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Árvore não é comida

11 de abril de 2011

O relator do novo Código Florestal, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), está


impressionado com a pressão de ONGs americanas sobre o que
considera ação lobista em benefício do arqui-subsidiado setor agrícola
dos EUA. Relatório da Environmental Protection Agency,
organismo estatal, alerta para a perda da competitividade do
agronegócio americano diante do… Brasil.

E, sem qualquer pejo, liderados pelos seus cineastas e roqueiros,


pregam a “redução da oferta mundial de produtos agropecuários,
mediante restrições à área agrícola de países tropicais por políticas
ambientais inflexíveis”.

Sem qualquer sutileza, o título do estudo diz tudo: “Farms here;


Forests there”. Ou seja: Aqui, fazendas; lá, florestas.

Claro que as “rain forests” precisam ser preservadas, mas mediante


planos de manejo. Não com o fim da agropecuária na imensidão
continental. Há verdes empedernidos que querem acabar com a
agropecuária brasileira, num ato de auto-estupidez.

O mesmo vale para ONGs européias que se colocam contra a


construção de hidrelétricas na Amazônia. E não se trata de novas
Itaipus, posto que esse tipo de usina, com grandes lagos e quedas
d’água, já está banido em nome da preservação. Belo Monte, no
Xingu, terá área alagada inferior ao que se desmata em uma semana.
As hidro-usinas de hoje já se adaptaram a um impacto ambiental
mínimo, sem grandes quedas d’água ou lagos de inundação. São as
usinas “a fio d’água”, que renunciam ao seu potencial pleno
exatamente para preservar o meio ambiente.

Haverá energia mais limpa do que a hidrelétrica? Mas certo xiitismo


não quer saber: deseja fundar na Amazônia legal – com mais de 25
milhões de seres humanos – um novo Jurassic Park.

Como congelar Manaus, uma cidade de quase 2,5 milhões de


habitantes?

Nenhum manauara quer destruir a floresta. Aliás, o futuro da


Amazônia está na autopreservação do seu mundo de biodiversidade.
Na “criação” de uma economia do terceiro milênio, baseada na TI –
Tecnologia da Informação – e nas universidades do bioma amazônico.
Uma economia que pense não só na sobrevivência das árvores, mas,
sobretudo, na preservação dos seus 25 milhões de habitantes. Que
tenham vida saudável e emprego. Luz elétrica em abundância e uma
sortida atividade econômica, baseada na indústria da biodiversidade,
fármacos, nanotecnologia, hi-tec em eletrônicos, ciência e indústria
inovadoras, num mundo de sofisticada produtividade, lastreado em
universidades e centros de pesquisa do terceiro milênio.

A “rain forest” será preservada quando os seres humanos deixarem


de pensar numa árvore como “sustento” ou “comida”. Ou quando
esse “Jurassic Park”, sonhado por europeus e americanos predadores
(em seus países), for integrado a uma economia de preservação. Tão
mais factível quando Manaus, por exemplo, puder ligar-se, via
transamazônica, por via terrestre, com as outras capitais do Brasil.
Não há pais no planeta que tenha abdicado de construir suas ligações
viárias, isolando uma grande capital e confinando-a, tornando-a
acessível unicamente pelo ar ou pelos rios.

O caminho é quase óbvio, não chega a constituir nenhuma “eureka”.


Primeiro, viabilizar o homem que habita a selva, proporcionando-lhe
sustento não predatório. Depois, ensinar que a desertificação será o
fim da vida e que o futuro não está no “consumo da árvore”, mas na
biodiversidade dos seus produtos.

Não será com campanhas asininas do roqueiro Sting, ou exortações


do verde hollywoodiano James Cameron – que raciocina com base nas
florestas virtuais de “Avatar” – que o bioma amazônico será salvo.

Eles pensam assim: “Aqui em cima, opulência. Lá embaixo,


subsistência, miséria, subemprego e dependência material e
cultural”.

E tem gente, aqui nos trópicos, que acredita nesses grilos


interesseiros.

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