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A administração é uma arte e uma técnica que remonta aos primórdios da civilização
e vai crescendo em escopo e complexidade na medida em que crescem as cidades, se
organizam os Governos e surgem as grandes empresas fabris, a partir da 1ª Revolução
Industrial.
O primeiro deles foi o norte-americano Frederick Taylor (1856-11915), com sua obra
“Shop Management” (Gerência de Fábrica), lançada em 1903, que teve uma
repercussão enorme nos meios acadêmicos e empresariais. O segundo - grego de
nascimento, porém educado na França - foi o também conhecido engenheiro Henri
Fayol (1841/1925), com seu trabalho “Administracion Industrielle et Generale”,
publicado em 1916, e que, como o livro de Taylor, ganhou um prestígio
extraordinário.
A abordagem típica dessa Escola é a ênfase nas tarefas e seu nome deriva da aplicação
de métodos científicos (observação, experiência, registro, análise) aos problemas da
administração, com vistas a alcançar maior eficiência industrial, produzir mais, a
custos mais baixos.
Taylor foi o primeiro a fazer uma análise completa do trabalho na fábrica, inclusive
dos tempos e movimentos, estabelecendo padrões de execução. Ele treinou os
operários, especializou-os de acordos com as fases do trabalho, inclusive o pessoal de
supervisão e direção; instalou salas de planejamento e organizou cada unidade, dentro
do conjunto.
Taylor teve muitos seguidores de alto valor, geralmente todos eles engenheiros norte-
americanos, entre os quais se destacam: Carl Barth (1860-1939), Henry Gautt (1861-
1919), Harrington Emerson (1853-1931), Frank Gilberth (1868-1924) e Lilian Gilbreth
(1878-1961), psicóloga.
• Henry Gautt trabalhou como auxiliar de Taylor até 1902, quando passou a
desenvolver estudos individuais sobre o papel do trabalhador na produção. Enquanto
Taylor concentrava-se no estudo da tarefa em si, Gautt passou a preocupar-se mais
com os trabalhadores.
• Frank Gilbreth foi o colaborador de Taylor que estudou com maior profundidade as
técnicas para medir os tempos e movimentos em que se decompõe cada tarefa.
•Henry Ford foi o fundador da Ford, empresa que, hoje, se situa entre as maiores do
mundo. Ele foi o idealizador da produção através de linhas de montagem, que
permitiu enorme expansão na escala da produção industrial.
A OBRA DE TAYLOR
Naquela época, o sistema de pagamento era por peça ou tarefa, o que muitas vezes
levava o patrão a forçar demasiado o ritmo de produção, criando conflitos com os
empregados, ou levando esses a reações que terminavam por afetar negativamente a
produção. Isso levou Taylor a examinar o problema da produção em seus mínimos
detalhes. Iniciou suas observações e estudos pelo trabalho do operário, no “chão da
fábrica”, tendo posteriormente estendido suas conclusões também aos níveis de
administração. Taylor registrou cerca de 50 patentes de invenções sobre máquinas,
ferramentas e processos de trabalho.
1) O objetivo de uma boa administração é pagar salários altos e ter baixos custos
unitários de produção.
2) A administração deve aplicar métodos científicos de pesquisa e experimentação, a
fim de formular princípios e estabelecer processos padronizados que permitam o
controle das operações fabris.
3) Os empregados devem ser cientificamente colocados em serviços ou postos em que
os materiais e as condições de trabalho sejam cientificamente selecionados, para que
as normas possam ser cumpridas.
4) Os empregados devem ser cientificamente adestrados para aperfeiçoar suas
aptidões e, portanto, executar um serviço ou tarefa de modo que a produção normal
seja cumprida.
5) Uma atmosfera de cooperação deve ser cultivada entre a Administração e os
trabalhadores, para garantir a continuidade dessa ambiente psicológico que
possibilite a aplicação dos princípios mencionados.
Dos seguidores auxiliares de Taylor, destaca-se Frank Gilberth, na área dos estudos
sobre tempos e movimentos e sobre a fadiga. Outro importante colaborador foi
Harrington Emerson, que não só popularizou a Administração Científica, como
desenvolveu os primeiros trabalhos sobre seleção e treinamento de empregados. É o
autor dos “Doze Princípios da Eficiência”.
Ainda dentro da escola Clássica, temos Henry Ford que, como Taylor, iniciou sua vida
como simples mecânico, chegando a engenheiro chefe de fábrica. Em 1899, fundou sua
primeira fábrica de automóveis, com sérias dificuldades, mas, em 1913 já fabricava
800 carros por dia, modelos populares, com planos financiados de vendas e de
assistência técnica, que revolucionaram a estratégia comercial da época.
Ford estabeleceu o salário mínimo de 5 dólares por dia, para seus empregados e a
jornada de 8 horas de trabalho, quando, na Europa, a jornada ainda variava de 10 a
12 horas.
Nenhuma das cinco funções essenciais tem o encargo de formular o programa geral da
empresa. Essa atribuição compete à 6ª função, a função administrativa que constitui,
propriamente, a Administração.
Para deixar claro essa função coordenadora, Fayol assim define o ato de administrar:
1) divisão de trabalho;
2) autoridade e responsabilidade;
3) disciplina;
4) unidade de comando;
5) unidade de direção;
6) subordinação dos interesses individuais ao interesse geral;
7) remuneração justa ao pessoal;
8) centralização;
9) linha de autoridade;
10) ordem;
11) equidade;
12) estabilidade do pessoal;
13) iniciativa e;
14) espírito de equipe.
Vê-se, pois, que divisão do trabalho é o elemento comum mais importante entre
Taylor e Fayol, mas enquanto na Administração Científica a divisão do trabalho se
processa ao nível do operário, fragmentando as tarefas, na Administração Clássica a
preocupação com a divisão se opera ao nível dos órgãos que compõem a organização,
isto é, os departamentos, divisões, seções, unidades.
CRÍTICAS:
A maior crítica relativa à influência negativa que os conceitos Taylor e Fayol tiveram
na gestão de empresas - mais especificamente nas indústrias – pode ser claramente
observado no filme de Carlitos: "Tempo Modernos".
Dessa forma, tanto as teorias desenvolvidas por Taylor, como as de Fayol, sofreram
críticas por serem eminentemente mecanicistas e, até mesmo, motivadas no sentido da
exploração do trabalhador, como se fora uma máquina. Principalmente a partir da
contribuição de psicólogos e sociólogos, iniciada com Elton Mayo e Mary Parker
Follet, surgem outras escolas de Administração, a começar pela Escola de Relações
Humanas.
A partir daí, as teorias de Taylor são vistas como distorcidas, do ponto de vista do
trabalhador, considerado uma simples peça no processo de produção e submetido a
uma supervisão policialesca. Por outro lado, não corresponde à verdade o conceito
genérico de que o trabalhador não tem outros interesses e motivações senão os
representados pela recompensa financeira.