dificulta o rolamento entre elas fazendo com que para a
obtenção da mesma consistência seja necessário aumentar o teor de água das pastas
(CINCOTTO, 1977; RAGO, 1999). A elevada HQHUJLDVXSHUILFLDO que existe nas placas de
hidróxido de cálcio faz com que a água, ao se absorvida, crie um filme que permanece
retido em volta da partícula (BOYNTON, 1967 DSXG RAGO, 1999). Os cristais de
hidróxido de cálcio são capazes de adsorver até 100% de seu volume (CINCOTTO HWDO,
1995). Isto explica a elevada UHWHQomRGHiJXD da cal.
Todas as características citadas contribuem para o aumento da retenção de água, aumento
da a plasticidade e aumento da consistência das pastas, o que tem reflexo direto sobre sua
trabalhabilidade.
4
Pode ser definida como união ou aglutinação (RAGO; CINCOTTO, 1997)
5
A superfície específica da cal é da ordem de 1000m2/kg (RAGO, 1999).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
4. As pastas de gesso e cal 42
PDJQHVLDQD&+,,,7PDJQHVLDQD&+,FiOFLFD&+,,,FiOFLFD&+,
6
Pastas de cimento Portland e cal.
7
CH III e CH I - Cales classificadas de acordo com a NBR 7175.
8
A massa unitária da cal magnesiana (CH I =485,4kg/m3 ; CH III = 580,2kg/m3) é maior que a da cal cálcica
(CH I = 441,7kg/m3; CH III = 558,4 kg/m3) (RAGO, 1999).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
4. As pastas de gesso e cal 43
3DVWDVGHJHVVRHFDOQRHVWDGRHQGXUHFLGR
3URSULHGDGHVPHFkQLFDV
Como todo aditivo ou adição, a cal hidratada também pode gerar HIHLWRVVHFXQGiULRV nas
propriedades mecânicas do gesso. A intensidade desses efeitos vai depender do WHRUGHFDO
adicionado e do WHPSR.
Conforme discutido no item 4.3.2, um aumento no WHRU GH FDO da pasta provoca um
incremento no consumo de água para a obtenção da mesma trabalhabilidade. Teores de
água elevados tendem a evaporar e tornar a pasta mais porosa e, por conseguinte, menos
resistente. Assim, não é diretamente a adição da cal que provoca queda nas propriedades
mecânicas, mas o incremento na relação água/gesso que ela gera.
O WHPSR é fator preponderante nas propriedades mecânicas das pastas de cal, pois o seu
endurecimento ocorre através da carbonatação que é um fenômeno lento que se processa
da superfície para o interior das pastas.
O CO2 necessário à reação de FDUERQDWDomR do hidróxido de cálcio pode ser encontrado
não só na atmosfera, mas também no ar aprisionado na pasta de gesso endurecida. Como a
pasta endurecida apresenta elevado volume de poros e a espessura dos revestimento em
gesso é muito pequena9, a passagem do CO2 é facilitada, propiciando condições para que
grande parte do hidróxido presente na pasta seja carbonatado (NOLHIER, 1986). Mesmo
que o revestimento seja pintado logo após a sua secagem10 a carbonatação não será
interrompida, apenas retardada (UEMOTO HWDO, 1995)
A carbonatação causa a obstrução dos poros da pasta devido ao aumento de volume de 1,5
vezes do carbonato em relação ao hidróxido de cálcio (GUIMARÃES, 1997). Na Figura
4.4 é possível observar a presença de cristais de calcita formados entre os cristais de gipsita
alterando a porosidade da pasta. Isto pode proporcionar, ao longo do tempo, um
incremento nas propriedades mecânicas e especialmente na GXUH]D VXSHUILFLDO do
revestimento.
9
Segundo BRE (1978) a espessura média dos revestimentos de gesso é de 5mm.
10
Uma ou duas semanas após sua aplicação (HINCAPIÉ HWDO 1996).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
4. As pastas de gesso e cal 44
D E
)LJXUD±DPLFURJUDILDGHSDVWDGHJHVVRHFDOEGHWDOKH
:,56&+,1*
&RPSRUWDPHQWRIUHQWHjXPLGDGH
COSTES (1966) afirma que a adição de 14% de cal hidratada (em volume) à pastas de
gesso melhora sua resistência à água. No entanto, para NOLHIER (1986) é necessário o
uso combinado de cal hidratada e materiais pozolânicos. Essa combinação reúne a
vantagem do rápido endurecimento do gesso à formação de compostos hidraulicamente
estáveis, a partir das reações pozolânicas. Esse autor cita o trabalho de HOFFMANN
(1963) que demonstra que adição de cal, mesmo em teores elevados de até 37% (cal/gesso
em massa), não melhora a resistência das pastas a ciclos sucessivos de molhagem e
secagem. Porém, o autor confirmou que a aplicação de soluções ácidas (ácido
ortofosfórico) na superfície das pastas mistas confere resistência ao revestimento frente aos
efeitos do envelhecimento acelerado. Nesse caso, a reação entre a cal e o ácido forma
cristais de sais insolúveis de fosfato de cálcio que ao precipitarem nos poros diminuem a
porosidade da pasta.
$SOLFDo}HVHWUDoRV
Basicamente, as pastas de gesso e cal podem ser aplicadas sobre as mesmas bases que as
pastas de gesso puro (BRE, 1978). As pastas de gesso e cal são geralmente empregadas na
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
4. As pastas de gesso e cal 45
7DEHOD±7LSRVGHHPSUHJRUHODo}HVDJHIRUPDGHPLVWXUDDSUHVHQWDGDVSRU
&267(6
7LSRGHHPSUHJR 0DWHULDLV DJ )RUPDGHPLVWXUD
assentamento de blocos gesso rápido + cal 0,5 a 0,6 enérgica
reboco gesso lento + cal 0,7 a 1 enérgica
(parede com sucção elevada)
11
Traço 1:1 – gesso:cal (WEYLER, 1954).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
4. As pastas de gesso e cal 46
massa. Merece destaque também a norma alemã DIN 18550 Part 2 (DIN, 1985), que prevê
a utilização de argamassas de gesso e cal com proporções entre os dois aglomerantes
variando de 1 : 0,5 a 1 : 20, em volume. A norma ASTM C 842-85 (ASTM, 1990)
recomenda o uso de pasta e argamassa de gesso e cal para a camada de acabamento dos
revestimentos (J\SVXP JDXJLQJ SODVWHU IRU ILQLVK FRDW em teor de 1 : 4,5 de gesso : cal,
em volume.
Diferentes abordagens em diversas normalizações podem refletir não apenas diferenças nas
práticas construtivas, mas também diferenças nas características dos gessos locais. A
maioria dos gessos comerciais produzidos no Brasil, tanto os gessos para revestimento,
quanto os gessos para fundição, são compostos predominantemente de hemidrato β,
diferindo apenas na sua granulometria (CINCOTTO HWDO., 1988a), enquanto grande parte
dos gessos estrangeiros usados na construção civil, são compostos por uma mistura de
sulfatos de cálcio, ou seja, uma mistura de hemidrato α, hemidrato β e anidrita II, dentre
outros compostos, dependendo das propriedades requeridas para o produto final
(NOLHIER, 1986).
$OJXPDVSDWRORJLDVSRVVtYHLVGDVSDVWDVGHJHVVRHFDO
COSTES (1966) afirma que, utilizada em larga escala, a cal hidratada provoca
GHVDJUHJDomR12 e HIORUHVFrQFLDV13 que podem reduzir o revestimento em gesso a pó.
Entretanto, o autor não especifica os teores que podem ocasionar esse quadro. PIPPARD
(1940) destaca para o problema da utilização de cal dolomítica que pode gerar
eflorescências de sulfato de magnésio.
Outra manifestação patológica que pode ocorrer em misturas de cal e gesso é a formação
de HWULQJLWD e WDXPDVLWD. Sua formação ocorre quando há disponibilidade de cátions Ca2+,
Al3+ e Si4+ e ânions OH-, CO32- e SO42-, em presença de água, que pode ser decorrente da
elevada umidade relativa do ambiente ou do ingresso de soluções aquosas (Figura 4.5).
Esses íons podem ser provenientes de deficiências na produção do gesso e da cal, de
12
Desagregação ou erosão.
13
As HIORUHVFrQFLDV são depósitos de sais solúveis na superfície do revestimento. Três fatores devem estar
presentes simultaneamente para que o fenômeno ocorra: sais solúveis existentes nos materiais ou
componentes; presença de água para solubilizá-los; pressão hidrostática para que a solução migre para a
superfície (BAUER, 1997).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
4. As pastas de gesso e cal 47
*(662
&$/+,'5$7$'$
+LGUDWDomR &DUERQDWDomR
&D62 +2&D&2
È*8$&,0(172
(75,1*,7$ 7$80$6,7$
&$&D62+2 &D&2&D62&D6L2+2
)LJXUD±(VTXHPDGDIRUPDomRGDHWULQJLWDHWDXPDVLWD
A formação destes sais expansivos é lenta, pode levar semanas, por isso geralmente ocorre
quando as pastas e argamassas já estão endurecidas. Assim, a expansão que acompanha a
sua formação pode provocar a ruptura da estrutura interna do revestimento. Entretanto, se a
resistência mecânica do revestimento for suficiente para resistir às tensões internas
resultantes das forças de cristalização, o fenômeno de expansão pode ser evitado
(KOLLMANN, HWDO 1977; NOLHIER, 1986).
Revestimentos aplicados em substratos muito porosos, em bases úmidas ou em paredes
onde há risco de percolação de umidade proveniente da face oposta facilitam o surgimento
das manifestações patológicas (KOLLMANN, HW DO 1977; NOLHIER, 1986; SOUZA,
1997; BAUER, 1997). Por este motivo, é importante analisar o comportamento do gesso
frente ao transporte de água.
A taxa de DEVRUomRGHiJXD pelo revestimento de gesso é da ordem de 13,5g/h m2 para os
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
4. As pastas de gesso e cal 48
estado líquido, a absorção é rápida. Em 10 minutos seu valor pode atingir até 75% da
saturação. A evaporação também é extremamente rápida 100g/h m2 (DUPONT, 1970).
Assim, é evidente que a velocidade de dessorção é mais de 2,5 vezes maior que a de
absorção facilitando a rápida secagem do revestimento. Isto, associado ao fato de os
revestimentos em gesso serem utilizados em ambientes secos, reduz a possibilidade do
surgimento de tais fenômenos patológicos.
&RQVLGHUDo}HVVREUHRFDStWXOR
Através da revisão bibliográfica foi possível verificar que o emprego do gesso associado à
cal mostrou-se muito mais antigo e difundido do que se pode pensar. Entretanto, não foram
localizados, no Brasil, estudos sistemáticos voltados especificamente para os efeitos da cal
na pasta de gesso tanto no estado fresco, como no estado endurecido.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
4. As pastas de gesso e cal 49
mecânicas das pastas de gesso e cal devem continuar a atender de maneira satisfatória as
exigências do uso.
Também é importante ressaltar que o controle de parâmetros como: a relação
água/aglomerante, as condições do substrato e detalhes de projeto, execução e manutenção
dos revestimentos, são decisivos para o bom desempenho do revestimento.
Para que as possíveis patologias decorrentes da adição da cal ao gesso se manifestem é
necessária a presença de impurezas e de água. Como os gessos nacionais apresentam
elevada pureza, e os locais usuais de aplicação deste tipo de revestimento são secos é
pequena a possibilidade de que alguma manifestação patológica venha a ocorrer.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
352*5$0$(;3(5,0(17$/0$7(5,$,6(0e72'26
3URJUDPDH[SHULPHQWDO
Para atingir o objetivo do trabalho, primeiro foi necessário determinar, LQVLWX a IDL[D GH
FRQVLVWrQFLD ~WLO. De posse deste dado, foram selecionados os PDWHULDLV utilizados nos
ensaios em laboratório e definidos os WHRUHVGHFDO a serem adicionados às pastas de gesso.
A etapa seguinte foi determinar a UHODomRiJXDDJORPHUDQWH que proporcionasse às pastas
a consistência mínima, logo após a mistura. O passo seguinte foi avaliar a influência dos
parâmetros definidos nas etapas anteriores, teores de cal e relação água/aglomerante, nas
propriedades das pastas, tanto no HVWDGR IUHVFR como no HQGXUHFLGR. A Figura 5.1
apresenta o fluxograma do programa experimental.
1
Tempo total do procedimento de aplicação manual de pastas de gesso é o intervalo de tempo
correspondente ao contato do pó com a água e o final da utilização (ANTUNES HWDO 1999b).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
5. Programa experimental, materiais e métodos 51
IDL[DGHFRQVLVWrQFLD~WLO
LQVLWX
PDWHULDLV WHRUHVGHFDO UHODomRDD
HVWDGRIUHVFR HVWDGRHQGXUHFLGR HP
ODERUDWyULR
)LJXUD±)OX[RJUDPDGRSURJUDPDH[SHULPHQWDO
'HWHUPLQDomRGDIDL[DGHFRQVLVWrQFLD~WLOLQVLWX
6HOHomRGRVPDWHULDLV
O JHVVR utilizado foi classificado de acordo com a NBR 13207 (ABNT, 1994) como sendo
JHVVRILQRSDUDUHYHVWLPHQWRescolhido em função de sua corrente utilização, inclusive nas
obras acompanhadas, e fácil aquisição no mercado nacional.
A FDOKLGUDWDGD utilizada foi a FiOFLFD, do tipo &+, , classificada de acordo com a NBR
7175 (ABNT, 1992). Conforme discutido no Capítulo 4, as propriedades apresentadas por
esse tipo de cal e a diminuição do número de varáveis motivaram sua escolha.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
5. Programa experimental, materiais e métodos 52
6HOHomRGRVWHRUHVGHFDO
O teor médio de cal adicionada às pastas de gesso encontrado na literatura variou entre 13
e 30%. Como teores inferiores a 5% parecem acelerar a reação de hidratação (CLIFTON,
1973; NOLHIER, 1986), fica descartada a escolha de teores abaixo desse limite. Algumas
argamassas industrializadas apresentam teores de cal variando entre 5% e 10%
(CLARIANT, 1998). Alguns trabalhos citam que teores de cal entre 20% e 30% eram
amplamente utilizados em pastas e argamassas de obras históricas e atuais (NOLHIER,
1986; WIRSCHING, 1987; CSTB, 1990). Contudo, o BRE (1978) recomenda a adição
máxima de 25%, em volume, de cal para todos os tipos de base. Assim, os teores de cal
escolhidos devem ser maiores que 5% e menores ou iguais a 25%. Para contemplar as duas
faixas principais de utilização encontradas na literatura, os teores escolhidos para este
estudo foram de H em massa, que correspondem aos traços 1:0,15 e 1:0,3 ,
também em massa.
'HWHUPLQDomRGRWHRUGHiJXDSDUDFRQVLVWrQFLDPtQLPD
O REMHWLYR desta etapa foi determinar o teor de água necessária para proporcionar a
FRQVLVWrQFLDPtQLPD2adequada para o início da utilização da pasta de gesso e da pasta de
gesso e cal logo após a mistura.
O DUUDQMR H[SHULPHQWDO adotado inclui 2 fatores com 3 níveis cada um: teor de cal
hidratada (0, 13 e 23%) e relação água/aglomerante, com níveis definidos
experimentalmente nesta etapa (a/a1, a/a2 e a/a3). A variável analisada foi a consistência
(item 5.3.1), medida logo após a mistura e diversas vezes até a pasta atingir a FRQVLVWrQFLD
Pi[LPD.
Os ensaios foram realizados em duplicada, segundo programação aleatória.
,QIOXrQFLDGDFDOQDVSDVWDVQRHVWDGRIUHVFR
O REMHWLYR desta etapa foi determinar a influência dos diferentes teores de cal (13% e 23%)
na consistência e no tempo de pega das pastas de gesso e cal, tomando como referência a
pasta de gesso puro.
2
O valor da FRQVLVWrQFLDPtQLPD foi determinado na primeira etapa do programa experimental.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
5. Programa experimental, materiais e métodos 53
7DEHOD$UUDQMRH[SHULPHQWDOGRHVWDGRIUHVFR
7HRUGH&DO 5HODomRDD
a/a1 a/a2 a/a3
0 Consistência Consistência Consistência
Tempo de pega Tempo de pega
13 Consistência Consistência Consistência
Tempo de pega
23 Consistência Consistência
Tempo de pega
RQGH
,QIOXrQFLDGDFDOQDVSDVWDVQRHVWDGRHQGXUHFLGR
O REMHWLYR desta etapa foi, determinar a influência dos diferentes teores de cal (13% e 23%)
na microestrutura e nas propriedades mecânicas das pastas de gesso e cal endurecidas,
tomando como referência a pasta de gesso puro.
Para avaliar a influência do tempo e a provável influência da carbonatação da cal, tanto na
microestrutura como nas propriedades mecânicas, as pastas foram ensaiadas aos GLDV de
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
5. Programa experimental, materiais e métodos 54
7DEHOD$UUDQMRH[SHULPHQWDOGRHVWDGRHQGXUHFLGR
7HRUGH&DO 5HODomRDD
a/a1 a/a2 a/a3
0 AT; P; Rt; AT e P AT; P; Rt;
Rc; E; D Rc; E; D
13 AT; P; Rt;
Rc; E; D
23 AT; P; Rt;
Rc; E; D
0DWHULDLV
A caracterização dos materiais utilizados foi composta por análise química, granulometria
a laser, difração de raios X e propriedades físicas.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
5. Programa experimental, materiais e métodos 55
*HVVR
Ao serem analisadas por GLIUDomR GH UDLR ;, as substâncias cristalinas apresentam picos
com intensidade característica que é função do ângulo de incidência dos raios X. Através
destes picos é possível determinar que substâncias estão presentes na amostra. A
identificação dos minerais foi feita de acordo com a base de dados 3RZHU'LIUDFWLRQ)LOH
(ICDD, 1995)
O difratograma do gesso (Figura 5.3) demonstra que a amostra é composta essencialmente
por hemidrato, pois foram identificados os picos característicos de bassanita, % (β-
CaSO4 0,5H2O). Também foram detectados traços de anidrita, $ (CaSO4) e a calcita, &
(CaCO3).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
5. Programa experimental, materiais e métodos 56
7DEHOD±&DUDFWHUL]DomRTXtPLFDItVLFDHPHFkQLFDGRJHVVR
&DUDFWHUtVWLFDV 9DORU 0pWRGR /LPLWH1%5
4XtPLFDV
água livre (%) 1,50 < 1,3%
água de cristalização (%) 5,68 4,2 a 6,2
óxido de cálcio (CaO) (%) 37,81 NBR 12130 > 38%
anidrido sulfúrico (SO3) (%) 53,01 > 53%
anidrido carbônico (CO2) (%) 1,03 NBR 11583
óxido de magnésio (MgO) (%) 0,08
resíduo insolúvel (RI) (%) 0,5
&RQVWLWXLQWHVFDOFXODGRV
hemidrato (%) 91,22
anidrita (%) 4,49 CINCOTTO;
Carbonato de cálcio 1,99 QUARCIONI,
(%) 1999
Carbonato de magnésio 0,17
(%)
)tVLFDVHPHFkQLFDV
massa unitária (g/cm3) 0,63 NBR 12127 < 0,70
massa específica (g/cm3) 2,63 NBR 6474
Consistência normal (a/g) 0,5
tempo de início de pega (min) 17,37 NBR 12128 >10
tempo de fim de pega (min) 34,19 >45
resist. à compressão (MPa) 13,31 >8,4
dureza (MPa) 33,35 NBR 12129 >30,0
10 100
9 90
Quantidade de partículas (%)
Quantidade de partículas
8 80
7 70
acumulada (%)
6 60
5 50
4 40
3 30
2 20
1 10
0 0
0,1 1 10 100 1000
Dimensão da partícula (µm)
)LJXUD±&XUYDGHGLVWULEXLomRJUDQXORPpWULFDGRJHVVR
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
5. Programa experimental, materiais e métodos 57
1800
%
1500 %
&RQWDJHP
1200
%
900
% %
600 $
300 % % %
& $ % $ &% %
% $ %$
0
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Θ
)LJXUD±'LIUDWRJUDPDGRJHVVR
&DOKLGUDWDGD
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
5. Programa experimental, materiais e métodos 58
7DEHOD±&DUDFWHUL]DomRTXtPLFDHItVLFDGDFDOKLGUDWDGD
&DUDFWHUtVWLFDV 9DORU 0pWRGR /LPLWH1%5
4XtPLFDV
umidade (%) 0,59
perda ao fogo (%) 25,32
resíduo insolúvel (RI) (%) 1,34
óxidos de ferro e alumínio (%) 1,17
NBR 6473
óxido de cálcio (CaO) (%) 70,90
óxido de magnésio (MgO) (%) 0,59
anidrido sulfúrico (SO3) (%) 0,24
anidrido carbônico (CO2) (%) 3,3 NBR 11583 ≤ 5%1 ; ≤ 7%2
1DEDVHGRPDWHULDORULJLQDO
óxidos não hidratados3 (%) 0,00 ≤ 10%
1DEDVHGHQmRYROiWHLV NBR 6473
≥ 88%
3
óxidos totais (CaO+MgO) (%) 98,07
(%CaO/(%CaO+MgO))*100 (%) 99,17 > 90%
FRQVWLWXLQWHVFDOFXODGRV
sulfato de cálcio (%) 0,41
carbonato de cálcio (%) 7,50
hidróxido de cálcio (%) 87,69
hidróxido de magnésio (%) 2,16
)tVLFDV
massa unitária (g/cm3) 0,44 NBR 12127
massa específica (g/cm3) 2,31 NBR 6474
1 no depósito; 2 na obra; 3 Valores calculados a partir da análise química considerando como não voláteis: %
de umidade + % de Perda ao fogo.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
5. Programa experimental, materiais e métodos 59
10 100
9 90
Quantidade de partículas
8 80
7 70
acumulada (%)
6 60
5 50
4 40
3 30
2 20
1 10
0 0
0,1 1 10 100 1000
Dimensão da partícula (µm)
)LJXUD±&XUYDGHGLVWULEXLomRJUDQXORPpWULFDGDFDO
800
3 3
700
600
&RQWDJHP
3
500
400
300 3 3
3
200 & 3 3 3
100 & 4 % & 3 %
0
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Θ
)LJXUD±'LIUDWRJUDPDGDFDO
0pWRGRVGHHQVDLR
3UHSDURGDSDVWDPROGDJHPHFXUDGRVFRUSRVGHSURYD
A pasta foi SUHSDUDGD conforme procedimento proposto pela NBR 12128 (ABNT, 1991):
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
5. Programa experimental, materiais e métodos 60
7DEHOD±1~PHURGHFRUSRVGHSURYDSRUHQVDLRUHDOL]DGRQRHVWDGRHQGXUHFLGRH
SRUVpULHGHPROGDJHP
(QVDLR 1 6pULHV
R
&3V$PRVWUDSRUVpULH 7RWDO&3V$PRVWUD
TG 1 5 5
Porosimetria 2 5 10
Rt 2 32 32
Rc 2 24 24
Módulo de Elasticidade 2 24 24
Dureza 2 24 24
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
5. Programa experimental, materiais e métodos 61
completarem a idade com que deveriam ser ensaiados, os corpos-de-prova foram retirados
do local de cura para serem imediatamente rompidos, sem passar por secagem prévia. É
notório o efeito deletério da umidade nas propriedades mecânicas das pastas de gesso.
Todavia, como WRGRV os ensaios da série foram realizados no mesmo dia e segundo
programação aleatória, a queda ocasionada pela umidade presente no momento do ensaio
foi distribuída em todos os corpos-de-prova. Para controlar a influência da umidade, a
mesma foi monitorada durante a cura dos corpos-de-prova e no momento do ensaio. A
variação da umidade ao longo da cura encontra-se no $QH[R$.
&RQVLVWrQFLD
O método de medida de consistência das pastas de gesso, recomendado pela NBR 12128
(ABNT, 1991) é com o aparelho de Vicat Modificado (Figura 5.6).
A amostra é acondicionada num tronco VRQGD
PROGH
cônico com 40mm de altura, 70mm de 5 mm
(P REUD, a amostra foi recolhida diretamente da parte da masseira de onde o gesseiro
retirava a pasta em utilização. As medidas foram feitas com o aparelho de Vicat
modificado. A primeira leitura foi efetuada no instante em que o gesseiro começava a
aplicar a pasta, correspondendo, portanto, à FRQVLVWrQFLD PtQLPD necessária para que a
pasta pudesse ser utilizada. Foram realizadas leituras sucessivas no decorrer da aplicação,
até o final da FRQVLVWrQFLD Pi[LPD de utilização, que correspondeu à última consistência
com a qual foi possível aplicar a pasta no substrato sem que esta sofresse alterações em sua
relação água/gesso3.
3
Para maiores informações ver a Tabela 3.1, &DStWXOR.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
5. Programa experimental, materiais e métodos 62
&DORUGH+LGUDWDomR
A calorimetria permite obter curvas de calor de hidratação em função do tempo. Pode ser
feita de dois modos: DGLDEiWLFR, que fornece como resultado a curva do incremento da
temperatura no tempo; e LVRWpUPLFR, que fornece como resultado o fluxo de calor liberado
no tempo, de uma amostra mantida em temperatura constante.
Através da calorimetria é possível medir os tempos de início e fim de pega. O tempo de
início de pega é o instante em que a taxa de elevação de temperatura ultrapassa 0,1oC/min
(RIDGE, 1959) e o fim da pega é o instante em que a temperatura máxima é atingida
(THOLE, 1994).
Para acompanhar o calor de hidratação em obra foi utilizado um calorímetro pseudo-
adiabático semelhante ao utilizado por HINCAPIÉ (1997) proposto por MURAT;
JEANDOT (1973) e um cronômetro.
O calorímetro pseudo-adiabático foi
composto por um recipiente de isopor que
UHFLSLHQWH
isola a amostra do meio externo. Para medir LVRODQWH
variação de temperatura utilizou-se um UROKD 22,2
termopar do tipo K (Cromel-Alumel), WHUPRSDU
acoplado a um termômetro digital com DPRVWUD
o
WHUP{PHWUR
0,1 C de precisão. A Figura 5.7 apresenta
um esquema do calorímetro pseudo
)LJXUD±(VTXHPDGRFDORUtPHWUR
adiabático. SVHXGRDGLDEiWLFR
(PREUD, a amostra era coletada logo após o final do polvilhamento do gesso na água de
amassamento, pois, nesse instante, a relação água/gesso está fixada, já que nenhum dos
componentes da pasta (gesso ou água) sofrerá acréscimo4. Após uma leve homogeneização
a amostra era acondicionada num recipiente plástico onde era inserido o termopar fixado a
uma rolha, para garantir seu posicionamento no centro da amostra. A amostra com o
termopar era colocada no recipiente de isopor, lacrado com fita crepe, para isolar o
4
Dependendo das condições ambientais, parte da água poderá evaporar durante o procedimento, mas esta
perda foi desprezada.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
5. Programa experimental, materiais e métodos 63
conjunto do meio externo. O tempo necessário para cada elevação de 0,1oC na temperatura
do sistema foi registrado, mas as leituras só foram iniciadas após a estabilização da
temperatura. O WHPSR]HUR foi definido como o instante em que o gesso entrava em contato
com a água de amassamento.
'HWHUPLQDomRGD5HODomRiJXDJHVVRHPREUD
Para a determinação da relação a/g utilizada em cada mistura foi coletada uma amostra do
gesso de construção empregado, de massa J e outra da pasta de gesso, de massa S. As
amostras foram seladas hermeticamente imediatamente após a coleta. Já em laboratório,
elas foram submetidas à secagem a 40oC, até constância de massa, para determinação da
água livre. Para extração da água combinada as amostras foram aquecidas a 400ºC5, sendo
obtidas as massas J para o gesso de construção e S para as pastas. A relação
água/gesso foi obtida pela diferença entre o teor de água das duas amostras, expressa sobre
a massa anidra conforme a equação (6.1):
S − S400 J − J 400
D/J = −
S400 J 400
'HWHUPLQDomRGRVWHPSRVGHLQtFLRHILPGHSHJDVHJXQGRD',1
5
A NBR 12130 prescreve que a temperatura para determinação da iJXD FRPELQDGD seja de 230 ± 10 0C.
Entretanto, SELMO (1996) constatou que essa temperatura leva à formação de anidrita III que, sendo uma
forma instável, sofre variação de massa por hidratação já durante a pesagem das amostras. Assim, a
temperatura adotada para determinação da água combinada foi 400 0C.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
5. Programa experimental, materiais e métodos 64
$QiOLVH7pUPLFD
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5. Programa experimental, materiais e métodos 65
3RURVLPHWULD
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
5. Programa experimental, materiais e métodos 66
' γFRVθ
3
RQGH
5HVLVWrQFLDjWUDomRQDIOH[mR
A resistência à tração na flexão das pastas puras e mistas foi determinada de acordo com a
ISO 3051 (1974), por não existir norma brasileira para este ensaio.
Neste ensaio, um carregamento central (P, em kgf) é aplicado ao corpo-de-prova
prismático de 40 x 40 x 160 mm, que é posto sobre dois apoios com 100mm de vão entre
eles. A resistência à tração na flexão (Rt) é calculada através da equação (6.3).
5HVLVWrQFLDj&RPSUHVVmR
A resistência à compressão das pastas foi determinada de acordo com a NBR 12129
(ABNT, 1991). A prensa utilizada foi uma ,QVWURQ7\SHPRGHOR0
6
Para efeito de cálculos, o poro é assumido como sendo cilíndrico.
7
Duas séries porque os ensaios foram feitos em duplicata e segundo programação aleatória.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
5. Programa experimental, materiais e métodos 67
Foram ensaiadas duas séries8 de três corpos-de-prova para cada condição estudada (teor de
cal e relação água/aglomerante, conforme Tabela 5.2), isto é, 24 corpos-de-prova.
0yGXORGH(ODVWLFLGDGH
'XUH]DVXSHUILFLDO
A dureza das pastas foi avaliada de acordo com a NBR 12129 (ABNT, 1991). Foram
ensaiadas duas séries9 de três corpos-de-prova para cada condição estudada (teor de cal e
relação água/aglomerante, conforme Tabela 5.2), ou seja, 24 corpos-de-prova.
7UDWDPHQWRHVWDWtVWLFR
8
Duas séries porque os ensaios foram feitos em duplicata e segundo programação aleatória.
9
Os ensaios foram feitos em duplicata e segundo programação aleatória.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
'(7(50,1$d2'$)$,;$'(&216,67Ç1&,$Ò7,/,16,78
5(68/7$'26(',6&866®(6
Neste item serão apresentados os resultados obtidos nos ensaios realizados em duas obra
situadas na cidade de São Paulo entre os meses de agosto e setembro de 1998.
O objetivo1 principal do experimento foi determinar a IDL[D GH FRQVLVWrQFLD ~WLO Além
disto, também foram determinadas as etapas da reação de hidratação correspondentes a esta
faixa, as relações água/gesso utilizadas e as condições experimentais.
&RQGLo}HVH[SHULPHQWDLV
7DEHOD&RQGLo}HVH[SHULPHQWDLVHFyGLJRVXWLOL]DGRV
&yGLJR *HVVHLUR ([SHULrQFLDDQRV 7HPSHUDWXUDR& 8PLGDGH5HODWLYD
A1 A 14 13,0 85
B2 B 4 18,0 80
C3 19,5 90
C4 19,5 90
C 4
C5 18,0 72
C6 18,0 72
D7 D 3 19,0 87
D8 18,0 82
1
Maiores detalhes sobre o método empregado nos ensaios pode ser encontrado no &DStWXOR.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
6. Determinação da faixa de consistência útil LQVLWX: resultados e discussões 69
5HODomRiJXDJHVVR
As relações água/gesso foram obtidas a partir da equação explicada no item 5.3.4 e estão
expostas na (Tabela 6. 2). O intervalo de valores encontrado está de acordo com os
mencionados na bibliografia (NOLHIER, 1986; DIAS, 1994; HINCAPIÉ HWDO1996a, b).
7DEHOD±5HODo}HViJXDJHVVRPHGLGDV
$PRVWUD A1 B2 C3 C4 C5 C6 D7 D8
5HODomRDJ 0,66 0,85 0,68 0,78 0,76 0,86 0,70 0,73
No &DStWXOR foi visto que a relação água/gesso exerce influência na taxa de precipitação
dos cristais de dihidrato, e, por conseguinte, na variação da consistência da pasta ao longo
do tempo que é o fator determinante para a obtenção da FRQVLVWrQFLDPtQLPD (Capítulo 3).
Entretanto, contrariando as expectativas, não foi verificada influência entre a relação
água/gesso e o início e o fim de utilização das pastas (Figura 6. 1 e Figura 6. 2). Uma
possível explicação para isto é que, a variação simultânea de fatores climáticos2; tipos3 e
condições de umidade das bases, da energia empregada nas misturas e do material, que
ocorreram durante as aplicações, provocaram a dispersão dos resultados.
30 58
Q
L
28 Q
L
P
56
P
R
m 26 R
o m
D o
54
]
LO24 D
L
W L]
X LO
52
22 W
R X
L
F P
t 20 L 50
,Q )
18 48
0,6 0,7 0,8 0,9 0,6 0,7 0,8 0,9
5HODomRDJ 5HODomRDJ
)LJXUD±5HODomRHQWUHRLQtFLRGH )LJXUD5HODomRHQWUHRILPGH
XWLOL]DomRHDUHODomRDJ XWLOL]DomRHDUHODomRDJ
2
Umidade relativa, temperatura e velocidade do vento.
3
Os tipos de bases variaram entre blocos de concreto, cerâmicos e estrutura de concreto.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
6. Determinação da faixa de consistência útil LQVLWX: resultados e discussões 70
&RQVLVWrQFLD[WHPSR
2. pelo fato que, em alguns casos, toda a pasta contida na masseira ter sido aplicada antes
que sua consistência ultrapassasse a FRQVLVWrQFLDPi[LPD de utilização;
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
6. Determinação da faixa de consistência útil LQVLWX: resultados e discussões 71
7DEHOD±3HQHWUDomRLQLFLDOHILQDOGDVDPRVWUDV
$PRVWUD 5HODomR 3HQHWUDomRPP
a/g
LQLFLDO ILQDO
A1 0,66 24,0 0,0
B2 0,85 22,5 0,0
C3 0,68 28,0 1,0
C4 0,78 23,0 0,0
C5 0,76 28,0 2,0
C6 0,86 25,0 5,0
D7 0,70 27,0 4,0
D8 0,73 27,0 2,0
LQtFLR
ILP
PP
P
P
R
m
o
D
U
W
H
IDL[DGHFRQVLVWrQFLD~WLO
Q
H
3
PP
7HPSRPLQ
)LJXUD±)DL[DGHFRQVLVWrQFLDGH~WLOGDVSDVWDVGHJHVVR
O tempo médio de início de utilização foi de 23,1 minutos, período durante o qual os
gesseiros esperaram que a pasta atingisse a FRQVLVWrQFLDPtQLPD de utilização. O tempo útil
médio resultante foi de 30,6 minutos. O coeficiente de variação máximo foi de 15,7%,
valor considerado aceitável em um processo artesanal em condições ambientais bastante
variadas (Tabela 6. 1).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
6. Determinação da faixa de consistência útil LQVLWX: resultados e discussões 72
7DEHOD7HPSR~WLOWHPSRGRLQtFLRHILPGHXWLOL]DomR
$PRVWUD 5HODomR 7HPSRPLQ
DJ
LQtFLRXWLOL]DomR ILPXWLOL]DomR ~WLO
A1 0,66 20,0 54,8 34,8
B2 0,85 20,9 58,58 37,7
C3 0,68 19,5 51,0 31,5
C4 0,78 21,3 51,5 30,2
C5 0,76 25,8 56,3 30,5
C6 0,86 29,1 52,9 23,8
D7 0,70 25,5 49,8 24,3
D8 0,73 23,0 57,1 34,1
Média 0,75 23,1 53,7 30,8
CV (%) 9,9 14,6 5,9 15,7
A variação dos resultados de início de utilização, de forma geral, pode ser parcialmente
justificada pela variação simultânea dos fatores já mencionados no item 6.2, além da
natural imprecisão na decisão do gesseiro. O tempo de fim de utilização foi muito menos
variável, com coeficiente de variação de 4,5%, embora, em alguns casos, ele se deveu ao
consumo total da pasta (coluna de observações da Tabela 6. 5).
Como foi descrito no Capítulo 3, a pasta de gesso é utilizada em duas etapas pelo gesseiro.
Uma parte da pasta é homogeneizada, enquanto uma outra parte permanece em repouso.
Esse procedimento corrente mostrou-se eficiente para ampliar o WHPSR~WLOda pasta, pois a
parte que permaneceu em repouso tem a cinética da reação de hidratação retardada em
relação à porção misturada, como pôde ser verificado através do ensaio de consistência. A
Figura 6. 4 exemplifica o comportamento linear da consistência no tempo, observado após
o final do período de indução.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
6. Determinação da faixa de consistência útil LQVLWX: resultados e discussões 73
40
Aplicação I (início do tempo útil)
35 FRQVLVWrQFLD
Aplicação II PtQLPD
P
30
P
25
R
m
o 20
D
U \ [
W
H 15
Q 5
H
3 10
\ [
5
5
0
20 25 30 35 40 45 50 55 60
7HPSRPLQ
)LJXUD±&RQVLVWrQFLDPHGLGDHPREUDGDDPRVWUD%
7DEHOD±)LPGHXWLOL]DomR,ILPGHXWLOL]DomRDFUpVFLPRHVWLPDGRGRWHPSR~WLOH
FRQGLo}HVGDSDVWD
$PRVWUD 7HPSRPLQ 2EV
ILPXWLOL]DomR, ILPXWLOL]DomR DFUpVFLPR78
A1 33,4 54,8 21,3 endureceu
B2 41,5 58,58 17,1 endureceu
C3 28,2 51,0 22,8 acabou
C4 Nd 51,5 nd endureceu
C5 59,8 56,3 -3,5 acabou
C6 45,2 52,9 7,7 endureceu
D7 Nd 49,8 nd acabou
D8 41,3 57,1 15,8 endureceu
1 → estimado a partir da regressão linear; 2 → acréscimo no tempo útil = fim utilização – início utilização I; nd → não determinado
&DORULPHWULD
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
6. Determinação da faixa de consistência útil LQVLWX: resultados e discussões 74
amostra, são apresentadas na Figura 6. 5 (amostra A1), Figura 6. 6 (amostra B2), Figura 6.
7 (amostra C4), Figura 6. 8 (amostra C5), Figura 6. 9 (amostra D7) e Figura 6. 10 (amostra
D8). Os pontos assinalados correspondem aos os tempos de início e fim de pega, bem
como os tempos de início e fim de utilização.
50 50
início pega início pega
45 45
& fim pega & fim pega
D
40 D
40
U início uso U início uso
X X
W 35 W 35
D fim uso D fim uso
U U
H H
S 30 S 30
P P
H H
7 25 7 25
20 20
10 20 30 40 50 60 70 10 20 30 40 50 60 70
)LJXUD&XUYDGHFDORUGHKLGUDWDomR )LJXUD&XUYDGHFDORUGHKLGUDWDomR
GDDPRVWUD$FRPWHPSRGHLQtFLRHILP GDDPRVWUD%FRPWHPSRGHLQtFLRHILP
GHSHJDHLQtFLRHILPGHXWLOL]DomR GHSHJDHLQtFLRHILPGHXWLOL]DomR
50 50
início pega
início pega
45 45
& fim pega
&
fim pega
40 40
D D
U início uso U início uso
X X
W 35 W 35
D fim uso D fim uso
U U
H H
S 30 S 30
P P
H H
7 25 7 25
20 20
10 20 30 40 50 60 70 10 20 30 40 50 60 70
)LJXUD±&XUYDGHFDORUGH )LJXUD&XUYDGHFDORUGHKLGUDWDomR
KLGUDWDomRGDDPRVWUD&FRPWHPSRGH GDDPRVWUD&FRPWHPSRGHLQtFLRHILP
LQtFLRHILPGHSHJDHLQtFLRHILPGH GHSHJDHLQtFLRHILPGHXWLOL]DomR
XWLOL]DomR
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
6. Determinação da faixa de consistência útil LQVLWX: resultados e discussões 75
45 50
início pega início pega
40 45
& fim pega & fim pega
D D
40
U 35 início uso U início uso
X X
W W 35
D fim uso D fim uso
U U
H 30 H
S S 30
P P
H 25 H
25
7 7
20 20
10 20 30 40 50 60 70 10 20 30 40 50 60 70
)LJXUD±&XUYDGHFDORUGH )LJXUD&XUYDGHFDORUGH
KLGUDWDomRGDDPRVWUD'FRPWHPSRGH KLGUDWDomRGDDPRVWUD'FRPWHPSRGH
LQtFLRHILPGHSHJDHLQtFLRHILPGH LQtFLRHILPGHSHJDHLQtFLRHILPGH
XWLOL]DomR XWLOL]DomR
O tempo de LQtFLR GH SHJD variou de 23,1 a 29,5min, enquanto o tempo de ILP GH SHJD
variou de 53,8 a ~62min. O LQtFLRGDXWLOL]DomR das pastas ocorreu entre 20 min e 29,15
min, isto é, no final do período de indução. Para cinco, das seis pastas ensaiadas, os tempos
encontrados para o ILQDO GD XWLOL]DomR ficaram situados no final da elevação da curva,
correspondendo aproximadamente ao final da precipitação dos cristais de gipsita. A
exceção foi a amostra D7 (Figura 6. 9), onde a quantidade de pasta preparada foi
totalmente utilizada antes que a consistência máxima fosse atingida (Tabela 6. 5).
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
6. Determinação da faixa de consistência útil LQVLWX: resultados e discussões 76
7DEHOD±7HPSRGHLQtFLRHILPGHSHJDFDORULPHWULD
HGRLQtFLRHILPGHXWLOL]DomR
$PRVWUD 7HPSRPLQ
LQtFLRSHJD LQtFLRXWLOL]DomR ILPSHJD ILPXWLOL]DomR
A1 24,2 20 >62 54,8
B2 23,1 20,92 53,8 58,58
C3 nd 19,50 nd 51,0
C4 28,7 21,32 >60,1 51,5
C5 24,0 25,82 60,0 56,3
C6 nd 29,15 nd 52,9
D7 25,8 25,5 >60,0 49,8
D8 29,5 23 >61,4 57,1
32
Q
L 30
P
R 28
m
o
D
L]
26 C5
LO D7
W
8
24
LR D8
F
L
Q 22 B2
, C4
A1
20
20 22 24 26 28 30 32
,QtFLR3HJDPLQ
)LJXUD±5HODomRHQWUHLQtFLRGHSHJDHLQtFLRGHXWLOL]DomR
&RQVLGHUDo}HVVREUHRFDStWXOR
A IDL[D GH FRQVLVWrQFLD ~WLO das pastas de gesso puro variou de 28 mm (FRQVLVWrQFLD
PtQLPD) até 0 mm (FRQVLVWrQFLD Pi[LPD) de penetração da sonda do aparelho de Vicat
modificado. O valor encontrado para a consistência mínima está dentro do intervalo
proposto pela NBR12128 (ABNT, 1991) para as pastas de FRQVLVWrQFLD QRUPDO (30 ±
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
6. Determinação da faixa de consistência útil LQVLWX: resultados e discussões 77
Durante o preparo e aplicação, o gesseiro tem controle apenas sobre a relação água/gesso e
a energia e forma da mistura. Aumentando a relação água/gesso e diminuindo a energia de
mistura ele consegue ampliar o tempo de início de pega . Misturar apenas parte da masseira
mostrou-se um procedimento eficiente para DPSOLDURWHPSR~WLO das pastas em até 62%.
O início do WHPSR ~WLO ocorreu no final do período de indução e estendeu-se até quase o
final precipitação dos cristais de dihidrato, isto é, até o patamar superior da curva de calor
de hidratação, corroborando os resultados obtidos por outros pesquisadores.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
,1)/8Ç1&,$'$&$/12(67$'2)5(6&2
5(68/7$'26(',6&866®(6
Como descrito no item 5.1.4, o objetivo desta etapa foi encontrar a relação
água/aglomerante capaz de proporcionar à pasta a FRQVLVWrQFLD PtQLPD (28 ± 1 mm de
penetração) ORJRDSyV a mistura. Diversas relações água/aglomerante foram testadas para
os 3 teores de cal escolhidos no programa experimental (Tabela 7.1).
7DEHOD5HVXPRGDVUHODo}HViJXDDJORPHUDQWHHVWXGDGDVSDUDFDGDWHRUGHFDO
7HRUGHFDO 5HODomRDDJJ
HPPDVVD
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
7. Influência da cal no estado fresco: resultados e discussões 79
7DEHOD3HQHWUDomRGDVRQGDGH9LFDWHWHPSRGHFRUULGRSDUDDPpGLDGD
SULPHLUDPHGLGD
7HRUGH&DO 5HODomRDD 7HPSRPLQ 3HQHWUDomRLQLFLDOPP
0 0,4 5,27 16,5
0 0,5 5,09 28,5
0 0,6 6,10 32,0
0 0,7 5,77 37,0
13 0,5 5,90 11,0
13 0,6 6,09 27,0
13 0,7 5,63 33,5
23 0,6 5,84 19,5
23 0,7 6,63 29,0
23 0,8 6,04 37,0
7DEHOD±5HODo}HViJXDDJORPHUDQWHTXHSURSRUFLRQDPFRQVLVWrQFLDPtQLPD
7HRUGH&DO 5HODomRDD 3HQHWUDomRLQLFLDOPP
0 28,5
13 27,0
23 29,0
Estas são as relações água/aglomerante que foram empregadas nas demais etapas do
programa experimental.
,QIOXrQFLDGRWHRUGHFDOQDVSDVWDVGHJHVVRQRHVWDGRIUHVFR
Para todos os traços testados foi avaliada a influência dos teores de cal predeterminados no
programa experimental na consistência e no tempo de pega determinados, respectivamente,
através dos métodos de ensaio propostos pelas normas NBR 12128 (ABNT, 1991) e DIN
1168 (1975).
Durante os ensaios no estado fresco as condições ambientais do laboratório foram
monitoradas com termohigrógrafo e variaram entre: umidade relativa do ar : 50 ± 5 %; e
temperatura ambiente: 22 ± 2 oC.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
7. Influência da cal no estado fresco: resultados e discussões 80
&RQVLVWrQFLD[WHPSR
A Figura 7.1 (a), (b) e (c) apresenta, respectivamente, a variação da consistência no tempo
para teores de 0 %, 13 % e 23 % de cal e as diversas relações água/aglomerante utilizadas.
Na Figura 7.2 (a) e (b) são fixadas as relações água/aglomerante, 0,6 e 0,7,
respectivamente, e é apresentada a variação da consistência no tempo a medida que os
diversos teores de cal são adicionados. A linha horizontal tracejada em ambas as figuras
corresponde à penetração (P) de 28 mm, ou seja, a consistência mínima de aplicação
determinada em obra. Os pontos encontrados acima desta linha pertencem ao período de
indução. Na Figura 7.3 é apresentada a influência da relação água/aglomerante e da adição
de cal na penetração inicial. Os resultados dos ensaios de consistência x tempo encontram-
se no $QH[R%.
D E
40 a/a 0,6; r2 = 0,860
35 indução a/a 0,7; r2 = 0,967
P30
P a/a 0,8; r2 = 0,855
25 consist.
R
min.
)LJXUD±9DULDomRGDFRQVLVWrQFLDQR
m
o 20
D
U
W 15
H
Q
WHPSRSDUDGLIHUHQWHVWHRUHVGHFDO
H 10
3 DGHFDO
EGHFDO
5
0
0 5 10 15 20 25 FGHFDO
7HPSRPLQ
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
7. Influência da cal no estado fresco: resultados e discussões 81
D E
)LJXUD±9DULDomRGDFRQVLVWrQFLDQRWHPSRSDUDUHODomRiJXDDJORPHUDQWH
FRQVWDQWHDDD HEDD
40 40
y = 64,722x - 6,6204 y = -0,3394x + 37,205
P35 P35
2
R2 = 0,8709 R = 0,8785
P P
30
30
O O
D
L D
L
F
L
25 y = 87,5x - 32,75 F
L
25
LQ Q
2
20 R = 0,9691 L
20
R R
m m a/a 0,5
o 15 o 15 y = -0,6475x + 34,862
D
0% cal D
U
W
U
W
R2 = 0,9307
H 10 13% cal H 10
a/a 0,6
Q y = 104,12x - 37,706 Q y = -1,3654x + 28,75
H 5 H 5 a/a 0,7
3 R2 = 0,8994 23% cal 3
2
R = 0,9947
0 0
0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0 5 10 15 20 25
5HODomRDD 7HRUGHFDO
D E
)LJXUD±,QIOXrQFLDGDDUHODomRDDHGREWHRUGHFDOQDSHQHWUDomRLQLFLDO
Quando a consistência inicial da pasta foi inferior à FRQVLVWrQFLDPtQLPD (P > 28 mm) foi
possível detectar a presença do período de indução. O comportamento da consistência
passa a ser linear no fim deste período, momento em que a pasta passa a ser utilizada (item
6.1.3). Antes disso, a consistência quase não varia ao longo do tempo, como pode ser visto
nos pontos acima da linha tracejada nas Figura 7.1e Figura 7.2.
O efeito do teor de água sobre a taxa de ganho de consistência no tempo foi pequeno
(Figura 7.1). O menor coeficiente angular das retas FRQVLVWrQFLD[WHPSR, das pastas mistas
em relação ao das pastas puras, evidenciou a queda na taxa de ganho de consistência
provocada pela adição de cal. Isto pode ser observado na Tabela 7.4, que traz o resumo das
regressões lineares das retas apresentadas nas Figura 7.1 e Figura 7.2.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
7. Influência da cal no estado fresco: resultados e discussões 82
7DEHOD5HJUHVVmROLQHDURQGH³3´pSHQHWUDomRH³W´RWHPSRGHFRUULGRHQWUHR
LQtFLRGDPLVWXUDHDOHLWXUD
7HRUGHFDO 5HODomRDD 3HQHWUDomR
5
0 0,4 P = -2,98t + 31,45 0,878
0 0,5 P = -3,44t + 45,99 0,877
0 0,6 P = -3.88t + 60.57 0,923
0 0,7 P = -3.77t + 72.38 0,957
13 0,5 P = -1,06t + 18,80 0,799
13 0,6 P = -1,81x + 38,76 0,905
13 0,7 P = -2.20t + 52.24 0,985
23 0,6 P = -1,55t + 28,91 0,860
23 0,7 P = -2,11t + 43,95 0,967
23 0,8 P = -2,21t + 53,68 0,855
*Os pontos pertencentes ao período de indução não foram computados na regressão linear.
1
A relação água/aglomerante que proporciona a consistência mínima inicial de 28 ± 1 mm.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
7. Influência da cal no estado fresco: resultados e discussões 83
A Tabela 7.5 traz a influência da relação água/aglomerante e do teor de cal no tempo útil,
no tempo de espera e na variação percentual do tempo útil. O WHPSRGHHVSHUD é igual ao
WHPSRGHLQtFLR GHXWLOL]DomR. Foi calculado a partir das regressões lineares de cada pasta
(Tabela 7.4) considerando a FRQVLVWrQFLDPtQLPD, ou seja, P = 28 mm. Quando os valores
de tempo de espera obtidos foram inferiores a 4,87 minutos, menor tempo conseguido
durante os ensaios para preparar a pasta e encher o molde, apresenta-se a média do tempo
da primeira leitura obtida no ensaio de consistência como tempo de espera e a sua
penetração correspondente. A variação percentual do tempo útil foi calculada tendo como
referência a pasta de gesso pura com duas relações água/aglomerante. A primeira foi a
relação água/aglomerante igual a 0,5, que proporcionou a consistência mínima logo após a
mistura para a pasta com 0 % de cal. A segunda foi a relação água/aglomerante igual a 0,7,
que é uma relação típica empregada na aplicação de pastas de gesso em obra (DIAS, 1994;
HINCAPIÉ HW DO, 1996b). As células sombreadas correspondem às pastas com
FRQVLVWrQFLDPtQLPD logo após a mistura.
7DEHOD,QIOXrQFLDGD5HODomRiJXDDJORPHUDQWHHWHRUGHFDOQRWHPSR~WLOHGH
HVSHUD
7HRUGH 5HODomR 3HQHWUDomR 7HPSRPLQ 9DULDomRGRWHPSR~WLO
FDO DD PP
HVSHUD ILP ÒWLO DD DD
0 0,4 15,77 < 5,27* 10,56 5,30 -34,88 -28,72
0 0,5 28,00 5,23 13,36 8,14 0,00 9,46
0 0,6 28,00 8,40 15,63 7,22 -11,20 -2,80
0 0,7 28,00 11,78 19,21 7,43 -8,64 0,00
13 0,5 12,56 < 5,90* 17,78 11,88 46,00 59,82
13 0,6 28,00 5,96 21,46 15,50 90,58 108,60
13 0,7 28,00 11,03 23,76 12,73 56,52 71,32
23 0,6 19,87 < 5,84* 18,68 12,83 57,76 72,69
23 0,7 28,00 7,56 20,82 13,26 63,04 78,47
23 0,8 28,00 11,64 24,32 12,69 55,94 70,69
*média do tempo da primeira leitura obtida no ensaio de consistência
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
7. Influência da cal no estado fresco: resultados e discussões 84
A Figura 7.4 ilustra melhor a influência da relação água/aglomerante nos tempos de espera
e fim de utilização. A reta que corresponde ao tempo de espera é resultante da regressão
linear dos pontos com consistência inicial igual a 28 mm, ou seja, a consistência mínima.
Seguindo o mesmo princípio, a reta que corresponde ao tempo de fim de utilização resulta
dos pontos com consistência máxima, ou seja penetração igual a 0 mm. Os pontos com
tempo de espera inferiores ao tempo mínimo necessário para realização do ensaio
(4,87 min) não foram computados nas regressões.
Para as SDVWDVSXUDV (Figura 7.4 (a)) o aumento da relação água/aglomerante não aumentou
o tempo útil, podendo até diminuí-lo se a tendência for confirmada. Em relação às SDVWDV
PLVWDV (Figura 7.4 (b) e (c)), o tempo útil máximo foi obtido com a relação
água/aglomerante que proporciona a consistência mínima (P = 28 mm) após a mistura.
Com o aumento do teor de água o tempo útil tende a diminuir lentamente. Uma explicação
para o comportamento apresentado pelos dois tipos de pasta é que relações
água/aglomerante superiores àquela que proporcionou a FRQVLVWrQFLD PtQLPD, tiveram
maior efeito sobre a ampliação do tempo de espera do que sobre a ampliação do tempo de
fim de utilização. A causa deste comportamento precisaria ser estudada por pesquisas
posteriores.
A influência da adição de cal para pastas com relação água/aglomerante constante é
apresentada na Figura 7.5. O tempo de espera foi reduzido pela adição de cal até o teor que
proporcionou a consistência mínima para cada relação água/gesso. Após esse teor a
tendência foi de que o tempo de espera continuasse constante, pois, como já foi
mencionado, existe um intervalo a ser observado para a preparação da pasta. O maior valor
para o tempo de fim de utilização foi obtido com 13 % de adição cal, apresentado queda
após esse teor para ambas as relações água/aglomerante. Este comportamento pode ser, ao
menos em parte, atribuído à imprecisão do equipamento na determinação do tempo de fim
de utilização discutida no item 6.1.3.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
7. Influência da cal no estado fresco: resultados e discussões 85
25 25
y = 28,04x - 0,71
P = 28mm fim utilização
20 R2 = 0,994 20 P = 28mm
P = 0mm
P = 0mm y = 30,53x + 2,64
Q
L P = 15,57mm Q
L fim utilização
P = 12,56mm R2 = 0,986
P15 P15
R R
S S
P10 P10
H H
7 7
5 y = 32,77x - 11,19 5
tempo espera
R2 = 0,999 tempo espera
0 0
0,4 0,5 0,6 0,7 0,4 0,5 0,6 0,7
5HODomRDD 5HODomRDD
D E
25
20
)LJXUD±,QIOXrQFLDGDUHODomRDDHGR
P = 28mm
P = 0mm y = 28,23x + 1,51
fim utilização
WHRUGHFDOQRVWHPSRGHHVSHUDHILPGH
Q
L
P = 19,87mm R2 = 0,981
P15
R
S XWLOL]DomR
P10
H
7 DGHFDO
5
tempo espera
EGHFDO
0
FGHFDO
0,5 0,6 0,7 0,8
5HODomRDD
F
25 25
fim utilização
20 20 fim utilização
Q
L Q
L
P15 DD P15
R P = 28mm R
S S
P
10 P = 0mm P
10
H
7
H
7
DD tempo espera
5 tempo espera 5 P = 28mm
P = 0mm
0 0
0 13 23 0 13 23
7HRUGHFDO 7HRUGHFDO
)LJXUD±,QIOXrQFLDGRWHRUGHFDOQRVWHPSRGHHVSHUDHILPGHXWLOL]DomR
DUHODomRDD EUHODomRDD
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
7. Influência da cal no estado fresco: resultados e discussões 86
&RQVXPRGHPDWHULDO
A Figura 7.6 (a) apresenta a estimativa da variação do consumo de materiais para pastas
com FRQVLVWrQFLDPtQLPD inicial (P = 28 mm), onde as pastas com 0 %, 13 % e 23 % de cal
tiveram, respectivamente, relações água/aglomerante iguais a 0,5, 0,6 e 0,7. A Figura 7.6
(b) apresenta a estimativa realizada para pasta com 0% de cal e relação água/aglomerante
igual a 0,7, valor típico utilizado em obras. As relações água/aglomerante das pastas mistas
foram 0,6 e 0,7 para teores de cal de 13% e 23%, respectivamente. No cálculo do consumo
de materiais a massa específica considerada para o gesso foi 2,63 g/cm3 e para a cal foi
2,31 g/cm3, ambas obtidas na caracterização do material.
D E
)LJXUD±9DULDomRGRFRQVXPRGHPDWHULDLVHGRWHPSR~WLOSDUDDV
DSDVWDVFRPFRQVLVWrQFLDLQLFLDOLJXDODPtQLPDH
ESDVWDSXUDFRPUHODomRDD SDVWDVPLVWDVFRP
FRQVLVWrQFLDLQLFLDOLJXDODPtQLPD
Para as pastas com consistência inicial igual à PtQLPD (Figura 7.6 (a)), o consumo total de
material diminuiu a medida que o consumo de cal aumentou e o tempo útil das pastas
mistas foi ampliado em 91%, para 13% de cal, e em 63%, para 23% de cal (Tabela 7.5).
Comparando-se a pasta pura, com relação água aglomerante utilizada em obra, e a pasta
mista, com 13% de cal e consistência inicial igual a PtQLPD (Figura 7.6 (b)), observa-se
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
7. Influência da cal no estado fresco: resultados e discussões 87
que o consumo total de material seco da pasta pura foi 87kg inferior ao consumo da pasta
mista. Contudo, o tempo útil da pasta mista foi quase o dobro do medido para a pasta pura.
A pasta com 23% de cal apresentou consumo total de material praticamente igual ao da
pastas pura, com acréscimo de 78% no tempo útil. Assim, a menor quantidade de material
e o maior tempo disponível para aplicação, tendem provavelmente a diminuir os custos da
produção dos revestimentos em gesso aplicados manualmente que, em sua composição,
contam com os custos da mão-de-obra e do material.
7HPSRGHSHJDGHWHUPLQDGRSHORPpWRGR',1
5HODomRiJXDDJORPHUDQWH
20
18
18 0% cal; r2 = 0,983 mesma 0% de cal
16 consistência
16 13% cal; r2 = 0,943 y = 31,2x - 7,5683
y = 33x - 8,6167 R2 = 0,9833
Q
L14
14
Q
P
23% cal; r2 = 0,830 L
P
R2 = 0,8653
R12 12
R
S S
P P
H10 H
7
10
7 0% cal
8 13% cal
8
6 23% cal
6
4
0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,5 0,6 0,7
5HODomRDD
5HODomRDD
D E
)LJXUD±,QIOXrQFLDGDUHODomRDDHGRWHRUGHFDOQRWHPSRGHLQtFLRGHSHJD
DQDVSDVWDVFRPFRQVLVWrQFLDVGLIHUHQWHVH
EQDVSDVWDVFRPFRQVLVWrQFLDPtQLPDHSDVWDVSXUDV
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
7. Influência da cal no estado fresco: resultados e discussões 88
7DEHOD5HJUHVVmROLQHDUGRWHPSRGHLQtFLRGHSHJDRQGH³W´pRWHPSRGHFRUULGR
GDPLVWXUDjOHLWXUDH³DD´DUHODomRiJXDDJORPHUDQWH
Teor de cal (%) Tempo (min) R2
0 t = 31,20a/a – 7,57 0,983
13 t = 37,92a/a – 13,07 0,943
23 t = 41,62a/a – 14,84 0,830
0, 13 e 23 com t = 33,00a/a – 8,62 0,865
consistência mínima
O tempo de início de pega medido pelo método proposto pela DIN 1168 (1975), assim
como a variação da consistência no tempo, é função linear da relação água/aglomerante
para qualquer mistura. Isto ocorre porque ambos medem, de formas diferentes, a variação
da consistência no tempo.
A LQIOXrQFLD GD FDO no tempo de início de pega das pastas com consistências diferentes
(Figura 7.7 (a)) diminuiu à medida que a relação água/aglomerante aumentou. A
sobreposição das linhas de tendência na Figura 7.7 (b) mostra que a diferença entre o
tempo de início de pega da pasta pura e das pastas com FRQVLVWrQFLD PtQLPD foi
praticamente nula, independente da relação água/aglomerante.
A linearidade entre o WHPSR GH ILP GH SHJD e a relação água/aglomerante também foi
observada, desta forma o procedimento de análise adotado foi análogo ao do tempo de
início de pega A Figura 7.8 (a) mostra a influência da relação água/aglomerante e do teor
de cal no tempo de fim de pega e a Figura 7.8 (b) a correlação entre as pastas com
consistência mínima e as pastas puras. A Tabela 7.7 apresenta o resumo das equações
obtidas através das regressões lineares da Figura 7.8.
Para o intervalo de relações água/aglomerante e teores de cal estudados, as linhas de
tendência das pastas com consistências diferentes (Figura 7.8 (a)) se interceptaram,
mostrando que a LQIOXrQFLD GD FDO no tempo de fim de pega apresentou dois
comportamentos distintos. Antes do ponto de intersecção, que corresponde à relação
água/aglomerante 0,65 para 13% de cal e 0,69 para 23% de cal, a adição da cal UHWDUGRX o
tempo de fim de pega e após a intersecção seu efeito foi o oposto, embora em ambos os
casos esse efeito tenha sido modesto. As pastas com consistência inicial igual à PtQLPD e
as pastas puras apresentaram equações semelhantes, levando a crer que nestas condições
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
7. Influência da cal no estado fresco: resultados e discussões 89
40 35
0% cal; r2 = 0,978
mesma
35
13% cal; r2 = 0,891 consistência
30
30 23% cal; r2 = 0,735 Q y = 66,152x - 14,536
LQ L
P P
R2 = 0,9008
25
R25 R
S
S
P
P H 0% de cal 0% cal
H 7
720
20 13% cal
y = 67,767x - 15,83
15 R2 = 0,9776 23% cal
15
10 0,5 0,6 0,7
0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 5HODomRDD
5HODomRDD
D E
)LJXUD±,QIOXrQFLDGDUHODomRDDHGRWHRUGHFDOQRWHPSRGHILPGHSHJD
DQDVSDVWDVFRPFRQVLVWrQFLDVGLIHUHQWHVH
EQDVSDVWDVFRPFRQVLVWrQFLDPtQLPDHSDVWDVSXUDV
7DEHOD5HJUHVVmROLQHDUGRWHPSRGHILPGHSHJDRQGH³W´pRWHPSRGHFRUULGR
GDPLVWXUDjOHLWXUDH³DD´DUHODomRiJXDDJORPHUDQWH
7HRUGHFDO 7HPSRPLQ 5
0 t = 67,77a/a – 15,83 0,978
13 t = 43,00a/a + 0,40 0,891
23 t = 42,37a/a + 1,58 0,735
0, 13 e 23 com t = 66,15a/a – 14,54 0,901
consistência mínima
5HODomRiJXDJHVVR
O aumento no teor de cal torna necessária a adição de mais água para obter-se a mesma
consistência (Figura 7.3 (b)). Como a quantidade de água da mistura foi calculada em
relação ao teor de aglomerante total (gesso + cal), nas pastas puras havia uma quantidade
efetiva de água inferior à das pastas mistas. Embora a relação iJXDJHVVR das pastas mistas
tenha sido maior, parte da água foi usada para molhar os grãos de cal, não estando todo
montante calculado disponível para o gesso . A Tabela 7.8 traz as relações
água/aglomerante utilizadas e as respectivas relações água/gesso calculadas a partir dos
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
7. Influência da cal no estado fresco: resultados e discussões 90
traços em massa.
7DEHOD±5HODo}HViJXDJHVVRFDOFXODGDV
7HRUGHFDO 5HODomR 7UDoRPDVVD 5HODomR
DD DJ
*HVVR &DO
0 0,50 1 0 0,50
0,13 0,50 1 0,15 0,57
0,13 0,60 1 0,15 0,69
0,13 0,70 1 0,15 0,80
0,23 0,60 1 0,30 0,78
0,23 0,70 1 0,30 0,91
0,23 0,80 1 0,30 1,04
A Figura 7.9 apresenta a influência da relação água/gesso e do teor de cal nos tempos de
início e fim de pega. A Tabela 7.9 traz o resumo das equações obtidas nas regressões da
Figura 7.9.
20 40
0% cal; r2 = 0,983
18
13% cal; r2 = 0,943 35
16
23% cal; r2 = 0,830
30
Q
L Q
14 L
P P
R12 R25
S S
P P
H10 H
7 720 0% cal; r2 = 0,978
8
13% cal; r2 = 0,891
15
6
23% cal; r2 = 0,735
4 10
0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1
5HODomRDJ 5HODomRDJ
D E
)LJXUD±,QIOXrQFLDGDUHODomRiJXDJHVVRHGRWHRUGHFDOQRVWHPSRVGH
DLQtFLRHEILPGHSHJD
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
7. Influência da cal no estado fresco: resultados e discussões 91
7DEHOD±5HJUHVVmROLQHDUGRWHPSRGHLQtFLRHILPGHSHJDRQGH³W´pRWHPSR
GHFRUULGRGDPLVWXUDjOHLWXUDH³DD´DUHODomRDD
(QVDLR 7HRUGHFDO 5HODomRDJ 7HPSRPLQ 5
início 0 0,5 ti = 31,20a/a - 7,57 0,983
início 13 0,69 ti = 33,11a/a - 13,05 0,952
início 23 0,91 ti = 32,02a/a - 14,84 0,83
fim 0 0,5 tf = 67,77a/a - 15,83 0,978
fim 13 0,69 tf = 37,61a/a + 0,37 0,903
fim 23 0,91 tf = 32,6a/a + 1,58 0,735
ti → tempo de início de pega; tf → tempo de fim de pega
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
7. Influência da cal no estado fresco: resultados e discussões 92
&RQVLGHUDo}HVVREUHRFDStWXOR
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
7. Influência da cal no estado fresco: resultados e discussões 93
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
,1)/8Ç1&,$'$&$/12(67$'2(1'85(&,'2
5(68/7$'26(',6&866®(6
5HODomRiJXDDJORPHUDQWHRXUHODomRiJXDJHVVR"
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
8. Influência da cal no estado endurecido: resultados e discussões 95
0LFURHVWUXWXUD
7DEHOD±'DGRVSDUDDGHWHUPLQDomRGRWHRUGDVHVSpFLHVSUHVHQWHVQDDPRVWUD
(VSpFLHTXtPLFD ,QWHUYDORR& 3HUGD )DWRUGH
FRQYHUVmR
CaSO4.2H2O tambiente a 300 H2O combinada 4,778
Ca(OH)2 300 a 600 H2O combinada 4,111
CaCO3 600 a 100 CO2 2,273
A Figura 8.1 traz as curvas TG e DTG e as perdas de massa obtidas para as diversas pastas
estudadas.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
8. Influência da cal no estado endurecido: resultados e discussões 96
24 10
19,62
)LJXUD±&XUYDV7*H'7*GDVSDVWDV
J
21 -57 D
G
D
GHJHVVRFRPGLDVGHLGDGH
P
J
0,02%
0,99%
Y
L
U
H
DGHFDOHUHODomRDD
7 18 -123 '
EGHFDOHUHODomRDD
TG 0% 0,5
Der 0% 0,5 FGHFDOHUHODomRDD
15 -190 GGHFDOHUHODomRDD
0 200 400 600 800 1000
HGHFDOHUHODomRDD
R
7HPSHUDWXUD &
D
24 10 24 10
19,79% 17,57%
21 -57 D 21 -57 D
J G J G
D 0,52% D
P
0,54% Y
L
P
Y
L
1,12% U 5,97% U
J H J H
7 18 -123 ' 7 18 -123 '
TG 0% 0,6 TG 13% 0,6
Der 0% 0,6 Der 13% 0,6
15 -190 15 -190
0 200 400 600 800 1000 0 200 400 600 800 1000
R R
7HPSHUDWXUD & 7HPSHUDWXUD &
E F
24 10 24 10
20,13% 15,34%
21 -57 D 21 -57 D
J G J G
P
D
P
0,79% D
Y Y
0,3% 1,08% L
U L
U
J H J 9,90% H
7 18 -123 ' 7 18 -123 '
G H
A Tabela 8.3 reúne os resultados dos teores das espécies encontradas pela TG, pela análise
química e a diferença entre eles. O teor de cal foi dividido em DGLomR, teor dosado durante
o preparo da pasta, e &D2+, teor de hidróxido de cálcio presente na cal de acordo com a
análise química. O carbonato de cálcio foi dividido em três teores, proveniente do material
(PDW), medido (PHG) através da termogrametria, e a diferença (GLI) entre eles. O teor de
Ca(OH)2 FDUERQDWDGR resultou do cálculo do teor de hidróxido necessário para formar o
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
8. Influência da cal no estado endurecido: resultados e discussões 97
7DEHOD±7HRUGDVHVSpFLHVTXtPLFDVSUHVHQWHVQDVSDVWDVHQRPDWHULDOVHFR
GHWHUPLQDGRDWUDYpVGD7*HGDDQiOLVHTXtPLFD
Teor de cal Relação CaSO4. CaCO3 Ca(OH)2 Ca(OH)2 hidróxido
(%) a/a 2H2O carbonatado não carb. total*
total Ca(OH)2 mat. med. dif. mat. med. dif. med. med.
0 0 0,5 93,74 2,16 2,25 0,09 1,60 1,67 0,07 0,09 1,76
0 0 0,6 94,55 2,16 2,54 0,38 1,60 1,88 0,28 2,20 4,08
0 0 0,7 96,19 2,16 2,46 0,30 1,60 1,82 0,22 1,23 3,05
13 12 0,6 83,95 2,85 13,56 10,71 2,11 10,03 7,92 2,15 12,18
23 21,3 0,7 73,27 3,39 22,49 19,10 2,51 16,64 14,13 3,25 19,89
* hidróxido total = hidróxido carbonatado + hidróxido não carbonatado
Os teores de carbonatos presentes nas SDVWDVSXUDV com relação água/aglomerante 0,6 e 0,7
foram, em média, 15 % superiores ao obtido na reconstituição feita a partir da análise
química. Isto resultou num elevado teor de hidróxido total (hidróxido não carbonatado +
hidróxido carbonatado) sugerindo que pode ter havido contaminação da pasta durante a sua
mistura ou durante a preparação da amostra (moída no almofariz).
Para a pasta com 13 % de cal foi detectada a presença de 13,56 % de carbonato de cálcio.
Entretanto, nem todo carbonato presente foi proveniente da carbonatação do Ca(OH)2
adicionado à pasta, parte deste montante (cerca de 21 %) foi oriundo do material seco.
Assim, o teor de CaCO3 resultante da carbonatação durante a cura foi na realidade a
GLIHUHQoD entre o medido pela TG e o que fazia parte do material, ou seja, 10,71 %. Para a
pasta com 23 % de cal foi formado 19,1 % de CaCO3 durante a cura. Esse valores
correspondem a carbonatação de cerca de 8 % de Ca(OH)2 para a pasta com 13 % de cal, e
a cerca de 14 % de Ca(OH)2 para a pasta com 23 % de cal. Desta forma, 65 % do hidróxido
presente na pasta com 13 % de cal carbonatou, enquanto para a pasta com 23 % de cal esse
valor foi 71 %.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
8. Influência da cal no estado endurecido: resultados e discussões 98
SULVPD
aPP
3RURVLGDGH
A Figura 8.3 mostra como a distribuição do diâmetro dos poros das SDVWDV SXUDV foi
afetada pela relação água/gesso. A faixa de porosidade das pastas de gesso estudadas
variou de 0,4 a 7 µm. Os picos apresentados na Figura 8.3 correspondem ao diâmetro de
poro com maior volume de mercúrio injetado. A relação entre o diâmetro de poro com
maior volume de mercúrio injetado e o teor de água da pasta foi linear (Figura 8.4). Da
mesma forma, a porosidade total da pasta pura cresceu linearmente com o aumento da
relação água/gesso (Figura 8.5). Assim, quanto maior a relação água/gesso, maior o
diâmetro dos poros e a porosidade total da pasta.
0,14
0% 0,5 0,12
J
0% 0,6 O
0% 0,7 0,10 P
J
0,08 +
H
G
0,06
H
P
0,04 X
O
R
0,02 9
0,00
1000 100 10 1 0,1 0,01 0,001
'LkPHWURµP
)LJXUD±,QIOXrQFLDGDUHODomRDJQRGLkPHWURGRVSRURVGDVSDVWDVGHJHVVRSXUR
FRPGLDVGHLGDGH
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
8. Influência da cal no estado endurecido: resultados e discussões 99
8 0,70
7 y = 12,796x - 3,9732 0% cal
2 0,65
R = 0,9962 J
O 13% cal
6
P 0,60 23% cal
P
µ 5 J
+ 0,55 Linear (0% cal)
R
U
W 4 H
G
H 0% cal 0,50
P 3 H
Lk 13% cal P 0,45
' 2 23% cal
X
O y = 0,75x - 0,01
R 2
1 Linear (0% cal) 9 0,40 R = 0,9868
0 0,35
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
5HODomRDJ 5HODomRDJ
)LJXUD±,QIOXrQFLDGDUHODomRDJHGR )LJXUD±,QIOXrQFLDGDUHODomRDJHGR
WHRUGHFDOQRGLkPHWURFRPPDLRUYROXPH WHRUGHFDOQRYROXPHGHSRURV
GH+JPOJLQMHWDGR
A Tabela 8.4 apresenta um resumo das médias das determinações realizadas do diâmetro
de poro com maior volume de mercúrio injetado, o valor percentual de mercúrio injetado
no poro e o volume total de mercúrio para cada pasta estudada.
7DEHOD±4XDGURUHVXPRGDVPpGLDVGRGLkPHWURFRPPDLRUYROXPHGH+JHGR
YROXPHWRWDOGH+JSRUSDVWD
7HRUGHFDO 5HODomR 5HODomR 'LkPHWUR 9ROGH+JQRSRUR 9ROWRWDOGH+J
DD DJ P FRPPDLRUYRO POJ
0 0,5 0,5 2,47 30,34 0,37
0 0,6 0,6 3,61 23,46 0,43
0 0,7 0,7 5,03 20,76 0,52
13 0,6 0,69 2,83 18,93 0,49
23 0,7 0,91 4,74 16,83 0,56
Com a introdução da FDO no sistema, as curvas de distribuição do diâmetro das pastas das
com relações iJXDDJORPHUDQWH constantes praticamente não foram alteradas (Figura 8.6
(a) e (b)). Todavia, mantendo-se constante a UHODomRiJXDJHVVR nota-se uma diminuição
do diâmetro dos poros da pasta mista e o pico que corresponde ao diâmetro de poro com
maior volume de mercúrio injetado foi deslocado de 5,03 µm, pasta pura com relação
água/gesso 0,7, para 2,83 µm, para a pasta mista com relação água/gesso 0,69 (Figura 8.7).
A Figura 8.4 apresenta de maneira mais clara a influência da relação água/gesso e do teor
de cal no diâmetro de poro com maior volume de mercúrio injetado, demonstrando que a
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
8. Influência da cal no estado endurecido: resultados e discussões 100
0,12 0,12
0,00 0,00
1000 100 10 1 0,1 0,01 0,001 1000 100 10 1 0,1 0,01 0,001
'LkPHWUR µP 'LkPHWUR µP
D E
)LJXUD±'LVWULEXLomRGRGLkPHWURGRVSRURVSDUD
DUHODomRDD HWHRUHVGHFDOGHH
EUHODomRDD HWHRUHVGHFDOGHH
0,12
0% 0,7
0,10 J
13% 0,69
O
P
0,08
J
+
0,06 H
G
H
0,04 P
X
O
R
0,02 9
0,00
1000 100 10 1 0,1 0,01 0,001
'LkPHWUR µP
)LJXUD±,QIOXrQFLDGRWHRUGHFDOQDGLVWULEXLomRGRGLkPHWURGRVSRURVSDUD
UHODomRDJ≅
A adição de cal diminuiu também o volume de poros, pois, para a mesma UHODomR
iJXDJHVVR, as pastas puras apresentaram volume de poros superior ao das pastas mistas,
como mostra a Figura 8.5 e a Tabela 8.4. Para relação água/gesso 0,69, o volume de poros
da pasta com 13% de cal foi 4,3% inferior ao da pasta pura, enquanto para a relação
água/gesso 0,91, o valor da redução estimada da porosidade da pasta mista foi de 17,5%1.
1
Os cálculos foram feitos a partir dos valores de volume de poros obtido através da regressão linear
apresentada na Figura 8.5.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
8. Influência da cal no estado endurecido: resultados e discussões 101
Para UHODomR iJXDDJORPHUDQWH constante, o volume de poros das pastas com cal foi
superior ao das pastas puras (Tabela 8.4).
A provável explicação para a influência da cal na porosidade das pastas de gesso está em
dois fatores: na FDUERQDWDomR e na GLVWULEXLomRJUDQXORPpWULFD.
3URSULHGDGHVPHFkQLFDV
2
A curva de distribuição granulométrica da cal foi apresentada no &DStWXOR.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
8. Influência da cal no estado endurecido: resultados e discussões 102
20 1600
0% cal 0% cal
13% cal 1400 13% cal
15 23% cal
23% cal
1200 Expon. ( 0% cal)
D Expon. (0% cal)
D
3
3
010 1000
0
F
5 (
800
5
y = 123,12e-3,9588x y = 4331,4e-2,17x
600
R2 = 0,9695 R2 = 0,9763
0 400
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
5HODomRDD
5HODomRDD
D E
8 40
0% cal 0% cal
D 13% cal
3
13% cal
6 23% cal
0
D 23% cal
3
30
R
m
Expon. (0% cal) Expon. (0% cal)
[ 0
H
O
I
4 D
D ]
Q
H
R
U
m
o
X 20
'
D
U
W
2 y = 326,77e-4,424x
-2,4994x
y = 20,464e
5 R2 = 0,9973
R2 = 0,9176
0 10
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
5HODomRDD 5HODomRDD
F G
)LJXUD±,QIOXrQFLDGDUHODomRiJXDDJORPHUDQWHHGRWHRUGHFDO
DQDUHVLVWrQFLDjFRPSUHVVmREQRPyGXORGHHODVWLFLGDGH
FQDUHVLVWrQFLDjWUDomRQDIOH[mRGQDGXUH]DVXSHUILFLDO
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
8. Influência da cal no estado endurecido: resultados e discussões 103
20 1600
0% cal 0% cal
1400 13% cal
13% cal
15 23% cal
23% cal
1200 Expon. ( 0% cal)
D Expon. (0% cal)
D
3
3
0
10 0 1000
F
5 (
800
5
y = 123,12e-3,9588x
600 y = 4331,4e-2,17x
R2 = 0,9695
R2 = 0,9763
0 400
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
5HODomRDJ
5HODomRDJ
D E
8 40
0% cal 0% cal
D 13% cal
3 33 13% cal
6 23% cal
0
D 23% cal
R Expon. (0% cal) 3
m 26 Expon. (0% cal)
[ 0
H
O
I
4 D
D ]
Q
H 19
R
U
m X
o '
D
U 2 y = 20,464e-2,4994x
W
12 y = 326,77e-4,424x
5 R2 = 0,9176 R2 = 0,9973
0 5
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
5HODomRDJ 5HODomRDJ
F G
)LJXUD±,QIOXrQFLDGDUHODomRiJXDJHVVRHGRWHRUGHFDO
DQDUHVLVWrQFLDjFRPSUHVVmREQRPyGXORGHHODVWLFLGDGH
FQDUHVLVWrQFLDjWUDomRQDIOH[mRGQDGXUH]DVXSHUILFLDO
7DEHOD±4XDGURUHVXPRGDVPpGLDVGDVSURSULHGDGHVPHFkQLFDV
GDVSDVWDVFRPGLDV
5HODomR 5HODomR 7HRUGHFDO 5F ( 5WIOH[mR 'XUH]D
DD DJ 03D 03D 03D 03D
0,5 0,5 0 17,06 1464,0 5,88 35,89
0,6 0,6 0 nd nd nd nd
0,7 0,7 0 7,72 949,2 3,57 14,72
0,6 0,69 13 10,01 1239,8 3,45 26,06
0,7 0,91 23 6,43 903,6 2,30 15,87
nd: não determinado
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
8. Influência da cal no estado endurecido: resultados e discussões 104
18 1,5
16 0% cal 0% cal
1,4
13% cal 13% cal
14
D
D
1,3 23% cal
3 12 23% cal
3
0
*1,2
10
F
(1,1
5 8 y = -57,682x + 38,281 y = -3,0433x + 2,6151
6 2
R = 0,992 1,0 2
R = 0,8983
4 0,9
0,35 0,4 0,45 0,5 0,55 0,6 0,35 0,4 0,45 0,5 0,55 0,6
9ROXPHGH+JPOJ 9ROXPHGH+JPOJ
D E
D
6,0 40
3 5,5 0% cal 0% cal
0 35
5,0 13% cal D 13% cal
R 3
m 23% cal 30
[ 4,5 0 23% cal
H
O
4,0 25
I
D
D ]
Q 3,5 H
R 20
U
m 3,0 y = -18,001x + 12,53 X y = -113,99x + 78,422
o '
D
U 2,5
2
R = 0,9635 15 R2 = 0,8862
W
52,0 10
0,35 0,4 0,45 0,5 0,55 0,6 0,35 0,4 0,45 0,5 0,55 0,6
9ROXPHGH+JPOJ 9ROXPHGH+JPOJ
F G
)LJXUD±5HODomRHQWUHYROXPHGHSRURVHDVSURSULHGDGHVPHFkQLFDV
DQDUHVLVWrQFLDjFRPSUHVVmREQRPyGXORGHHODVWLFLGDGH
FQDUHVLVWrQFLDjWUDomRQDIOH[mRGQDGXUH]DVXSHUILFLDO
Pelo exposto no item 8.2, a cal adicionada às pastas de gesso carbonatou e com isso
diminuiu a porosidade das pastas mistas em relação a das pastas puras, para relação
água/gesso constante. Isto pode explicar o aumento das propriedades mecânicas,
especialmente a dureza, com o aumento da adição de cal.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
8. Influência da cal no estado endurecido: resultados e discussões 105
Conforme discussão apresentada neste item, sob o ponto de vista das propriedades
mecânicas do material, seria possível a utilização em obra de pastas com GH FDO e
UHODomR iJXDDJORPHUDQWH . Pois essa pasta apresentou propriedades mecânicas
maiores que as da pasta pura com relação água/gesso igual a 0,7.
&RQVLGHUDo}HVVREUHRFDStWXOR
Através da TG foi possível constatar que após 42 dias de exposição ao meio ambiente,
cerca de GDFDO contida nas pastas mistas carbonatou.
Os valores de resistência obtidos para todas as pastas estão dentro da faixa de valores
encontrados na literatura (NOLHIER, 1986; CINCOTTO HWDO, 1988b; TESCHNER, 1991;
entre outros). Para UHODomR iJXDDJORPHUDQWH constante, a resistência à compressão e
tração na flexão diminuíram com a adição de cal. A dureza superficial e do módulo de
elasticidade não foram alteradas. Para UHODomRiJXDJHVVR constante, a resistência a tração
na flexão manteve-se estável com o aumento do teor de cal e a resistência das demais
propriedades aumentou, especialmente a dureza superficial, propriedade mais afetada pela
carbonatação.
A menor porosidade das pastas mistas em relação às pastas puras explica e atesta a
influência da carbonatação nas propriedades mecânicas das pastas de gesso e cal. E, ao
longo do tempo ainda pode ser esperado um incremento nas propriedades mecânicas, pois
cerca de 20% da cal presente na pasta não estava carbonatada.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
&21&/86®(6
Diferente das argamassas de cimento Portland, os valores de tempo de início e fim de pega
da pasta de gesso não são úteis para orientar a sua seleção para aplicação manual de
revestimentos de acordo com a técnica corrente. Em função desta limitação e do estudo
realizado em obra, neste trabalho foram propostos novos conceitos de WHPSR~WLO, WHPSRGH
HVSHUD e IDL[DGHFRQVLVWrQFLD~WLO.
Devido à diminuição da energia de mistura e à mistura parcial da pasta o WHPSR ~WLO foi
ampliado em até . Entretanto, esses procedimentos também ocasionam WHPSR GH
HVSHUD elevado, que corresponde a cerca de do tempo total de preparo e aplicação da
pasta.
O WHPSR ~WLO máximo foi obtido através da utilização da relação água/aglomerante que
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
9. Conclusões 107
A influência da adição da cal sobre o tempo de pega determinado segundo a DIN 1168
(1975) foi complexa e parece estar associada à relação entre o WHRUGHiJXD e a FRQVLVWrQFLD
LQLFLDOGDSDVWD. Um estudo mais detalhado da reação de hidratação das pastas de gesso e
cal através da calorimetria pode vir a elucidar a questão.
A adição de cal também foi capaz de proporcionar às pastas gesso a consistência adequada
à utilização, FRQVLVWrQFLDPtQLPD, logo após a mistura, o que ocasionou a maior diminuição
possível para o WHPSR GH HVSHUD. Isto fez com que o WHPSR ~WLO das pastas mistas fosse
maior que o das pastas puras.
A menor porosidade das pastas mistas em relação às pastas puras explica e atesta a
influência da carbonatação nas propriedades mecânicas das pastas de gesso e cal.
Cerca de da cal contida nas pastas mistas com 42 dias de exposição ao meio ambiente
carbonatou.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
9. Conclusões 108
foi deslocada para poros de menor diâmetro. Para relação iJXDDJORPHUDQWH constante, a
adição de cal aumentou o volume de poros, sem, contudo, alterar a sua distribuição nas
pastas.
Diante das propriedades apresentadas pelas pastas mistas no estado fresco, conclui-se que a
sua utilização pode ser vantajosa, desde que associada à UHODomR iJXDDJORPHUDQWH, que
proporciona a consistência mínima logo após a mistura. Isto acarretará ganho na
produtividade do serviço de aplicação manual de revestimento em gesso.
Sob o ponto de vista das propriedades mecânicas do material, a adição de GHFDO com
UHODomRiJXDJHVVR mostrou-se uma opção viável de pasta mista, por ter apresentado
resistência mecânica maior do que a pasta pura com UHODomRiJXDJHVVR 0,7, comumente
encontrada em obra. Isto faz com que o desempenho da pasta com 13 % de cal possa ser
considerado satisfatório.
3URSRVWDSDUDFRQWLQXDomRGRHVWXGR
Conforme observado nas obras, apenas parte da masseira é misturada durante o preparo da
pasta enquanto a outra parte permanece em repouso, aumentando o tempo útil em até 62 %.
Seria, portanto, conveniente a avaliação do comportamento de dispersões apenas
polvilhadas, ou seja, não submetidas a nenhuma HQHUJLDGHPLVWXUD.
Para implementar a utilização das pastas de gesso e cal como revestimento é necessário o
estudo da UHVLVWrQFLDGHDGHUrQFLD destas pastas aos substratos comumente utilizados em
obra.
Além disto, visando comprovar o ganho de produtividade ocasionado pela adição de cal,
deve-se efetuar um estudo comparativo entre o serviço de revestimento manual em pastas
de gesso e pastas de gesso e cal.
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
5()(5Ç1&,$6%,%/,2*5È),&$6
Estudo da influência da cal hidratada nas pastas de gesso. Rubiane Paz do Nascimento Antunes
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