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pt/ruivo)
contemplar a soma das actividades em que ele se desdobra e em que se envolve. Logo, deve apreciar o professor enquanto profissional, mas tambm como pessoa, como membro de uma comunidade, como tcnico qualificado na arte de ensinar e como especialista das matrias que ensina. Portanto, requer a interveno, desde logo dele prprio, mas tambm de outros agentes que sobre ele se pronunciam. E todos esses intervenientes do processo avaliativo, para que consigam alcanar o exerccio pleno da sua misso, carecem de uma formao especfica e especializada em superviso e em observao de actos pedaggicos. Na sociedade do conhecimento e da informao, requer-se tambm a montagem de uma rede de comunicaes, em que a vdeo gravao e a observao distncia tenham lugar de destaque. Como tal, deve-se promover o recurso hetero-observao, autoscopia, vdeo-conferncia e circulao de porteflios digitais, enquanto recursos, meios e produtos indispensveis ao desenvolvimento de docentes que, diariamente, lidam com jovens da gerao do facebook. Um sistema destes tambm requer tempo para ser testado e validado, antes de ser generalizado. Impe uma escolha criteriosa das escolas que iro constituir a amostra, bem como dos instrumentos e dos agentes que vo avaliar esse pr-teste. Obriga a uma escolha prudente dos futuros avaliadores, aps se ter procedido ao estabelecimento de um perfil desses supervisores. Impe a rpida formao dos professores e dos seus avaliadores Isto , a implementao de um tal sistema requer tempo e a afectao generosa de recursos humanos e financeiros. No me parece ser este o caminho escolhido pela tutela. Esta esteve mais apostada em proceder a uma rpida negociao que promova o silenciamento das vozes mais crticas, mesmo que isso resulte em mais um remendo administrativo, ou a uma reforma semntica, de um sistema de avaliao burocrtico, que at hoje apenas provou que nada vale, e que apenas serve o controlo de custos na educao. mesa das negociaes traaram-se cenrios que to s procuraram de uma soluo poltica que ultrapassasse o quadro de guerrilha que se apoderou das nossas escolas. Mas, reconhea-se que, nessa fotografia onde ningum quis ficar mal, reala um cenrio que nada tem a ver com as merecidas vitrias por que tanto e to dignamente lutaram os professores portugueses.
Joo Ruivo
(ruivo@rvj.pt)