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JANEIRO
2. AUTOR - Daniel era membro da família real, nascido em Jerusalém em 623 a.C. (um
ano antes de Ezequiel) durante a reforma de Josias, no início do ministério de Jeremias
(627-582). Alguns acham que ele era um dos descendentes do rei Ezequias (Is 39.5-8;
Dn 1.3). Boa parte dos comentaristas pensa que ele foi tornado em eunuco (2Rs
20.17,18; 2Rs 24.1,12-14; Dn 1.3,7).
Levado para a Babilônia na primeira deportação em 606 a.C., e depois de três anos de
estudos, foi selecionado para o serviço real de Nabucodonosor (1.17-21). Seu nome foi
mudado, de acordo com o panteão de deuses babilônicos, para Beltessazar (1.7), “Que
Bel proteja a sua vida” ou “Príncipe de Bel” (um dos deuses principais dos babilônios).
Seus amigos de nobreza receberam os seguintes nomes: Hananias (“Iahweh tem sido
gracioso”) foi chamado Sadraque, “Servo de Aku”, o deus da lua Sin; Misael
(“semelhante a Deus”) foi chamado Mesaque, “Quem é igual a Aku”; e Azarias (“Quem
Iahweh ajuda”) foi chamado Abede-nego, “Servo de Nebo”.
Em 603 a.C., com 20 anos de idade, Daniel foi declarado governador da província da
Babilônia e chefe supremo de todos os “sábios” (2.48-49). Foi o principal conselheiro de
Nabucodonosor durante a destruição de Jerusalém em 586 a.C., e com seus amigos
(2.49), exerceu grande influência sobre os judeus cativos levados à Babilônia. Ajudou
muito as vilas e colônias agrícolas dos judeus, como Tel Abibe (outeiro de grão) de
Ezequiel (Ez 3.15).
Profetizou durante 67 anos (603-536 a.C.), servindo cinco reis babilônios e dois reis
medo-persas. No governo de três deles (Nabucodonosor, Belsazar e Dario) ele serviu
como primeiro ministro. Seu livro, escrito em cerca de 535 a.C., provavelmente foi
trazido de Babilônia para Jerusalém por um dos três grupos que retornaram, liderados
por Zorobabel, Esdras e Neemias. A data e as circunstâncias de sua morte na Babilônia
são desconhecidas.
Daniel era um homem resoluto, corajoso, sábio, cheio de fé, e homem de oração. O
texto de Daniel 6.3-4 descreve-o como tendo “espírito excelente”, “fiel”, e “sem erro ou
falta” (irrepreensível). Os textos de Daniel 9.23 e 10.11 e 19 chamam-no três vezes de
“muito amado” (altamente estimado).
(1) A colocação do livro no cânon hebraico entre os últimos livros históricos, que
suposta, mas erroneamente, são considerados como tendo sido canonizados em 165
a.C. enquanto o cânon dos livros proféticos foi completado em 425 a.C.
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pois Daniel escreveu de Alexandre o Magno (8.5; 11.3), de Antíoco Epifânio - 175-164
a.C. (8.23).
(7) O uso da terceira pessoa, como se fosse uma outra escrevendo (1.1 - 7.1) e
da primeira pessoa (7.2 - fim). Mas Moisés, Samuel, Esdras usaram a mesma forma
literária; estilo daquela época).
(1) O autor identifica-se muitas vezes como "Eu, Daniel" (7.2; 8.1; 9.2; 10.2)
(4) Jesus deu crédito a Daniel como autor das visões do livro (Mt 24.15; Dn
9.27).
(5) Josefo (75 d.C.) escreveu que Alexandre, o Grande foi anunciado em 8.21;
11.3.
(6) As tradições judaica e cristã sempre têm reconhecido Daniel como o autor.
4. LÍNGUAS - Daniel foi escrito em hebraico e aramaico, como Esdras também (Ed
4.18-6.18; 7.12-26 estão escritos em aramaico, bem como Jr 10.11). A forma escrita do
aramaico é a mesma do hebraico. Daniel 1.1 - 2.4a, escrito para os judeus está em
hebraico; Daniel 2.4b - 7.28, que traz profecias sobre as nações gentílicas, está em
aramaico, a língua da região; Daniel 8.1 - 12.13, que traz profecias sobre a nação
judaica, está em hebraico. O aramaico foi a língua oficial dos discursos diplomáticos; a
língua franca do Oriente Médio durante os séculos 7 a.C. a 7 d.C. (2Rs 18.26,28). O
hebraico desapareceu como a língua vernácula dos judeus durante o exílio. Permaneceu
a língua religiosa, mas não a língua popular, comum. Jesus falava aramaico em casa e
na rua, e hebraico no templo e na sinagoga. Devia conhecer bem o latim, língua pública,
de contato com os romanos. O hebraico voltou a ser a língua oficial, em 1948 com a
fundação do estado de Israel, em 19/5/1948.
O livro de Daniel não foi nos dado por Deus para promover o misticismo, nem a
adivinhação escatológica, mas para fortalecer nosso caráter; não para despertar nossa
curiosidade, mas para promover coragem.
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7. ESBOÇO DO LIVRO
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8. COMPARAÇÃO DOS PROFETAS MAIORES
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11. ÊNFASE NO LIVRO DE DANIEL - Daniel destaca os reinos dos gentios e o
programa de Deus para eles. Menciona Judá e Israel apenas 12 vezes. Os outros
profetas enfatizavam os judeus. Isaías, por exemplo, menciona Judá e Israel 201 vezes;
Oséias faz 59 referências a eles. Por causa disto, da ênfase nos gentios e o governo
divino, Daniel fala do Anticristo, tipificado por outras figuras históricas. Ele é destacado
em:
(2) 8.9-25 como o “chifre pequeno que cresceu muito para o sul e o oriente”
13. A ESTÁTUA DO CAPÍTULO 2 - Temos, neste capítulo, uma síntese gráfica de uma
teologia da história. Os impérios se sucedem uns aos outros e vão caindo. Nos dias do
último grande império mundial (o romano), o Deus do céu implantou um reino que
nunca seria ultrapassado, o de Cristo. Uma pedra, cortada sem mão humana, esfarela a
estátua, símbolo do poder humano. Este reino, o de Cristo, nunca passará. Em 2.21
temos uma síntese da teologia da história: Deus a conduz como quer. Remove e
estabelece reinos (no passado remoto), governos (passado mais próximo) e, hoje, pode-
se dizer, eleva e derruba culturas. A história não é cega. Segue o desígnio de Deus e
tudo acabará dentro de seus propósitos.
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14. O BANQUETE DE BELSAZAR - No capítulo 5 está a última noite do grande império
babilônico. As palavras escritas estavam em hebraico: mene, tequel e parsim (o u de
ufarsim é nosso conetivo "e"). Peres, como farsim é transcrito no v. 28, é o singular de
farsim. As palavras significam: contar, pesar (avaliar) e dividir. O rei poderia entender o
significado literal, mas não o conceitual, que Daniel interpretou. Muito alarido se criou
porque nunca houve registro de um rei chamado Belsazar. O último rei caldeu se
chamou Nabonido. Em 1853, descobriu-se uma tábua de argila com uma oração de
Nabonido, pedindo por seu filho Belsazar. Note-se, em 5.16, que o rei prometeu a Daniel
o terceiro lugar no reino, significando que era um regente ou substituto, ocupando o
segundo. A arqueologia veio comprovar o texto bíblico. O grande império babilônico
terminou em uma noite de orgia e de bebedeira. Embora muitos queiram reconstruir
Babilônia, em função de suas perspectivas escatológicas, a Bíblia é bem clara sobre o
futuro de Babilônia: Isaías 13, principalmente os versículos 13-22. O texto de Isaías 14
mostra que o rei de Babilônia era a encarnação de Satanás, principalmente os versículos
9-15.
15. FILHO DO HOMEM – Esta é uma expressão chave em Daniel. Aparece pela
primeira vez em Números 23.19, designando uma pessoa humana bem distinta da
natureza humana e da natureza bruta. Tem o sentido de perfeita humanidade.Daniel é
assim chamado por Gabriel, em 3.17. Ezequiel também foi chamado assim (Ez 2.1). E a
partir daqui foi sempre chamado assim. Em Daniel 7.13-14, o Ancião de Dias, uma
figura de Deus Pai, está no trono. E um “semelhante a um filho de homem” se chega a
ele e recebe toda autoridade (7.13-14). É a segunda pessoa da Trindade, o Filho. Desde
Daniel “filho do homem” passou a designar um personagem misterioso, com conotação
messiânica. Jesus assumiu ser este personagem: Mateus 16.27-28, 24.30. Em Mateus
28.18 se associa a este personagem. Em Mateus 26.62-67, num diálogo tenso, o termo
é associado com “Filho de Deus” e “Cristo”. Jesus o usou para designar sua
messianidade e sua humanidade.
Não basta estudar Daniel para conhecer mais sobre ela. A Bíblia foi escrita para nossa
edificação e orientação nos caminhos do Senhor. A questão é: o que Daniel nos ensina?
(2) Que Deus pessoas de todas as classes sociais, em todos os ambientes. Ezequiel
estava como líder dos cativos no campo, e Daniel servindo aos dominadores, no
palácio.
(3) Que um jovem não precisa ser como os jovens do mundo para se realizar.
(4) Que é possível servir a Deus sem ser pastor ou missionário. Deus precisa de
homens sérios que o sirvam em qualquer ambiente.
(5) Que um servo de Deus, entrando em ambiente político, não deve se corromper,
mas manter-se fiel. Aos políticos evangélicos de hoje, envolvidos e atolados na
corrupção, falta o perfil de um José e um Daniel.
(6) Que Deus usa poderosamente uma vida que se consagra a ele.
(7) Que Deus tem a história em sua mão, seu propósito se cumpre e tudo termina
de acordo com sua vontade.
(8) Que o reino de Cristo é imbatível, indetível, que tudo terminará nas mãos de
Jesus, ou, se preferirmos, debaixo de seus pés.
(9) Que nem sempre Deus impede que sejamos lançados na fornalha ou no meio
dos leões. Mas quando somos lançados, ele está conosco, seja na fornalha seja
na cova (Dn 3.24-25 e 6.22).
(10) E cada um de nós deve viver dentro do ensino do último versículo de Daniel:
12.13.
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BIBLIOGRAFIA SOBRE ASSUNTO:
1. Mesquita, Antonio. Estudo no livro de Daniel, 3ª ed., Rio de Janeiro; Juerp, 1993