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Valor de reembolso: hipóteses e

comparação com a apuração de


haveres da LTDA

Toda sociedade comercial tem por objetivo imediato, do


ponto de vista das pessoas que a compõem, e do ponto de
vista da remuneração do capital com que cada uma delas
participa, do que se denomina "lucro". Isto é, aos sócios-
cotistas interessa, em primeiro lugar, o lucro.

Contudo, há interesses outros, de cunho social, de ordem


pública e econômica, que devem ser considerados, como,
por exemplo, os empregos gerados, a produção ou
transformação econômica de bens úteis, a geração de
divisas, etc, etc.. Sobrelevam, portanto, pelo alcance do
bem comum, estes interesses, àqueles dos sócios,
individualmente, considerados.

Por tais razões, a doutrina e a jurisprudência se firmaram


pela primazia da preservação da empresa. E, a partir deste
entendimento, se construiu pretoriamente, a chamada
"dissolução parcial da sociedade", com o que se permite a
retirada do sócio dissidente, apurando-se seus haveres e
preservando a sociedade com os outros sócios.

Por igual, ressalta Rubens Requião:

"A dissolução parcial passou a ser, em último caso, a regra


indicada para solução dos problemas cruciais da sociedade
nos seus momentos críticos. Em nossa tese de concurso
para a cátedra de direito comercial, numa de suas
conclusões, expunha-nos a nossa convicção de que
"consideramos obsoleto o instituto da dissolução da
sociedade comercial na extensão adotada pelo Código. O
princípio preservativo da sociedade ou da empresa impõe a
necessidade de novas fórmulas, que o direito comercial
encontrou na exclusão do sócio.
Para encaminhar nossos estudos, vamos partir, pois, de
outra classificação mais moderna e lógica. Propomos então
a classificação, em duas espécies, da dissolução social: a)
dissolução total e b) dissolução parcial."

Em prosseguindo, o art. 15 do Decreto nº 3.708, de 1919,


prescreve que assiste aos sócios que divergirem da
alteração do contrato social a faculdade de se retirarem da
sociedade, obtendo o reembolso da quantia correspondente
ao seu capital, na proporção do último balanço aprovado. O
referido dispositivo legal, sobre cuja interpretação
concordam doutrina e jurisprudência, não foi revogado pelo
artigo 38, inciso V, da Lei nº 4.726, de 1965.

No entanto, importantíssimo ressaltar que há de se


resguardar a integralidade do patrimônio do sócio retirante,
consubstanciado no seu capital e lucros inseridos na
sociedade. Isto significa estabelecer que somente a forma
pactuada no contrato social - para os casos de retirada -
não satisfaz, com eficácia, a apuração dos haveres do sócio
excluído da referida sociedade.

DISSOLUÇÃO PARCIAL

Resumo

DISSOLUÇÃO TOTAL

Resumo

O QUE É APURAÇÃO DE HAVERES?


A apuração de haveres é procedimento aplicado às
hipóteses de dissolução parcial das sociedades para se
aquilatar o valor do sócio pré-morto, dissidente ou excluído.

A apuração de haveres simula a liquidação da sociedade


(dissolução total), para definir o valor do reembolso.
Elucidativos são os dizeres do Prof. Fábio Ulhoa [14],

"A apuração de haveres, em outras palavras, é a simulação


da dissolução total da sociedade. Por meio de
levantamento contábil, que reavalia, a valor de mercado, os
bens corpóreos e incorpóreos do patrimônio social, e da
consideração do passivo da sociedade, projeta-se quanto
seria o acervo remanescente caso a sociedade limitada
fosse, naquele momento, dissolvida. Definido o patrimônio
líquido da limitada, na data da dissolução parcial, o
reembolso será a parcela deste, proporcional à quota do
capital social do sócio desligado ou falecido. Se, por
exemplo, o retirante tinha 20% do capital da limitada, e
apurou-se o patrimônio líquido de R$ 300.000,00, o seu
crédito, em reembolso da quota, será de R$ 60.000,00."

HIPÓTESES

A dissolução parcial pode ocorrer pela vontade dos sócios;


falência de um dos sócios, exclusão de sócio ou ruptura da
affectio societatis. Por força do entendimento que acolhe a
"sociedade unipessoal", ainda que sejam dois os sócios
componentes da sociedade, teremos a dissolução parcial.
melhorar

COMO SE DÁ A APURAÇÃO DE HAVERES?

A doutrina e a jurisprudência têm se manifestado no


sentido de que, na hipótese de dissolução parcial da
sociedade, o valor de reembolso do sócio excluído deve ser
estimado com base na real situação patrimonial da
sociedade empresária, na data da resolução; vale dizer, ele
deve ser reembolsado de acordo com o real valor
patrimonial da sua participação na sociedade empresária, a
fim de se evitar o enriquecimento ilícito da própria
sociedade e dos sócios remanescentes (caput do artigo
1031 do CC).

Como se observa, será levada em consideração, para


apuração dos haveres do sócio retirante, a situação
financeira da sociedade no momento da resolução, assim
considerada a data na qual o sócio retirante manifestou
sua vontade aos demais sócios. Por isso, o sócio retirante
não participa nem dos lucros, nem dos insucessos
posteriores à notificação.

Em regra, deve-se seguir a forma de apuração de haveres


pactuada no contrato social em se tratando de dissolução
parcial, mas por aplicação analógica do artigo 15 do
Decreto 3.708/19, permite-se aos sócios obter o reembolso
da quantia correspondente ao seu capital, na proporção do
último balanço aprovado, inclusive nos casos de exclusão
ou de sócio pré-morto.

Entretanto, para se evitar enriquecimento ilícito em favor


da sociedade ou sócios remanescentes, o Supremo Tribunal
Federal editou a Súmula 265, dispondo que "na apuração
de haveres, não prevalece o balanço não aprovado pelo
sócio falecido, excluído, ou que se retirou.

A retirada motivada, ou seja, aquela que decorre de justa


causa para a dissolução parcial da sociedade, fundada em
perda da affectio societatis, e não no direito de retirada em
face de alteração contratual ou saída imotivada, importará
a apuração real e atualizada do patrimônio social, como se
dissolução total fosse, para reembolso do sócio que se
retira em uma única parcela.

Ao contrário, quando a retirada se der por força de


alteração do contrato social ou for imotivada, dever-se-á
observar o estabelecido no contrato social como forma de
apuração de haveres, salvo ofensa a princípios de ordem
pública e manifesto desequilíbrio de deveres e obrigações
em favor da sociedade ou sócios remanescentes.

Nestas últimas circunstâncias, a apuração será real e


efetiva, com conhecimento pleno do valor de mercado da
universalidade dos bens que componham o patrimônio da
sociedade (Recursos Especiais nºs 38.160-6-SP e 35.702-0-
SP, datados de 09.11.93 e 27.09.93, da lavra do Min. Rel.
Waldemar Zveiter, Superior Tribunal de Justiça).

Assim, em se tratando de direito de retirada por


divergência de decisão quanto à alteração do contrato
social, a jurisprudência se inclina para a apuração do
quinhão do sócio retirante em balanço especial, pois o
balanço ordinário nem sempre retrata o real direito do
dissidente, devendo, todavia, ser observado quanto à forma
de pagamento o estabelecido no contrato. Nesse sentido,
Ap. nº 44.742-1, da 6ª Câmara Civil do TAC-PR, rel. Eli de
Souza, j. em 04.11.91; Ap. nº 29.400, 2ª Turma do TJ-DF,
rel. Getúlio Morais Oliveira, j. em 04.03.94; Embargos
Infringentes nº 140/91, TJ-RJ, rel. Fernando Celso
Guimarães, j. em 29.04.92.

Em relação aos haveres do sócio pré-morto. Por sua


vez, já decidiu o Tribunal de Alçada do Paraná que a
apuração dos haveres obedecerá aos mesmos critérios
anteriormente deduzidos (balanço especial), devendo ser
pagos a vista e em única parcela (Ap. nº 43.027-5, Ponta
Grossa, 1ª Câmara Civil, Rel. Celso Guimarães, j. em
30.12.91), mas convém relevar que o acórdão trata de
cláusula contratual, quanto à forma de apuração de
haveres e respectivo pagamento (em dois anos), datada há
mais de trinta anos.

As reservas, ou seja, lucros não distribuídos e destinados a


garantir e reforçar o capital social, se legais, pertencem à
sociedade, logo, não são consideradas para apuração de
haveres; entretanto, se as reservas forem facultativas ou
estatutárias, serão levadas em conta.

Os bens imateriais ou incorpóreos, tais como o direito ao


ponto, a clientela, o aviamento, entre outros, não devem
integrar o patrimônio líquido social para apuração de
haveres porque fatalmente acarretariam a dissolução total
da sociedade diante da provável ausência de liquidez para
composição de tais valores em benefício do sócio que se
retira.
Ademais, se na dissolução total não se leva em conta tais
elementos para realização do ativo liquidando, por que
deveria o sócio retirante beneficiar-se desses elementos na
dissolução parcial? Se o fim da dissolução parcial é a
permanência da entidade empresarial, não há sentido o
sacrifício total desta em benefício exclusivo do sócio que se
afasta, porquanto, os bens imateriais da empresa só têm
razão de ser enquanto esta exista.

Deve-se observar in casu, o enunciado da Súmula 265 do


Eg. STF:

"Na apuração de haveres, não prevalece o balanço não


aprovado pelo sócio falecido, excluído ou que se retirou."

É conveniente, assim, assegurar ao sócio que se retira da


sociedade que receba o valor de sua cota com base em
apuração de haveres, que encontre valores reais e tudo o
mais o que constituir o fundo de comércio e não apenas
valores históricos ou contábeis.

Como referido pelo Desembargador Fernandes Filho, em


caso análogo:

“Em outras palavras: a apuração dos haveres se fará com


base em valores reais, e não apenas em valores contábeis
ou históricos, sob pena de enriquecimento ilícito dos réus,
ao indireto confisco da propriedade dos autores, pois a
tanto equivaleria sua exclusão da sociedade sem o efetivo e
integral recebimento do valor do patrimônio que nela tem."
(In Jurisprudência Mineira, vol. 82, pág. 40).”

Vem, também, muito a propósito o seguinte acórdão:

SOCIEDADE - DISSOLUÇÃO PARCIAL - SÓCIO RETIRANTE -


APURAÇÃO DOS HAVERES. Na apuração dos haveres para
determinação daqueles do sócio que se retira devem ser
considerados os seus valores reais e não aqueles do último
balanço (TJ-RJ - Ac. unân. da 2ª Câm. Cív. reg. em 26-8-93 -
Ap. 1.485 - Rel. Des. Murillo Fábregas).

Reitere-se que não é justo e nem consentâneo com as


vontades dos sócios que a sua retirada da sociedade,
prevista contratualmente, se dê por valores meramente
escriturais. A convenção, em todos os contratos, de um
balanço especial para o caso, ainda que se interpretando no
sentido de que se trata de um balanço fora do tempo do
balanço regular previsto no art. 10, § 4º , do velho Código
Comercial, tem sua razão de ser. Pretende-se um balanço
atual. Não se vê como esta atualidade não diga respeito a
que os valores sejam efetivamente reais ao tempo, ou
valores de mercado. E que não seja realizado de forma
ampla, atualizada, objetivando total satisfação não só do
patrimônio inserido na sociedade, bem como, dos lucros e
da valorização do fundo de comércio.

Mas, a hipótese em causa trata, em especial, da


possibilidade de que um dos sócios, não esteja cumprindo
com as suas obrigações contratuais ou legais. Que o sócio
esteja agindo contra a lei; que o sócio esteja agindo com
excesso de mandato ou que esteja infringindo o contrato
social, deixando, destarte, de cumprir com as suas
obrigações.

É comum fazer-se a distinção entre responsabilidade por


violação de obrigação derivada de um negócio jurídico, cujo
descumprimento caracterizaria o fato ilícito civil gerador do
dano, e a responsabilidade delitual ou extracontratual, que
abstrai a existência de um contrato previamente celebrado
e decorre de um ato ilícito absoluto, violador das regras de
convivência social, e causador de um dano injusto.

A primeira encontra seu fundamento no art. 1.056, do


Código Civil: "Não cumprindo a obrigação ou deixando de
cumpri-la pelo modo e no tempo devidos, responde o
devedor por perdas e danos"; a segunda, no art. 159, do
Código Civil: "Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar
prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano".

A responsabilidade civil encontra amparo quando o agente


não cumpre a obrigação ou deixa de cumpri-la pelo modo e
no tempo devidos, respondendo por perdas e danos. Ou
quando o agente pratica uma ação ou omissão voluntária;
ou uma negligência ou imprudência; ou uma violação de
direito; ou, finalmente, quando causa prejuízo a outrem. E,
assim, fica obrigado a reparar o dano causado.

Isto é, quando o agente assume uma responsabilidade, tal


qual lhe impõe um contrato de sociedade comercial, vindo
a agir de forma culposa ou dolosa, contrariando os
dispositivos contratuais e legais, poderá, evidentemente,
responder pela indenização por perdas e danos.

No contrato bilateral, os contraentes se obrigam


reciprocamente uns diante dos outros, pois a prestação de
um corresponde à contraprestação do outro, havendo um
nexo ou sinalagma que liga as obrigações das duas partes,
mantendo-as numa relação de correspectividade e de
interdependência.

JURISPRUDÊNCIAS

SOCIEDADE COMERCIAL - DISSOLUÇÃO PARCIAL -


PROCESSAMENTO- Tratando-se de dissolução parcial de
sociedade, deve-se agir como se de dissolução total se
tratasse, embora apenas em relação ao sócio que sai,
porque, para esse, o vínculo social se extingue,
continuando, assim, normalmente a sociedade. A
dissolução, portanto, não implica a perda do objeto da
sociedade e não enseja a sua dissolução total, pois compete
aos sócios remanescentes tocar o negócio (TJ-SP - Ac. unân.
da 16ª Câm. Cív. julg. em 3-5-94 - Ap. 226.149-2/5-São José
dos Campos - Rel. Des. Pires de Araújo).

SOCIEDADE COMERCIAL - FIM DA "AFFECTIO SOCIETATIS" -


DISSOLUÇÃO PARCIAL A affectio societatis, elemento
específico do contrato de sociedade comercial, caracteriza-
se como uma vontade de união e aceitação das áleas
comuns do negócio. Quando este elemento não mais existe
em relação a algum dos sócios, causando a impossibilidade
da consecução do fim social, plenamente possível a
dissolução parcial, com fundamento no art. 336, I, do
Código Comercial, permitindo a continuação da sociedade
com relação aos sócios remanescentes (STJ - Ac. unân. da
3ª T. publ. no DJ de 15-4-96, pág. 11.531 - Agr. Reg. no Agr.
90.995-RS - Rel. Min. Cláudio Santos - Advs.: Cláudio Leite
Pimentel e Luiz Carlos E. Piva ).

SOCIEDADE LIMITADA - DISSOLUÇÃO PARCIAL -


ADMISSIBILIDADE. Ainda quando composta de apenas dois
sócios, admissível é a dissolução parcial da sociedade por
cotas de responsabilidade limitada, aplicando-se
subsidiariamente o art. 206, inc. I, d, da Lei das Sociedades
Anônimas, e em atendimento ao princípio da preservação
da sociedade e da utilidade social desta, apurando-se os
haveres do sócio retirante, devendo, entretanto, ser
recomposta a sociedade no prazo de 1 ano, sob pena de
dissolução de pleno direito (TA-MG - Ac. da 5ª Câm. Cív.
publ. no DJ de 16-6-92 - Ap. 103.219-3-BH - Rel. Juiz Marino
Costa - José Roberto Castilho vs. Neyda Maria Campos
Amaral).

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