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VIDA DO DELINQUENTE COMUM

Gabriel ENGEL DUCATTI*

RESUMO: Esse artigo tratará de decisões do


Legislativo que não deram certo, e que
aprofundaram o problema no Brasil, como é o
caso do desarmamento, mostram que o
bandido agora tem vantagem sobre o cidadão
de bem, que dificilmente revidará. E esse
mesmo bandido se é capturado pela policia, e
vai para um verdadeiro “depósito de presos”
com o objetivo de se reeducar, mas que na
verdade só piora a situação com os problemas
que existem nas penitenciárias brasileiras, que
tratam certos presos como animais, e outros
como patrões. Levando em conta que existem
cidadãs que só perderam sua liberdade por
terem cometido delitos por culpa de uma
sociedade não acolhedora, e outros que
deliqüem pelo simples fato de não aceitar e até
repudiar as normas do Estado.

Palavras-chave: Desarmamento. Abandono


social. Dignidade do detento. Condições
Carcerárias.

INTRODUÇÃO

Esse artigo irá tratar de assuntos referentes aos problemas e falhas do


meio penal e suas decisões no Brasil. Esse tema gera muita indignação e polêmica
pois é algo que choca e mostra o quanto é necessário mudanças drásticas, mas que
todos sabem e pensam que não virão á acontecer tão cedo no nosso país. Tratará
também das condições dos presídios brasileiros e da funcionalidade das sanções
impostas.

*Graduando do 1º termo de Direito das FACULDADES INTEGRADAS "ANTÔNIO EUFRÁSIO DE TOLEDO"


DE PRESIDENTE PRUDENTE.
O QUE LEVA A DELINQUÊNCIA?

É verdade que o brasileiro perdeu sua auto-estima, que só enaltece em


vitorias desportivas, mas que desaparece na rotina, os estrangeiros vêem o
brasileiro como “malandro e bandido”, uma imagem que nós mesmos passamos,
mas que deveria ser diferente. O brasileiro cria a idéia de que tudo que é importado
é melhor, e esquece-se de enaltecer o brasileiro. Toda essa baixa estima se
compara á de um jovem morador de favela que passa fome, sem pretensões na vida
e sonhando em ser um grande jogador de futebol, sonho que na maioria quase
absoluta das vezes se perde, dando espaço a “única” opção que eles acham que
lhes restam, delinqüir e entrar para o tráfico.

De acordo com o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação


Básica), a nota do Brasil é 4,8, enquanto a de países desenvolvidos fica em média
6,0, mesmo assim não se leva em consideração o nível de dificuldade da prova, que
é bem baixo, pois o sistema público de educação brasileiro é péssimo comparado ao
sistema privado. Essas escolas públicas são onde se concentram o maior número
da população carente do Brasil, que vê sua situação e compara a do adolescente da
novela das seis, e começa a querer aquilo que não pode ter por questões
financeiras, mas que descobre um meio de obter, furtando. Assim a culpa do jovem
ter delinqüido não é dele, e sim de uma sociedade que o abandonou e não ofereceu
assistência necessária para ter condições de vida aceitáveis. No mundo em que
vivemos, em especial no Brasil, o jovem morador de favela convive com o crime,
pois seu irmão, primo, ou até pai são bandidos, e esse jovem precisa ter condições
psicológicas e até um emprego para conseguir enfrentar essas situações sem
precisar se tornar um delinqüente também, e essas condições não são encontradas
no meio em que vive, deixando-o assim sem muitas opções.

Mas não existe quem cometa um ilícito penal sem motivo, e este não é
exclusividade de pessoas de baixa renda. Muitos jovens de classe média, e classe
média alta hoje em dia se envolvem em crimes de furto, e até tráfico de drogas por
motivos até considerados fúteis, ou muitas vezes por desavenças em casa e
problemas familiares.
A realidade brasileira é algo difícil de discutir, pois jovens moradores de
comunidades de baixa renda, que tem seus pais assassinados e convivem com o
crime, acham que o “playboy” que mora em condomínio fechado não tem motivos
para entrar no mundo das drogas e dos ilícitos penais, mas entra.

Estes são alguns fatores que levam alguém a delinqüir, todos estão
propensos a cometer crimes, só precisam de um motivo e uma oportunidade, e nem
sempre se faz a escolha certa das ações, por isso existem pessoas de bem presas
em cadeias cumprindo a devida sanção por devido ato cometido, mas mesmo assim
não deixam de ser pessoas de bem.

DESARMAMENTO

Depois de existir um motivo e uma oportunidade, o delinqüente irá agir


contra um cidadão, e com os valores invertidos no Brasil, onde o homem de bem
não pode ter armas enquanto o bandido tem a possibilidade de possuir um
verdadeiro arsenal, com certeza o cidadão fica desamparado e desprotegido.

O Estado cria essas leis emergentes com um objetivo que não é


alcançado, o Estatuto do desarmamento deu mais segurança aos bandidos na hora
de cometer um crime, pois sabem que dificilmente existirá alguma reação da parte
da vitima, por ela estar completamente em desvantagem. Enquanto o cidadão
precisa passar por um processo de extrema burocracia para obter uma arma, um
bandido consegue armas facilmente até com alto poder de fogo, para ferir a ordem
pública e usar contra os policiais. Um fato que chega a ser revoltante é saber o nível
de poder do crime organizado, que consegue até trazer para si artilharia exclusiva
das forças armadas, trazidas de outros países e que passam pelas fronteiras
brasileiras facilmente e chegam às mãos de bandidos de maneira inexplicável.

Com a Lei de desarmamento, foi muito simples se retirar armas de


fogo das pessoas de bem, que seguem a lei na esperança de uma melhora na
criminalidade, contudo ocorreu até uma piora, pois o marginal não entrega sua arma
para policia, e quando se apreende uma arma em posso de um bandido, surge mais
três no lugar, essa é a imagem que se tem do armamento dos criminosos.
Contudo o Estado nunca quer admitir quando erra, e lança
informações na mídia que iludem quem as vê, dizendo que com esse desarmamento
o número de homicídios resultados em desavenças domiciliares causados por arma
de fogo caiu, porém não dizem que o subiu substancialmente o número do mesmo
ilícito penal, só que causados por arma branca ou outros meios, demonstrando
assim que se for pra matar, irão matar, não importando o meio.

Agora bandidos andam pelas ruas escolhendo suas vitimas, que por
outro lado se “prendem” atrás de cercas elétricas e alarmes em suas residências,
causando assim um conflito odioso, onde o marginal está solto nas ruas, e a pessoa
de bem “presa” dentro de casa. A Policia por mais ativa que seja, por falta de
estrutura e melhores condições de trabalho, acaba levando a culpa da insegurança
da população, quando na verdade não é a policia que é má preparada, e sim os
bandidos que estão cada vez mais fortemente armados.

O desarmamento veio diminuir a possibilidade de deseja do sujeito, ao


mesmo tempo em que aumentou a segurança do bandido em agir. O Brasil só terá
sucesso nesse processo quando atacar de vez e derrotar o crime organizado no
país, trazendo assim paz aos cidadãos. Tal como disse FLAVIO BIERREMBACH,
Ministro aposentado do Superior Tribunal Militar:

“Desarmar as vítimas é dar segurança aos facínoras”…

"Os bandidos já se sentem muito mais seguros para atacar os pobres, os


trabalhadores e os homens de bem, porque sabem que provavelmente irão
enfrentar pessoas desarmadas"…

CONDIÇÕES CARCERÁRIAS BRASILEIRAS

Depois que o sujeito já cometeu o crime, se ele for pego pela policia,
poderá ser submeti a uma das penas impostas no art. 5º inciso XLVI da CF/88 e no
art. 32 do Código Penal, e se for sentenciada a pena de privação ou restrição da
liberdade, provavelmente ele irá parar em uma das prisões brasileiras, que pelo art.
5º inciso XLIX da CF/88, é um lugar onde se deve ser assegurado a integridade
física e moral do detento, mas a teoria é bem diferente na prática.
É de absoluta certeza que o sistema prisional brasileiro é sem dúvida
uma vergonha. Ele se divide em duas faces, uma onde fica a massa de pequenos
infratores que passam seus dias sob tutela do estado em condições que nem
animais deveriam ficar. E outra onde “descansam” os chefões do crime, cheios de
regalias como televisão, jornais, comida diferenciadas, e várias outras coisas que
um preso comum nem sonha em ter dentro ou fora da cadeia. De acordo com o
trabalho realizado por Laura Diniz, repórter da revista Veja, mesmo as prisões de
segurança máxima brasileiras têm falhas, como exemplo o caso de Luiz Fernando
da Costa, mais conhecido como “Fernandinho Beira-Mar”, que esta trancafiado em
prisões de segurança máxima há dez anos, e mesmo assim consegue comandar de
sua cela de seis por seis o Comando Vermelho, que é a maior facção criminosa
brasileira, e assim ter lucros em torno dos 1,5 milhões de reais por mês,
demonstrando que o sistema penitenciária brasileiro tem falhas, e até a Lei de
Execução Penal é branda, fazendo assim que realmente quem deveria estar
desligado do crime enquanto preso, é quem apenas tem sua liberdade retirada, e
nada mais.

Tirando a minoria desses criminosos que usufruem das falhas da lei,


temos a grande maioria dos detentos, que se constar o motivo da prisão verá que
maior parte foi presa por furto ou roubo, seguido de homicídio, tráfico e outros
delitos. De acordo com o Ministério da Justiça, com pesquisa realizada em
Dezembro de 2010, a população carcerária brasileira era de 496.251 presos, e
destes apenas 18.746 estavam em regime aberto, isso significa que nossas
penitenciárias, cadeias e internatos suportavam um total de 477.505 internos. Essa
mesma pesquisa revelou que o numero de vagas no sistema penitenciário brasileiro
era de 298.275, deixando assim um total de 1,6 presos para cada vaga, mas apesar
disso informações extra-oficiais revelam que na realidade, algumas penitenciárias
chegam a suportar até 5 ou 6 presos por vaga, gerando assim uma espécie de
“depósito humano”.

Esses abarrotados de pessoas acabam gerando outro problema. As


condições de higiene e de amparo médico nas cadeias são repugnantes, imagine-se
tendo que dividir um vaso sanitário com vinte, ou até trinta pessoas, e que nem
sempre essas pessoas têm os melhores modos, isso com certeza é algo que um ser
humano repleto de direitos não deveria presenciar, mas é a realidade de muitos
presos hoje no país. Algumas doenças já são comuns no meio prisional, como gripe
e alergia, além de outras ainda mais graves que necessitam de apoio de um
enfermeiro ou até um médico, porém isso nem sempre acontece e quando vemos
que a quantidade de enfermeiros disponíveis no sistema penitenciário brasileiro é de
496,e de auxiliar e técnico em enfermagem é de 1.957, enquanto o numero de
médicos clínico-gerais é ainda menor, 422. E um relatório da Inter-American Commission
Reports & Documents, revela que muitos presos precisam de atendimentos por ter
doenças gástricas, urológicas, pneumonias, entre outras, e nunca recebem o
tratamento correto, e até chegam a não receber os remédios necessários. E tratando
da população carcerária feminina, que tem 26.868 internas, veremos que existem
apenas 11 servidores penitenciários ginecologistas na ativa, e isso preocupa,
principalmente as grávidas.

Viver trancafiado não é fácil, gera problemas psicológicos, e sem o


amparo psicológico/social necessário para o detento, fica mais difícil ele ter
condições de viver pacificamente em sociedade, sem culpá-la por ter o jogado na
cadeia, que é um lugar onde ele sofreu muito. E tudo isso é uma realidade, pois
existem apenas 1.020 psicólogos, 198 psiquiatras, 1.115 assistentes sociais e 59
terapeutas que prestam serviços públicos nas penitenciarias brasileiras.

Outro problema que preocupa, é a falta de um trabalho, ou de um


ensino profissionalizante para os detentos, que passam seus dias trancafiados em
suas celas em condições repugnantes. No Brasil ocorre uma mistura de pessoas
que cometeram crimes simples e hediondos, assim ocorre uma troca de
experiências, idéias, pensamentos, podendo “estragar” de vez aquele que um dia
poderia ser recuperado. O detento quando fica sem ter o que fazer começa a pensar
em coisas que não deveria, e até a fazer coisas que não deveria, e eles sabem que
a sociedade, principalmente o mercado de trabalho não aceita muito bem aqueles
que já passaram um tempo atrás das grades, diminuindo assim o pouco de
esperança que existia no detento em um dia ter um emprego honesto, e uma vida
honesta, por isso em algumas penitenciárias existem programas de reintegração,
mostrando aos presos um meio de conseguir ganhar dinheiro lá fora, e até de
arrumar um novo emprego, mas estes meios de reintegração são minoria, e nem
sempre funcionam do jeito que deveria.
CONCLUSÃO

O Brasil é um país cheio de desigualdade social, onde poucos tem


muito, e muitos tem pouco, e o Estado muitas vezes por interesses acaba
privilegiando a elite, e se esquece de cuidar do “povão”, em exceção nas épocas de
eleições é claro. Existem alguns programas sociais, como o “Bolsa Escola”, “Bolsa
Família” e “Fome Zero”, que na verdade melhoram os sintomas do sofrimento do
brasileiro de baixa renda, mas que não cura a doença.

O país não precisa de mais medidas para mudar, ele precisa de


verdadeiras mudanças que mexam na estrutura para solucionar problemas graves,
como a criminalidade e as condições das penitenciárias e cadeia brasileiras.
Investimentos bilionários estão sendo feitos para a Copa de 2014, e as Olimpíadas
de 2016 no Brasil, tenho certeza que ficará tudo lindo e cheio de esplendor, uma
ótima maquiagem que esconderá os defeitos e problemas profundos existentes no
país, investimentos que serão feitos utilizando também o dinheiro do povo, dinheiro
que deveria ir para saúde, educação e até saneamento básico, que falta em muitas
regiões brasileiras, e até que deveria ser investido na construção de novos
presídios, e na reforma de muitos já existentes, para pelo menos amenizar alguns
problemas presentes. Dinheiro suado do trabalhador, que construirá quartos
confortáveis e campos monstruosos que serão usados por “gringos” durante alguns
dias, e só espero que depois se transformem em moradia para população carente, e
que se crie programas sociais voltados ao esporte, para tentar cuidar das crianças e
impedir que se tornem criminosos.

O Governo finge que não vê algumas coisas, e foca em outras que não
são necessariamente tão importantes, essa é a realidade, e dificilmente mudará
enquanto os valores não se inverterem, e começar a olhar os erros e tentar
concertá-los, para depois pensar em novos programas que matam a fome, pois ela
volta, então é necessário que se criem condições para o brasileiro andar com as
próprias pernas. Afinal, como diz a música composta por Arnaldo Antunes, Marcelo
Fromer e Sérgio Britto:

“Agente não quer só comida


Agente quer comida

Diversão e arte

Agente não quer só comida

Agente quer saída

Para qualquer parte...”

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília: Senado, 1988.

http://www.jefersonbotelho.com.br/2011/01/29/contorcionismos-exegticos/ visitado
em 3/3/2011.

http://www.sosestagiarios.com/artigosler.php?idartigos=21&tipo=Direito%20Penal
visitado em 3/3/2011

http://www.jefersonbotelho.com.br/2010/07/14/o-desarmamento-e-a-segurana-dos-
bandidos/ visitado em 3/3/2011

http://buenoecostanze.adv.br/index.php?
option=com_content&task=view&id=1573&Itemid=44 visitado em 4/3/2011

http://www.advogado.adv.br/artigos/2003/romualdoflaviodropa/direitoshumanosdeten
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http://jus.uol.com.br/revista/texto/4458/os-direitos-humanos-e-a-etica-aplicada-ao-
sistema-penitenciario visitado em 4/4/2011

http://letras.terra.com.br/titas/91453/ visitado em 29/3/2011

http://www.cidh.org/comissao.htm visitado em 29/3/2011


http://portal.mj.gov.br/data/Pages/MJD574E9CEITEMID364AC56ADE924046B46C6
B9CC447B586PTBRNN.htm visitado em 29/3/2011

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