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11.IDENTIFICAÇÃO:
REVISÃO DA LITERATURA
A Alfabetização, de acordo com SOARES, 1998, é a ação de alfabetizar e
tornar o indivíduo capaz de ler e escrever. Quando se fala em crianças de cinco
e seis anos, isso ficará muito interessante se essa alfabetização for feita a
partir de textos envolventes e motivadores.
Letramento vem da palavra literacy (origem inglesa), que é a condição de ser
letrado, educado, que tem a habilidade de ler e escrever, mas que também faz
uso competente e frequente da leitura e da escrita. Fica a palavra letramento
definida como o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de
leitura e escrita e o estado ou condição que adquire um grupo social ou um
individuo como consequência de ter-se apropriado da escrita e de suas praticas
sociais.
Para FERREIRO:
...percebe-se que o processo de leitura não provém somente da memorização,
e sim um conhecimento de natureza conceitual; precisa compreender não só a
sua representação, mas sua função social; deve compreender as varias
nuances e funcionalidades da leitura; ler por ler, por prazer, para se informar,
para criticar, estabelecer relações, para estudar, para entender algo, para
escrever de maneira mais autônoma, para conversar, dentre outros.
(FERREIRO, l993, p.51)
Nesse contexto é que se faz muito importante valer-se das novas tecnologias
para além de incluir a criança nesse novo mundo, que é digital, também
possibilitar que essa vá se apropriando da linguagem escrita de maneira rica e
prazerosa. Rica em diversidade, contidas nos recursos tecnológicos existentes;
e prazerosa, pois é através do lúdico que a criança dessa idade aprende.
Continua FERREIRO afirmando:
...aprende-se mais inventando formas e combinações do que copiando,
aprende-se mais tentando produzir junto aos outros uma representação
adequada para uma ou várias palavras, do que fazendo sozinho, exercícios de
listas de palavras ou letras. (FERREIRO 1995, p.12)
Ler não é somente decodificar convertendo letras em sons, mas tem de passar
pela compreensão do que foi lido. Em resumo, é preciso aprender ler, lendo. E
a partir de um contexto, ou seja, do que a criança já sabe, ela se posiciona em
relação à escrita e o significado desta, conhecendo a correspondência
fonográfica, a natureza e o funcionamento alfabético, ampliando-se a prática da
leitura. Com isso, será garantido que o tempo todo ocorra operações mentais
de análise e síntese.
O uso dos contos da literatura infantil para a alfabetização de crianças de 5/6
anos é muito importante, pois amplia a imaginação, desenvolve a criatividade e
torna-se um caminho atrativo e interessante para o ingresso da criança no
mundo letrado.
As histórias geralmente são interessantes e alegres, muitas vezes são
acompanhadas de músicas que atuam no desenvolvimento da personalidade
da criança. Ao se identificarem com os personagens dos contos, as crianças
aprendem as características deles, de acordo com o comportamento
apresentado por eles, a diferença entre o bem e o mal, as atitudes corretas e
as incorretas. O contato com alguns personagens como lobos e bruxas faz com
que a criança vá “exorcizando” seus medos e diminuindo a ansiedade tão
característica dessa faixa etária.
De acordo com VYGOTSKY (1991, p.133), ensinar a escrita nos anos pré-
escolares impõe necessariamente que a escrita seja relevante à vida, que as
letras se tornem elementos da vida das crianças, da mesma maneira, por
exemplo, a fala.
Isto acontece quando a criança aprecia uma história. Ela solicita aos pais e
educadores a repetição da mesma história várias vezes, até que ela decore a
história. A linguagem escrita vai adentrando no mundo da criança pela literatura
infantil, tornando-se tão normal e corriqueira quanto à linguagem oral.
Começando-se com o que a criança gosta, que são as histórias, logo ela irá se
interessar em ler o mundo que a cerca e verificar como isso é possível.
Para MORAN (2001 p. 33-34):
Os meios de comunicação, operam imediatamente com o sensível, o concreto,
principalmente a imagem em movimento. Combinam a dimensão espacial com
sinestésica, onde o ritmo torna-se cada vez mais alucinante. Ao mesmo tempo
utilizam a linguagem conceitual, falada e escrita, mais formalizada e racional.
Imagem, palavra e musica, integra-se dentro de um contexto comunicacional
afetivo, de forte impacto emocional, que facilita e predispõe a aceitar mais
facilmente as mensagens. (MORAN, 2001 p. 33-34)
Com o advento das NTIC, mais propriamente do computador, entendemos que
ficou muito mais fácil a questão do letramento, tão importante para a nossa
cultura. Através delas, ter-se-á acesso a diversos materiais de qualidade e
ampla variedade de portadores de texto para apoiar a mediação do professor,
tornando-se uma prática pedagógica comum.
METODOLOGIA
O estudo em pauta será desenvolvido através de Pesquisa Qualitativa,
observacional participante, com as crianças em sala de aula no que concerne à
leitura e escrita de clássicos da literatura infantil aliados ao uso das NTIC.
Para a memorização da criança de 5 e ou 6 anos, serão apresentadas histórias
em vídeo e será observada a motivação que esse meio de comunicação
oferece. Primeiramente, todos os detalhes serão registrados em desenhos
feitos pelas crianças, que constitui seu primeiro registro da realidade,
antecedendo a escrita convencional.
Depois serão escolhidos os desenhos que estão mais de acordo com a história
apresentada em vídeo. As crianças deverão descrever as cenas, nas quais
terão a oportunidade de serem autores e aprender a diferença entre a
linguagem que se fala e aquela contida nos livros. Esse texto deverá ser
digitado usando um editor de texto, estabelecendo para muitos o primeiro
contato com o computador. Depois será impresso e comporá a legenda dos
desenhos, constituindo assim a linguagem escrita convencional, apresentada
na tela do computador, como que por mágica e registrada através da
impressora. As crianças efetuarão a leitura e a cópia do texto de cada cena.
A próxima etapa é a construção das mesmas cenas desenhadas pelas crianças
em massa de modelar, em que esses poderão usar toda a sua criatividade na
confecção de cada detalhe de personagens e cenários.
Depois das cenas prontas, estas serão fotografadas na presença das crianças
e elas verão as cenas no computador, tendo a oportunidade de verificar o
produto final de um trabalho que eles construíram manualmente. Essas
imagens serão sequenciadas pelo computador, oferecendo às crianças mais
uma oportunidade de verificar um recurso tecnológico oferecido pelas NTIC.
O próximo passo será a gravação da história descrita pelas crianças em cima
das imagens fotografadas. Depois, essa será gravada em D.V.D. e
apresentada às crianças na televisão em que tudo começou, oferecendo a
oportunidade de comparação, análise e avaliação de todo o processo.
atividades desenvolvidas com as novas tecnologias. Todos esses estímulos
resultarão em uma motivação mais duradoura e um aprendizado mais sólido.
A comunicação oral, visual e sinestésica será muita mais eficiente com os
novos recursos e o letramento se ampliará quando a prática de leitura se
socializar, fazendo parte do dia a dia da criança.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. 16ª ed. São Paulo:
Paz e Terra, 2002, p.12.
CHAVES, Eduardo O.C. O computador na educação e informática: Projeto
Educom. Rio de Janeiro, 1985.