Perante a convocatória de greve dos professores, em conjunto com os demais
trabalhadores da administração pública, para o próximo dia 4 de Março, entende a Organização de Professores do PCTP/MRPP que se justifica plenamente a participação da classe docente nessa mesma greve, pelos seguintes motivos principais:
• Porque persistem todas as razões que ocasionaram as memoráveis lutas de
2008/2009; • Porque uma greve de professores neste momento só peca por ser tardia, uma vez que se justificava plenamente a sua realização logo em Outubro, como forma de impor as reivindicações dos professores no início da vigência do novo Parlamento e do novo Governo; • Porque um abrandamento na disposição de luta dos professores abrirá o campo a medidas sucessivas de ataque à condição e à dignidade docente e a uma escola pública democrática e de qualidade, as quais se revelarão ainda mais gravosas do que as protagonizadas pela anterior equipa ministerial; • Porque as direcções sindicais que convocaram esta greve apostam nitidamente no seu fracasso, como forma de apresentarem a desmobilização dos professores como justificação das suas posições de capitulação e cedência perante o Governo e o Ministério; • Porque é importante não encerrar a luta dos professores nas paredes das escolas, antes se devem fortalecer os laços que unem tal luta às dos demais sectores profissionais, seja na administração pública, seja na sociedade em geral.
Assim, a participação dos professores na greve de 4 de Março deve, a nosso ver,
ser baseada nas seguintes posições e reivindicações fundamentais:
• Contra o “acordo de princípios” de 7 de Janeiro, sobre a carreira docente e a
avaliação do desempenho, e pela defesa dos direitos e da dignidade dos professores nestas matérias; • Pela redução efectiva, para um máximo de 30 horas, do tempo de trabalho semanal dos professores; • Pela redução, para um máximo de 20, do número de alunos por turma; • Pela integração dos professores contratados na carreira docente; • Pela participação electiva dos professores nos órgãos de gestão e de coordenação nas escolas; • Pelas reivindicações gerais dos trabalhadores da administração pública, designadamente no que diz respeito a salários, vínculos e reformas.