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Sócrates, em sua doutrina dogmática, afirmava que o objeto da ciência não é o sensível, o
particular, o individual que passa, mas sim o inteligível, o conceito que se exprime pela
definição. Para ele a missão do filósofo é fazer com que seu interlocutor deixe nascer suas
próprias idéias, atreves da dialética, da discussão no dialogo, interrogando-o, provocando-o a
dar respostas. Para Platão a dialética é o estudo das vias que nos levam à ciência perfeita das
ideias na sua realidade objetiva, ou seja, a dialética nada mais é do que a captação, pela
intuição intelectual, do mundo das ideias, de sua estrutura e do lugar ocupado por cada ideia
em relação às outras. Retomando a teoria de Sócrates a respeito da dialética, Platão procura
determinar a relação entre conceito e realidade. Para este filósofo, existe uma dialética
ascendente que libertando-nos dos sentidos e do sensível, nos conduz às ideias e
posteriormente ascendendo de ideia em ideia, alcança a ideia suprema, assim como, por outro
lado existe também uma dialética ascendente que percorre o caminho inverso, partindo da
ideia suprema, e por um processo de divisão, mediante distinções progressivas das ideias
particulares.
Platão acreditava que os homens eram dotados não só de um corpo mortal, mas também de
uma alma imortal que era imaterial, e da qual provinham todos os conhecimentos. Os
conhecimentos que os homens detinham eram possíveis, pois suas almas já teriam esses
conhecimentos antes de serem aprisionadas no corpo. O conhecimento verdadeiro exigia um
metódico esforço do homem para que sua alma se lembrasse, para que o saber fosse
finalmente adquirido, esse esforço era denominado a dialética platônica. Supunha a existência
de dois mundos: O mundo das ideias, entendidas como invisíveis eternas, incorporas, no
entanto reais e o mundo das coisas sensíveis, o mundo dos objetos e dos corpos que o mundo
os vivemos, é uma cópia imperfeita de objetos e seres perfeitos existentes no mundo das
ideias. As ideias formadas por nós neste mundo terreno são lembranças das ideias eternas, que
por sua vez são objetos do verdadeiro conhecimento. Platão elaborou a alegoria da caverna
onde a caverna representa o mundo terrestre, e nós, os “cavernosos”. Neste contexto, situa o
filósofo como aquele que consegue sair da caverna e ver a ideia como ela é no mundo das
ideias eternas. O instrumento responsável pela libertação do filósofo é a dialética, a visão do
BUSCA DA VERDADE
Não há mais lugar para “cavernosos”. E como deixar de ser cavernoso? Através da dialética,
do debate, da discussão, do dialogo entre opiniões contrarias. Enquanto um instrumento de
busca da verdade, a dialética platônica a parece como uma “pedagogia do diálogo”, através da
qual aquele que pretende sair da caverna deve primeiramente dominar seus desejos corporais
e livrar-se do da crença nos fenômenos do mundo sensível.