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Resumo
Observamos então, que a auto-avaliação torna o aluno responsável também, por sua
aprendizagem, sendo capaz de modificar os caminhos de seu conhecimento e através dela
“(...) se observam os interesses e os avanços de toda a turma (...)”5
“A educação deve formar seres aptos para governar a si mesmos e não para ser governados
pelos outros” . Aí está a importância da auto-avaliação como constante na vida do aluno.
Se pararmos para repensar avaliação, podemos perceber que na escola tradicional, a auto-
avaliação não existia, pois ela apresentava uma ameaça a autoridade do professor, que era o
dono do conhecimento, o transmissor, e o aluno apenas um depósito, que deveria aceitar esse
poder autocrático sem direito a nenhum questionamento, não levando em conta que
aprendemos para termos novas atitudes e valores no decorrer de nossa vida.
Graças a Deus, e aos homens, tudo evolui, inclusive a educação, e com o passar do tempo e a
reformulação dos conceitos relacionados ao conhecimento, o professor passou a ver o aluno
como um “ser pensante”, capaz de aprender por seus próprios caminhos e, no entanto
também possuindo a capacidade de auto-avaliar-se e reconduzir suas metas.
Será que ainda hoje, com tanta evolução o professor tem medo de ver o reflexo de seu
trabalho transcrito na auto-avaliação de seus alunos?
Ou será ainda que é receio de ter sua autoridade sobre a “nota” dividida com o aluno e, no
entanto haver perda de poder?
Dificilmente teremos respostas iguais para tais perguntas, pois cada um tem sua resposta para
essas questões.
A LDB, no que se refere à verificação do rendimento escolar, determina que nós, docentes,
observemos os critérios de “avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do
período sobre os de eventuais provas finais” 7 . Deixando claro que aspectos não são notas e
sim, registros de acompanhamento das atividades discentes, que servem para que o professor
constate o que está sendo construído e o que está em vias de construção, entrando aí a auto-
avaliação.
“O essencial, porém é que o aluno possa apropriar-se do instrumento e, mais ainda, construí-
lo” 9 .
Bom, mas você deve estar se perguntando: o que realmente é esta “auto-avaliação?”
Após várias leituras, vimos que o conceito que mais se adequou é o seguinte (no nosso ponto
de vista):
Observamos algumas fichas de auto-avaliação realizadas em uma escola pública, por alunos de
uma segunda série, onde percebemos o quanto estes alunos foram críticos consigo mesmo em
suas respostas, pois a professora apresentou-lhes um questionário, com perguntas referentes
a sua aquisição de conhecimento durante o ano letivo, no qual eles deveriam responder. Após
relerem e repensarem seu desenvolvimento e aprendizagem, eles deveriam atribuir a si
próprio uma nota de O até 5.
A própria professora surpreendeu-se com a sinceridade dos alunos, pois mesmo aqueles que
ela achava que eram o máximo, deram-se 4, pois achavam que ainda poderiam ter feito mais e
melhor.
Esta professora já vem com esta turma há algum tempo, no entanto achou a experiência ótima
e muito gratificante, pois percebeu que conseguiu formar ou contribuir para a formação de
alunos críticos.
Porém esta experiência pode não ser tão boa quando feita em uma nova turma, como
obtivemos no relato de uma outra professora ao realizar em uma turma de alunos “novos” e
percebeu que eles não estavam bem preparados para realizarem este instrumento, isto em
uma turma de 3º grau.
Partindo daí, podemos ver que a auto-avaliação pode ser realizada desde a Educação Infantil,
podendo-se ter resultados ainda melhores com a sinceridade dos pequenos, que são o fiel
reflexo de seu “mestre”. Nessa fase é que encontra-se o período mais fértil para mostrar às
crianças que “a avaliação é apenas um acompanhamento e registro de seu desenvolvimento,
sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental”11 .
A auto-avaliação deve ser um instrumento que ajude o aluno a tornar-se reflexivo, e que este
seja capaz de conduzir, direcionar o seu aprendizado. No entanto, a auto-avaliação não precisa
ser “formal” e proporcionada unicamente pelo professor, ela pode e deve acontecer
corriqueiramente, como parte integrante do cotidiano do aluno.
5- HOFFMANN, 2005.
6- SPENCER.
8- MARTINS, 2005.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HADJI, Charles. Avaliação desmistificada. Tradução de: Patrícia C. Ramos. Porto Alegre: Artmed
Editora, 2001.
HAYDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. 6ª edição. Editora Ática, 1999.
HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover – as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação,
2001.
Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Art. 24, cap. V e art. 31.
MELCHIOR, Maria Celina. Avaliação Pedagógica: função e necessidade. Porto Alegre: Mercado
Aberto, 1994.