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1. Conceito e Previsão Legal

Mandado de segurança é o instrumento processual previsto na Constituição Federal de


1988, no seu artigo 5º., incisos LIX e LXX, para a tutela de direitos líquidos e certos ante ato
abusivo ou ilegal de autoridade pública no exercício da função, ou de quem lhe faça as vezes
(equiparados pela lei).

Trata-se de um dos três remédios constitucionais por excelência, e com base nos
ensinamentos de Alfredo Buzaid (2002, p; 195) deriva do mandamus originário do ordenamento
anglo-saxão, que era uma ordem destinada a assegurar as liberdades individuais e outros direitos
congêneres consagrados, fazendo frente e limitando a atividade do Estado.

Já segundo Nelson Nery Junior (2004, p. 94):

Quer com a evolução das seguranças reais do direito reinol, ou com


o tratamento dado pela doutrina mais antiga à posse dos direitos
pessoais, o fato é que o mandado de segurança tem mesmo origem
no antigo direito luso-brasileiro, havendo recebido influência do
judicio de amparo do direito mexicano e dos writs do direito anglo-
saxão.

Ainda é importante ressaltar que o instrumento tem aplicação subsidiária à do habeas


corpus, podendo se considerar uma extensão deste quando o bem da vida não trata de liberdade
de locomoção, nem das outras hipóteses concernentes ao habeas data.

Com relação à liquidez e certeza do direito invocado em mandado de segurança, desde a


Constituição de 1946, perdeu-se o requisito de que seja “incontestável”, mas que se trate de
direito subjetivo expressamente assentado no ordenamento jurídico e demonstrado de plano.

O mandado de segurança tinha caráter estritamente individual até 1967, quando a


Constituição Federal da época suprimiu o adjetivo, passando, então, a permitir a tutela dos
direitos que extrapolavam a órbita do indivíduo.

A atual redação do inciso LXX do art. 5º. da CF, determina que o mandado de segurança
poderá ser coletivo, enumerando, de pronto estendendo a legitimidade ativa aos partidos políticos
com representação no Congresso Nacional, organização sindical, entidade de classe ou
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associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa de seus


membros e associados.

O artigo 225 da Carta Magna dispõe o meio ambiente equilibrado como uma prerrogativa
a todos os cidadãos, portanto é um direito de terceira geração que merece guarida no respeitado
dispositivo constitucional, quando violado pela autoridade legal.

O Mandado de Segurança encontra regulamentação infraconstitucional na lei


12.016/2009, que regula a sua sistemática ou rito de funcionamento.
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2. Aspectos Processuais

2.1 Legitimidade Ativa

A previsão constitucional do mandado de segurança coletivo guarda proporções diferentes


em relação ao individual, especialmente em relação à legitimidade ativa e à extensão dos efeitos
da sentença.

Sobre a legitimidade ativa, a Constituição Federal traz um rol exemplificativo daqueles


que podem impetrar o mandado, visto que a palavra “pode” não é restritiva, permitindo o
alargamento desta legitimidade em razão de outras leis que sobrevenham ao texto da Constituição
dispondo sobre a matéria.

Assim sendo, tendo como objetivo tutela de direito coletivo lato sensu, o Ministério
Público também possui legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo, por força do
inciso III e § 1º. do art. 129 da Constituição Federal.

Partidos políticos, entidades de classe, associações e partidos políticos são os demais


legitimados para a propositura da ação terão a titularidade para conduzir a demanda em face da
definição de direitos difusos do art. 81 do Código de Defesa do Consumidor e por conta da lei
orgânica dos Partidos – lei 9.096/95 – art. 2º.

Em relação aos sindicatos, a legitimidade está garantida pelo artigo 8º., III da Carta
Magna.
Na âmbito das associações, as ONGs ambientais também são partes legítimas para
impetrar mandado de segurança ambiental coletivo.

2.2 Legitimidade Passiva

Em face de interpretação literal do texto referente ao mandado de segurança na


Constituição, só pode ser o sujeito passivo de tal ação a autoridade pública ou a pessoa ou
empresa exercendo atividade típica e delegada do Estado1 que perpetra a ilegalidade ou abuso
contra o meio ambiente.

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Vide o artigo 1º. da lei 12.016/2009
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Trata-se de uma das grandes diferenças entre o mandado de segurança ambiental e a ação
civil pública: enquanto aquele se atém a ato lesivo ou abusivo da autoridade, esta combate
diretamente o poluidor, no entendimento que é trazido pela lei 6.938/81.

2.3 Competência

Em razão local, o foro para ajuizamento da ação constitucional em cotejo é o da sede da


autoridade coatora, ainda que a extensão do dano abranja outros territórios ou que o ato acoimado
tenha se passado em local diverso (observadas as exceções com relação aos foros privilegiados,
de caráter constitucional).

A competência material pode ser estadual ou federal, dependendo da natureza jurídica da


autoridade coatora. Como regra, a Justiça Federal só se ocupa de mandados de segurança contra
os agentes e pessoas jurídicas subordinadas à União, enquanto que a Justiça estadual tem o ônus
da competência residual.

2.4 Processamento

Ao defender direitos “líquidos e certos”, o mandado de segurança não comporta instrução,


nem tampouco é de sua natureza a exigibilidade de cognição exauriente pelo magistrado. Ao
contrário, o direito invocado na peça deve ser provado de plano e toda prova necessária deve ser
pré-constituída, protocolizada juntamente com a petição inicial, pois o que a lei reserva ao juiz,
no caso, é a cognição sumária da questão.

O mandado de segurança não pode ir além disso sob pena de perda do objeto. Na verdade,
as questões passíveis de se suscitar no instrumento são aquelas que poderiam ser levantadas num
eventual pedido de antecipação de tutela ou medida cautelar na via ordinária.

Outras formalidades a se observar sob pena de não conhecimento do mandado são: a


ausência ou esgotamento da via administrativa para impugnação dos atos da autoridade coatora e
a observância do prazo legal de 120 dias da ação ou omissão causadora do dano, sob pena de
preclusão do direito adjetivo.
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2.5 Sentença e Efeitos

A sentença pleiteada em sede de mandado de segurança é sempre mandamental, pois seu


objeto redunda numa obrigação de fazer ou não-fazer – podendo abranger os efeitos de sentença
declaratória, constitutiva e executiva, inclusive, quando tratamos das astreintes para compelir a
autoridade coatora a obedecer ao comando judicial.

Em relação à extensão, o decisum reveste a sentença de efeitos erga omnes (em vista de se
tratar de bem da coletividade, vincula-se a todos) e faz coisa julgada material, nos termos do
artigo 469 do Código de Processo Civil.
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3- Conclusão

O mandado de segurança coletivo para a proteção do meio ambiente tem uso restrito
quanto aos agentes e à profundidade da matéria, sendo, na verdade, de reduzida utilidade quanto
a ações que provoquem desastres e desequilíbrios de ordem ambiental, preferindo-se a ele, salvo
poucas exceções, a ação civil pública ou a ação popular.
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Referências Bibliográficas

BUZAID, Alfredo. Estudos e Pareceres de Direito Processual Civil (Notas de Ada Pellegrini
Grinover). 12ª. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.

FIORILO, Antônio Pacheco. Mandado de Segurança Coletivo Ambiental e a Lei 12.016/2009.


http://prestjur.com.br/node/179, acesso em 28/09/2010.

NERY JR., Nelson. Princípios do Processo Civil na Constituição Federal. 8ª. ed.. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2008.

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