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Ensaio - Machado de Assis

Memórias Póstumas de Brás Cubas


Publicado em 18 de maio de 2008
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No ano em que se comemora o centenário da morte de Machado de Assis, iniciamos,


agora, uma série de publicações (estas ocorrerão ao longo do ano) que implica uma
reflexões acerca da obra de um escritor que, ao longo de uma enorme produção
literária, não só investigou a condição humana, mas, sobretudo, fez uma leitura da
sociedade de seu tempo, cultivando o que é perene no homem no drama da existência.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, é o primeiro romance realista, iniciando a segunda


fase, a maturidade, de Machado de Assis. Relata a história de um homem rico, Brás
Cubas, originário de uma descendência nobre forjada pelos ascendentes, que passa pelo
mundo de maneira superficial, despreocupada e egoísta. Nasce rico, é mimado pelo pai,
tem uma mãe que não parece muito forte, um tio que aparece como um devasso, outro
tio cônego e outros parentes que, de uma ou outra maneira, influenciam na formação
moral do menino terrível que ele foi. Aos dezessete anos apaixona-se por Marcela, uma
mulher frívola, interessada muito mais na riqueza que no amor, que dosa seus carinhos
de acordo com o presente trazido por Brás Cubas.
Por razão do endividamento, o pai enviando-o para a Europa, onde estuda e vive
superficialmente. Retorna anos após para ver a morte de sua mãe. O pai deseja que ele
case com Virgília, mas ele mostra interesse por Eugênia que, como perfeita personagem
realista, é coxa. Isso diminui, e muito, o amor de Brás Cubas por ela. Virgília acaba
casando com Lobo Neves, visando um título de marquesa. Além da noiva, Lobo Neves,
rouba-lhe a candidatura de deputado, prometida pelo pai da moça. Virgília parte com o
marido, mas quando retorna, acaba transformando-se em amante de Brás Cubas.

Do Humanitismo

Acobertados por dona Plácida, os amantes vivem seus dias de glória, que acabam
quando Lobo Neves parte para mais um cargo no governo. Brás Cubas reencontra um
amigo da infância, Quincas Borba. Esse amigo, que já tinha sido mendigo, doutrina-o
no Humanitismo, uma filosofia desenvolvida por ele e apoiada no Positivismo e no
Evolucionismo. Brás Cubas chega a deputado, perde a chance de ser ministro e passa
para a oposição. Pouco a pouco, o protagonista vê parentes, amigos e conhecidos
enlouquecer, morrer, desaparecer.

No final da vida quer inventar um emplasto, que aliviaria a melancólica humanidade,


curando a hipocondria. É a primeira e última tentativa de deixar sua marca no mundo,
de redimir-se de uma vida vazia e sem propósito. Não alcança seu objetivo, morrendo
aos sessenta e quatro anos, depois de rever sua antiga amante, sozinho, sem deixar
filhos e, principalmente, sem encontrar seu lugar no mundo.

Galeria de personagens

Estas são as personagens principais da obra: Brás Cubas (narrador e personagem


principal), Sabina (a irmã de Brás), Cotrim (o cunhado), Bento (o pai), Virgília (a noiva,
a amante), Quincas Borba (o amigo), Marcela (o seu primeiro amor), Lobo Neves
(esposo de Virgília).

A constelação de personagens que povoa a obra é muito grande. Contudo, optamos por
considerar personagens principais apenas aquelas das quais a narrativa se ocupa com
maior ênfase. Isto não quer dizer que algumas personagens secundárias não sejam de
vital importância para o conjunto da obra, como sua mãe ou Eugênia, personagem pela
qual Brás Cubas, também, apaixona-se.

Caracterização

Brás Cubas: é o defunto-autor da obra. Nasceu em uma família abastada e foi


excessivamente mimado pelo pai quando criança. Mesmo quando o garoto cometia
alguma indiscrição, como no episódio do Dr. Vilaça, o pai não deixa de adotar a mesma
atitude. Cresceu absolutamente dependente da autoridade paterna, incapaz de decidir
sua própria vida. Perverso, fazia diabruras com os escravos. O pai sustentou seu amor
por Sabina, afastou-o dela e arrumou seu noivado com Virgília. Os movimentos
principais da personagem eram desencadeados pelo pai.

Com seu falecimento, outras pessoas passam a exercer esta função. Virgília é a
responsável pela aproximação entre eles, a irmã arranja-lhe uma pretendente, Quincas
Borba incentiva-o e granjeia seu respeito e Cotrim encaminha-o para o serviço
comunitário. A única oportunidade em que o personagem toma uma posição firme
diante da vida é durante a partilha dos bens de seu pai. Assim, poderia concluir-se, a
partir disso, que Brás Cubas é fraco e dependente, mas não é isto que indica a
comparação que faz entre si e Moisés.

No episódio da herança ele demonstra o quanto é apegado ao dinheiro. No episódio do


almocreve mostra-se mesquinho; no episódio do embrulho, cínico; no caso do primo de
Virgília revela que é vingativo; no flerte com Eugênia e no reencontro com Quincas
Borba mostra-se preconceituoso. Em Coimbra entregou-se à folia e bacharelou-se,
apesar de ser um aluno medíocre. A personagem sofre de distúrbios psicológicos: isola-
se quando da morte da mãe , sofre alucinações , dá ouvidos ao Quincas Borba que é
considerado louco pelo alienista . Em várias oportunidades a narrativa de Brás Cubas
deixa antever que diante da frustração tende à fuga para obter satisfação. Além disso,
ele demonstra pavor da morte e uma especial preferência por metáforas fúnebres.

Brás Cubas é, sobretudo, um ser instável, mas suas ações seguem quase sempre o
mesmo padrão. Quando era criança matava aula em companhia de Quincas Borba, já
adulto entrega-se à folia ao invés de dedicar-se à Universidade.

Sabina: são poucos os elementos existentes no livro que auxiliam a caracterização desta
personagem. No capítulo 98 fica clara seu desapego pelo patrimônio, bem como sua
dependência do marido. É autoritária, pretende obrigar o irmão a casar com Nhã-loló.
Em razão disto é impossível deixar de considerar a hipótese de que foi ela a autora da
carta anônima que denunciou o relacionamento entre Brás Cubas e Virgília ao Lobo
Neves.

Cotrim: o esposo de Sabina é apegado ao dinheiro. Segundo diziam, era avaro.


Enriqueceu contrabandeando escravos, é vaidoso e beneficia-se de um contrato obtido
com a influência do deputado Brás Cubas. Diante da possibilidade de perder o contrato
com a Marinha, rejeita publicamente as novas idéias políticas de Brás Cubas.

Bento: O pai de Brás Cubas é um homem rico que fantasia uma ascendência nobre.
Mima o filho e decide seu destino até falecer de desgosto. Não sabe lidar com a
frustração de ver o filho rejeitado.

Virgília: segundo o relato ela é uma mulher bonita, ´...faceira, ignorante, pueril, cheia de
uns ímpetos misteriosos; muita preguiça e alguma devoção, - devoção, ou talvez medo;
creio que medo.´ É interesseira, deixa Brás Cubas para casar-se com o ambicioso Lobo
Neves. Aproxima-se e mantém um relacionamento extra-conjugal com o defunto autor.
Há indicações de que abortou o filho adulterino. É ela quem consegue uma senhora para
cuidar da casa na qual os amantes se encontram. Virgília demonstra uma capacidade
invejável: adapta-se ao casamento, ao adultério, enfim, à vida dupla. Mentirosa e arguta,
pajeou o parente às portas da morte para obter algum lucro de herança e fez o mesmo
em redesgosto. Não sabe lidar com a frustração de ver o filho rejeitado.

Virgília: segundo o relato ela é uma mulher bonita, ´...faceira, ignorante, pueril, cheia de
uns ímpetos misteriosos; muita preguiça e alguma devoção, - devoção, ou talvez medo;
creio que medo.´ É interesseira, deixa Brás Cubas para casar-se com o ambicioso Lobo
Neves. Aproxima-se e mantém um relacionamento extra-conjugal com o defunto-autor.
Há indicações de que abortou o filho adulterino. É ela quem consegue uma senhora para
cuidar da casa na qual os amantes se encontram. Virgília demonstra, desse modo, uma
capacidade invejável: adapta-se ao casamento, ao adultério, enfim, à vida dupla.
Mentirosa e arguta, pajeou o parente às portas da morte para obter algum lucro de
herança e fez o mesmo em relação ao protagonista.

Quincas Borba: o amigo é parecido com Brás Cubas, só que foi mimado pela mãe. Ao
longo da obra, a personagem passa por uma série de transformações. É encontrado
mendigando e rouba um relógio do amigo; posteriormente, reencontrado filósofo e em
melhor situação financeira, transforma-se em mestre de Brás Cubas e entrega-se ao
misticismo religioso ao ver-se novamente privado de recursos financeiros. É
considerado louco pelo alienista. Um indício seguro de sua insanidade é o fato de tratar
Pangloss (célebre personagem de Voltaire) como alguém de carne e osso.

Marcela: este é o primeiro amor de Brás Cubas, Marcela, que era uma linda dama
espanhola. A exemplo do pai do protagonista, fantasia ascendentes nobres. É uma
cortesã que troca seus favores por dinheiro. É reencontrada feia e um menos arrogante.

Relacionamos Marcela como uma personagem principal, porque ela será a responsável
por um episódio importante à vida do protagonista e ao conjunto da obra. É o amor dela
(ou a despesa com ela) que faz seu pai mandá-lo para o exterior para estudar.

Lobo Neves: esposo de Virgília, é um político ambicioso e supersticioso; acaba sendo


nomeado Presidente de Província. Há claras indicações no livro de que sabia das
traições da esposa. Várias pessoas desconfiavam ou tinham conhecimento do caso entre
Virgília e Brás Cubas, inclusive o primo dela. Lobo Neves recebeu a carta anônima e
encontrou a esposa na casinha de Gamboa, local destinado aos encontros amorosos
pelos amantes. É dissimulado e um exemplo claro disto é o episódio em que confessa ao
protagonista suas desilusões políticas e, no instante seguinte, recebe os colegas
deputados e o chefe político com renovado interesse.

É importante salientar que todas as personagens são retratadas através da ótica de um


defunto autor. Assim, não se pode ter certeza de que a descrição dada delas corresponde
à verdade. A preocupação do autor com a delineação das características psicológicas das
personagens é evidente. Machado de Assis relega para segundo plano a descrição física
das mesmas, apenas ressaltando-as quando para justificar ou apoiar alguma
característica psicológica ou ação.

Fique por dentro


Pequeno retrato do ficcionista do Realismo

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, no Morro do Livramento


(Tratava-se este de uma chácara de Dona Maria José de Mendonça Barroso, que, de tão
extensa, ao ser loteado, deu origem à Rua Nova do Livramento), a 21 de junho de 1839,
filho de um mulato e de uma lavadeira de origem portuguesa. Não freqüentou escola no
sentido de estudos regulares, sendo, portanto, um autodidata, cuja cultura o transformou
num dos maiores intelectuais de seu tempo. Carlos Drummond de Andrade lhe escreveu
um poema sob o título O Bruxo do Cosme Velho - metáfora por que traduz a sua
capacidade de mergulhar no mundo interior das personagens, dissecando-as, mostrando
o que se esconde atrás de gestos, atitudes, palavras e comportamentos em geral. Aos 17
anos, ingressa como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, onde fez amizade com
o escrito Joaquim Manuel de Macedo - autor de Memórias de um sargento de milícias.
Em 1869, casou-se com Carolina Xavier de Novais, entrou no serviço público e,
estabilizado financeiramente, dedicou-se à criação de uma das mais importantes obras
de nossa literatura, em diversos gêneros (conto, romance, poesia, teatro, crônica, crítica)
Morreu, no Rio de Janeiro, em 1908.
GABRIELA PARENTE PINHEIRO*
Colaboradora
*Do Curso de Letras da Uece
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=538268

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