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Com isto queremos dizer que devemos alargar as possibilidades de os

professores analisarem os seus próprios propósitos e as suas práticas, comparando-


-se entre si (e com as investigações), de forma a fortalecer (em vez de diminuir) o
cuidado e as recompensas psíquicas que retiram da sua prática educativa. Um
trabalho conjunto com os outros colegas durante o tempo de preparação da prática
educativa que focalize as crianças e se mantenha próximo delas representa uma
forma válida de sair deste dilema.

Portanto, acreditamos que a mudança administrativa na educação deveria


integrar os propósitos dos professores. Mais concretamente, ela deveria:
● dar voz a esses propósitos;
● escutar activamente – na verdade, promover – a voz dos docentes;
● instituir oportunidades para os professores confrontarem os pressupostos e
crenças subjacentes às suas práticas;
● mostrar-se preparada para escutar aquilo que os educadores têm a dizer sobre
a mudança e aprender com isso;
● evitar criar entre os docentes uma cultura de dependência, exagerando o valor
do saber especializado contido nas investigações publicadas e menosprezando
e conhecimento prático daqueles educadores;
● evitar o seguimento de modas (sob a forma da aplicação a todos) de novas
estratégias de ensino cujo valor e adequação são tratados, administrati-
vamente, como estando acima de qualquer crítica;
● capacitar os professores e as suas escolas, de modo a que possam reconquistar
uma responsabilidade substancial pela tomada de decisões a nível curricular
(domínio-chave do propósito e do valor) e do ensino;
● criar uma comunidade de docentes que, ao longo do tempo, discutam e
desenvolvam em conjunto os seus propósitos, de modo a que possam
desenvolver um sentido comum de missão para as suas escolas.
Não queremos sugerir que nos afastemos de um estádio em que os propósitos dos
professores são ignorados, para um outro em que esses propósitos sejam
promovidos e celebrados de forma acrítica. Os investigadores, os administradores e
os próprios docentes, nenhum destes grupos detém o monopólio da sabedoria. Mas,
muitas vezes, o saber dos profissionais do ensino é consideravelmente
desvalorizado, em comparação com o dos outros grupos. No processo de mudança,
muito mais pode ser feito para permitir e encorajar, activamente, o diálogo crítico
entre estes grupos. Isto pode muito bem abrandar o ritmo da mudança, mas
provavelmente suscitará alterações mais eficazes que perdurem e que mereçam o
empenhamento dos docentes.
Michael Fullan e Andy Hargreaves, Por que é que vale a pena lutar?, Porto Editora, Porto, 2001
(pp. 51-52)

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