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Universidade Federal de Goiás

Faculdade de Letras
Aluno: Wolney Marques Borges
Matéria: Leitura e produção textual
Professor: Francisco Diniz

Resenha de texto:
Por que (não) ensinar Gramática na escola
Autor: Sírio Possenti

O livro de Sírio Possenti, professor titular do Instituto de Estudos da Linguagem da


UNICAMP, escritor e autor de várias obras nessa área, é composto de duas partes
interdependentes completas em 95 páginas. Ao final da segunda parte do livro, encontra-se
um esboço prático onde o autor reúne os pontos relevantes da obra como as concepções de
gramática, língua, regra e erro, classificando-as e reafirmando sua linha de defesa
disposta no livro.
O ensino de Língua Portuguesa tem por objetivo o desenvolvimento da competência
comunicativa. Entretanto, ao se avaliar o desempenho da expressão oral e escrita – esta
última, principalmente – dos discentes, constata-se que a escola não tem conseguido
atingir esse objetivo. No livro, Sírio Possenti afirma que a escola tem o papel de ensinar a
língua padrão e, ainda, que a língua portuguesa não é o que está nas gramáticas
normativas, isso permite ao professor Possenti defender, sem contradição, que a escola
deve ensiná-la (língua portuguesa) sem ensinar gramática ou sem ensinar principalmente
gramática. Tomando alguma distancia em relação à linha argumentativa, sempre clara, de
cada capitulo da obra, pode-se verificar que eles se referem aos três ingredientes
essenciais da situação pedagógica vivida pelo professor de português: a língua, o
educando e o professor, considerados no mais das vezes em suas relações recíprocas – é
sobre este tripé que Sírio Possenti edifica sua obra.
(Resenha descritiva Por Wasley Santos, POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática
na escola. Campinas: Mercado das Letras, 1996.)

O primeiro texto de Possenti se estrutura em 10 tópicos ou decálogo, onde Possenti


afirma e justifica suas ideias de formulação da aplicação da gramatica na escola, as
vejamos:

1- O papel da escola é ensinar língua padrão: ele afirma que a escola deve ensinar o
português padrão, ou, talvez mais exatamente, o de criar condições para que ele seja
aprendido. (POSSENTI, pag.17) Aborda que o aluno não deve ser tratado como
uma tabua rasa e que o professor deve entender a importância de trabalhar a forma
padrão para que o mesmo possa ser favorecido no âmbito cultural e que esse
trabalho deve ser colocado visando que o aluno não chegue ao panorama de ter 8
anos de escola e não ser capaz de escrever diversos tipos de textos e de compreender
os mesmos.

2- Damos aulas de que a quem? : nesse sub tópico ele aborta a questão que temos
diversas formas de aprender e critica as concepções de ensino mecanicista, que
seria, na verdade, um exercício de adestramento por repetição e que esse tipo de
trabalho por não possuir clareza acaba por se tornar defasado, ocasionando assim o
ensino daquilo que o aluno já sabe, pois o professor não se interessa em conhecer o
repertorio do mesmo.

3- Não a línguas fáceis ou difíceis: Ele aborda que não existe língua fácil, ou no mais
comum, primitiva e nos mostra que mesmo uma língua de um povo supostamente
simples e primitivo pode ser tão complexa como as línguas de povos civilizados e
evoluídos, chegando a dizer que: “Afirmar que há línguas primitivas é um equivoco
equivalente a afirmar que a Lua é um planeta, que o Sol gira ao redor da terra, que
as estrelas estão fixas em uma abóbada.” (POSSENTI, Pag. 26). E conclui que essas
especulações sobre línguas primitivas e civilizadas tem origens preconceituosas e
não linguísticas.

4- Todos os que falam sabem falar: aqui ele aponta o que seria, realmente, falar certo
ou errado, errado seria falar uma língua de acordo com as regras de outra, fazendo
com que assim, não possa ser realmente compreendido, já no contexto de certo ele
demonstra que dentro de uma mesma língua, podemos falar de formas diferentes e
usando dialetos ou expressões incomuns, mais que mesmo assim, o sentido e as
regras estariam certos, por tanto seria compreensível e por definição correto.

5- Não existem línguas uniformes: uma mesma língua possui varias formas diferentes
e isso se dá pelo reflexo da variedade social, por que em toda sociedade existem
divisores sociais, que podem ser apresentados na forma de fatores geográficos, de
classes, de idade, de sexo, de etnia, de profissão etc. Por tanto nenhuma língua pode
ser uniforme, pois não existe apenas um grupo na sociedade, sendo assim cada
grupo teria suas variações e isso permite que a mesma língua possua vários dialetos.

6- Não existem línguas imutáveis: a questão da língua mudar e mostrada com


exemplos dentro do próprio latim, onde Possenti nos mostra que a mesma língua
originou varias outras e que mesmo o latim também teria sido uma variação de
outra, essa variação viria pelo uso ou desuso de certas palavras ou a aceitação de
termos e dialetos de outros grupos sociais, por tanto uma língua não e imutável, pois
sofre transformações constantes e assim se transforma e novas línguas ou gêneros
supostamente mais evoluídos da mesma língua, transformando a mesma em arcaica;
também nos mostra que, se uma língua não é usada, então não é ouvida, se não é
ouvida, não pode ser aprendida, assim essa língua tecnicamente morreria e uma
nova surgiria para ocupar seu lugar.

7- Falamos mais corretamente do que pensamos: aqui ele questiona a visão da correção
e do apontamento de erros em indivíduos tanto dentro quanto fora da escola, ele nos
mostra que apontamos não necessariamente os supostos erros, mais sim aquilo que
para nosso grupo social seria estranho ou incomum e a partir dai, nos leva a uma
analise pedagógica do fato, nos mostrando que não devemos contas os erros de
nossos alunos, mais sim classifica-los, para que assim possamos determinar qual o
verdadeiro problema ou erro que o mesmo estaria cometendo, e ainda faz um
questionamento, sobre a forma que impomos isso ao aluno, retirando pontos por
cada erro, sendo que não lhe damos pontos por cada acerto.

8- Língua não se ensina, aprende-se: Possenti aborda a questão que as crianças de 3


anos, falam a língua mesmo sem terem tido contato com praticas pedagógica e
exercícios repetitivos, e fala que as escolas deveriam entender e assimilar essa
concepção de que não e necessário exercícios exaustivos para que os alunos
aprendam, mais sim interação e que dentro dessa interação, eles possam produzir e
serem corrigidos de forma saudável e não de forma humilhante, com castigos,
reprovações etc. ainda nos mostra que para aprender a falar as crianças repetem e
imitam, e assim assimilam as palavras é suas formas, e que na escola deveria se
usado em consideração a forma como as pessoas que realmente escrevem, o fazem,
como escritores e jornalistas, pois os mesmos não fazem redações, eles pesquisam,
vão as ruas, ouvem outras pessoas, leem arquivos, leem outros livros. Só depois
escrevem, e leem e releem, e depois reescrevem, e mostram para colegas ou chefes,
ouvem suas opiniões e assim formulam realmente sua escrita, ele aponta que a
escola deveria agir dessa mesma forma.
9- Sabemos o que os alunos ainda não sabem? : E abordado a questão de que o
professor deve conhecer o aluno, ou mais precisamente, o repertorio do aluno, para
que assim ele possa ensinar aquilo que o mesmo não saiba e aponta a questão do
estudo de algumas matérias que segundo ele seriam desnecessárias estudar, a não
ser que o professor note que os alunos estão tendo problemas com isso, as matérias
citadas seriam: Gênero, numero, concordância etc.

10-Ensinar língua ou ensinar gramática? : aqui Possenti faz uma relação de língua e
gramatica, nos apontando que a língua não precisa, necessariamente, possuir uma
gramatica para ser ensinada ou usada, e nos dá exemplos das civilizações antigas
tanto “primitivas” quanto “civilizadas”, onde nos mostra a Grécia como exemplo
maior, pois na época de Ésquilo e Platão não existia gramatica, e continua nos
apontando fatores que determinariam isso, que a língua existe mesmo sem a
gramatica e que a mesma serviria apenas para que possamos entender a língua de
forma mais especifica e descritiva, nos mostrando sua essência.

Na segunda parte da obra, o autor apresenta os conceitos de gramática: normativa,


descritiva e internalizada, lançando-se com uma posição crítica em relação ao tipo de
gramática predominante nas escolas brasileiras. O professor recomenda que, dentre as
possíveis concepções de gramática, se escolha para aplicação no ensino a mais rica de
todas, ou seja, a gramática internalizada, pois é esta que o falante naturalmente reconhece
e domina. Diante de tais concepções, a metodologia adotada para o ensino da língua é de
inteira autonomia do professor, sendo assim, ensinar ou não gramática na escola pode ser
oportuno ou inútil, dependendo do que se entenda por gramática e da escolha que se faça
desta, que é muito importante. Sírio Possenti deixa bem claro na obra que o livro não foi
escrito para fomentar uma improvisação pedagógica, nem para radicalmente substituir a
gramática normativa por qual quer outra inconscientemente, não. O próprio título pode
ser lido com ou sem o não, valendo os parênteses por uma indicação de opcionalidade,
fazendo refletir o que deve e o que pode ser ensinado na escola quanto à língua.
(Resenha descritiva Por Wasley Santos, POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na
escola. Campinas: Mercado das Letras, 1996.)

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