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Vistos.
a) que firmou contrato de seguro com a empresa ré, tendo por objeto o veículo marca GM
Vectra, de chassis 9BGJK19BVVB587796, de placas HVK 7095, em 12.08.98, com ampla
cobertura, inclusive para os casos de roubo, furto e de danos materiais.
b) que o referido veículo foi roubado da autora em datação de 09.12.98, vindo esta a
proceder, no dia seguinte, a "comunicação de ocorrência" junto à autoridade policial e a
"comunicação do sinistro" junto ao representante da empresa ré, para providenciar a
recuperação do automóvel ou pagar o valor do seguro, no prazo estipulado no contrato,
sub-rogando-se na propriedade do mesmo.
c) No mais, pede seja indenizada no valor do risco mais lucros cessantes e, ainda, em
danos morais por descumprimento do contrato.
Alega, ainda, a empresa ré, que os alegados lucros cessantes e danos morais não são
devidos, pois sua responsabilidade limita-se, no máximo, ao valor contratado na apólice.
É o relatório.
Decido.
Seguro na convicção de que a hipótese é de julgamento conforme o estado do processo,
antecipo a decisão do feito com esteio no art. 330, I, do Código de Processo Civil, já que a
matéria é unicamente de direito e não há a necessidade de prova em audiência.
Cabe em primeiro momento, rechaçar a preliminar arguida pela autora em sua réplica de
fls. 40, onde prega a intempestividade da contestação, pois citada a ré em dada de
09.03.99 somente veio a apresentar resposta em 25.03.99, um dia após o último dia para
fazê-lo.
Conforme se depreende pela certidão dormente às fls. 45 destes autos, constata-se que o
dia 24 de março do corrente, em princípio o dia final para entrega da peça contestatória,
caiu em feriado, estendendo-se o prazo derradeiro então para o dia seguinte, ou seja,
25.03.99, data em que efetivamente foi apresentada a resposta da ré. Tempestiva, pois, a
contestação.
Com efeito, a autora pretende receber não apenas a importância pactuada no contrato de
seguro, mas, também, verbas outras oriundas do descumprimento das condições
contratadas, importâncias estas que não poderiam ser objeto da alegada ação executiva.
Adotado o procedimento ordinário que é o mais amplo possível e não causando nenhum prejuízo ao
réu, aplica-se o disposto no art. 250 do CPC, se coexistentes na propositura os requisitos de
procedimento adequado. Ap. c/ Rev. 273.470 - 1ª Câm. - Rel. Juiz ALBERTO TEDESCO (subst.) - J.
6.8.90, "in" JTA (RT) 129/277 Referências: HÉLIO TORNAGHI - "Comentários ao CPC", Ed. RT,
1975, vol. II, pág. 243. RT 494/99; JTA (RT) 88/138, 87/368; JTA (Saraiva) 81/189.
Alega a autora que teve o seu veículo roubado em datação de 09.12.1998, por volta das
20:45 horas e que, no dia seguinte, ou seja, em 10.12.98, providenciou a comunicação do
sinistro à autoridade policial, bem assim como ao representante e corretor local da ré, "a
fim de que a acionada pudesse adotar a providência para a recuperação do automóvel, ou
então, pagar o valor do seguro e sub-rogar-se na propriedade".
É oportuno lembrar a lição de Pedro Alvim ("O Contrato de Seguro", nº 337, pp. 398/399,
2ª ed., Rio de Janeiro, 1986):
"Deve-se entender como omissão injustificada, a que se refere nosso Código Civil, somente
aquela que denuncia a fraude ou a má-fé do segurado. A mesma interpretação deverá prevalecer
para os contratos que contenham cláusula de exoneração do segurador, para que não se torne uma
porta aberta para sua inadimplência."
Os nossos pretórios, por sua vez, pronunciam-se de maneira idêntica, senão vejamos:
E mais:
APC - Apelação Cível Nº 41.531/96 - Brasília - DF -Primeira Turma Cível - TJDF - 1997
EMENTA
Tendo o segurado dado ciência do sinistro ao agente da própria seguradora no prazo legal não
pode ser penalizado por uma eventual desídia deste, ainda mais quando restou pacífica a
ocorrência da causa geradora do direito à indenização contratada e nenhum fato em seu desabono
foi demonstrado.
Ele tem peculiaridades, sendo que "a imposição da vontade de um dos contratantes à do
outro seria o traço distintivo do contrato de adesão, mas essa caracterização importa
reconhecer, na figura do contrato de adesão, uma deformação da estrutura do contrato"
(ORLANDO GOMES, op. cit., pág. 118).
Por isso, "é de se aceitar, como diretriz hermenêutica, a regra segundo a qual, em caso de
dúvida, as cláusulas do contrato de adesão devem ser interpretadas contra a parte que as
ditou" (ORLANDO GOMES, op. cit., pág. 138).
Tal posicionamento foi fixado, agora legislativamente, pelo artigo 47 da Lei n. 8.078, de
11.9.90, que diz que "as cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais
favorável ao consumidor".
Note-se que, agora, não se fala em contrato de adesão, mas de qualquer contrato.
A seguradora ré, não obstante ter recuperado o veículo sinistrado, deixando-o em perfeitas
condições de uso, não pode querer obrigar ao segurado receber o dito veículo se tal
recuperação se deu após o prazo pactuado de 05 (cinco) dias, conforme estabelece o
manual do segurado, sendo considerada, nesta caso, hipótese de perda total do veículo,
pelo que deve a seguradora pagar o seguro estipulado, sub-rogando-se a ré na
propriedade automóvel.
A inadimplência da seguradora ré faz surgir obrigações outras, igualmente pactuadas, que
se traduzem em lucros cessantes devidos à autora, a teor do contido no Manual do
Segurado, pag. 12, sob o título de Garantia Adcional (25) – Carro Reserva, que dispõe:
"Garante ao segurado a locação de um veículo popular, modelo básico, com seguro e
quilometragem livre, em caso de sinistro decorrente de evento coberto pela(s) Garantia(s)
Básica(s) contratada(s), que coloque em indisponibilidade o veículo segurado...".
Quanto aos danos morais alegados pela autora, entendo não serem cabíveis.
O que se busca com a indenização pelo dano moral, como alude Wilson Melo da Silva,
não é colocar-se o dinheiro ao lado da angústia e da dor, mas comente propiciar-se ao
lesado uma situação, positiva, de euforia e de prazer, capaz de amenizar, de atenuar ou
até mesmo, se possível, de extinguir nele, a negativa sensação da dor ("Da
Responsabilidade Civil Automobilística", ed. Saraiva, 1974, p. 306).
Não se trata, como diria Minozzi, "di riffare al danneggiato gli identici beni che ha perduti,
ma de far nascere in lui una nuova sorgente di felicità e di benesse, capace di alleviare le
conseguenze del dolore, de male, che ha ricevuto", isto é, o que se objetiva não é a
tarifação do preço da dor (ob. cit., p. 307).
A peça inicial não identifica qual a espécie de dano moral sofrido (aflição, vergonha, dor?).
Não há demonstração de que a autora tenha passado por constrangimentos ou
vicissitudes maiores do que passam as pessoas que se envolvem em fatos semelhantes,
conseqüência normal da vida atribulada do mundo moderno, eis que nem tudo que causa
dissabor é indenizável.
Aponte-se, até, que não se vexou de movimentar o veículo recuperado, embora que ainda
em situação sub judice, mesmo que até outro pudesse locar, o que indica, além de forte
personalidade, que os danos não lhe causam transtornos, pois, como natural, ninguém se
submete, voluntariamente, a envergonhar-se.
Por todo o exposto, entendendo ser indevida a indenização por danos morais, julgo
parcialmente procedente o pedido, condenando a empresa ré a pagar o valor segurado
(CC, art. 1.462), com os devidos acréscimos, bem ainda lucros cessantes (CC, art. 1.060),
ambos nos valores e critérios apontados na inicial, posto que não contestados, e
honorários advocatícios que arbitro, frente a menor complexidade da matéria, em 10%
sobre o valor da condenação.
P.R.I.
MODELO DE PETIÇÃO
I - DOS FATOS
1.2) Referido veículo, foi segurado pela Empresa Rqda., pelo valor de
R$ 14.000,00 (quatorze mil reais), em data de 09.02.1998, cuja
apólice teria validade até 31.01.1999, conforme comprova-se com a
referida APOLICE, ora em anexo.
1.8) Tanto é verdade que o Rqte. não estava alcoolizado, que foi
atendido pelo Médico Dr. G. O. G., às 00:15 horas, onde o mesmo
atestou que o Rqte. estava neurologicamente estável e sem
outros sinais de agravamento do quadro. Referido atestado,
segue em anexo aos presentes autos.
2.3) Tais condições acima, aliadas ao fato de que, o Rqte. recebeu luz
alta em sua retaguarda, que veio a cegá-lo, ocasionaram o acidente,
do qual, a Empresa Rqda. nega-se a responsabilizar-se pela
indenização contratada anteriormente, alegando em suma, estar o
Rqte. embriagado.
3.2) O exame realizado, foi efetuado por aparelho que não estava
aferido pelo CONTRAN e tampouco, estava funcionando
regularmente, pois os policiais, para fazê-lo funcionar, bateram com o
aparelho na mesa da DP, fazendo com que os índices equivalentes a
10,0 decigramas de álcool, aparecesse no aparelho e colocando-o
bruscamente na boca do Rqte.
IV - O DIREITO
DOS FATOS
DO DIREITO
Eis que o Autor quitou todas as parcelas calculadas sobre
um valor e quando o recebeu havia uma diferença de
_____________________________.
DO PEDIDO
N. Termos,
P. Deferimento.
Inteiro Teor
Dados do acórdão
Classe: Apelação Cível
Processo: 2008.054499-1
Relator: Mazoni Ferreira
Data: 2009-08-11
Nos contratos de seguro de veículo, havendo perda total do bem segurado, a indenização
a ser paga deve corresponder à quantia previamente ajustada na apólice securitária (art.
1.462 do Código Civil de 1916), salvo transação hígida. (Ap. Cív. n. , de Blumenau, j. 8-2-
2007).
3. RECURSO DESPROVIDO.
RELATÓRIO
Celso Ribeiro Júnior ajuizou ação de cobrança c/c danos morais contra Hannover
International Seguros S/A, na qual alega haver firmado com a ré, em 10-12-2002, contrato
de seguro de automóvel, tendo por objeto um Fiat Siena EL 1.6 MPI 4P, ano 1997, placa
LZO-6251, com o fim de garantir o ressarcimento de eventuais prejuízos decorrentes de
furto, colisão, roubo, incêndio, responsabilidade civil e acidentes pessoais.
Assinalou que, em 26-7-2003, por volta das 23 horas, seu veículo foi furtado, quando se
encontrava estacionado em frente à sua residên- cia.
Alegou que registrou o sinistro na delegacia e depois procurou a seguradora, que exigiu
vasta documentação. Atendeu às exigências da ré e, em agosto de 2003 recebeu carta da
ré informado-lhe que prestou declarações falsas acerca do infortúnio a fim de provocá-la a
um pagamento indevido.
Diante de tais fatos ingressou com a presente ação, na qual pretende a condenação da
requerida ao pagamento de R$ 15.684,02 referente ao bem segurado, mais R$ 20.000,00
por danos morais, além dos demais consectários legais. Por fim, requereu a assistência
judiciária.
Às fls. 158-159, a seguradora noticiou que o veículo objeto da presente demanda foi
localizado e recuperado pela autoridade policial de Ponta Porã-MS e que está em perfeito
estado de conservação.
"Ante ao exposto, com fundamento no art. 269, inciso I, do Código de Processo Civil
JULGO PROCEDENTE o pedido deduzido na inicial para:
DICAS
SEGUROS FACULTATIVOS
São os prejuízos decorrentes dos riscos excluídos, bem como, nos casos de
indenizações parciais, as avarias previamente constatadas pela seguradora.
O valor do prêmio será fixado pela seguradora a partir das informações que
lhe foram enviadas sobre o bem segurado (automóvel) e, em geral, sobre o
segurado e o condutor (questionário de avaliação de risco).
O que é franquia?
A franquia não poderá ser cobrada do segurado nos casos de sinistro com
indenização integral por qualquer causa, além dos sinistros que resultarem
de incêndio, queda de raio e/ou explosão, ainda que esses acarretem
indenizações parciais. Entretanto, se o veículo roubado/ furtado for
recuperado e necessitar de conserto, o segurado arcará com a franquia,
pois neste caso a indenização é parcial (desde que o prejuízo não ultrapasse
o percentual máximo previsto na apólice).
O que é bônus?
Por exemplo, há seguradoras que estão negando vender seguros para quem
está negativado no SPC e SERASA. É um direito da seguradora negar esta
venda, se o pagamento for a prazo. Porém, se o pagamento for à vista, ela é
obrigada a aceitar a apólice, caso não haja outro motivo apto a justificar a
recusa.
PARECER
Origem: Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais Órgão Julgador: Sétima Câmara Cível
"O atraso no pagamento de parcelas do prêmio autoriza o segurador a cobrá-las com juros da
mora, conforme dispõe o art. 1450 do C. Civil. Não faculta, porém, a unilateral rescisão do
contrato ou a suspensão de sua eficácia, pelo segurador, quanto ao direito do segurado ao
ressarcimento garantido pela apólice. É nula de pleno direito a cláusula que, por falta de
pagamento de parcelas do prêmio, autoriza a rescisão unilateral do contrato ou a suspensão da
sua eficácia quanto ao direito do segurado ao ressarcimento previsto na apólice. Tal cláusula é
abusiva, visto que deixa o segurado em desvantagem exagerada e rompe, assim, o equilíbrio
contratual em benefício da seguradora (CDC, art. 51, caput, e § 1º, inciso II). Decisão: NEGAR
PROVIMENTO.
Íntegra do Acórdão: EMENTA: CONTRATO DE SEGURO - PARCELAS DO PRÊMIO EM ATRASO -
CLÁUSULA QUE AUTORIZA A SEGURADORA A RECUSAR O PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO
PREVISTA NA APÓLICE E PLEITEADA PELO SEGURADO - NULIDADE DA CLÁUSULA - ART. 1.450 do
C. CIVIL E ART. 5I, CAPUT E § 1º DO CDC . O atraso no pagamento de parcelas do prêmio
autoriza o segurador a cobrá-las com juros da mora, conforme dispõe o art. 1450 do C. Civil. Não
faculta, porém, a unilateral rescisão do contrato ou a suspensão de sua eficácia, pelo segurador,
quanto ao direito do segurado ao ressarcimento garantido pela apólice. É nula de pleno direito a
cláusula que, por falta de pagamento de parcelas do prêmio, autoriza a rescisão unilateral do
contrato ou a suspensão da sua eficácia quanto ao direito do segurado ao ressarcimento previsto
na apólice. Tal cláusula é abusiva, visto que deixa o segurado em desvantagem exagerada e
rompe, assim, o equilíbrio contratual em benefício da seguradora (CDC, art. 51, caput, e § 1º,
inciso II). JUIZ ANTÔNIO CARLOS CRUVINEL APELAÇÃO CÍVEL Nº 274.773-9 - 04.03.99 - BELO
HORIZONTE
Acórdão Número: 22532 -Processo: 0271573-7 Apelação (Cv) Cível -Ano: 1999
Comarca: Alfena -Origem: Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais -Órgão Julgador: Terceira
Câmara Cível -Relator: Juiz Duarte de Paula
Data Julgamento: 10/02/1999 -Dados Publicados: RJTAMG 74/244 Decisão: Unânime Ementa:
Íntegra do Acórdão:
Acórdão: Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 271.573-7, da Comarca
de ALFENAS, sendo Apelante (s): REAL SEGURADORA S.A. e Apelado (a) (os) (as): IRANI
TEIXEIRA DA SILVA, ACORDA, em Turma, a Terceira Câmara Civil do Tribunal de Alçada do Estado
de Minas Gerais, NEGAR PROVIMENTO AO AGRAVO RETIDO E À APELAÇÃO. Presidiu o julgamento
o Juiz DORIVAL GUIMARÃES PEREIRA e dele participaram os Juízes DUARTE DE PAULA (Relator),
KILDARE CARVALHO (1º Vogal) e EDILSON FERNANDES (2º Vogal). O voto proferido pelo Juiz
Relator foi acompanhado na íntegra pelos demais componentes da Turma Julgadora. Belo
Horizonte, 10 de fevereiro de 1999.
Número Acórdão: AC 97.002617-0 -Relator: Des.Trindade dos Santos -Câmara: 1ª C.C. Data: J.
27/05/1997-
"O simples não pagamento do prêmio no prazo estipulado contratualmente não é causa hábil à
extinção da relação de seguro, ainda que prevista contratualmente essa hipótese. A resolução da
celebração de seguro há que ser, sempre, promovida judicialmente, quando poderá, com a
necessária precisão, ser avaliada a importância da impontualidade em relação ao ajuste -....., não
lhe é dado, apenas no mês da ocorrência sinistral passível de cobertura, furtar-se aos efeitos
dessa situação, dando por rescindido o pacto, a fim de subtrair-se à cobertura necessária,....
(TJSC - AC 97.002617-0 - 1ª C.C. - Rel. Des. Trindade dos Santos - J. 27.05.1997)