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Jeferson M. Pinto 2
Para iniciar-se uma pesquisa, é necessário um problema, ou uma questão, que mereça o esforço
de ser trabalhado. Assim, já que o tema é pesquisa, behaviorismo e psicanálise, começo com
uma pergunta: Por que será que os ratos não falam?” Muitos podem achar que se trata apenas
de retórica de psicanalista ou de uma questão esdrúxula, sem nenhuma relevância social, teórica
ou prática. Inspirado, porém, porAna Beatriz Freire, retomo, em outros moldes, a questão com
a qual Lacan encerra a sua aula de 19/05/55 e com a qual reinicia a aula seguinte, de 25/
05/55, transcritas em seu Seminário 2 : “Por que será que os planetas não falam?” E, diante
dessa pergunta que espera uma resposta, pergunto lacanianamente: “Se obtivermos a resposta que
estávamos esperando,será.ela uma resposta?” - No entanto qual o meu interesse na pergunta e por
que ccntextualizá-ta com os ratos?
Normalmente, estamos acostumados a pensar no comportamento dos ratos, mas nunca nos
perguntamos por que eles não falam. A resposta mais simples — e acho que muitos não
concordarão comigo — é que eles não falam porque não deixamos que falem. O procedimento
cientifico está dirigido no sentido de calar-lhes a boca, como vou argumentar. E é aí que começa
a eterna polêmica entre behaviorismo e psicanálise. O primeiro impede a fala, ou, simplesmente,
utiliza-a como comportamento verbal para ganhar em controle. A segunda quer que a verdade
fale. Olhando desse prisma, são antagônicos. Não haveria, porém, nenhum ponto de interseção?
Será a partir daí que farei as comparações
Essas categorias não são vistas nem como variáveis intervenientes, como em outras abordagens
experimentais. São encaradas como comportamentos a serem explicados e não, como fonte de
explicação. O homúnculo interno que dirige os atos observáveis é, então, destituído em favor das
relações funcionais entre condições antecedentes e conseqüentes ao comportamento. Procura-se,
assim, aplicar o método das ciências naturais ao comportamento, visando a alcançar os objetivos
de previsão e controle. Para isso, o behaviorismo está imerso no empirismo, baseado na suposição
de que a realidade não é construída, mas dada aos aparelhos do sentido, como se o comportamento
— o objeto de uma ciência —
fosse um objeto empírico, da ordem do anedótico.
Contudo, como argumenta Lacan, “não existe comportamento humano”. Pode haver uma atuação
(acting out) como resistência a uma elaboração regida pelo processo secundário. O argumento
de Lacan consiste no fato de que falar em comportamento humano implica negar o papel do
simbólico na constituição do sujeito e dos objetos com os quais ele ida, inclusive os objetos de
estudo das ciências, como veremos em seguida. Há ato simbólico e a resposta do rato não é a
natureza do comportamento flagrada pelo dispositivo. Ela é fruto de um arranjo simbólico que
permitiu ao experimentador inventar aquela situação em
que o comportamento é um fechamento de um circuito elétrico que faz com que um bebedouro
libere um estímulo reforçador, a partir de certas regras. As regras estão dadas de saída, a fim de
consolidar um objeto de estudo. Há uma teoria formulada a partir dessa definição, teoria esta que
sustenta a explicação de
efeitos característicos (no real).
Toda a eficácia da produção empírica reside não no fato de esta garantir uro acesso direto à
realidade, mas, justamente, no de criar, com precisão, as regras de funcionamento experimental.
Em outras palavras, o sucesso do programa behaviorista, ou de todo empirismo, reside no fato de
ambos lidarem de forma precisa com simbólico e não como empirico Este depende da linguagem
e, queira Skinner, ou não, de uma teoria.
Mesmo em situações naturais, a possibilidade da observação depende de uma definição sobre qual
deve ser a posição do olhar Dependendo de onde se olha, pode-se não ver nada e o que dá o
ângulo da observação, a posição do olho, é a maneira como o cientista recorta aquela realidade.
Esse critério envolve não a observação direta do mundo empírico, mas uma observação mediada
por uma teoria ou, até mesmo, por preconceitos. Qualquer pesquisador, ao constituir seu objeto de
estudo, faz, inevitavelmente, uma redução do mundo empírico e formula, via simbólico, uma rede
de conceitos que lhe permite exercer efeitos sobre o real.
E evidente que Skinner refuta esses argumentos em vários artigos, tais como “São as teorias
de aprendizagem necessárias?” e “Definição operacional de termos psicológicos”, em que,
brilhantemente, diga-se de passagem, demonstra a inutilidade de se manterem as categorias
mentais, para, em seguida, recorrer-se a uma definição operacional para elas em cada
experimento. Por isso, ele foi, ainda, um crítico feroz das amarras teóricas que um sistema
hipotético-dedutivo impõe ao pesquisador e valorizou o dado casual e a atitude “mente-aberta” do
cientista. A preponderância de um sistema assim implica problemas metodológicos, tais como o
das definições operacionais, e não leva em conta a realidade quotidiana do cientista, Penso que
isso provocou uma i1Fiiirdo pesquisádor, hõ’éiitido de fazer com que cada um pesquisasse o que
mais lhe agradasse e não, o que o sistema teórico recomendasse. Porém a afirmação de que o
behaviorismo não é uma teoria já é, em si, uma teoria. Se não, como justificar o fato de que há
todo um laboratório já montado à espera da mente aberta do pesquisador?
Alguém pode argumentar que isso acontecia por se tratar de um programa de formação de
pesquisadores, mas, mesmo no caso do próprio Skinner, ao formular o princípio do
comportamento operante, vale o argumento de que é o sistema simbólico que instaura uma
realidade a ser pesquisada. Sabemos que ele montou uma situação experimental para estudar
mecanismos de digestão de alimentos, utilizando ratos como cobaias. Para que pudesse ter uma
medida mais fidedigna, inventou a famosa caixa de
Skinner, a fim de liberar os alimentos em quantidades controladas. Só depois é que ele viu
que havia criado uma lei de controle de comportamento. Foi necessário que ele a enunciasse
daquela forma para que a natureza passasse a ser compreendida de acordo com tal formulação.
Como se, de repente, tudo o que dizia respeito ao homem passasse a existir de um outro modo.
E o mundo da psicologia virou outro. Todo comportando, há séculos, segundo esse princípio,
mas uma-certa intehgibihdade do comportamento so foi possivel apos uma redução do mundo
empirico. A regra passou a ser enunciada: operante é um comportamento que tem sua freqüência
aumentada quando, seguido de um estímulo reforçador e com alguma tautologia, se pode definir
o reforçador pelo efeito no comportamento. Vejam que Skinner só viu isso depois. Ele achava
que estava pesquisando diqestão alimentar, ou seja, ele tinha outra referência simbólica na cabeça
e agia conforme essa referência. Ele teve “mente aberta”, sim, mas para reformular seu aparato
simbólico, pois o simbólico de que dispunha, até então, o fazia ver outra coisa a partir dos mesmos
dados...
Tudo isso é, apenas, para enfatizar que a realidade é construída pefos aparatos simbólicos. E
aí aparece a fonte de muitos problemas. A redução imposta cria uma impossibilidade inerente
à própria constituição da ciência: a de estarmos afastados do real. Há uma perda imposta pelo
recorte da definição do objeto. Lidamos com uma realidade mediada, interpretada, constituída e
somente compreendida porque a fazemos existir como linguagem codificada através da própria
linguagem. A literalização as fórmulas cientificas cria um mundo ideal, teórico distante do mundo
empírico, ou “alguém já testemunhou um corpo em movimento ad infinitum como postula a lei da
inércia”? Ou um plano inclinado sem atrito que caiba direitinho na fórmula?
Ao fazer essa redução do mundo empírico, criar um objeto de estudo e tratar a realidade, daí
derivada, segundo nossa possibilidade de representá-la por meio de uma teoria, criamos um
procedimento de eliminação da causa do desejo do sujeito. O objeto e a linguagem utilizados
devem, conforme nossa expressão em psicanálise, forcluir o sujeito, no sentido de que há um
sujeito agente do discurso da ciência, mas a causa do seu desejo está colocada sob
8 FHEIHE Ana eeainz ei ali?. cano/a & verdade: um comentário. Rio de Janeiro: RevinteR, 1996.
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reserva. Com esse procedimento, passamos a ter certeza no saber produzido, principalmente
depois que outros replicaram o experimento e confirmaram, ou não, nossa certeza. Ou seja, não
estamos “psicóticos” sozinhos. Há um saber que fala por nós e passa a ser um grande Outro capaz
de decidir sobre os nossçs próximos passos. A certeza buscada é tão absoluta, que, dependendo
da constituição psíquica, digamos assim, do cientista, ele sofrerá crises imensas, de acordo com
o grau de crise que sua ciência estiver atravessando. O sujeito é eliminado e o saber passa a ser
certo.
Minha adesão à objetividade do behaviorismo era tão grande, que eu imaginava, por exemplo,
que o experimentador era necessário apenas para ter uma idéia de pesquisa. O dehneamento
experimental decidiria tudo. O meu desejo só apareceria na hora de pedir financiamento ao CNPq
e de explïcitar que aquele era o projeto que eu gostaria de conduzir.
Assim, o sistema simbólico tem de ser capaz de prescindir do inconsciente do sujeito e de fornecer
a certeza do saber: quanto mais “científica” for minha pesquisa, mais psicotizante será o saber
produzido. Essa é uma verdade da qual a ciência nada quer saber.
SIDM.4N, tu. Ta(ics of sç/entffiç researçh. New York: Basio Books, 1969.
Daí, o ideal positivista de criar uma língua formal sem os equívocos que a língua natural
possibilita. Desnaturalizar a língua para ganhar em saber e perder na produção da verdade do
sujeito porque é exatamente nesses equívocos, nos atos falhos e nos fracassos do bem dizer que
vemos a emergência do sujeito. Isso implica, então, que, para haver pesquisa em psicanálise,
ela teria de ser mal feita, com vistas a fazer com que o sujeito apareça? Aí está o aparente
paradoxo angustiante com o qual o psicanalista convive. A psicanálise só se sustentou até
hoje, em um mundo tão objetivante, porque Freud era um cientista e, como tal, adotou um
procedimento científico. Ele formulou o Inconsciente como um objeto de estudo, o que, até
então, era inimaginável. Não aceitou o pressuposto da autonomia da consciência que impunha
a conseqüência errônea de que tudo que não era consciente era fisiológico. Ele se propôs a
demonstrar que, dependendo de uma formulação teórica coerente, muitos fenômenos adquiririam
inteligibilidade, mantendo-se o nível psicológico. Freud criou, então, uma rede de conceitos para
permitir caracterizar o modo de incidência do inconsciente.
O discurso construído a partir dessas características produz, também, efeitos típicos, no real,
diferentes, é claro, daqueles sustentados pelo behaviorismo. E por isso que não podemos compará-
los, pois são ordens distintas de produção simbólica. E certo que os efeitos típicos da psicanálise
são mais difíceis de ser estabelecidos, dada a própria natureza do objeto. Contudo isso não implica
que nãó tenham que ser demonstrados, ou, então, que tenham de ser desprezados.ApcanáIise não
quer nem pode eliminar seu ide cientifico mas isso a coloca em um paradoxo Esse paradoxo da
psicanalise ode ser resumido assim se o inconsciente do sujeito (e a causa de seu_desejo) é o que
a ciência tem de eliminarpara se realizar, como fazer pianola ?Jesse objeto Como fazer ciencia
de um objeto que não se deixa conhecer? Vfam tue estamos em uma situação bastante peculiar e,
acredito eu, esse é um dos maiores motivos para se resistir à psicanálise, ou para empurrá-la para
as letras ou para a filosofia...
De qualquer modo, porém, psicanálise tem uma relação de dependência com o discurso da ciência.
Ela tem um objeto, tem uma estrutura teórica, ou seja, um saber sobre um sujeito que é expulso
quando se constrói um saber. Que verdade esse saber possibilita?
A verdade para a psicanálise não é, então, a do aparato simbólico construído, mas, exatamente,
a impossibilidade de o sujeito se representar nesse saber. Os efeitso dessa exclusão do sujeito da
ciência (que suporta o discurso da produção do saber, mas que só aparece nele enquanto faltante)
reaparecem sob a forma de atos falhos, sonhos, sintomas e, até, crises delirantes.
No caso específico daquela pesquisa que eu estava conduzindo, por exemplo, foi necessária
a mestria da minha orientadora para me colocar em um tipo de trabalho que fez com que
eu me deslocasse da impotência frente à situação experimental para a constatação de uma
impossibilidade. Esse trabalho permitiu que eu fizesse um ato ( e vejam que eram apenas
manipulações experimentais já previstas sem as garantias de um saber e pude aprender na carne
o que era a tal da maturidade de julgamento experimental. Os dados regulares que obtive a partir
desse ato mostraram-me a impossibilidade de se fazer uma analise funcional da maturidade do
julgamento experimental e ainda, a verdade do sujeito (o pesquisador em questão) nos fracassos
que eu vinha encontrando.
Encontramos, assim, o ponto de interseção entre os dois discursos, O sujeito que é o agente
do discurso da ciência é aquele que interessa à psicanálise. Com a diferença radical de que a
psicanálise é um discurso que vincula o sujeito à causa de seu desejo. O sujeitoi é o ponto de
interface entre os dois discursos, que não devem, nunca, ter a arrogância de pretender entrar em
luta fraticida e buscar uma hegemonia. Um está fadado a eliminar o que o outro pretende recolher.
Porém a psicanálise só pode recolher o sujeito no a posteriori do discurso da ciência e, até para
isso mesmo, ela tem de manter sua vocação científica. A ciência pode, mesmo, pretender eliminar
a psicanálise, mas tudo o que ela elimina acaba retornando como um recalcado. Vejam como está-
ocorrendo o retorno do misticismo, do curandeirismo em nossa sociedade dirigida pela ciência...
Contudo a especificidade da psicanálise traz questões difíceis de ser respondidas: O saber que
interessa à psicanálise — sobre a posição do sujeito em relação à causa de seu desejo — não
seria contraditório com o pretendido em uma universidade? Seria possível, na academia, manter
a vobação científica da psicanálise e preencher as lacunas de sua produção com a presença do
sujeito? A marca dessa presença não torna os relatos psicanalíticos muito pessoais? Todos os
analistas vivem citando Freud, o fundador, como se fosse uma religião, porque a psicanálise não
é uma ciência cumulativa’? Se não acumula dados, não estaria tendo a postura parasitária de ficar
apenas denunciando em que a ciência oficial — e ela mesma— fracassa? Que ciência é essa cujo
“progresso” se resume a recolocar seus problemas de um modo sempre diferente?
De fato, o paradoxo ao qual a psicanálise vive submetida é terrível, mas toda a sua produção só
foi possível graças à postura científica original de Freud diante das histéricas. Se a psicanálise se
constituiu como um saber específico sobre o que não se encaixa no discurso oficial, foi porque se
inventou o método freudiano da inquietàção.
Reconstituamos o paradoxo: Se o discurso da ciência elimina o sujeito, como fazer uma ciência
do inconsciente do sujeito? Fazer o Todo que incluao sistema teórico e o real a que se refere
é impossível. A perda é inevitável, se se quer fazer ciência. O pesquisador em psicanálise
confronta-se, então, com essa impossibilidade, porque ele quer o funcionamento do inconsciente
do sujeito. Seu trabalho faz-se, portanto, na própria perda, ao levar em consideração a distância
entre o simbólico e o real e ao verificar como ele lida teoricamente com esse hiato. Ele faz isso
explicitamente e, mesmo assim, também se vê diante do retorno daquilo que reve de recalcar para
produzir seus dados.
A irredutibilidade do aparato simbólico ao real constitui-se, assim, em uma brecha que o cientista
preenche mais, ou menos, dependendo de quanto ele pode lidar com o recalcado a fim de
produzir dados objetivos. O que não deixa de ser uma certa solução de compromisso, um arranjo
possível naquele momento. A ciência não é tão pura ou neutra como aparenta ser. A atividade
científica pretende eliminar o hiato entre o conceito e o real, mas, quanto mais a ciência literaliza,
formula,mais ela demonstra a irredutibilidade di cibceuti ai real que este pretende apreender para
poder ter controle e previsão.
Já no segundo momento, o que de teorizar, seja sobre os dados escutados, seja sobre a construção
da pr´poria teoria, é o analista que será colocado em transferência. É um trabalho no qual
o pesquisador será movido pelas lacunas e o texto funciona como u’rn analista, para que o
pesquisador se defronte com suas próprias resistências em ouvir os relatos. Ao ser incitado pelas
lacunas do texto a fazer as perguntas, ele constata que é nelas, nas perguntas, que está a verdade.
A verdade está na questão e não, na respotsa .Todo o pesquisador em psicanálise acaba por fazer
o percurso de Freud, porque tem de se perguntar por que teoriza daquela forma e não de outra.
Pode, assim identificar com a teoria recalcada algumas questões e favorece outra, como se fosse
a solução de compromisso possível naquele instante. Ao mesmo tempo procura “fazer trabalhar”
a rede de conceitos , para que ela melhor caracteriza seus modos de aparecimento. Embora
não exista o propósito de psicanasar o pesquisador, a tranferência ao texto acaba por desnudar
a verdade do inconsciente do pesquisador, seja ele Freud ou qualquer um de nós. É sempre no
retorno a um grande Outro – Skinner, Freud ou Marx- que identificamos nossa transferêncai e
o que isso implica, no sentido de nossa resistência à verdade da castração. É o trabalho com o
simbólico levado às ultimas consequências: desvelar como até mesmo uma teoria pode funcionar
como um mecanismo de defesa para o pesquisador, embora esse não deva ser o relato final de um
trabalho. O objetivo é a constraução teórica que melhor signifique a realidade do objeto.
Por isso a verdade que a psicanálise busca não é a da regularidade dos dados, nem das
leis que os saberes enunciam, porém a do sujeito barrado , seja ela a científica ou a ordinária (a da
língua pátria), mas revelada na transferência. Se vocês me permitem — e também o professor Luiz
Alfredo Garcia-Roza —, vou extrapolar uma afirmação dele e fazer uma generalização que temo
ser grosseira. Ele afirma que “toda a verdadeira e eu concluo, daí, que, por mais objetique sejam
os dados produzidos , na mais pretensa assepsia cientifica, eles revelam também um sinthoma do
sujeito. Aquele sintoma que demanda não uma análise, um trabalho de transferência, em sim uma
transferência de trabalho. Nesse sentido, qualquer produção revela o estilo como o sujeito lida
com suas questões inconscientes.