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A FUNÇÃO EDUCATIVA DA AUTO-AVALIAÇÃO

Graziela Ramos, Isabel Maria Monteiro Guedes, Tissiana Köhler da Silva

Resumo

A auto-avaliação é um instrumento de avaliação, que se realiza em “processo”, assim como a


avaliação, quando significativa.

“Um processo de auto-avaliação só tem significado enquanto reflexão do educando, tomada


de consciência individual sobre suas aprendizagens e condutas cotidianas, de forma natural e
espontânea como aspecto intrínseco ao seu desenvolvimento, e para ampliar o âmbito de suas
possibilidades iniciais, favorecendo a sua superação em termos intelectuais”.4

Observamos então, que a auto-avaliação torna o aluno responsável também, por sua
aprendizagem, sendo capaz de modificar os caminhos de seu conhecimento e através dela
“(...) se observam os interesses e os avanços de toda a turma (...)”5

No entanto, a preocupação da grande maioria dos professores é que:

“A educação deve formar seres aptos para governar a si mesmos e não para ser governados
pelos outros” . Aí está a importância da auto-avaliação como constante na vida do aluno.

Palavras-chave: auto-avaliação; instrumento de avaliação; observação; aprendizagem; avaliar-


se.

Se pararmos para repensar avaliação, podemos perceber que na escola tradicional, a auto-
avaliação não existia, pois ela apresentava uma ameaça a autoridade do professor, que era o
dono do conhecimento, o transmissor, e o aluno apenas um depósito, que deveria aceitar esse
poder autocrático sem direito a nenhum questionamento, não levando em conta que
aprendemos para termos novas atitudes e valores no decorrer de nossa vida.

Graças a Deus, e aos homens, tudo evolui, inclusive a educação, e com o passar do tempo e a
reformulação dos conceitos relacionados ao conhecimento, o professor passou a ver o aluno
como um “ser pensante”, capaz de aprender por seus próprios caminhos e, no entanto
também possuindo a capacidade de auto-avaliar-se e reconduzir suas metas.

Porém, quando partimos em busca de bibliografias sobre o tema auto-avaliação, ficamos


muito intrigadas, pois não encontramos nenhum livro que falasse exclusivamente do assunto,
apenas nos finais dos livros por ser um instrumento de avaliação, ela é citada, normalmente
com uma breve explicação e com sugestões de questionamentos a serem realizados com os
alunos.

Então, começamos a nos perguntar: por que isso acontece?

Será que ainda hoje, com tanta evolução o professor tem medo de ver o reflexo de seu
trabalho transcrito na auto-avaliação de seus alunos?
Ou será ainda que é receio de ter sua autoridade sobre a “nota” dividida com o aluno e, no
entanto haver perda de poder?

Dificilmente teremos respostas iguais para tais perguntas, pois cada um tem sua resposta para
essas questões.

Acreditamos na auto-avaliação como um instrumento essencial, que possibilita aquisição de


conhecimentos e habilidades, assim como a formação de atitudes e valores e que deve ser
oferecida ao aluno como forma de o professor compatibilizar suas observações com as
colocações do aluno e para que ele também possa reavaliar seus métodos e criar novos
caminhos de aproximação ao interesse de seus alunos, para que aí ocorra uma aprendizagem
realmente significativa.

A LDB, no que se refere à verificação do rendimento escolar, determina que nós, docentes,
observemos os critérios de “avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do
período sobre os de eventuais provas finais” 7 . Deixando claro que aspectos não são notas e
sim, registros de acompanhamento das atividades discentes, que servem para que o professor
constate o que está sendo construído e o que está em vias de construção, entrando aí a auto-
avaliação.

“A avaliação contínua e cumulativa é um recado para todos professores que nenhuma


avaliação deve se decidida no bimestre, trimestre ou semestre, mas deve resultar de um
acompanhamento diário, negociado, transparente, entre docente e aluno, daí seu aspecto
diagnóstico. Ou seja, constatada no processo de avaliação a não retenção de conhecimentos,
toma-se à medida de superar a limitação de aprendizagem”. (MARTINS,...)8

“O essencial, porém é que o aluno possa apropriar-se do instrumento e, mais ainda, construí-
lo” 9 .

Se realmente houver esta construção e apropriação do instrumento, o aluno certamente


passará a ter a auto-avaliação presente sempre em todos os momentos de sua vida, não só
quando solicitado pelo professor.

O que normalmente acontece é que, nem os próprios professores utilizam a auto-avaliação


como prática em sua vida cotidiana, no entanto não conhecem o instrumento e por isso
também não o aplicam.

É muito comum vermos os professores ensinando como aprenderam, a grande maioria na


escola tradicional, onde nem se ouvia falar em auto-avaliação; para que possamos mudar esta
realidade, devemos conhecer melhor este instrumento poderoso que é a auto-avaliação,
acreditarmos nele e aí então, aplicarmos em sala de aula.

Nós acreditamos, e você?

Bom, mas você deve estar se perguntando: o que realmente é esta “auto-avaliação?”

Após várias leituras, vimos que o conceito que mais se adequou é o seguinte (no nosso ponto
de vista):

“Auto-avaliar-se é o ato de julgar seu próprio desempenho nas atividades propostas. É a


análise do esforço despendido em relação ao que foi solicitado”10 .
Nesse processo de avaliação, não podemos esquecer que o professor também deve se avaliar,
refletindo sobre o seu próprio trabalho, verificando seus procedimentos e, quando necessário,
reestruturando sua prática, conforme Melchior, 1994, p. 122:

“A auto-avaliação do aluno deve servir como mais um subsídio para a auto-avaliação do


professor. Também o professor deve comparar a sua percepção sobre si mesmo com a
percepção que os outros tem dele. Ele pode pensar que está sendo muito claro em suas
explicações. Mas o aluno é quem deve dizer se está entendendo ou não. Este confronto é
necessário, inclusive para se constatar se os critérios considerados por ambos são os mesmos”.

Observamos algumas fichas de auto-avaliação realizadas em uma escola pública, por alunos de
uma segunda série, onde percebemos o quanto estes alunos foram críticos consigo mesmo em
suas respostas, pois a professora apresentou-lhes um questionário, com perguntas referentes
a sua aquisição de conhecimento durante o ano letivo, no qual eles deveriam responder. Após
relerem e repensarem seu desenvolvimento e aprendizagem, eles deveriam atribuir a si
próprio uma nota de O até 5.

A própria professora surpreendeu-se com a sinceridade dos alunos, pois mesmo aqueles que
ela achava que eram o máximo, deram-se 4, pois achavam que ainda poderiam ter feito mais e
melhor.

Esta professora já vem com esta turma há algum tempo, no entanto achou a experiência ótima
e muito gratificante, pois percebeu que conseguiu formar ou contribuir para a formação de
alunos críticos.

Porém esta experiência pode não ser tão boa quando feita em uma nova turma, como
obtivemos no relato de uma outra professora ao realizar em uma turma de alunos “novos” e
percebeu que eles não estavam bem preparados para realizarem este instrumento, isto em
uma turma de 3º grau.

Partindo daí, podemos ver que a auto-avaliação pode ser realizada desde a Educação Infantil,
podendo-se ter resultados ainda melhores com a sinceridade dos pequenos, que são o fiel
reflexo de seu “mestre”. Nessa fase é que encontra-se o período mais fértil para mostrar às
crianças que “a avaliação é apenas um acompanhamento e registro de seu desenvolvimento,
sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental”11 .

A auto-avaliação deve ser um instrumento que ajude o aluno a tornar-se reflexivo, e que este
seja capaz de conduzir, direcionar o seu aprendizado. No entanto, a auto-avaliação não precisa
ser “formal” e proporcionada unicamente pelo professor, ela pode e deve acontecer
corriqueiramente, como parte integrante do cotidiano do aluno.

4- HOFFMANN, 2001, p. 78.

5- HOFFMANN, 2005.
6- SPENCER.

7- Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96, art. 24, V.

8- MARTINS, 2005.

9- HADJI, 2001, p. 107

10-MELCHIOR, 1994, p. 122

11-Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96, art. 31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CONDEMARÍN, Mabel e MEDINA, Alejandra. Avaliação Autêntica: um meio para melhorar as


competências em linguagem e comunicação. Tradução de: Fátima Murad. Porto Alegre:
Artmed Editora, 2005.

HADJI, Charles. Avaliação desmistificada. Tradução de: Patrícia C. Ramos. Porto Alegre: Artmed
Editora, 2001.

HAYDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. 6ª edição. Editora Ática, 1999.

______, Regina Célia Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. edição. Editora


Ática, 1995.

HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover – as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação,
2001.

__________, Jussara. O jogo do contrário em avaliação. Porto Alegre: Mediação, 2005.

Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Art. 24, cap. V e art. 31.

MARTINS, Vicente. Professor de Lingüística da UVA (Universidade Estadual Vale do Acaraú)


com mestrado em educação pela UFC (Universidade Federal do Ceará).

MELCHIOR, Maria Celina. Avaliação Pedagógica: função e necessidade. Porto Alegre: Mercado
Aberto, 1994.

SPENCER, Herbert. Filósofo e sociólogo inglês (1820-1903).

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