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Com a morte ou cativeiro de grande parte da nobreza que, na escala espanhola para
África, fizera no aparato das jóias, vestidos e ornatos demonstração da mais luzida
gente do mundo, viu-se o reino privado do estamento que poderia garantir a sua
governação independente.
Porém, mais grave que a perda dos seus membros foi, para o corpo de Portugal, a sua
decapitação: morto o rei, ficara o reino órfão e, quando tudo parecia terminado, algo
havia que, apenas começado, iria marcar mais que a epopeia dos descobrimentos ou a
construção de um poder transcontinental o caracter de um povo.
Juntava-se, deste modo, D. Sebastião à hoste dos míticos soberanos europeus que
dans um sommeil prodigieux, continuaient de veiller sur leur peuples offraient une
consolstion toujours renouvelée au malheurs collectifs ; ils constituaient une espérance
cachée, un ultime recours, un gage d´ eternité qui rachetait les incertitudes et les
difficultés du jour.ii
Só mais tarde, com a recepção das cartas expedidas por Belchior do Amaral,
testemunha presencial do enterro de D. Sebastião, se confirmou oficialmente o óbito,
encetando-se os preparativos para o levantamento do cardeal D. Henrique por rei de
Portugal.
Aí se conservaria por quatro meses, até à conclusão das negociações do seu resgate
que culminaram na sua trasladação para Ceuta onde, na capela-mor do convento da
Trindade, haveria de permancer até ao seu regresso a Portugal.
É este momento da chegada do fértero a Ceuta que o auto de entrega do corpo, a
seguir apresentado, fixou com alguns pormenores que escaparam à crónica que temos
vindo a seguir.
Nos dom lionel Pereira CaPitão E senñor desta Cidade de Sseita frei Roque E
dom Rodrigo de Meneses que abaixo afirmamos nossos estados digo nomes
damos fe E verdadeiro testo que andre gasPar cometeo o corPo delRei dom
sebastião nosso snñor que deos aJaa – 4 fa x de dezẽbro de 578 - a Porta
desta Cidade as io oras da menhaã dizendo as Palauras seguintes
europeen.fr/etudes_metapo_badinand.html
iii o
Jean-Marie D’Heur « Un avatar moderne de D. Sébastien de Portugal », Revue de littérature comparée 3/2001 (n
299), p. 455-461. Disponível em : www.cairn.info/revue-de-litterature-comparee-2001-3-page-455.htm.