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Título Original
“Tengoku no Fukuin”
ÍNDICE DO LIVRO
Prefácio
O problema populacional
Situação populacional de diversos países
O problema da redução do índice de aumento demográfico
A verdadeira causa das doenças
O problema da tuberculose
Cansaço e emagrecimento
Suor noturno
Problemas gastrointestinais
Dispnéia
Sensação de cansaço
A tuberculose não é uma doença contagiosa
A tuberculose e a ação psicológica
A trajetória da tuberculose
Toxinas medicinais
Os três tipos de toxinas
Procedimento em relação às vacinas
Medicina é ciência ?
As doenças contagiosas e as bactérias
Quantidade de bactérias encontradas nas notas e moedas
Tipos e quantidades de bactérias patogênicas
Local e quantidade de bactérias
Dietética
O segredo da longevidade
A respeito das doenças tropicais
Medicina desportiva
A verdadeira saúde e a saúde aparente
Campanha para se contrair gripe e campanha para eliminação dos remédios
O caminho da felicidade
A Medicina e a Natureza
Análise dos sintomas das doenças
Febre
Dor
Coceira
Indisposição e vômito
Diarréia
Edema e suor noturno
Vertigem e insônia
Depressão e paralisia
Tosse, hiperemia cefálica e zumbido nos ouvidos
Calafrio e prisão de ventre
Métodos de tratamento
As doenças e os erros da medicina
Amigdalite e Apendicite
Doenças do estômago
Doenças renais e diabete
Pleurisia e peritonite
Asma
Doenças cardíacas e pressão alta
Doenças cerebrais
Doenças da vista
Doenças do ouvido, nariz e garganta
Piorréia paralisia facial e nevralgia facial
Doenças hepáticas, icterícia e colecistopatia
Reumatismo
Câncer
Hemorróidas
Beribéri e Hipertireoidismo
Doenças venéreas
Doenças mentais e epilepsia
Doenças de senhoras
Inflamação e infecção, queimadura e corte
Doenças infantis
Tratamento dos rins e método de rejuvenescimento
O nosso método terapêutico e a medicina
Cuidados a serem observados no tratamento
O princípio do nosso método terapêutico
O poder da natureza
A transição da noite para o dia
A importância da cabeça
Sistema democrático de exames
Conclusão
Suplemento - Ciência espiritual
Aura
O pecado e a doença
Deus existe ?
O mundo desconhecido
Vida e Morte
Existem fantasmas ?
Julgamento no Mundo Espiritual
Constituição do Mundo Espiritual
O Mundo Material e o Mundo Espiritual são inseparáveis
Mundo do Tengu (9)
Mundo de Dragão
Mundo dos Perversos
O Bem e o Mal
Espírito Guardião
A advertência dos Antepassados
Incorporação
Doença e Espírito
Tuberculose
Doenças Mentais
Epilepsia
Paralisia Infantil
Câncer no estômago
Cárie óssea
Doenças da vista
Surdez, prisão de ventre, difteria
Os vários aspectos da doença espiritual
Camadas do Mundo Espiritual
Coletânea de estórias do Mundo Espiritual
O espírito de Hirokiti
Boneca fantasma
Espírito de raposa
Os espíritos de raposa e a senhora
Espírito de alcoólatras
Doente mental degenerado
Doente grotesco
O espírito de texugo e o crânio de caveira
O que é o amor
A luta entre o Bem e Mal
Conclusão Geral
PREFÁCIO
Novembro de 1945
O autor
O PROBLEMA POPULACIONAL
Antes da Segunda Guerra Mundial, todos os povos civilizados, sem exceção, viviam
atormentados pela redução do índice de aumento demográfico. Isso era motivo de
preocupação para as pessoas conscientes de todos os países, a começar pelas au-
toridades, pois o problema promete, como conseqüência final, o terrível destino da
destruição dos povos. Com a incidência da guerra, momentaneamente o assunto
teve de ser deixado de lado, mas após o término do conflito urge retomá-lo.
Levando-se em conta as más influências da guerra, podemos imaginar que a
questão se torne ainda mais premente.
Qual era a situação populacional dos principais países do mundo antes da Segunda
Guerra Mundial? Segundo pesquisa da
Dra: Enid Charles, se a Inglaterra continuar no passo em que vem até hoje, com o
índice de natalidade e de morte decrescendo paralelamente, a população atual,
cerca de 46.000.000 de habitantes, dentro de cem anos cairá para 4.400.000, ou
seja, para menos de 1/10. Pelos cálculos de um famoso cientista demográfico da
Alemanha, daqui a cento e poucos anos, por volta do ano 2.050, a população
daquele pais estará em torno de 25.000.000 de pessoas. Comparando esse número
com o atual, 67.000.000, significa que ela diminuiria para cerca de 2/5. E qual é a
situação do Japão? De acordo com as estimativas do Dr. Nakagawa Tomonaga,
autoridade em ciências estatísticas, os 73.939.278 de habitantes de hoje, 1940,
calculando-se pela porcentagem observada até agora, daqui a 60 anos seriam
cerca de 120.000.000. A partir de então, esse número começaria a diminuir
acentuadamente. Dentro de 20 anos, estaria em 110.000.000 e, nessa proporção,
após 500 anos, ficaria reduzido a zero. A Inglaterra, daqui a 200 anos, teria 440.000
habitantes, e a Alemanha, daqui a 550 anos, 1.600.000.
Os dados acima são extremamente frios, mas trata-se de uma realidade irrefutável.
Aliás, pelos meus cálculos, creio que o perigo irá se apresentar ainda mais cedo.
Uma vez que a causa fundamental da redução do índice de aumento demográfico
está no avanço da Medicina moderna, enquanto os homens não despertarem para
este erro, o aumento do perigo será um resultado natural.
Esse fenômeno tão difícil de ser compreendido como a redução do índice de
aumento demográfico, surgiu a partir do século XIX. Antes do século XVIII, exceto
por razões peculiares a alguns países, nenhuma nação civilizada teve jamais que
se preocupar com semelhante problema: Se ele tivesse surgido antes daquele
século, a humanidade já estaria extinta, ou à beira da extinção, e não teria havido o
progresso dos povos civilizados que vemos, atualmente, na liderança do mundo.
Visto que, antes do século XVII, nenhum país possuía dados estatísticos, presumo
o seguinte:
Se a diminuição do índice de aumento populacional começou no início do século
XIX, ou num passado não muito distante dessa data - e o problema não existia
absolutamente antes do século XVII 7 algum método foi empregado por todos os
povos civilizados. E o que se pode imaginar. conseqüentemente, a chave do
problema é descobrir qual foi esse método. O fato de todos os povos civilizados o
terem aplicado, significa que eles acreditaram tratar-se, indubitavelmente, de algo
aprovado. Todavia, mesmo um método considerado aprovado, pelos resultados
obtidos durante dezenas de anos ou durante um período mais longo ainda, pode
passar a ser desaprovado. O ponto fraco do ser humano, no entanto, é que, uma
vez acreditando que algo é aprovado, embora provoque fenômenos reprováveis,
estes são apagados por um forte preconceito, e podem até nem ser percebidos.
Eu consegui descobrir a chave desse mistério chamado "algum método". Mas qual
é essa chave? Antes de explicá-la, vou mostrar a tendência da situação
populacional de diversos países.
De 1831 a 1840 esse índice saiu da casa dos 300 e desceu para abaixo de 290.
Desde então, veio caindo sempre. Em 1870, na época da Guerra Franco-Prussiana,
baixou bruscamente para 250. Antes da Primeira Guerra Mundial, estava em cerca
de 190, mas, de 1914 a 1919, caiu para 124. Após a guerra, o índice de natalidade
recuperou-se. Em 1920, atingiu 214. De 1921 a 1925 a média anual desceu para
194. Dai por diante, continuou baixando e, em 1938, chegou à triste situação de
146. No livro "Teoria da Seleção Social", da autoria de um sociólogo francês, diz-se
que existem diversas causas para isso, mas que a principal é a esterilidade
fisiológica: Atente-se para o fato de que a redução da população francesa teve
início por volta de 1934.
Segundo dados do mesmo país, no começo do século XIX, ou seja, em 1801,
houve 900.000 nascimentos, e em 1926, 750.000; em 1931, nasceram 730.000
pessoas, de modo que a diferença não foi muito grande. Entretanto, é necessário
comparar esses números com o aumento da população no mesmo período: em
1801, foram 900.000 nascimentos para uma população de 27.000.000 de
habitantes; em 1926, 750.000 nascimentos para uma população de 40.000.000; em
1931, 730.000 nascimentos para 41.600.000 de habitantes. Assim, podemos
observar como tem sido grande a redução do índice de natalidade. A título de
experiência, mostraremos o movimento desse índice:
(vide tabela 1 da página 249)
A redução do índice de natalidade dos países civilizados não se restringe à França:
Atualmente, podemos encará-la como lei genérica: Só que, ali, o fato virou
problema, porque a redução foi mais rápida e começou já no início do século XIX.
Os países que viram a diminuição do índice de natalidade da França como o
incêndio do outro lado do rio1 em breve tiveram de enfrentar a mesma situação.
Vejamos os países europeus.
O índice de natalidade da Inglaterra é o que segue: (vide tabela 2 da página 249)
Como vemos, até a década 1871 - 1880, o índice médio de natalidade subiu em
todas as classes; desde então, reverteu seu caminho e começou a cair de modo
acentuado: da média de 355, na década de 1871 - 1880, baixou para a média de
241, no quinquênio de 1911 - 1915, antes da guerra; em 1926 foi para 178, e em
1930 para 168. Durante o meio século que vai da d& cada 1871/1880 até 1926,
praticamente diminuiu para menos da metade. Comparando-se com a França, a
redução do índice de natalidade foi duas vezes e meia mais rápida em 125 anos
(1801 a 1926). O fato surpreendeu e abalou a Inglaterra, e jornais como o "Times"
publicaram: "Desde o início deste século, os dados demográficos da Inglaterra
evidenciam uma característica muito marcante: a redução do índice de natalidade
tende a se tornar cada vez maior".
Os dados recentes são lamentáveis, conforme se pode constatar: (vide tabela 3 da
página 250)
Em 1926, como se pode observar, o índice de natalidade da Inglaterra perde até
mesmo para o da França (188).
Vejamos, a seguir, a situação da Alemanha: (vide tabela 4 da página 250)
Até a década 1871/1880 o índice de natalidade foi aumentando gradativamente,
mas, a partir daí, sofreu uma rápida regressão: de 391 caiu para 330, no começo do
século XX. Entretanto, como os alemães estavam acostumados a um grande a~
mento do índice de natalidade, viu-se a redução repentina com suspeita; o Sr.
Wagner, em 1907, disse tratar-se de uma baixa de maré momentânea, e houve
quem afirmasse que houvera erro nas estatísticas. Por conseguinte, os cientistas
alemães não acreditaram nos dados. Todavia, os números continuaram a cair. Em
1913, o índice desceu para 276, o que significa que, em quarenta anos, o índice de
natalidade da Alemanha sofreu uma que da de 1/3, aproximadamente.
Após a guerra, a situação é a seguinte: (vide tabela 5 da página 250)
No período compreendido entre 1871 e 1925, o índice de natalidade caiu quase
para a metade (44%). Ou seja, em meio século, a média de 391 da década de 1871
- 1880 baixou para 219 por 10 mil habitantes no quinquênio de 1921 - 1925. E conti-
nua caindo regularmente, com uma velocidade de redução duas vezes e meia
maior que a da França:
A seguir vejamos a Itália: (vide tabela 6 da página 251)
A Itália também registra diminuição do índice de natalidade, embora o fenômeno
não seja tão intenso como na Inglaterra e na Alemanha: Ultimamente, no entanto, é
marcante. (vide tabela 7 da página 251)
Daí por diante, o índice de natalidade veio caindo, praticamente, no mesmo ritmo;
em 1929 está em 251. Talvez por esse motivo, o governo italiano tem feito grandes
advertências ao povo. Sob a alegação de que, se a situação continuar, ao final de
dois séculos o pais irá enfrentar uma grande crise, está incentivando o aumento da
natalidade. Seja como for, em cerca de quarenta anos, até 1925, na Itália o índice
de natalidade reduziu-se em 1/4, aproximadamente.
Os dados levantados na Bélgica, na Suécia e na Noruega revelaram que nesses
países também houve redução de natalidade. Na Bélgica, registrou-se uma queda
de 40% em mais ou menos oitenta anos. A Suécia trilhou quase o mesmo caminho
que a França, com o índice reduzido à metade, em um século; na Noruega, a queda
iniciou-se depois da Suécia, mas, em dez anos, caiu para 40%. Agora voltemos
nossos olhos para outro continente.
Vejamos, em primeiro lugar, a situação da Austrália e da Nova Zelândia: (vide tabela
8 da página 252)
Num e noutro país, como se pode observar, o índice de natalidade caiu quase 30%
em apenas dezesseis anos. Os países de população branca do Hemisfério Sul, cuja
situação social é completamente diferente da Europa, também não constituem
exceção. Através dos dados de diversos países, concluiu-se que há diminuição do
índice de natalidade em todas as nações do mundo, e em todos os povos.
Vejamos, agora, a situação dos Estados Unidos. Esse país não tem feito registros
de nascimentos em âmbito nacional, e por isso não existem dados confiáveis sobre
a diminuição do índice de natalidade em todo o seu território. Entretanto, sul>
traindo o número de imigrantes da população total registrada no censo de cada ano,
comparando-o com a população indicada no censo do ano anterior e calculando o
índice de aumento demográfico, é possível saber o movimento do índice de
natalidade de um modo geral. Através desses cálculos, constata-se que desde 1880
o índice vem caindo. Aliás, o índice registrado nas regiões pesquisadas
recentemente, mostra redução anual da natalidade. (vide tabela 9 da página 252).
Quanto à América do Sul, no momento só se conhece a situação da Argentina. As
estatísticas nos mostram que de 1910 a 1914 a média anual de natalidade nesse
país, era de 389 para cada 10 mil pessoas, com um aumento natural de 208, o que
representa uma porcentagem magnífica: De 1934 a 1938, no entanto, baixou para
250, e o índice de aumento natural caiu para 125.
Mas como estará o Japão? (vide tabela 10 da página 253)
Entre 1916 e 1920, devido à influência da Primeira Guerra Mundial, o índice de
natalidade registrou o número mais baixo: 316, em 1919. No ano seguinte, talvez
pelo motivo contrário, ficou em 322, o mais elevado do país. A mudança observada
nesse período é comum a diversos países. Fora dele, até o final da Era Taisho
(1912-1926), o índice veio mostrando um aumento generalizado, mas, com o inicio
da Era Showa (1 92~), entrou numa onda decrescente. Como já dissemos, todos os
países considerados civilizados, mais cedo ou mais tarde - no espaço de 100 a 450
anos - tendem a diminuir o índice de natalidade; o Japão é o único onde se registra
aumento, sendo alvo de grande atenção por parte dos cientistas. Assim, a
diminuição já é como uma regra entre os países civilizados. Pela tabela 11 da
página 253, podemos ver o quanto ela tem se acentuado:
A França foi o país que primeiro atingiu o topo na redução do índice de natalidade.
Os demais países a seguiram, embora com velocidade diferente. Alguns a
alcançaram; outros já a ultrapassaram. O baixo índice de natalidade da França
como caso de exceção, é um fato do passado. Atualmente, tudo mudou, e os países
europeus estão na seguinte situação: (vide tabela 12 página 253).
Em todos os países observa-se redução do índice de natalidade e do índice de
mortalidade, mas como, em todos eles, a redução do índice de natalidade é maior,
o índice de aumento demográfico diminui. Para exemplificar, apresentamos os
dados da França: (vide tabela 13 da página 254)
Até 1913, o índice de mortalidade caiu 39%, mas o índice de natalidade caiu ainda
mais. Com essa queda, o excedente de nascimentos sofreu influência: Do final do
século XIX ao início do século XX, o excedente era pequeno, tendo havido um ano
em que se registrou excedente de mortes, de modo que não foi sem razão que os
cientistas franceses gritaram, antevendo a decadência do seu país. Em 1938, a
França estava com cerca de 130.000 habitantes a menos.
Também no Japão, conforme se ~»de ver na tabela 14 da página 254, o índice
médio de aumento demográfico de 1,0% no quinquênio 1919 - 1923 cai para 0,8%
no triênio 1934 - 1936.
Como acabamos de observar, a queda do índice de aumento demográfico é uma
regra que não tem exceção em nenhum pais. A estratégia utilizada até hoje, em
todos os países, tem sido o rebaixamento da idade matrimonial e a proibição do uso
de anticoncepcionais e da prática do aborto. Entretanto, esses métodos são
superficiais; pode ser que tenham algum resultado, mas não conseguem atingir
muitas pessoas. Em tudo há uma causa e um efeito. Por conseguinte, para
solucionar o problema da redução do índice de aumento demográfico só existe um
método radical: a eliminação de sua causa:
Através das estatísticas aqui apresentadas, creio que puderam ter uma idéia do
problema demográfico do mundo, na atualidade. Resumindo, chegamos a estes
dois pontos:
1 - Na Europa, após a metade do século XIX, e no Japão, após o ano 10 da Era
Taisho (1921), o índice de aumento demográfico começou a diminuir.
2 - Houve, paralelamente, redução do índice de aumento demográfico e do índice
de mortalidade.
Vamos analisar detalhadamente esses dois tens.
Uma das causas do problema, eu afirmo, é a prática da vacinação, que a
humanidade considera a salvação do mundo.
A vacina foi descoberta no ano de 1749, em Berkeley, na Inglaterra: Como é do
conhecimento de todos, quem a descobriu foi Edward Jenner, que era filho de um
monge e recebeu o título de doutor em Medicina em 1792, na cidade de Londres,
vindo a falecer em 1823. Jenner soube que, já em 1710 aproximadamente, moças
gregas, perfurando com uma agulha as feridas de portadores de varíola e injetando-
lhes esse líquido purulento na pele, haviam conseguido diminuir a intensidade da
doença: Ao mesmo tempo, ele descobriu que a vacina para bois poderia ser
convertida em vacina humana: Assim, no dia 14 de maio de 1796, aplicou-a no
braço do próprio filho. Comprovando o sucesso, anunciou finalmente o método de
vacinação, em 1798.
No Japão, as primeiras vacinas foram importadas em 1849, sendo criado, em 1858,
um posto de vacinação, que se tornou a sede da Medicina ocidental. Pouco a pouco
foi aplicada a vacinação em massa:
A seguir, explicarei por que a pessoa fica imunizada contra a terrível varíola através
da vacina.
Um dos motivos para a varíola não se manifestar com a aplicação da vacina é a
inexistência de toxinas dessa doença na pessoa, as quais já foram eliminadas. Se a
pessoa possui as toxinas da varíola e a doença não se manifesta, há uma razão
para isso. O ser humano herda, de nascença, e preserva diversas toxinas, como as
da varíola, do sarampo, da coqueluche, etc. Especialmente a varíola, por ser
maligna, é muito temida: Mas por que ela se manifesta? E por causa da ação
purificadora natural que ocorre no corpo humano. Devido à ação purificadora, as
toxinas hereditárias, tentando ser eliminadas, acumulam-se sob a pele do corpo
todo e, em seguida, são expelidas. Isso é o que se chama erupção. Desse modo,
torna-se claro por que sai pus quando as bolhas estouram. A febre alta que surge
nessa oportunidade é uma ação natural para facilitar a dissolução e eliminação das
toxinas.
A vacinação paralisa a eliminação natural das toxinas hereditárias, isto é,
enfraquece a ação purificadora: Em outras palavras, torna negativo o positivo.
Assim, as toxinas que perderam a capacidade de eliminação e tomaram-se
negativas, permanecem dentro do corpo. E o que acontece com essas toxinas?
Elas se concentram e se solidificam em diversas partes, tornando-se causa de
muitas doenças, sem falar que enfraquecem as funções de todo o corpo. Resultam,
portanto, na diminuição da saúde, principalmente nas mulheres, as quais chegam a
ter reduzido seu índice de fertilidade, o que também é uma das causas do problema
demográfico.
Analisando as estatísticas, fica bem evidente o que acabamos de dizer. Na Europa,
os sinais de diminuição do índice de aumento demográfico começaram a aparecer
depois da descoberta da vacina: Como mostram os dados, foi na França que eles
apareceram mais rápido: 30 a 40 anos após; na Inglaterra, cerca de 70 a 80 anos
depois. No Japão, aconteceu quase que da mesma forma que na Europa: os
primeiros indícios surgiram 50 a 60 anos após o inicio da vacinação em massa:
Antes de falar sobre as diversas doenças causadas pelas toxinas hereditárias
negativas, vou mostrar o quanto a Medicina, até hoje, está errada em suas bases e
o engano que as pessoas cometem achando que o progresso superficial é o
verdadeiro progresso.
Vejamos, em primeiro lugar, o que é a doença:
Descobrir o que é a doença é, certamente, o problema que mais tem atormentado o
cérebro humano, nos tempos antigos e na época atual. Milhares de médicos e
cientistas do mundo inteiro dedicaram suas vidas à decifração desse enigma, mas
até hoje ninguém conseguiu decifrá-lo. Pelas explicações dadas até agora na
Medicina chinesa, a doença seria a quebra da harmonia do corpo humano; na
Medicina ocidental, existe a famosa teoria do Dr. Rudolf Virchow sobre o
enfraquecimento e a destruição das células, e também as teorias sobre os vírus,
entre elas a de Koch, na Alemanha, a de Pasteur, na França, e outras. Por
conseguinte, todas as teorias científicas apresentadas até o momento consideram a
doença como a destruição da saúde e, em casos extremos, algo que faz o homem
perder a vida: Nas religiões, ela é vista como advertência de Deus ou castigo pelos
pecados cometidos; consequentemente, deve ser temida, lamentada ou
amaldiçoada:
Segundo minha interpretação, a doença é a maior benção que Deus atribuiu ao ser
humano, constituindo motivo de júbilo e de alegria: Representa uma ação fisiológica
natural, através da qual a saúde do ser humano é preservada e sua vida é
prolongada. Por isso, ela deve ser motivo de nossa gratidão. Aqueles que lerem
esta tese, certamente ficarão surpreendidos, pelo seu conteúdo inédito. À medida,
no entanto, que forem lendo os itens do presente trabalho, acredito que todos hão
de concordar com ela:
O PROBLEMA DA TUBERCULOSE
Embora, na Europa1 a tuberculose esteja quase erradicada, no Japão ela tem sido
um grande problema ultimamente. Essa tendência de um mesmo problema mostrar
proporções inversas na Europa e no Japão, algo realmente incompreensível, eu a
explico da seguinte maneira:
Nos principais países civilizados, observa-se que a incidência da tuberculose tende
a diminuir pouco a pouco, em relação a 40 ou 50 anos atrás; no Japão, ao contrário,
ela está aumentando. Comparando-se o número de japoneses que morrem de
tuberculose, atualmente, com o número registrado há 30 anos, constata-se um
aumento de cerca de 30% Em 1932, a doença vitimou 126.704 pessoas. Tendo em
vista o número de mortos em conseqüência de disenteria, tifo, cólera e outras
doenças transmissíveis, foi 4 Ou 5 vezes maior. O número de tuberculosos,
presentemente, segundo os cálculos dos especialistas, é 10 vezes superior ao
registrado em 1932, ou seja, não fica aquém de 1.200.000. Dividindo pelo total da
população, veremos que uma, em cada 50 pessoas, é tuberculosa: As autoridades
dizem, no entanto, que o número chega a ser 3 vezes mais alto.
A seguir, farei um resumo sobre os métodos de tratamento da tuberculose
empregados em diversos países desde os tempos remotos até os dias atuais.
O aparecimento da tuberculose na história da Medicina é um fato antigo. Já no ano
400 A.C., na Grécia, Hipócrates fez referência a essa doença: Mais tarde, por volta
do ano 1 da Era Cristã, (ilegível) preconizou, como tratamento para os tuberculosos,
a vida junto ao mar; Gaius Plinius Secundus recomendou o isolamento no mato, e
(ilegível), o isolamento na montanha e leite de vaca. Só há 180 anos, entretanto, é
que o alemão Herman Bremer definiu um método de tratamento, construindo uma
casa que serviu de base para os atuais sanatórios.
No Japão, no ano 982 da Era Cristã, Tamba Yassuyori escreveu o livro intitulado
"lshin-ho", propalando que a tuberculose se era uma doença contagiosa. Em 1805,
Tatibana Nankei divulgou que existia a tuberculose contagiosa e a tuberculose
hereditária Honma (ilegível) afirmou tratar-se de uma doença contagiosa. Só depois
que Robert Koch descobriu o vírus da tuberculose, em 1882, é que se esclareceu a
natureza da doença. Em 1890, Koch iniciou o famoso tratamento pela tuberculina,
embora reconhecesse que o método ativava o foco da doença e aumentava-lhe a
resistência. Como ele foi aplicado sem levar em conta os sintomas, começaram a
aparecer, seguidamente, doentes graves, ao mesmo tempo que outros pioravam,
de modo que não foi possível obter o resultado esperado.
Conforme dissemos no tem "A Verdadeira Causa das Doenças", quando sobrevêm
uma gripe, pouco a pouco as toxinas hereditárias, urinárias e medicinais (explicarei
separadamente essas toxinas) concentram-se e solidificam-se em diversos locais,
mais ou menos definidos: uma parte ou toda a cabeça, proximidades das glândulas
linfáticas e da medula oblonga, ombros, juntas dos braços, costelas e proximidades,
diafragma, estômago, fígado, peritônio e proximidades, glândulas linfáticas das
virilhas, omoplatas e proximidades, os dois lados da coluna, rins, etc. Nos nódulos
existentes em um ou em vários desses locais, aparece febre, por ação da segunda
etapa da purificação, e sobrevêm diversos sintomas, como tosse e escarro. Nessa
ocasião, o médico diagnostica gripe e paralisa a purificação. Como resultado, a
saúde parece recuperada, mas as toxinas voltam a solidificar-se. Além disso, com
as toxinas que foram acrescentadas, surge nova purificação. Repetindo-se a
interrupção do processo, a força de purificação intensifica-se, e a febre e outros
sintomas tornam-se crônicos. É essa, em geral, a trajetória até a fase inicial da
tuberculose.
(1) Chiado no peito - O catarro acumulado numa parte do pulmão emite uma
espécie de chiado na hora da respiração. A causa do chiado é que as toxinas
solidificadas em diversas partes do corpo dissolvem-se com a febre e,
temporariamente, penetram nos pulmões e nele se acumulam, esperando pela
sucção para serem expelidas através da tosse. Consequentemente, o chiado no
peito desaparece com a eliminação do catarro. Enquanto há catarro, ele não
desaparece. Os médicos interpretam erroneamente esse estado, diagnosticando
tuberculose pulmonar.
(5) Radiografia - Nos exames médicos, dá-se uma importância muito grande às
radiografias, mas vamos esclarecer esse ponto.
CANSAÇO E EMAGRECIMENTO
SUOR NOTURNO
PROBLEMAS GASTRO-INTESTINAIS
DISPNÉIA
SENSAÇÃO DE CANSAÇO
Vou dar dois ou três exemplos bem ilustrativos: Um deles é um caso famoso,
ocorrido no exterior. Trata-se de uma experiência feita num presídio de Paris, na
França: Por ocasião de um exame de saúde, o médico disse a um prisioneiro
saudável:
"Você está tuberculoso." O prisioneiro não ligou, achando que devia ser engano.
Pouco tempo depois, após novo exame, o médico falou: "A sua tuberculose já está
um pouco mais adiantada." Mesmo assim, ele não ligou muito. Na terceira vez,
entretanto, quando o médico disse: "Você já se tornou um autêntico tuberculoso", o
prisioneiro mudou seu pensamento e, dia após dia, foi enfraquecendo, vindo a
falecer meses depois. O caso que se segue ocorreu nos Estados Unidos. Vedaram
os olhos de um prisioneiro e fizeram-lhe um pequeno corte no dedo. Em seguida,
colocaram-lhe um balde junto dos pés e, com um conta-gotas, provocaram um
barulho como se o sangue estivesse pingando. Passado algum tempo, o
pesquisador comentou: "A quantidade de sangue que você perdeu já não lhe dá
condições de sobreviver." Pouco depois, o prisioneiro morreu. Os animais, especial-
mente os bois, também ficam tuberculosos. O número de bois atingidos pela
doença é incalculável, mas isso não tem a menor influência sobre o seu tempo de
vida, que é o mesmo que o dos bois saudáveis. Obviamente, o fato decorre de não
existir nenhuma ação psicológica sobre eles, diferente do que acontece com os
homens.
Pelos exemplos citados, podem ver a influência da ação psicológica sobre o ser
humano.
A TRAJETÓRIA DA TUBERCULOSE
Aqui, devemos atentar para um fato: apesar de, no início, os antitérmicos serem
eficientes até certo ponto, o seu uso continuo faz com que, gradativamente, a febre
alta se torne persistente e nenhum método antitérmico surta efeito. Usado continua-
mente, qualquer remédio provoca intoxicação, surtindo, portanto, efeitos contrários.
Concordarão comigo observando que as pessoas que sempre usam laxantes ficam
com prisão de ventre crônica, e os usuários de morfina, cocaína e outras drogas
não conseguem mais largar o vício.
Como dizíamos, quando a febre alta perdura vários dias, a pessoa vai
enfraquecendo e fica de cama: Na fase final, a maioria é acometida de tuberculose
na laringe e nos intestinos. Segundo minhas pesquisas, a tuberculose na laringe é
causada por tóxicos fortíssimos de catarros antigos e deteriorados que passaram
por esse local, e também pela purificação de nódulos existentes em suas
proximidades. Quanto à tuberculose intestinal, já explicamos sua causa:
TOXINAS MEDICINAIS
No caminho percorrido até hoje pela Medicina ocidental, desde Hipócrates, seu
iniciador, há mais de 2.500 anos, e no caminho percorrido pela Medicina chinesa,
fundada há 5.000 anos por Fukugui, todos os tratamentos de doenças não
passaram de métodos para interromper a purificação, como eu já disse. Nesse
sentido, o método mais eficaz são os remédios. Estes, por natureza, são
substâncias tóxicas, cuja ação enfraquece o corpo humano. Por falta de
esclarecimento, a humanidade acreditou que os remédios têm um poder misterioso
na cura das doenças: Certamente foi devido a essa psicologia que surgiram as
expressões “santo remédio" e "remédio milagroso". Isso aconteceu porque a
verdadeira natureza da doença era completamente desconhecida; em suma,
porque se interpretou a doença no mau sentido e os remédios no bom sentido. Em
verdade, não se perceberam os efeitos contrários destes últimos.
No Japão, entretanto, no período final da Era Tokugawa (1603-1867), o grande
mestre da Medicina chinesa, Suguita Guenpaku, disse: "No mundo, não existe nada
que, por natureza, seja remédio. Todos os remédios são venenos.
Consequentemente, não se cura a doença com eles. O que se faz, na realidade, é
deter o veneno através de outro veneno." São palavras de grande sabedoria: Aliás,
um dos principais propósitos da Medicina contemporânea é a pesquisa de
substâncias tóxicas.
A Medicina acredita que, surtido o efeito do remédio, esse efeito se acaba. Mas é o
maior engano; os efeitos dos remédios permanecem no corpo humano. As coisas
que o homem deve comer e beber, foram definidas naturalmente pelo Criador.
Sendo alimentos destinados a preservar-lhe a vida, devem infalivelmente ter sabor.
Os órgãos digestivos foram criados com a capacidade de se adaptar aos alimentos
da Natureza; consequentemente, tudo aquilo que não é alimento está fora da
função dos órgãos digestivos, e, por isso, é natural que permaneça no organismo
sem ser digerido. Darei dois ou três exemplos ilustrativos.
Uma senhora que durante muitos anos trabalhou como enfermeira-Chefe de um
hospital, contou-me que um homem de pouco mais de quarenta anos morreu
subitamente, sem nenhuma causa aparente. Para descobrir a causa da morte, foi
feita a autópsia e constatou-se que nos intestinos desse homem havia uma grande
quantidade de pequenos grãos pretos. Estes grãos eram as pílulas que ele tomara
como laxantes durante muito tempo, devido à prisão de ventre. Pode-se imaginar
que isso provocou obstrução dos intestinos ou paralisação do movimento pe-
ristáltico. Fosse o que fosse, não restou nenhuma dúvida de que a morte fora
causada pelas pílulas laxativas.
Um doente assistido por um dos meus discípulos tinha diversos nódulos pequenos
na parte inferior do estômago e sempre sentia uma certa indisposição. Logo depois
que começou a receber o nosso tratamento, ele vomitou diversas vezes e, com
esses vômitos, os nódulos desapareceram e a indisposição acabou. Na hora em
que ele vomitava, expelia uma espécie de gosma cujo cheiro lembrava o das
lesmas. Essa pessoa, segundo ela própria nos disse, há mais de dez anos engolira
algumas lesmas e, surpreendentemente, elas permaneciam em seu estômago, sem
serem eliminadas.
Outro exemplo é o de uma cantora profissional que, para ter uma bela voz, engolira
duas lesmas. Passados alguns anos, apareceu-lhe, no lado esquerdo do estômago,
um pequeno caroço, parecendo câncer. Como ele inchasse cada vez mais, ela
submeteu-se a uma operação, a qual revelou que uma das lesmas morrera e se
transformara em nódulo e a outra estava viva e crescendo assustadoramente dentro
de sua barriga.
Pelo que acabamos de ver, é fato incontestável que os medicamentos, substâncias
estranhas ao corpo, não são eliminados, permanecendo no organismo.
A propósito de os medicamentos se tornarem a causa de doenças, existe um ponto
que as pessoas em geral não percebem. E o aparecimento de complicações,
apesar de o doente estar se submetendo a tratamentos médicos. Casos estes
fossem realmente eficazes, a pessoa, com o decorrer do tratamento, d~ veria
melhorar progressivamente, não havendo motivos para surgirem complicações. Se
alguém, por exemplo, tem três doenças, deveria ficar com duas, depois com uma e
sarar completamente. A seqüência dos fatos, no entanto, é justamente o contrário:
uma doença acarreta duas, três doenças, em total desacordo com a lógica. E é
estranho que nem os médicos nem os doentes tenham a menor desconfiança. Isso
nos faz ver o quanto as pessoas confiam na Medicina, já chegando a ser uma
espécie de superstição, o que eu não posso deixar de lamentar um instante sequer.
Pela teoria acima, se a humanidade conseguir eliminar os medicamentos, não há
dúvida de que as doenças irão desaparecendo gradativamente.
A experiência que eu adquiri através do contato com um grande número de doentes
me permite distinguir a gravidade da doença pela quantidade de toxinas medicinais.
Aqueles que possuem muitas toxinas medicinais apresentam os sintomas que
enumeramos a seguir:
Estão sempre indispostos, devido a uma febre imperceptível nos lugares onde se
concentram as toxinas, e por isso sentem pequenos calafrios, sendo mais friorentos
que as pessoas comuns. Enjoam-se facilmente das coisas, gostam de ficar deita-
dos, são inconstantes, não conseguem prender-se a uma só tarefa por muito
tempo. Seu pensamento é dispersivo e não têm capacidade de concentração.
Interpretam as coisas de forma negativa, carecem de senso comum e são
melancólicos; como preferem os lugares escuros aos claros, gostam mais dos dias
chuvosos que dos dias de sol. Irritam-se à toa e tendem a cair no desespero.
Qualquer coisa os incomoda, deixa-os histéricos e, embora saibam que estão
errados, não conseguem corrigir-se; ao contrário, martirizam-se com esse estado
de espírito. Em casos extremos, sentindo-se desiludida da vida, a pessoa planeja o
suicídio ou fica perturbada mentalmente. Quando há alguém assim num lar, todos
recebem sua influência, e a casa fica sombria, cheia de conflitos, sendo
completamente impossível uma vida feliz.
Outro sintoma: os homens contemporâneos têm o raciocínio lento. Por esse motivo,
as palestras de pessoas que ocupam cargos elevados, geralmente não podem ser
feitas sem uma redação prévia. Talvez para evitar que o sentido da palestra fique
confuso, por falta de lógica na seqüência das idéias, ou para que não haja
interrupções. Ou também pelo fato de as pessoas não confiarem em sua própria
cabeça. Além disso, a maioria dos homens atuais tem dificuldade de entender as
coisas com explicações simples. É preciso dar-lhes explicações detalhadas, com di-
versos exemplos, para que eles se dêem por satisfeitos. Se tivessem um bom
raciocínio, bastaria ouvirem uma só coisa para imaginarem tudo que está
relacionado a ela. A verdade é que o governo dos países considerados civilizados
precisa reunir a inteligência de um grande número de pessoas e estudar diversos
planos para obter soluções adequadas, a ponto de surgirem expressões como
"intercâmbio de reuniões". A quantidade de reuniões, principalmente nos órgãos
governamentais e nas empresas, com enorme desperdício de tempo, mostra isso
muito bem. Pela mesma dificuldade de compreensão do homem moderno, quando
o governo vai fazer novas instalações ou elaborar novos planos, tem de promover
propagandas insistentes, através de diversos meios, como rádio, jornais, cartazes,
etc., caso contrário a propaganda não entra na cabeça do povo.
Observando tais fatos, vemos a necessidade urgente de ensinar aos homens
contemporâneos, cuja inteligência cresce inversamente ao progresso da cultura, o
método para se libertarem dos medicamentos. Creio que, através da exposição
teórica e dos exemplos reais apresentados, os leitores puderam compreender o
quanto eles são maléficos.
Como eu já disse, a origem de todas as doenças são as toxinas, que podem ser de
três tipos: hereditárias, urinárias e medicinais.
Que são toxinas hereditárias? São heranças dos tóxicos contidos nos
medicamentos. Esses tóxicos, passando por diversas gerações, transformam-se
numa espécie de toxina. Na história do Japão, há um fato ilustrativo do que
estamos dizendo:
A varíola surgiu no Japão há mais de 1.300 anos, a partir do reinado do Imperador
Kinmei (51~570). No ano 13 do reinado desse imperador, o budismo foi introduzido
no país, e, pouco tempo depois, houve o surto de uma epidemia desconhecida em
diversas regiões. Os governantes da época atribuíram-no à fúria dos deuses
japoneses, pela introdução do budismo, que foi, então, proibido. Entretanto, como a
epidemia não cessasse, viram que ela não tinha nenhuma relação com o budismo,
e este foi permitido novamente. Com base em minhas observações, aquela
epidemia, que, obviamente, era de varíola, foi causada pela introdução dos
medicamentos chineses, muito anterior à introdução do budismo.
A Medicina aponta a sífilis hereditária como sendo a causa de diversas doenças.
Aliás, na Alemanha, existe um grupo que defende a tese de que a sífilis é a causa
de todas as doenças. Eu, no entanto, penso que a chamada sífilis hereditária nada
mais é do que toxinas hereditárias, pois não São poucas as pessoas dadas como
portadoras dessa doença cujos pais e avós não a manifestaram.
As toxinas urinárias são decorrentes da urina que não é eliminada, em
conseqüência do atrofiamento da atividade renal. Segundo a própria Medicina, a
função dos rins é a produção da urina e de hormônios. Enquanto que as partes
desnecessárias dos alimentos e das bebidas são eliminadas em forma de fezes e
de urina, as substâncias estranhas, como eu disse anteriormente, não podem ser
eliminadas, e por isso, ao saírem dos rins, concentram-se e solidificam-se nessa
região. Como resultado da pressão desses nódulos, os rins ficam atrofiados, dando
origem a resíduos de urina que, pouco a pouco, vão se concentrando e solidificando
em ambos os lados da coluna, até os ombros; em seguida, deslocam-se para
medula, vasos linfáticos, parótidas, amígdalas e outros locais. A piorréia é uma
doença que tem por finalidade expelir as toxinas urinárias através das raízes dos
dentes; portanto, é a eliminação oral da urina deteriorada. Sabendo a origem dessa
doença, muitas pessoas ficarão repugnadas. Dessa forma, podemos dizer que as
toxinas urinárias são a causa de todas as doenças.
Quanto às toxinas medicinais, dispensam-se maiores detalhes, pois já falei sobre o
assunto, mas acho necessário explicar como elas se manifestam. Seus principais
sintomas são febre, dores, coceira, diarréia, vômitos, dormência, mal-estar, etc. A
febre é proporcional à quantidade de toxinas e pode-se até dizer que não se
observa a ocorrência deste sintoma entre pessoas que nunca tomaram remédios.
No tocante às dores, as produzidas pelos medicamentos ocidentais em geral são
agudas, podendo ser, por exemplo, picantes (como picada de agulha), perfurantes e
rápidas. Já os medicamentos chineses, quase todos, produzem dores brandas. A
coceira geralmente é causada pelos medicamentos ocidentais; as injeções de
cálcio, especialmente, provocam alergia e por isso requerem cautela.
Existe um método para se distinguir os três tipos de toxinas mencionadas. No caso
das toxinas hereditárias, quando se pressionam os nódulos com os dedos, não há
sensação de dor; no caso das toxinas urinárias, a dor é leve; tratando-se de toxinas
medicinais, a dor é intensa. Com bastante treino, não é tão difícil fazer a distinção.
Se, conforme foi exposto, impedimos a eliminação das toxinas hereditárias através
das vacinas e isso torna-se a causa de todas as doenças, é preciso parar
terminantemente com a vacinação. Por outro lado, contrair varíola como resultado
da abolição da vacina, também será um sofrimento insuportável. De que modo,
então, se poderia solucionar o problema? O melhor meio éa tática da diminuição
gradativa, pois, uma vez que a origem das toxinas hereditárias são as toxinas
medicinais, não é possível eliminar seus efeitos imediatamente, abolindo os
medicamentos. Essa eliminação é muito demorada, por conseguinte não há outro
recurso senão esperar pelo tempo necessário, empregando o meio acima. Através
do nosso tratamento, no entanto, a eliminação das toxinas hereditárias é muitas
vezes mais rápida que através de sua diminuição natural. Além disso, mesmo
contraindo a varíola, normalmente a pessoa melhora em cerca de uma s~ mana, de
modo que não há exagero em dizer que a abolição da vacina não representa o
menor perigo.
MEDICINA É CIÊNCIA?
Talvez não exista, atualmente, uma pessoa sequer que não veja a Medicina como
Ciência. Entretanto, eu digo que ela não é Ciência.
As ciências naturais devem desvendar a realidade da Natureza, descobrir suas leis,
criar padrões e com isso contribuir para o bem-estar da humanidade.
conseqüentemente, não devem permitir o mínimo de arbitrariedade ou negligência à
Natureza. A esse respeito, convém estabelecer a diferença entre o ser humano e os
animais. A Ciência coloca-os no Reino Animal, mas esse fato, por si mesmo, já é
uma arbitrariedade. Ela utiliza, como único método, a pesquisa em cobaias e ratos
brancos, e aplica os resultados dessa pesquisa aos seres humanos. Analisando sob
diversos aspectos o homem e os animais, poderemos dizer que eles diferem quase
radicalmente. O homem é um ser espiritual, e o animal, um ser material. A Religião,
por exemplo, assim como a Filosofia, a Arte, o amor-paixão, a piedade e outras
atividades mentais não existem entre os animais. Mesmo do ponto de vista material,
há uma enorme diferença entre estes e o ser humano no tocante à forma,
movimentos, constituição física, alimentação, modo de vida, etc. Entre outras
características, os animais possuem quatro patas, rabo e pêlo grosso no corpo
todo; além disso, sua linguagem, olfato, audição e tudo mais, são muito diferentes,
de modo que eu não preciso dizer mais nada. As experiências com animais, por
conseguinte, não são próprias das ciências naturais, mas de ciência que não leva
em conta a Natureza.
Resumindo em poucas palavras o ponto principal do famoso livro "O homem, ser
desconhecido", da autoria de Alexis Carrel, do Centro de Pesquisas Rockfeller, o
qual recebeu o Prêmio Nobel, a Ciência contemporânea "nada sabe a respeito do
ser humano".
A seguir, vou mostrar diversos exemplos.
Suponhamos que alguém da família de um médico adoeça. E interessante observar
que, na maioria das vezes, o médico não trata do doente, passando a tarefa a um
colega. Até mesmo pelo senso comum, é estranho que a vida de um familiar, tão
importante para ele, não fique sob seus cuidados e, sim, ao encargo de outra
pessoa. Certamente o médico age dessa maneira por não confiar nas suas
habilidades. Por experiência, ele sabe que os resultados são melhores quando se
coloca o doente sob os cuidados de mãos alheias. Os médicos certamente não
conseguirão dar explicações a esse respeito, mas eu penso da seguinte maneira:
A Medicina é um método de impedir a purificação; assim quanto mais tratamentos
se aplicam, mais a doença se agrava. Uma vez que o doente é pessoa de sua
família, o médico quer para ele o melhor tratamento possível e, naturalmente, iria
escolher os remédios da mais alta qualidade. Como esses remédios são os mais
tóxicos, os resultados são ruins. Sendo um médico estranho, irá fazer um
tratamento comum, e por isso a pessoa não piora tanto. Por conseguinte, ele se sai
melhor. Também é muito freqüente o doente custar a melhorar quando o médico se
empenha demais em curá-lo; ao contrário, aqueles com quem o médico não se
preocupa muito, melhoram mais rápido. Provavelmente isso acontece pelos motivos
já expostos.
No caso de uma doença mais grave, os laudos médicos sempre diferem. Se um
paciente for examinado por cinco médicos, com certeza os cinco laudos serão
diferentes, porque nãom existe um padrão científico; não seria absurdo dizer que o
padrão existente é até anticientífico.
Através de exemplos reais, mostrarei como são ineficazes os laudos e os
tratamentos médicos. Um deles refere-se à morte do Dr. (ilegível), ex-professor
honorário da Universidade Imperial, que era uma autoridade em oncologia. O
interessante é que há muito tempo ele vinha dizendo que ia morrer de câncer e, de
fato, veio a falecer dessa doença. Médicos famosos e o próprio Dr. (ilegível) haviam
diagnosticado câncer pulmonar, mas após a morte, feita a autópsia, verificou-se que
a doença se originara no intestino, tendo atingido, também, o pulmão. O câncer
intestinal, portanto, não foi detectado antes da morte, o que nos faz chegar às
seguintes conclusões:
12 - Um cientista tão notável como o Dr. (ilegível) não conseguiu evitar o seu
próprio câncer.
22 - A começar por ele mesmo, grande número de médicos não conseguiram
descobrir-lhe o câncer intestinal e, muito menos, curá-lo.
Outro exemplo. O Dr. lrizawa Tatsukiti morreu em conseqüência de apendicite. Na
ocasião, sabendo da doença de seu mestre, mais de cento e vinte médicos vieram
assisti-lo, empregando toda a sua inteligência para curá-lo. O próprio Or. Irizawa
deve ter pensado e repensado numa forma de debelar o mal, mas a apendicite,
doença de cura tão fácil, não foi debelada e ele acabou falecendo, o que mostra
claramente a incapacidade da Medicina. Dizem que, na ocasião, ele compôs o
seguinte poema: "Embora eu ache que não fará nenhum efeito, tomo, por
obrigação, o remédio que faço as pessoas tomarem".
Quando vão fazer um exame clínico, os médicos perguntam, nos mínimos detalhes,
não só o histórico das doenças do paciente, mas também a "causa mortis" e o
histórico das doenças de seu pai, mãe e irmãos. É tomando esses dados como
referência que eles dão o laudo. Evidentemente, procedem assim porque não
conseguem fazer um diagnóstico preciso baseado apenas no corpo do doente. Ora,
se a Medicina estivesse realmente avançada, os médicos deveriam descobrir a
causa da doença só de examinar a pessoa. No caso, porém, do tratamento que nós
aplicamos, o laudo de dez terapeutas será igual, já sendo possível, atualmente, dar
um diagnóstico preciso pelo simples exame do paciente.
Vou mostrar o que é a verdadeira Medicina. No que se refere ao tratamento, ele não
deve causar sofrimento algum; muito pelo contrário, deve até proporcionar uma
sensação agradável. Entre outras condições, é essencial que a cura seja rápida,
que a doença não reapareça nem mesmo depois de muitos anos, e que a pessoa
tenha ainda mais saúde que antes de ficar doente. Uma técnica medicinal com
essas características é que merece o nome de avançada.
Assim, é bom que analisem a realidade da Medicina contemporânea. Suas
condições são justamente o contrário das que acabamos de expor. Para avaliá-las,
basta pensarmos nos diagnósticos errados, nas dores causadas pelas injeções e
cirurgias, na longa duração dos tratamentos, no perigo de reincidência da doença,
na invalidez em conseqüência de uma operação, etc.
O trecho que se segue foi extraído do livro "A tuberculose e a vida", da autoria do
Dr. Kunishima Kihatiro:
"A primeira noção que nos transmitem no aprendizado da Medicina é que as
doenças melhoram naturalmente, ou seja, que elas melhoram apenas com a força
que nasce naturalmente no corpo, desde que somos bebês. Na primeira aula do
curso de Medicina nos é ensinada essa verdade existente há setecentos mil anos,
desde que a vida foi criada.
As circunstâncias que envolvem, atualmente, o tifo intestinal e a pneumonia são as
mesmas de cem anos atrás, quando a Medicina ainda não havia alcançado o
desenvolvimento que apresenta hoje. Seja qual for o médico que faça o tratamento,
ou quantos forem, o tifo do rico e o tifo do pobre duram o mesmo espaço de tempo,
isto é, quatro semanas. Se as doenças só melhorassem com médicos e remédios,
uma doença que há cem anos levava quatro semanas para ser debelada, agora
deveria levar duas ou três. O tifo, no entanto, continua levando quatro semanas. O
mesmo acontece no caso da pneumonia aguda; hoje, tal como naquela época, ela
dura uma semana.
A questão não diz respeito ao tempo que o remédio leva para fazer efeito, mas ao
tempo que é necessário para o aparecimento natural de uma força de resistência
que amenize os efeitos tóxicos do remédio até eliminá-los, restaurando o metabolis-
mo. Por isso, quando a pessoa é acometida pelo vírus do tifo ou da pneumonia, o
tempo de duração da doença é o mesmo de há cem anos atrás."
Pelos exemplos apresentados, creio que irão concordar se afirmarmos que o
avanço da Medicina não só é ilusório como anticientífico.
Atualmente, a Medicina acredita que quase todas as doenças são causadas por
bactérias. As bactérias minúsculas, que não podem ser vistas nem através de
microscópios, são chamadas de vírus. Segundo a Medicina, a gripe, a difteria, a
coqueluche, a coceira, a parotidite epidêmica e outras doenças são de contágio
rápido. Assim, em salas fechadas ou na condução, quando uma pessoa doente
espirra ou tosse, os vírus espalham-se como nevoeiro, juntamente com a saliva, e
os presentes são contagiados inspirando esses vírus que ficam pairando no ar. Os
velhos já estão relativamente imunizados; os jovens, no entanto e principalmente as
crianças, contagiam-se facilmente, e por isso não devem se aproximar muito de
pessoas doentes.
Tudo que existe neste mundo é necessário ao ser humano. Caso chegue a época
em que alguma coisa se tome desnecessária, pela evolução da humanidade, tal
coisa deverá ser s~ lecionada e destruída naturalmente. Portanto, o ser humano diz
que algo é inútil ou prejudicial por ser obscura a razão de sua existência, em vista
de a cultura humana ainda não ter progredido a ponto de descobri-la. Nesse
sentido, até mesmo as bactérias são existências necessárias à sobrevivência da
humanidade. As doenças contagiosas, como outras doenças, são ações purifi-
cadoras. Só que a purificação é violenta, roubando a vida das pessoas com rapidez,
razão pela qual elas são muito temidas.
Baseados no principio acima, podemos dizer que as bactérias são como faxineiras.
Sua função é fazer com que os portadores de sangue impuro se tornem portadores
de sangue puro. Visto que a Medicina promove uma paralisação intensa e contrária
à purificação executada por esses úteis micróbios, o resultado é a morte. E não é
só. Dando a isso o nome de imunização, ela realiza a vacinação preventiva de
diversas doenças contagiosas, o que vem a se tomar causa do enfraquecimento da
força de purificação do ser humano e diminuição da resistência física. Ultimamente,
é muito comum o aparecimento de um pequeno caroço abaixo do joelho. Isso
ocorre porque as toxinas das vacinas preventivas descem, solidificam-se e tentam
sair, de modo que, se deixarmos a natureza agir, o caroço desaparecerá
naturalmente, não havendo necessidade de preocupação.
DIETÉTICA
"As pessoas geralmente se alimentam três vezes ao dia. A alimentação tem por
objetivo fornecer as substâncias que São consumidas diariamente pelo corpo e, por
outro lado, promover a constituição do corpo. Assim, realiza-se no corpo humano,
ininterruptamente, uma ação de decomposição e uma ação de composição. Ao
conjunto dessas duas ações dá-se o nome de metabolismo. Mas por que processo
o alimento passa, depois de digerido e absorvido, até se transformar em
suprimentos e compostos?
Pela teoria dietética acima, se ingerirmos sangue, vitaminas, etc., qual será o
resultado? Na realidade, haverá um enfraquecimento do corpo. Quem ler isto,
achará estranho, mas, analisando mais profundamente, conseguirá entender. Se os
órgãos digestivos produzem vitaminas a partir de alimentos que não as contêm e
nós comermos vitaminas, não haverá espaço para a atividade da função digestiva
e, conseqüentemente, o aparelho digestivo enfraquecerá. Com o enfraquecimento
de uma atividade tão importante como essa, é óbvio que a atividade dos outros
órgãos, que têm funções conjuntas, também enfraquecerá. Por conseguinte,
praticando fielmente a teoria dietética da atualidade, obteremos resultados
contrários.
A alimentação dos agricultores é muito simples e por isso eles têm uma
extraordinária capacidade de trabalho. A grande força vital dos famosos agricultores
da Manchúria decorre do fato de eles se alimentarem unicamente de pão de sorgo,
nas três refeições diárias. Do ponto de vista da dietética, a alimentação ideal é a
das pessoas da classe superior. No entanto, observa-se que, apesar de comerem
alimentos cem por cento nutritivos e variados e os mastigarem bem, em geral elas
são mais fracas. O que sig
60
A dietética atual negligencia muito o valor nutritivo dos cereais. Quando se fala em
nutrientes, pensa-se que eles estão contidos em maior quantidade nos alimentos
complementares, mas isso também é um erro. Na realidade, os nutrientes contidos
nos cereais são os principais e os contidos nos alimentos complementares são
secundários. Pode-se dizer que a função destes é tornar os cereais mais
apetitosos. Pude comprovar essa teoria numa excursão que fiz aos Alpes
Japoneses. Fiquei espantado ao ver a marmita dos cicerones: era só arroz, não
havia mais nada, nem sequer ameixa salgada (2). Como eu lhes perguntasse se
arroz puro era gostoso, eles responderam que era "muito gostoso". E esses
cicerones sobem e descem, diariamente, um caminho extremamente íngreme,
carregando, nas costas, bagagens que pesam cerca de 50kg. Como é que os
nutricionistas explicarão tal fato?
Parece estranho que se goste de comer arroz puro, mas há uma explicação para
isso. O organismo do ser humano está constituído de modo a se adaptar ao
ambiente; se a pessoa tiver continuamente uma alimentação simples, seu paladar
sofrerá uma mudança - fato que não é muito conhecido - e a comida lhe parecerá
saborosa. Ao contrário, quando a pessoa se habitua a uma alimentação requintada,
acha esse tipo de alimentação cada vez mais saboroso e, por isso, procura pratos
ainda mais requintados. É o que se vê com freqüência entre aqueles que levam
uma vida luxuosa.
Anos atrás fui passear nas termas de Yunishikawa, situadas nas matas do' Estado
de Totigui. A população dessa vila era formada pelo clã Heike, composto de noventa
famílias, num total de mais de seiscentas pessoas. Todos eram completamente
vegetarianos e, embora houvesse peixes saborosos nos límpidos rios da região,
eles nem sequer os pescavam. Ouvi dizer que aquelas pessoas não comem carne
desde a época de seus ancestrais, nem sentem nenhuma vontade especial de
comê-la. Como a alimentação era estritamente vegetariana, pedi carne de galinha
ou ovos, mas me disseram que na vila não havia nem uma coisa nem outra. Isso
mostra o quanto seus habitantes eram rigorosos em relação ao vegetarianismo.
Os doentes costumam comer arroz empapado com ameixa salgada, mas isso
também é um erro. Originariamente, a ameixa salgada foi utilizada como alimento
dos soldados na época da Guerra Civil, porque com uma pequena quantidade a
pessoa já se sente alimentada. Hoje, portanto, ela é adequada para quem escala
montanhas ou faz excursões a pé, mas não para os doentes. Quando se come
bastante ameixa salgada, fatalmente o apetite diminui, mesmo que se tenha saúde.
O SEGREDO DA LONGEVIDADE
Certamente não existe no mundo uma só pessoa que não deseje vida longa. Caso
me perguntem se há um método infalível para consegui-la, eu direi que sim. Desde
os tempos antigos, fala-se que o segredo da longevidade é a alimentação, a bebida,
o banho, o exercício, o sexo, etc. Tudo isso, é claro, deve surtir algum efeito, mas
não são métodos infalíveis. Estou convicto de que o método empregado por mim é
o ideal, tanto na teoria como na prática, e por isso vou expô-lo. Eu mesmo pretendo
praticá-lo depois dos noventa anos.
O que vou escrever a seguir, penso eu, servirá de referência para o método de
obtenção da saúde. Tempos atrás, eu fiz uma pesquisa sobre os "sen'nin"(3) e
cheguei à conclusão de que eles existem realmente. O livro japonês intitulado
"Torakiti Monogatari", escrito pelo famoso Hirata Atsutane, fala sobre eles, e por isso
não vou entrar em detalhes. Na época moderna, a narrativa dos feitos do "sen'nin"
Zuikei é a que mais se destaca. Seu discípulo Goto Mitiaki, que vive no bairro de
Shita Nakano, em Tóquio, manifesta sensibilidades espirituais através do "senju-
tsu"(4) e é muito conhecido. Mas os "sen'nin" certamente são originários da Coréia.
Segundo um livro que eu li sobre o método de treinamento dos "sen'nin" coreanos,
para um homem se tornar "sen'nin", o aprimoramento principal refere-se à comida:
ele deve cortar folhas de pinheiro em pequenos pedaços, misturá-los com água e
farinha de trigo sarraceno, fazer bolinhos de quatro a cinco centímetros com essa
mistura e comer três por dia, Depois de alguns anos, deverá diminuir para dois
bolinhos, até chegar a um.
A maior parte dos candidatos vai até aí. A partir de então é que é difícil: não comer
absolutamente nada, vivendo só de água. Raramente alguém ultrapassa essa
prova; aquele que o consegue, toma-se um verdadeiro "sen'nin". Talvez por isso di-
zem, desde os tempos antigos, que os "sen'nin" se alimentam de brumas. Com o
decorrer do treinamento, o corpo do "sen'nin" fica leve e ele torna-se capaz de
percorrer as matas com a facilidade dos animais. Vou contar minha experiência a
esse respeito:
Na juventude, contraí uma doença pulmonar e, para curá-la, segui uma alimentação
absolutamente vegetariana durante mais de três meses. Não usava sequer peixe
seco para fazer caldo de sopa. E o curioso é que meu corpo ficou muito leve. Mes-
mo estando em lugares altos e olhando para baixo eu não sentia vertigem; lembro-
me de que freqüentemente pulava de lugares com a altura do telhado de uma casa.
A medida, porém, que fui retornando á alimentação comum, fui gradativamente
voltando ao meu estado normal. Depois, passei a comer bastante carne. Nessa
época, meu corpo ficou pesado, e eu adoecia facilmente. Controlando a carne,
melhorei.
A respeito da idade dos 'sen'nin", li que o recorde foram oitocentos anos, atingido
por uma só pessoa, sendo que algumas atingiram de quinhentos a seiscentos anos;
para os "sen'nin", morrer entre duzentos e trezentos anos era morte precoce. Certa
vez eu vi a árvore genealógica da família Takeshiuti-no-sukune, onde constava que
a pessoa de vida mais longa dessa família viveu trezentos e quarenta e nove anos;
alguns viveram mais de trezentos; na faixa dos duzentos havia mais de dez.
Chegando à época moderna, a idade diminuiu: no final da Era Tokugawa, mantinha-
se na faixa dos cem; na Era Meiji, estava entre noventa e oitenta anos. Eu acharia
interessante pesquisarem o fenômeno. Nesse registro, consta que os Takeshiuti,
durante várias gerações, sempre tomaram chá de folha de espirradeira. Daí se
pode concluir que essa planta tem relação com a longevidade das pessoas da
referida família ou foi a causa da gradativa redução do seu tempo de vida.
Imagino que os antigos japoneses eram praticamente vegetarianos, tendo
começado a comer seres vivos pelos mariscos, o que é comprovado por cemitérios
de mariscos descobertos em diversas regiões do pais. Na época, a pesca era
rudimentar, limitando-se à pesca desses moluscos, que é muito fácil.
Posteriormente, desenvolveu-se uma técnica, e pouco a pouco os japoneses
começaram a ingerir peixe em maior quantidade. Apesar disso, a História nos
mostra claramente que era comum a pessoa viver mais de cem anos. Após a Era
Meiji, com a introdução dos medicamentos chineses e o hábito de comer carne de
boi, de porco, etc., a vida se tornou mais curta. Atualmente, a média de vida dos
japoneses é de pouco mais de quarenta anos.
A maioria das pessoas que emigram para as regiões tropicais são acometidas pelas
chamadas doenças dos trópicos, ou seja, malária, dengue, calazar, etc. Vou
explicar, do ponto de vista do nosso método terapêutico, por que isso acontece.
MEDICINA DESPORTIVA
Por que será que os desportistas, apesar de sua excelente forma física e de sua
resistência, têm vida relativamente curta? Isso constitui um mistério até mesmo
para a Medicina, mas agora iremos decifrá-lo.
Como já expliquei, as pessoas que estão por adoecer são aquelas em quem ainda
não foi iniciada a ação purificadora dos nódulos formados pelas toxinas. Assim, a
verdadeira saúde é a dos portadores de corpos físicos totalmente livres de toxinas;
neles, conseqüentemente, não ocorre purificação. Há pessoas, entretanto, que,
embora tenham toxinas acumuladas, ainda conseguem manter a saúde e
desempenhar suas atividades diárias, agüentando trabalhos físicos; aos olhos de
qualquer um, parecem saudáveis. Visto que, através dos exames feitos pela
Medicina atual, é difícil descobrir a presença das toxinas, tais pessoas são
consideradas sadias. A elas eu denomino "pessoas de saúde aparente". Fico, pois,
apreensivo ao pensar no grande número de portadores de "bombas" que estão
"dançando" no palco da vida. Fala-se desde os tempos antigos, que o homem é um
poço de doenças, mas essa expressão refere-se exatamente à saúde aparente.
Os médicos costumam dizer que doença não tem nada a ver com tempo de vida,
mas isso é uma grande tolice, pois entre ambos existe uma relação íntima e
inseparável. Na verdade, essa afirmação dos médicos não passa de um subterfúgio
para esconder sua incapacidade de curar a doença. Talvez seja pela mesma razão
que se fala ultimamente em Medicina Preventiva, estabelecendo diferença entre
esta e a Medicina Patológica, o que também é absurdo.
Á medida que o nosso método terapêutico for conhecido pela sociedade em geral,
sobrevirá, inevitavelmente, em grande amplitude, a campanha para eliminação dos
remédios.
O CAMINHO DA FELICIDADE
Através de minha experiência com inúmeros doentes, concluí que todas as pessoas
que apresentam deficiência mental, sem exceção, possuem nódulos protuberantes
nas glândulas linfáticas da região cervical, no lado direito ou no lado esquerdo, e
também na região da medula oblonga. A psicologia desses doentes extrapola os
limites da normalidade, de modo que eles não conseguem um perfeito
discernimento. As pessoas que se irritam facilmente ou que gostam de brigas,
sempre têm nódulos nos ombros, isto é, têm ombros enrijecidos. As crianças
nervosas, temperamentais, e os bebês chorões também apresentam um grande
enrijecimento nos ombros. À medida que os nódulos vão sendo dissolvidos e
eliminados através do nosso método terapêutico, a natureza dessas pessoas se
modifica: os adultos passam a falar e agir com bom senso, tornando-se amantes da
paz e da harmonia; as crianças tornam-se alegres e obedientes aos pais. Se o
conjunto de indivíduos constitui a Nação, e cada indivíduo, que é a unidade desse
todo, deixar de apreciar o conflito, a Nação, logicamente, tornar-se-á pacífica e
amável.
A pobreza e a fome geralmente são causadas pela guerra, mas podem ter outras
causas, como o baixo nível intelectual do povo, a preguiça e a falta de inteligência
dos governantes. Entretanto, nem é preciso dizer que tudo isso é conseqüência da
insanidade mental e física das pessoas, ou seja, da grande quantidade de toxinas
que elas possuem. As criaturas de espírito e corpo sadios naturalmente pensam e
agem com bom senso. Como são muito práticas, distinguem perfeitamente o que
devem e o que não devem fazer como seres humanos; apreciam o bem e odeiam o
mal; amam o próximo e alegram-se com a sua alegria. O princípio de Koshi - "Não
faças aos outros aquilo que não queres que te façam" - e o principio de que a maior
felicidade é aquela que se obtém ao fazer o próximo feliz, só podem ser praticados
quando se tem a mente e o corpo sadios.
A MEDICINA E A NATUREZA
Tenho falado tanto sobre os erros da Medicina, com base em fatos concretos, que
os leitores já devem estar relativamente conscientizados a esse respeito. Desejo,
agora, acrescentar alguns pontos, mas gostaria de esclarecer que a minha crítica
se baseia na situação atual do Japão.
Nesse sentido, o próprio homem nasce, cresce e morre dentro da Grande Natureza.
Mas o que nós devemos procurar saber, em primeiro lugar, é por que nós
nascemos. Naturalmente, não é difícil imaginar que nós nascemos porque o
Governante do Universo precisa realizar Sua Providência aqui na Terra. Como se
pode ver claramente, cada povo e cada indivíduo possuem características
peculiares. Portanto, se o ser humano, a quem Deus atribuiu uma missão tão
importante, perde a saúde, é porque ele está contrariando a Grande Natureza, ou
seja, Deus, de modo que a solução radical do problema é a busca e a descoberta
dos pontos antinaturais. Mas quais são esses pontos? São os métodos empregados
para paralisar a purificação.
Assim como a doença, os fenômenos climáticos que ocorrem na Terra também são
ações purificadoras. Quando se acumulam impurezas na terra, elas são varridas
pelo vento, queimadas pelos trovões, lavadas e purificadas pelas chuvas e secas
pelo sol. Por conseguinte, até mesmo a questão da saúde e da doença deve ser
resolvida com base unicamente nos fundamentos da Grande Natureza. Isso é a
concretização da Verdade.
A grosso modo, os sintomas das doenças são os que se seguem: febre, dor,
coceira, indisposição, vômito, diarréia, edema, suor noturno, vertigem, insônia,
depressão, paralisia, tosse, hiperemia cefálica, zumbido no ouvido, calafrio, prisão
de ventre, etc. Vou explicar estes sintomas pelo nosso método terapêutico.
FEBRE
A Medicina atual, como já mencionei, diz que dentro da cabeça existe um nervo
que, por algum estímulo, faz surgir a febre. E parece que, impensadamente, ela
aponta a mesma explicação para a febre de outros locais, tal como a que é causada
pelo cansaço decorrente de exercícios físicos, e a febre proveniente da obstrução
do fígado, rins, estômago e intestinos. Entretanto, o chamado nervo da febre, ou
qualquer órgão semelhante, não existe em lugar algum do corpo humano, como eu
também já disse antes. Outro ponto que não podemos deixar passar despercebido
é a teoria de que "a temperatura do corpo é decorrente da queima dos alimentos".
Para afirmar uma tolice dessas, certamente pensam que a função digestiva é uma
lareira e que a digestão dos alimentos é como a queima do carvão.
Vamos aprofundar a teoria acima. O elemento fogo paira no espaço sobre a Terra,
que eu denominei Mundo da Energia Espiritual; o elemento água paira igualmente
no espaço sobre a Terra e forma o Mundo Atmosférico. Portanto, o coração absorve
o elemento fogo do Mundo da Energia Espiritual, e esse movimento é que provoca
as batidas cardíacas; o pulmão absorve o elemento água do Mundo Atmosférico, e
isso constitui a respiração; o estômago absorve os alimentos produzidos pelo
elemento solo, como é do conhecimento de todos. Por essa teoria, a temperatura
do corpo provém do elemento fogo, absorvido ininterruptamente do Mundo da
Energia Espiritual através das batidas do coração. conseqüentemente, a febre
surge porque se absorve calor em grande quantidade, necessária à dissolução dos
nódulos de toxinas, e é por esse motivo que as batidas cardíacas são mais
aceleradas quando se tem febre. O sangue coagula-se rapidamente após a morte
porque o elemento fogo retorna ao Mundo da Energia Espiritual, e o corpo seca
porque o elemento água r~ torna ao Mundo Atmosférico; o cadáver transforma-se
em pó porque ele é matéria e volta a ser elemento solo.
Outro ponto que merece atenção é que a febre geralmente não se estende ao corpo
todo, como as pessoas pensam; na maioria dos casos, ela é parcial. Em caso de
febre alta, por exemplo, quando procuramos o local da febre com a ponta dos
dedos, podemos descobri-lo claramente, pois ele apresenta-se quente como fogo.
Assim que esse nódulo é dissolvido, baixa a temperatura do corpo todo. Isso torna
mais do que evidente não existir nenhum órgão chamado "nervo da febre". Além do
mais, o termômetro, no qual as pessoas confiam, não é um instrumento preciso. Se
o ponto central da febre estiver próximo das axilas, ele indica febre alta, mas se
estiver num local distante, como no cérebro ou nas pernas, o termômetro quase não
a acusa. Ou seja, quanto maior a distância do centro da febre, mais baixa a
temperatura registrada. Como prova disso, quando tomamos a temperatura na axila
direita e na esquerda, freqüentemente constatamos uma diferença de cinco a seis
décimos.
Em caso de febre alta, é costume aplicar-se bolsa de gelo, mas isso é o que há de
mais impróprio. Se a temperatura normal do corpo é 36 graus, é porque essa é a
temperatura adequada para a atividade dos órgãos. Como a temperatura da bolsa
de gelo é de zero grau, o órgão onde ela é aplicada fica muitíssimo prejudicado e,
em casos extremos, inutilizado, em conseqüência de paralisação por congelamento.
Pela minha experiência, nas doenças em que há uma elevação muito grande da
temperatura, como o derrame cerebral, a pneumonia e o tifo, a morte é causada,
muitas vezes, não pela própria doença, mas pelo uso de bolsas de gelo. Vou dar
um exemplo. Certa vez pediram-me para visitar um estudante universitário
internado num hospital em estado grave. Na ocasião da internação, o único sintoma
apr~ sentado pelo doente era uma diarréia muito forte, mas, quando eu o examinei,
ele estava com isquemia cerebral fortíssima, muito enfraquecido mentalmente, com
vômitos intensos e sem nenhum apetite; enfim, estava super enfraquecido,
correndo perigo de vida. A explicação é a seguinte: no início, devido à febre alta,
causada pelo catarro intestinal, colocaram-lhe uma bolsa de gelo na cabeça, para
baixar a febre; aplicado por mais de vinte dias seguidos, esse tratamento provocara
uma forte isquemia cerebral. A diarréia, que fora motivo da internação, já havia
passado, e, agora, o jovem estava sofrendo de uma doença provocada por um
tratamento errado. Expliquei isso aos seus familiares, mas, por estarem presos à
superstição da Medicina, eles não quiseram suspender a bolsa de gelo. Sem outra
alternativa, fui-me embora. Três dias depois, recebi o comunicado da morte do
rapaz.
Que tristeza! Não posso deixar de lamentar o erro cometido pelos médicos aos
recomendarem bolsas de gelo para fazer baixar a febre. Devemos, inclusive,
esclarecer o mal terrível causado pelo uso contínuo de medicamentos antitérmicos.
Usando-se antitérmicos durante uma semana, geralmente vão aparecendo reações.
Se a febre é persistente, o médico diz que ela tem causa desconhecida.
DOR
Como eu já disse, a dor é provocada por toxinas solidificadas que, pela ação
purificadora da febre, são dissolvidas e, procurando uma saída, estimulam os
nervos dos músculos.
COCEIRA
A coceira, todos sabem, provoca um sofrimento que não fica para trás, em relação
ao sofrimento provocado pela dor. Ela é causada por três tipos de toxinas:
medicinais, hereditárias e alimentares. Suas formas mais conhecidas são a sarna e
a urticária; a primeira tem como causa as toxinas hereditárias, e a segunda, as
injeções de cálcio e os remédios que contêm iodo. A sarna é uma ação purificadora
das toxinas hereditárias latentes formadas em conseqüência da vacinação, e por
isso, enquanto que a varíola é de caráter agudo, ela pode ser considerada uma
varíola crônica. Leva meses para ser debelada, sendo que as mais demoradas
chegam a durar vários anos. No caso da urticária, costuma-se aplicar injeções de
cálcio, que produzem um efeito momentâneo; com o passar do tempo, o problema
manifesta-se novamente. Aliás, as injeções de cálcio, ainda que aplicadas para
outros fins, terão como resultado inevitável o aparecimento da urticária, doença
que, se deixarmos ter curso normal, sempre tem cura. A urticária também pode ser
de vários tipos; em geral, caracteriza-se pelo aparecimento de muitas bolinhas na
pele, mas existem as que se manifestam em forma de marcas, de manchas, etc. No
início, a pele fica avermelhada; à medida, porém, que a pessoa vai melhorando, a
pele vai escurecendo. Naturalmente, enquanto há vermelhidão, há coceira, mas
esta desaparece proporcionalmente à mudança da cor da pele. O mesmo se pode
dizer em relação à sarna.
INDISPOSIÇÃO E VÔMITO
Quando ocorre uma isquemia cerebral muito forte, ela sempre é acompanhada de
vômito. Nessa ocasião, colocando-se a palma da mão na testa, verifica-se que esta
se apresenta gelada; além disso a pessoa fica pálida, suando frio, e por esses sin-
tomas percebe-se a isquemia. Se examinarmos a região do pescoço e da medula,
sempre encontraremos nódulos. Dissolvidos esses nódulos, a pessoa sente-se logo
aliviada, pois a pressão exercida por eles desaparece e o sangue passa a circular
para a cabeça.
DIARRÉIA
Entre os sintomas de doenças, a diarréia é o mais freqüente. Ela pode ser aguda ou
crônica. A aguda provém de intoxicação causada por comida ou bebida. Costuma-
se dizer que a diarréia é decorrente de friagem durante o sono, mas isso é rarís-
simo. No caso de diarréia provocada por comida ou bebida, as pessoas acham
conveniente fazê-la parar com remédios ou, ao contrário, estimulá-la com óleo de
rícino, por exemplo. Obviamente essas medidas são prejudiciais e retardam a
melhora. O ideal é que esta se produza naturalmente.
São duas as causas do edema. Normalmente ele é motivado pelo atrofiamento dos
rins ou deficiência da bexiga, sendo que a causa mais comum é o atrofiamento dos
rins. Em casos graves, atinge o corpo todo; em casos mais amenos, é parcial:
o lado direito, o lado esquerdo, ou a parte inferior do corpo. Entretanto, quando o
edema é parcial, atingindo apenas o rosto, um dos braços, as pernas, etc., não se
trata de atrofiamento dos rins:
é causado pela dissolução das toxinas existentes no local afetado. Um ponto que
merece atenção é que, quando as doenças vão se agravando, pode surgir edema
na planta dos pés. Acontecendo isso, devemos considerar que, em princípio, o
restabelecimento é difícil, podendo-se até encarar como aviso da morte. O edema
do beribéri limita-se à parte das pernas abaixo do joelho, mas para os médicos
diagnosticarem beribéri basta haver edema nas pernas, seja qual for o lugar, o que
é uma inconseqüência sem limites.
Existe um tipo de edema que nem os médicos nem outras pessoas percebem. É um
sintoma freqüente nas estudantes que engordam muito e vulgarmente são
chamadas de “troncudinhas". Aparentemente elas são saudáveis, mas a prova do
contrário é que se cansam com facilidade, têm palpitações, falta de ar, sensação de
corpo pesado e outros problemas. Isso é motivado pela urina que, não sendo
expelida devido ao atrofiamento dos rins, vai se espalhando em pequenas
quantidades pelo corpo todo e com o decorrer do tempo se solidifica. Obviamente, a
própria pessoa não percebe. Pessoas que engordam apesar de comerem pouco,
enquadram-se no caso acima.
Pode acontecer, ainda, que entre o útero e a uretra se acumulem pedras ou pus
solidificado, atrapalhando a saída da urina, o que vem a se tornar causa de edema.
Tais casos também são facilmente curados pelo nosso método terapêutico.
O suor noturno já foi mencionado na parte referente à tuberculose; por isso, limitar-
me-ei, aqui, a explicar o suor em lugar específico. Há pessoas que, por algum
estímulo, transpiram na cabeça, no rosto, nas axilas, etc. O suor representa a
eliminação de toxinas urinárias existentes nesses locais. As pessoas saudáveis
geralmente suam com facilidade no corpo todo; aquelas que aparentam saúde, mas
suam em lugares específicos ou quase não suam, têm deficiência em alguma parte
do corpo.
VERTIGEM E INSÔNIA
Outro sintoma freqüente é a vertigem. A Medicina desconhece sua causa, mas esta
é muito simples. Geralmente a vertigem é motivada por nódulos localizados na
medula oblonga, do lado direito, os quais pressionam as veias que levam o sangue
aos globos oculares. Como essa pressão se faz na forma de ondas, os nervos
óticos estremecem. Também pode ser decorrente da ação purificadora das toxinas
acumuladas perto dos globos oculares, por ocasião de uma febre alta, ou então
motivada por embriaguez, permanência durante muito tempo em frente ao
aquecedor, etc.
DEPRESSÃO E PARALISIA
Quanto à hiperemia cefálica, ela não acontece, como as pessoas pensam, devido à
subida do sangue para a cabeça. Trata-se de um processo de purificação das
toxinas acumuladas no rosto ou na testa; a pessoa fica vermelha por causa da
febre.
O zumbido no ouvido é decorrente da dissolução das toxinas acumuladas nas
parótidas, no ouvido interno e na medula oblonga. Com a eliminação dessas
toxinas, o zumbido desaparece.
Quem tem intestino preso costuma recorrer aos laxantes, mas esse método é muito
impróprio, porque acaba se tornando um hábito. Com o passar do tempo, o
problema irá se agravando, e a pessoa só conseguirá evacuar se tomar laxantes.
Prolongando-se o hábito durante meses e anos, será preciso aumentar a
quantidade ou mudar o tipo de laxante. Além disso, vão se acumulando toxinas
medicinais, que dão origem a várias doenças.
O ser humano ingere alimentos por cima e elimina fezes por baixo: é um fenômeno
natural; assim o fez o Criador. Qualquer pessoa, portanto, uma vez que ingere
alimentos, vai eliminar fezes. Só que algumas o fazem uma vez por dia; outras, de
dois em dois dias, ou uma vez por semana. E está bem assim. Entretanto,
erroneamente, a Medicina interpreta a prisão de ventre como sendo prejudicial à
saúde, e propala que é preciso evacuar todos os dias. Temerosas, as pessoas
sentem mal-estar psicológico se ficarem com o intestino preso e por isso usam
laxantes. Eliminando-se as fezes pela ação de remédios, o órgão encarregado
dessa eliminação se atrofia, gerando prisão de ventre, o que faz a pessoa recorrer
novamente aos remédios. Cria-se, dessa forma, um circulo vicioso, até que não se
consegue mais evacuar naturalmente. Costuma-se dizer que, sobrevindo febre, ela
abaixa se a pessoa evacuar; para isso, usam-se laxantes, o que, ao invés de
solucionar o problema, toma-se um empecilho para a cura. Em determinados tipos
de doença, o uso de laxantes até provoca febre.
Vou dar exemplos reais, para mostrar que a prisão de ventre não deve ser motivo
de preocupação. Tempos atrás, cuidei de um doente que tinha câncer no estômago.
Ele passou dezoito dias sem evacuar, mas o fato não teve qualquer influência sobre
a doença. Isso se tornou evidente, pois seu restabelecimento foi completo. Anos
depois, através de um relatório, eu soube que essa pessoa se dedicara à
agricultura e estava com saúde. Entre os doentes que eu tratei, houve um que ficou
dois meses sem evacuar; outro, ficou seis meses. Segundo palavras de ambos,
nenhum deles sentiu qualquer alteração por causa da prisão de ventre. Mais
recentemente, saiu publicado numa revista feminina o caso de uma pessoa que
passou dois anos com o intestino preso, sem que tivesse tido nenhum problema
colateral.
A Medicina também diz que a prisão de ventre provoca intoxicação, mas isso não
corresponde à verdade. Certamente essa tese baseia-se na crença de que as
toxinas das fezes se misturam no sangue, o que é impossível ocorrer. Na realidade,
as fezes retidas no organismo, com o passar do tempo, endurecem cada vez mais,
de modo que não pode haver efeitos maléficos sobre o sangue.
A seguir, falarei sobre a lavagem intestinal dos bebês. Esse método representa uma
grande temeridade, pois o seu emprego constante acaba se tornando um vicio. São
muitos os exemplos de bebês que só evacuam através do uso de laxantes. Em
conseqüência, quando a criança atinge os três ou quatro anos, basta que se
acumule um pouco de fezes em sua barriga, para esta ficar inchada. Sem outra
alternativa, fazem-lhe lavagem intestinal. Nem é preciso dizer que o alívio é apenas
momentâneo e que a criança pode até morrer.
Por esses exemplos, podemos ver que os métodos antinaturais para combater a
prisão de ventre, como a lavagem intestinal, devem ser terminantemente abolidos.
MÉTODOS DE TRATAMENTO
Pela minha longa experiência, concluí que não há remédio mais temível que a
famosa "Injeção 606" ("Salvarsan"). Como todos sabem, durante algum tempo ela
foi considerada o Messias no combate à sífilis, mas a realidade mostrou
exatamente o contrário. A matéria-prima desse remédio é um composto arsênico
que, com uma única pitada, tira a vida de uma pessoa. Por sua ação tóxica, ele
produz efeitos muito visíveis, interrompendo momentaneamente a purificação. Ou
seja, com a aplicação dessa injeção a coceira de caráter sifilítico e a inchação
desaparecem em pouco tempo, parecendo que a pessoa ficou curada; na realidade,
as toxinas adormecidas que foram empurradas para a pele em decorrência da
purificação, retornaram ao estado anterior. Se fosse apenas isso, não haveria
problema. Acontece que foi acrescentado outro tóxico violento, chamado arsênico, o
qual é muito mais terrível que a sífilis e torna-se a causa de diversas doenças. As
mais freqüentes, entre outras, são as doenças mentais, a cegueira parcial, os
tumores malignos e vários tipos de tuberculose, sendo que todas elas
extremamente persistentes. Diante disso, cheguei a advertir meus discípulos de que
os doentes que tivessem tomado mais de cinco injeções de "Salvarsan", sela qual
fosse a doença, deveriam ser considerados de difícil restabelecimento.
O edema nos testículos, doença que, entre outros aspectos, caracteriza-se pela
inchação dessas glândulas e obstrução da urina, muitas vezes também tem origem
nos efeitos contrários dos diuréticos.
Para exemplificar o que acabamos de dizer, imaginemos alguém que não apresente
nenhuma anormalidade no tocante à saúde. Ocasionalmente, essa pessoa toma
uma injeção preventiva. Pouco tempo depois, surge-lhe uma ferida numa das
pernas, abaixo do joelho. Então ela vai ao médico, que lhe faz uma cirurgia para
extirpar a ferida e passa-lhe desinfetante no local. Penetrando nos músculos, o
desinfetante produz intoxicação e dor intensa. Nenhum recurso empregado surte
qualquer efeito. Sem outra alternativa, o médico corta-lhe a perna no tornozelo ou
na junta do joelho, e a pessoa fica inválida. E a maior das infelicidades é que, após
a cirurgia, com a intoxicação provocada pelo desinfetante, em breve aparece uma
ferida nas virilhas. A dor é insuportável, mas, dada a impraticabilidade de nova
amputação, por se tratar de um local inadequado, procura-se aliviá-la com injeção
de morfina. No final das contas, o doente fica intoxicado pela morfina, perde o
apetite e acaba morrendo de fraqueza. Dessa forma, são muitos os casos reais em
que uma criatura saudável, sem nenhuma anormalidade, torna-se vítima da Medi-
cina. Pobres carneirinhos...Que fazer?
O caso que se segue, refere-se a uma pessoa em cujas pernas surgiram eczemas.
Estas, devido à aplicação de um linimento, transformaram-se em eczemas tóxicos,
que foram se alastrando por todo o seu corpo. Não percebendo isso, o médico
prosseguiu com o tratamento, de modo que o doente piorou acentuadamente: sua
pele ficou preta-arroxeada, e as dores tornaram-se insuportáveis. Vendo que não
havia condições para aceitar o caso, recusei-me a tratar dessa pessoa.
Além dos medicamentos citados, é claro que também são prejudiciais à saúde os
analgésicos para dor de cabeça, os soníferos para insônia, a cocaína para
obstrução nasal, etc. O uso contínuo dos medicamentos chineses geralmente faz as
pessoas ficarem inchadas e com uma cor esverdeada. Aqueles que ingerem em
grande quantidade os medicamentos ocidentais, ficam com a pele sem brilho e sem
elasticidade, precocemente envelhecida; se abandonarem os medicamentos, pouco
a pouco ela irá rejuvenescendo.
AMIGDALITE E APENDICITE
A apendicite, como todos sabem, caracteriza-se por uma dor violenta do lado direito
(raramente do lado esquerdo), na parte inferior da barriga. A Medicina parece
explicar o problema como sendo causado pelos alimentos, mas a causa verdadeira
é a que se segue:
De fato, após a extração das amígdalas, a pessoa tende a contrair com facilidade
doenças na parte acima do pescoço. No caso do apêndice, a operação traz como
conseqüência problemas nos rins, no peritônio, no estômago, no intestino,
irregularidade na menstruação, dores de cabeça, enrijecimento dos ombros, etc.;
além do mais, diminui o vigor físico do corpo todo. Isso é compreensível até mesmo
pelo senso comum. Perdida ainda que uma só parte do corpo humano, cuja
constituição é a mais perfeita e minuciosa, fatalmente haverá conseqüências.
Havendo uma falha em qualquer parte de um quadro, ela se torna uma falha do
todo, e o valor do quadro diminui muito. Numa casa, se for tirada uma só coluna,
uma só laje, uma só telha, sua segurança diminuirá na mesma proporção. Assim, se
a operação também acarreta a extração do órgão afetado, sejam quais forem as
justificativas, ela não significa progresso da técnica medicinal. O verdadeiro
progresso, nesse caso, consiste em eliminar apenas a doença, conservando intacto
o órgão atingido por ela. Todavia, como as operações internas não deixam marcas
externas da invalidez, ou melhor, como não influenciam diretamente a aparência,
elas não são muito temidas. Eu penso, portanto, que o progresso no campo
cirúrgico não representa progresso da técnica medicinal, mas apenas progresso da
técnica. Penso mais: usar bisturi, causar dor, derramar sangue e deixar uma parte
do corpo inválida não será uma prática selvagem?
"Pensar que o apêndice é um órgão comprido, totalmente inútil, e que ele está
degenerado, será um pensamento inteligente, de quem entende corretamente a
Natureza? Creio que esse pensamento se deve ao fato de nossos conhecimentos
ainda serem limitados e não conseguirem abrir o cofre dos mistérios. Estou convicto
de que a Natureza Jamais nos teria atribuído um órgão inútil, que nos trouxesse
prejuízos".
DOENÇAS DO ESTÔMAGO
Uma das doenças mais temidas pelas pessoas é o câncer estomacal. Existe o
câncer autêntico e o falso. O primeiro em geral tem causas espirituais, e sobre isso
falarei posteriormente. Aqui, vou tentar explicar os dois pelo lado material.
Quanto ao câncer estomacal falso, é causado pelo pus e pelo sangue impuro
solidificado. Na fase inicial, surge um nódulo na parte externa do estômago, tal
como no câncer autêntico. Pouco a pouco, a doença vai tomando o peritônio, os
rins, etc., mas a sua cura é fácil; desde que o enfraquecimento não ultrapasse
determinado limite, a maioria das pessoas fica completamente curada.
A doença renal aguda é acompanhada de febre alta e dor intensa nas cadeiras,
impossibilitando a pessoa até de se mover, mas é facilmente curável. As crônicas,
no entanto, são demoradas e, em sua maioria, incuráveis por meio de tratamento
médico; através de nosso método terapêutico, elas saram totalmente.
Umas das características das doenças renais crônicas são os furúnculos, e sua
causa, como já explicamos, é o acúmulo de urina que não foi expelida devido ao
atrofiamento dos rins. A Medicina, para determinar uma doença renal, atém-se às
proteínas contidas na urina, e por esse motivo as proteínas são extremamente
temidas. Mas isso é um grande erro, pois, quando a urina retida e solidificada em
volta dos rins é dissolvida pela ação purificadora, as proteínas misturam-se a ela e
são eliminadas. Para eliminá-las, recomenda-se que a pessoa tome leite ou faça re-
pouso, o que, naturalmente, a enfraquece ainda mais. Objetiva-se desse modo, a
paralisação da purificação. Com isso, as proteínas diminuem e as pessoas pensam
que o tratamento surtiu efeito. Costuma-se utilizar diuréticos para combater as
doenças renais, porém seus efeitos também são momentâneos. O uso contínuo de
diuréticos produz efeitos contrários, fazendo com que a doença se torne crônica.
A Medicina diz que o diabete é uma doença do pâncreas, causada pela insuficiência
da insulina produzida por esse órgão. Como tratamento, aplicam-se injeções de
insulina. Isso pode ter efeito por algum tempo, todavia, como não é uma cura pela
raiz, na maioria dos casos a doença torna-se crônica. Além do mais, a pessoa é
obrigada a fazer uma dieta alimentar rigorosa e não pode comer açúcar. Assim, seu
sofrimento e despesas não são nada fáceis. No caso do diabete, considera-se que
o arroz é um alimento inadequado e com isso os japoneses sofrem bastante. Pelo
nosso método terapêutico, os diabéticos ficam completa-mente curados após a
dissolução e eliminação das toxinas solidificadas que pressionam a parte externa
do pâncreas. E a alimentação pode ser normal, de modo que o doente sente um
grande alívio.
PLEURISIA E PERITONITE
Segundo a Medicina, há três tipos de pleurisia: a úmida, a purulenta e a seca As
três são decorrentes do aparecimento de vãos entre as membranas que revestem o
pulmão. Nesses vãos, acumula-se água, ou melhor, urina, no caso da pleurisia
úmida; na purulenta, acumula-se pus, isto é, urina transformada em pus com o
passar do tempo. Já na pleurisia seca, não há acúmulo de líquido, mas a pessoa
sente dores intensas, que os médicos, na maioria das vezes, confundem com dores
nevrálgicas intercostais.
A peritonite, tal como a pleurisia, pode ser úmida ou purulenta, mas não existe o
tipo seco. Naturalmente, surgem vãos entre as camadas que revestem o intestino e
neles se acumulam urina ou pus. A causa e o tratamento da peritonite são quase
iguais aos da pleurisia, e por isso vou omiti-los.
ASMA
A Medicina desconhece a causa da asma, doença que ela considera a mais difícil
de ser curada. Diz, também, que existem dois tipos de asma: a asma cardíaca e a
bronquite asmática. A primeira manifesta-se em crises nas quais a pessoa sente
dificuldade de respirar; em casos graves, chega a ter falta de ar como se estivesse
agonizando. A segunda caracteriza-se por aces505 violentos de tosse, insônia,
perda de apetite, dificuldade respiratória e outros sofrimentos insuportáveis.
Geralmente é periódica: uma vez por mês, no inverno ou no verão, ou então de dois
em dois meses. Há pessoas, no entanto, cujas crises ocorrem em períodos
indiscriminados, à tarde e à noite. Na hora da crise, o tratamento médico mais
utilizado é a injeção, que, momentaneamente, elimina o sofrimento. Esse efeito é
visível, mas, passado algum tempo, a crise volta, e outra injeção é aplicada. Com a
repetição do processo, a doença vai piorando gradativamente. O tempo entre uma
crise e outra diminui e, em casos extremos, aplicam-se de vinte a trinta injeções
num só dia. Algumas pessoas chegam até a sentir vertigens e a desfalecer, em
conseqüência da intoxicação provocada pela injeção. Ultimamente, dizendo que a
causa da asma é uma anormalidade do nervo pneumogástrico, a Medicina apela
para a cirurgia, mas isso é um grande erro, baseado em mera suposição.
A insuficiência valvular tem a mesma causa, só que a pressão das toxinas não é
sobre o coração todo, e sim sobre algumas partes; por isso, entre outros sintomas,
a pessoa apresenta palpitação, pulsação irregular e leve dificuldade respiratória.
Há, também, o que se chama de enfraquecimento dos nervos cardíacos. Por algum
motivo, a pessoa sente, repentinamente, palpitações e falta de ar, passando por um
sofrimento semelhante à agonia da morte, mas pouco a pouco vai melhorando e
volta ao estado normal. A causa desse problema é espiritual, não havendo razão
para qualquer temor.
DOENÇAS CEREBRAIS
A apoplexia é a mais terrível das doenças cerebrais, pois a pessoa, que há poucos
instantes parecia estar muito bem, repentinamente cai e morre. Em casos mais
rápidos, dura apenas alguns segundos. O problema é causado pelo endurecimento
extremo dos nervos do pescoço e dos ombros, na primeira fase da purificação. Em
decorrência desse endurecimento, as veias são pressionadas e o sangue enviado
ao cérebro é obstruído. Deve ser por esse motivo que, desde os tempos antigos,
em casos de apoplexia, dizem que é bom fazer um corte no ombro e deixar sangrar.
A obstrução dos vasos cerebrais, de que a Medicina fala ultimamente, deve estar
relacionada à apoplexia.
A meningite, como todos sabem, é uma doença freqüente nas crianças, sendo que
às vezes ataca os adultos. Representa uma purificação das toxinas localizadas na
parte frontal da cabeça. Como resultado da aplicação de gelo nesse local, quando
se tem dor de cabeça por ocasião de resfriados ou de outros problemas, a
purificação cessa. A medida que se repete o processo, as toxinas aumentam; em
conseqüência, sobrevêm uma grande purificação. Tratando-se de crianças, a
meningite é de caráter hereditário. A Medicina considera difícil a recuperação, mas
mesmo que o doente se salve, fica com deficiência mental. Daí essa enfermidade
ser tão temida. Através do nosso método terapêutico a pessoa se restabelece
completamente em cerca de uma semana, não havendo nenhuma seqüela. Pelo
contrário, o cérebro funciona melhor que antes da doença; os estudantes, por
exemplo, após a recuperação, passam a ter excelente aproveitamento escolar. A
meningite caracteriza-se pela febre alta na testa, que fica quente como fogo; além
disso, a pessoa sente uma dor de cabeça insuportável, a vista embaralhada, e
desmaia sem mais nem menos. Por esses três sintomas, pode-se diagnosticar a
doença. Quanto à meningite tuberculosa, é considerada crônica, ao passo que a
meningite comum é aguda. Os médicos dão esse nome à meningite cujo processo
é persistente, mas, na realidade, a pessoa não está tuberculosa.
A dor de cabeça é a doença mais freqüente. Na maioria das vezes toma-se crônica,
porque as pessoas, conforme já foi explicado, interrompem a purificação quando
sentem a cabeça doer por ocasião de um resfriado ou em outras situações. E uma
dor que passa naturalmente; portanto, não deve ser cortada.
DOENÇAS DA VISTA
Ultimamente, a doença da vista mais freqüente entre os japoneses é a miopia, que
a Medicina considera de cura difícil Sua causa ainda não é conhecida com
precisão, mas nós afirmamos que são as toxinas concentradas nas proximidades
da medula oblonga, as quais pressionam as veias que levam o sangue para os
olhos. Por falta de irrigação sangüínea, já que o sangue é o seu nutriente, os olhos
ficam desnutridos. Usando-se óculos corretivos, a capacidade visual vai diminuindo
e a pessoa fica dependente deles. Por conseguinte, para curar a miopia, é
fundamental que, juntamente com a dissolução das toxinas, sejam eliminados os
óculos corretivos. Como é impossível parar de usá-los de repente, deve-se diminuir
aos poucos o grau das lentes. Submetendo-se ao nosso método terapêutico, a
pessoa fica completamente curada em cerca de seis meses; quando o caso é
grave, em dois ou três anos aproximadamente.
O tracoma e a conjuntivite folicular não são propriamente problemas dos olhos; são
bolinhas que nascem atrás das pálpebras. No caso do tracoma, as bolinhas são
grandes e surgem na pálpebra superior; no caso da conjuntivite folicular, são
bolinhas pequenas na pálpebra inferior. O primeiro é relativamente difícil de curar,
mas a segunda é fácil. Os oftalmologistas aconselham a operação do tracoma, mas
essa medida é o que há de pior. Mesmo fazendo-se a cirurgia, o mal jamais será
curado pela raiz. Ao contrário, agrava-se. No início há uma melhora, mas o tracoma
sempre volta. Consequentemente, faz-se nova cirurgia, e com isso o problema vai
piorando, até que não há mais jeito. Aqueles que já se submeteram a diversas
operações, ficam com os olhos muito vermelhos e cheios de pus, têm dificuldade de
abri-los e sentem dores intensas. Pelo sofrimento atroz que a pessoa passa,
acabando por não enxergar mais, vemos o quanto é prejudicial a cirurgia. O
tracoma desaparece ainda que não se faça nada; com a aplicação do nosso
tratamento, a cura é mais rápida e pela raiz. A conjuntivite folicular também melhora
naturalmente; se a pessoa fizer tratamentos médicos, ela se prolongará na mesma
proporção.
Outra doença ocular freqüente é a conjuntivite, também conhecida como irritação
dos olhos e oftalmia epidêmica. Os globos oculares apresentam-se vermelhos,
expelindo ininterruptamente uma secreção, lágrimas, etc. Essa doença é causada
pelas toxinas concentradas na parte frontal da cabeça, as quais, dissolvidas com a
purificação, tentam ser expelidas pelos olhos. Deixando-a seguir seu curso normal,
a conjuntivite sara facilmente. Além disso, após a cura, a cabeça fica mais leve. Se
a pessoa fizer tratamentos médicos, o problema se agrava, por causa das toxinas
medicinais, não sendo poucos os casos em que ocorre lesão nas vistas.
O leucoma é outra doença ocular muito comum. Também é causado pelas toxinas
que se concentram no globo ocular e se solidificam na região da pupila, formando
pequenas feridas. Deixando-se atuar a natureza, a cura é rápida. Os médicos, no
entanto, sempre recomendam colírio, no caso do leucoma. Com isso o pus se
solidifica, dificultando a cura. Pela minha experiência, as pessoas que não usaram
colírio algum, geralmente melhoram com duas ou três aplicações do nosso
tratamento, mas aqueles que aplicaram muito colírio, demoram a ficar curados.
Além das que foram mencionadas, todas as outras doenças da vista têm como
causa as toxinas acumuladas no globo ocular, as quais, em decorrência da
purificação, tentam sair pelos olhos. Com a eliminação dessas toxinas, a pessoa
fica curada, e o único meio capaz de promover essa eliminação é o nosso método
terapêutico.
Uma das doenças oculares mais temidas é a catarata. Existem três tipos: a catarata
propriamente dita, o glaucoma e a amaurose, todas elas causadas pela
concentração e solidificação de toxinas no fundo do olho. Na catarata propriamente
dita, as toxinas são pus branco; no glaucoma, pus esverdeado; na amaurose,
sangue escuro. Esta última é considerada a mais grave. Os médicos esperam que
as toxinas se concentrem bastante e, deslocando o globo ocular, raspam as toxinas
que estão grudadas no fundo; em seguida, recolocam o globo no lugar. Depois que
a pessoa se recupera da cirurgia, fazem-na usar óculos especiais. Como resultado,
ela fica com a visão semelhante à de um míope em grau bem avançado e ainda
tem que se dar por feliz. Obviamente5 para quem não estava enxergando nada,
recuperar parte da visão é motivo de alegria. E os médicos também ficam radiantes
com o progresso da Medicina. Todavia, do ponto de vista do nosso método
terapêutico, não podemos dizer que seja uma cura verdadeira, e sim uma cura
aparente. Recebendo o nosso tratamento, a pessoa volta a enxergar como antes.
Só que, dependendo da quantidade de toxinas medicinais, há diferença no prazo de
cura. O caso mais difícil é a catarata provocada pela toxinas da "Injeção 606"
("Salvarsan"). Essa catarata geralmente atinge um dos olhos apenas.
A respeito dos olhos, existe um ponto que é preciso esclarecer. Quando ocorre
congestão na vista, os globos oculares ficam avermelhados, mas não se trata de
sangue, e sim, de pus.
Este, que é branco, quando se concentra nos globos oculares apresenta uma cor
avermelhada; à medida, no entanto, que o pus é expelido, a vermelhidão
desaparece.
A otorréia é causada pela dissolução das toxinas existentes na região das glândulas
linfáticas, as quais vão ser eliminadas através das parótidas. Por isso, se deixar a
natureza atuar livremente, a pessoa eliminará pus pelos ouvidos e ficará
completamente restabelecida. Entretanto, quando se recebe tratamento médico,
fazendo lavagem com remédio líquido, o tóxico desse remédio penetra pela mucosa
dos ouvidos e é expelido em forma de pus. Com a repetição do processo, não são
poucos os doentes que levam três, quatro ou cinco anos tratando-se em hospitais e
sofrendo, sem obterem a cura. Em tais casos, se largar os tratamentos e deixar que
a doença siga o seu curso normal, a pessoa começa a melhorar gradativamente.
A ozena é causada pelas toxinas localizadas nos lados do nariz, as quais são
eliminadas constantemente pelas narinas em forma de muco. Podemos saber a
quantidade de toxinas pela dor que sentimos quando pressionamos esse local com
os dedos. Da mesma forma que pólipo nasal, a ozena sara por completo se
deixarmos o processo correr naturalmente. Como os médicos prescrevem lavagem
com remédios líquidos, a doença piora ou torna-se crônica.
Algumas pessoas costumam inspirar cocaína em caso de obstrução nasal, mas isso
deve ser evitado. Momentaneamente há um alívio, porém, com a repetição, acaba-
se tomando um hábito e, posteriormente, um vício. Quando é praticado durante
meses e anos, causa distúrbios na cabeça e, em casos extremos, a morte.
Vejamos a seguir, as doenças da garganta. Geralmente elas acompanham a gripe e
saram com facilidade. A única realmente temível é a tuberculose da garganta. No
início, ela representa uma eliminação das toxinas concentradas nas proximidades
das glândulas linfáticas, mas, como os médicos fazem tudo para paralisá-la, as
toxinas transferem-se mais para dentro, obstruindo o aparelho fonador. A pessoa,
então, fica rouca ou com a garganta obstruída, e tem dificuldade de engolir a
comida. Essa dificuldade vai aumentando cada vez mais; por fim, nem água passa
pela garganta, e o doente acaba morrendo. No caso dessa doença, os médicos
costumam apelar para a cirurgia, mas isso também é inadequado. O exemplo que
se segue ilustra muito bem o que estamos dizendo.
A paralisia facial faz os lábios ficarem repuxados para um dos lados, direito ou
esquerdo, assim como também os olhos. Algumas vezes ela é acompanhada de
espasmos, sendo que, em casos extremos, um dos globos oculares salta para fora
e o rosto fica horrível; há pessoas que nem se consegue encarar. Se não fizer
nenhum tratamento, a maioria melhora em um ou dois meses ou, nos casos mais
demorados, em dois ou três anos. Com os tratamentos médicos, no entanto, entre
eles os banhos de luz, as toxinas se solidificam e a doença toma-se crônica ou
então incurável. A causa da paralisia facial são as toxinas concentradas em uma ou
várias partes do rosto, as quais atrapalham o movimento dos músculos.
REUMATISMO
CÂNCER
Além do câncer estomacal, sobre o qual já falei, existem muitos tipos de câncer: do
esôfago, da laringe, do útero, da mama, do fígado, do pulmão, do intestino, da
língua, do ânus, da face, dos maxilares e de outros órgãos. Cada tipo, por sua vez,
apresenta variedades; a própria Medicina vem fazendo, até hoje, muitas
descobertas. Há, também, o sarcoma, que se confunde bastante com o câncer. Sua
cura é bem mais rápida; um e outro, no entanto, muitas vezes são falsos e
facilmente curáveis. Mesmo no caso do câncer autêntico, desde que não haja um
grande enfraquecimento físico, a maioria das pessoas ficam totalmente curadas
através do nosso tratamento.
HEMORRÓIDAS
BERIBÉRI E HIPERTIREOIDISMO
O beribéri é outra doença comum entre os japoneses. Sem duvida alguma, ele é
causado, conforme diz a Medicina, pela intoxicação por meio do arroz branco.
Portanto, como tratamento, pode-se misturar no chá uma colher de sopa de farelo
de arroz e tomar após as refeições; na maioria dos casos, a pessoa melhora em
uma semana. Também são recomendáveis os pratos complementares. A prova
disso é que, desde os tempos antigos, não há incidência de beribéri entre crianças
das classes sociais mais elevadas, mas a doença é freqüente entre crianças da
classe pobre.
Entretanto, devemos tomar cuidado com o diagnóstico dos médicos, pois, quando
eles dizem que é beribéri, geralmente não é. Esse diagnóstico está baseado em
sintomas como paralisia nas pernas ou dificuldade para caminhar. Convém saber
que o beribéri autêntico caracteriza-se pela paralisia em tf és pontos:
parte anterior da perna, abaixo do joelho, ou seja, a canela, base dos polegares da
mão e lábio inferior. Quanto ao beribéri falso, diagnosticado erradamente, tem como
causa a urina excedente dos rins, as toxinas medicinais das injeções, etc. O beribéri
autêntico melhora com duas ou três aplicações do nosso tratamento, e até mesmo
no caso do beribéri falso a cura é rápida.
O hipertireoidismo, que a Medicina considera doença da tireóide, caracteriza-se
pela inchação da parte anterior e externa da garganta. Nos casos mais amenos, há
um pouco de tosse e certo incômodo na região afetada, e algumas pessoas nem
chegam a perceber o problema. Quando o caso é grave, entre outros sintomas, há
tosse forte, vômito e eliminação de um líquido com bolinhas brancas ou de um
líquido espumante. Outra característica dessa doença são os olhos saltados. A
medida que ela vai se intensificando, provoca distúrbios no coração, pulsação
irregular, respiração difícil, falta de apetite, etc., e o doente acaba morrendo de
fraqueza. Pelo nosso método terapêutico, a cura é fácil e completa. Como o
hipertireoidismo é freqüente nas mulheres, em caso de gravidez, os médicos dizem
que é perigoso e provocam aborto. Pela minha experiência, entretanto, não há
perigo algum e a pessoa dá à luz normalmente.
DOENÇAS VENÉREAS
As doenças venéreas são classificadas pela Medicina em três tipos: o cancro duro,
isto é, a sífilis, o cancro mole e a gonorréia. Recentemente foi descoberto mais um,
de modo que, em verdade, existem quatro tipos. No momento, creio que a
explicação sobre os três tipos mencionados é suficiente.
Os médicos tratam a gonorréia injetando remédio líquido na uretra, quando ela está
infeccionada. Com isso, há perigo de os gonococos serem empurrados mais para o
fundo, de modo que é preciso tomar cuidado. Como resultado desse tratamento,
freqüentemente sobrevêm prostatite e orquite, e a pessoa tem febre, dores, etc. No
caso da gonorréia, até mesmo o tratamento natural faz efeito, mas a melhor medida
é ingerir a maior quantidade possível de líquidos. Isso intensifica a eliminação da
urina, e a uretra vai sendo lavada naturalmente, sem perigo, de modo que a cura é
rápida. Se a pessoa tomar chá de folha de pinheiro, o efeito ainda será maior, pois
os componentes da resina do pinheiro destroem os ninhos dos gonococos e
impedem a reprodução destes. Pelo nosso método terapêutico, a gonorréia, a
prostatite e a orquite são curadas facilmente.
DOENÇAS DE SENHORAS
Os tumores causados por insetos e outros bichos, isto é, por picadas de abelha, de
cobra, mordida de rato, gato, cachorro, etc., apresentam sintomas diferentes, em
decorrência dos venenos característicos de cada bicho. No caso de tumores
acompanhados de dores intensas, como os que são causados por veneno de cobra
e mordida de rato, de cachorro ou de outro animal, existe até perigo de vida.
Através do nosso método terapêutico, o tumor provocado por picada de abelha leva
alguns minutos para sarar; o que é decorrente de picada de cobra venenosa,
algumas horas; o causado por mordida de cachorro raivoso, alguns dias.
Presenciando esses resultados, qualquer um se admira.
Todas as dores são causadas por toxinas medicinais; a coceira é provocada por
toxinas hereditárias ou medicamentos especiais. Nas afecções da pele, ficam
marcas feias, ou seja, cicatrizes, após a cirurgia, e as toxinas medicinais produzem
manchas preto-arroxeadas. O tratamento natural, entretanto, não deixa seqüelas
desagradáveis. Através do nosso método terapêutico, qualquer destes sintomas
desaparece facilmente, até os ca505 mais graves; através dele, as dores mais
violentas são amenizadas e eliminadas. Esses resultados extraordinários sempre
têm sido presenciados pelas pessoas com grande alegria.
DOENÇAS INFANTIS
Agora, falarei brevemente sobre a falta de leite, para a qual existem duas causas.
Uma delas é a pressão feita sobre o estômago pelas toxinas aí solidificadas. Devido
a essa pressão, o estômago se contrai e a pessoa não consegue comer;
conseqüentemente, não produz leite suficiente para alimentar o bebê. A outra causa
é a pressão das toxinas sobre as glândulas mamárias, impedindo a livre passagem
do leite. Neste caso, as toxinas estão localizadas em vários lugares. Tocando-se
com os dedos, constata-se a existência de nódulos em diversas partes; se apertar,
a mulher sente muita dor, de modo que dá para perceber claramente. Os nódulos
de toxinas medicinais são acompanhados de febre quase imperceptível. Isso nos
mostra o quanto são temíveis essas toxinas. Pelo nosso método terapêutico, no
entanto, o problema é debelado com facilidade.
A seguir falarei sobre a prisão de ventre, que não deveria ocorrer entre os bebês.
Ao contrário dos adultos, o natural é que eles evacuem duas ou três vezes por dia.
Ter prisão de ventre, portanto, significa que existe algum motivo antinatural. No
caso de fezes esverdeadas, os médicos dizem que elas são decorrentes da má
digestão e mandam diminuir a quantidade do leite ingerido pelo bebê. Seja qual for
a situação, deve-se deixar a criança mamar o quanto quiser; por conseguinte, o ato
de diminuir-lhe a quantidade do leite é antinatural. O resultado disso é a prisão de
ventre. Sem pensar na causa, temendo apenas o efeito5 o médico faz a lavagem
intestinal. Em face da prisão de ventre que sobrevêm como reação, procede-se a
nova lavagem, e por fim chega-se à condição que eu já falei: a criança fica com a
barriga inchada até mesmo correndo risco de vida. Isso também mostra que os pais
devem se esforçar para criar seus filhos de maneira natural.
A diarréia ocorre mais freqüentemente com bebês e crianças até cinco ou seis
anos; de vez em quando, com crianças acima de dez anos. E uma doença temida
pela Medicina, que a considera infecciosa, porém eu afirmo que ela não é
infecciosa e sim um processo rápido de purificação. Pensando também que a
diarréia está relacionada à alimentação, os médicos proíbem frutas e doces, mas
esse é outro ponto em que eles se equivocam. Depois que a criança completa um
ano, ou depois do nascimento dos dentes, quase nenhum alimento lhe faz mal. A
diarréia é tida como doença de cura difícil, o que se justifica, pois, quando
submetidos a tratamento médico, a maioria dos doentes acaba morrendo. Através
do nosso método terapêutico, ao contrário, a porcentagem de cura é elevada, não
sendo exagero dizer que quase não ocorrem mortes. Aliás, com apenas duas ou
três aplicações do tratamento a diarréia passa.
O sarampo, como todos sabem, é uma doença que dificilmente se consegue evitar.
Contudo, há uma diferença marcante nos sintomas, os quais podem ser violentos
ou leves. Normalmente pega-se sarampo uma só vez; algumas pessoas pegam-no
duas ou três vezes. A Medicina desconhece-lhe a causa, mas nós afirmamos que
ele é um processo de purificação do sangue sujo hereditário. Raramente se contrai
essa doença depois de adulto; o mais freqüente é contraí-la com cinco ou seis anos
de idade. Antes que ela se manifeste, geralmente a pessoa fica com febre contínua
de trinta e oito graus durante três ou quatro dias; nessa ocasião, examinando-lhe a
pele, notaremos algumas erupções. Desde tempos antigos, dizem que não é bom
apanhar vento quando se está com sarampo, e por isso proíbem o doente de sair
de casa. O motivo é que, pelo contato da pele com o ar, as erupções não saem
completamente. No sarampo, quanto mais emoções saírem, melhor, pois do
contrário as toxinas retornam para dentro, podendo, entre outras conseqüências,
provocar pneumonia. Nesse caso, haverá emoções em todos os alvéolos
pulmonares e, conseqüentemente, dificuldade respiratória. Nas crianças, a
respiração torna-se ofegante, e quem vê fica penalizado e impressionado.
Entretanto, não há motivo para preocupação, porque, passados dois ou três dias, a
respiração vai voltando ao normal. Através do nosso tratamento a cura do sarampo
é completa e rápida. Se for no início da doença, com apenas uma aplicação do
tratamento surgirão erupções por todo o corpo, e até mesmo a pneumonia sara
rapidamente. Além da pneumonia podem sobrevir outras doenças, como a timpanite
e a conjuntivite, mas estas saram mesmo sem qualquer tratamento.
A hérnia é outra doença freqüente entre as crianças; nas pessoas de meia-idade ela
quase não se manifesta, sendo que, entre os idosos, sua incidência é bem maior.
Essa doença tem diferenças marcantes, podendo apresentar-se com sintomas
violentos ou leves. No segundo caso, à medida que a criança vai crescendo, a
hérnia vai desaparecendo naturalmente; no primeiro, a recuperação é difícil, e os
médicos, através da cirurgia, cortam um pedaço do intestino. Com o nosso
tratamento, a hérnia de sintomas leves sara rapidamente; quanto à de sintomas
violentos, leva mais tempo, mas também sara por completo.
Uma criança de mais ou menos dez anos não conseguia pisar o chão com a planta
e o polegar de um dos pés; andava com dificuldade, pisando apenas com a parte
de fora e o calcanhar. O médico diagnosticou paralisia infantil. Como o nervo da
parte de fora tivesse crescido demais e faltasse um pedaço do osso da parte interna
do calcanhar, foi feita uma cirurgia, encurtando-se o nervo e completando-se o
osso.
Passaram-se anos, mas a operação não surtia nenhum efeito. Os pais da menina
vieram, então, me procurar. Ao examiná-la, percebi que a causa verdadeira do
problema eram toxinas solidificadas na planta do pé, em volta do polegar. Ao pisar
com esse dedo, ela sentia dores, razão pela qual pisava para fora. O médico não
descobriu isso através dos exames e fez a cirurgia com base numa suposição
errada. Dissolvidas as toxinas, a criança voltou ao estado normal, conseguindo
tocar o chão com o pé todo. Entretanto, o osso que fora tirado da perna e acrescen-
tado ao calcanhar, começou a dar problema, e ela já não conseguia andar muito
bem. Eu aconselhei que esse osso fosse retirado, através de nova cirurgia, e assim
a menina pode caminhar perfeitamente. Isso mostra os erros que a Medicina
comete fazendo coisas desnecessárias.
Em primeiro lugar, quando os rins estão em plena atividade, o corpo torna-se leve e
os movimentos mais ágeis, o cérebro fica límpido e, conseqüentemente, com a sua
capacidade aumentada. A pessoa não sabe o que é tédio no trabalho, consegue
resistir aos sofrimentos, mostra-se otimista em relação a tudo, sempre cultiva
sentimentos agradáveis, nunca fica zangada. Além de tornar-se uma pessoa
harmoniosa, é amada e respeitada pelos outros, razão pela qual será bem sucedida
na vida. As mulheres, com o sangue purificado, têm sua beleza aumentada de
maneira notável. A sensação agradável que transmitem no dia-a-dia proporciona
bem-estar àqueles com quem elas têm contato; o aumento dos hormônios faz
manifestar-se todo o seu encanto. Sendo assim, reina harmonia entre o casal, e os
conflitos dentro do lar não acontecem mais. Mesmo as mulheres que já têm idade,
rejuvenescem pelo menos vinte anos. Como resultado disso, não será nada difícil
viver acima dos noventa anos.
Pela total recuperação dos rins, acredito eu, conseguirmos acabar com os doentes
e, naturalmente, aumentar a natalidade. Podemos, inclusive, esperar pelo fim das
guerras, pois, com os rins em perfeito funcionamento, as pessoas passam a ter
sentimentos positivos, abominam os conflitos, amam a paz, odeiam a preguiça,
eliminam o amor egoístico e fazem tudo baseadas no senso comum.
Existe um método para se determinar com precisão se uma pessoa tem ou não tem
saúde: é só examinar-lhes os ombros. Se estes são macios e as pontas dos dedos
afundam cerca de 3cm ao apertá-los, a pessoa é saudável; ao contrário, se os seus
ombros são enrijecidos e não têm flexibilidade, podemos considerar que ela não é
saudável. Todos os tuberculosos, sem exceção, têm os ombros enrijecidos. Mesmo
em caso de doenças graves, se o doente tiver ombros macios, sua recuperação
será fácil; por outro lado, ainda que se trate de uma doença sem gravidade, se os
ombros estiverem enrijecidos, a recuperação é difícil e, além disso, a pessoa está
sujeita a sofrer fortes purificações, correndo perigo de vida. Sendo assim, desejo
levar ao conhecimento de todos que o método ideal para definir o estado de saúde
de alguém é, sem dúvida alguma, examinar-lhe os ombros; é um método simples,
mas infalível.
No caso de dor de cabeça, verificamos que a pessoa sempre tem febre na testa,
mas às vezes não surte muito efeito tratar esse local. A maioria das pessoas tem
nódulos localizados principalmente das parótidas até a região das glândulas linfáti-
cas, e por isso, aplicando-se ai o tratamento, a febre baixa e a dor de cabeça
passa. Mesmo naqueles que não sentem dor de cabeça, mas têm febre, ao
apalparmos a região das parótidas, das glândulas linfáticas ou das amígdalas,
encontramos, inevitavelmente, nódulos grandes ou pequenos. Dissolvidos esses
nódulos, geralmente a febre baixa. No caso, por exemplo, de problemas nos
braços, deve-se aplicar o tratamento sobretudo na sua origem, ou seja, as
glândulas linfáticas, os ombros e a parte superior do braço. Isso é eficaz até mesmo
para problemas nas mãos e nos dedos. Se for nas pernas, deve-se tratar, especial-
mente, os rins e as virilhas, onde está a causa do problema.
Vejamos, primeiramente, como foi criado o ser humano. Segundo as religiões, ele é
uma criação do Criador de todas as coisas. A Ciência baseia-se na teoria da
evolução pregada por Darwin: diz que a ameba transformou-se em lagarto, depois
em lagarto gigante, em macaco, semelhante ao homem, e finalmente em homem.
Deixemos de lado, porém, a veracidade ou falsidade dessas teorias. Um fato que
ninguém pode negar é que o ser humano é gerado a partir de outro ser humano. Os
pais geram os filhos, e estes por sua vez, também geram filhos. E uma verdade
absoluta. Sem dúvida, geram inconscientemente, por isso eu creio que poucas
pessoas tenham percebido o significado do fato. Mas o que será que ele nos está
mostrando? Mostra-nos que o ser humano possui um poder misterioso, capaz de
gerar outro ser humano. Assim, não há razão para que esse poder misterioso não
consiga reparar e curar o defeito chamado doença, gerado pelo próprio ser
humano. Baseia-se no mesmo princípio que consertar com uma máquina aquilo que
foi construído por uma máquina.
Explicarei, a seguir, o que vem a ser esse poder misterioso que todo ser humano
possui, e como ele atua sobre os doentes. Para as pessoas da atualidade,
subjugadas pela educação materialista, haverá, talvez, alguns pontos difíceis de
serem compreendidos. Entretanto, como se trata da Verdade, acredito que, se elas
lerem e analisarem repetidas vezes o princípio do nosso método terapêutico,
certamente despertarão. Para conhecer esse princípio, é necessário,
primeiramente, ter um conhecimento completo sobre a constituição da Grande
Natureza e as suas atividades.
O PODER DA NATUREZA
A expressão "energia espiritual" ou "espírito" tem sido usada até hoje circunscrita à
Religião ou à Metafísica. Por isso, na maioria das vezes, é associada à superstição.
A tendência é considerar intelectual aquele que nega a existência do espírito, mas
como estão enganados os que pensam assim...
A essência daquilo a que dou o nome de espírito é a fonte do grandioso poder que
dirige tudo que existe neste Universo e do qual dependem o nascimento, o
crescimento, o movimento e a transformação de todas as coisas. Chamo-o de
Poder Invisível. Sendo assim, daqui por diante chamarei o mundo conhecido
simplesmente de Mundo Material, e o desconhecido, de Mundo Espiritual.
Como lei fundamental de tudo que existe, todos os fenômenos ocorridos no Mundo
Material são projeções daquilo que já foi gerado e acionado no Mundo Espiritual.
Isso pode ser exemplificado pelos movimentos das mãos ou das pernas, os quais
são procedidos pela nossa vontade. Até agora, contudo, os estudiosos têm
procurado soluções analisando apenas os fenômenos do Mundo Material, e é por
essa razão que embora se diga que houve progresso na cultura, ele não trouxe
bem-estar à humanidade. Portanto, para resolver qualquer problema, é necessário
solucioná-lo primeiro no Mundo Espiritual; inclusive as doenças, cujo verdadeiro
método de tratamento consiste em tratar o espírito por processos espirituais.
Mesmo nos seres vivos, o corpo espiritual está subordinado ao Mundo Espiritual, e
o corpo físico, logicamente, ao Mundo Material. A doença, como já tenho explicado,
é a eliminação de toxinas acumuladas, ou melhor, o processo de dissolução das
toxinas solidificadas. Relacionando matéria e espírito, a acumulação de toxinas
numa determinada região representa a existência de máculas na correspondente
região do corpo espiritual, e o processo de dissolução significa a eliminação das
máculas. Por conseguinte, todo e qualquer tratamento que se proponha a curar
apenas o corpo físico é método contrário, não levando à verdadeira solução da
doença.
Se o método fundamental para a erradicação das doenças é a eliminação das
máculas d9 corpo espiritual, qual é o poder que dissipará essas máculas? E a Luz
emanada de Deus e irradiada através do corpo humano. A profunda compreensão
desse princípio só se tomará possível através da prática do Johrei por vários anos.
No momento, creio que os leitores poderão obter apenas uma noção geral; por isso,
peço-lhes que leiam com esse espírito.
Antes de explicar o que é o corpo espiritual do homem, torna-se necessário explicar
o que é a morte. Quando o corpo material fica imprestável, por velhice, doença,
ferimento, perda de sangue, etc., o corpo espiritual e o corpo material se separam.
A esta separação é que chamamos morte. Ela ocorre quando o corpo espiritual se
liberta do corpo material. O primeiro regressa ao Mundo Espiritual e, passado algum
tempo, reencarna; o segundo, como todos sabem, apodrece e retorna à terra. Pelo
exposto, compreende-se que o corpo espiritual tem vida infinita, e o corpo material,
vida finita, existência secundária. conseqüentemente, quando se trata de questões
relativas ao homem, o verdadeiro alvo é o corpo espiritual.
Na ciência contemporânea, está se tornando conhecida a existência de uma
espécie de radioatividade em todos os seres, inclusive nos minerais e nos vegetais.
Meus estudos revelaram que a radioatividade do corpo humano é de qualidade
superior. É como se falava nos velhos tempos: "Espiritualmente, o homem é
superior a todos os outros seres."
Quanto mais elevado o espírito, maior é o seu grau de rarefação (pureza), e, quanto
mais aumenta o grau de rarefação, mais difícil se torna detectá-lo através de
instrumentos. Portanto, opondo-se aos conceitos materialistas, é muito mais fácil
captar a presença de espíritos de níveis inferiores, assim como acontece com o
rádio, entre os minerais, e a fosforescência, em alguns vegetais. Todavia, é
importante compreendermos este princípio:
quanto mais rarefeito (puro) é o espírito, maior é o seu poder de atuação.
A irradiação do corpo humano é a mais poderosa, mas a grande diferença que há
de umas para outras pessoas, está além da imaginação. Quanto mais poderosa for
essa irradiação, maior será a atuação do Johrei. Assim, para irradiá-la com maior
potência, concentrei-a numa parte do corpo, alcançando, com isso, pleno sucesso
na eliminação das máculas. Consegui, também, aumentar ainda mais a força da
irradiação que cada um possui, através de um método todo peculiar. Aplicando
esses dois métodos, conhecendo o seu principio e somando experiências,
consegue-se manifestar um poder extraordinário.
Acredito que o número de doentes assistidos por mim, num período de mais de
vinte anos, chega aproximadamente à casa dos dez mil. Resumindo numa só frase
a conclusão que tirei através dessas experiências, eu afirmo: "A origem das
doenças são os remédios". Quanto mais eu procurava a causa das doenças, mais
convicto ficava de que elas têm origem nos remédios. Se não despertar para isso,
não há a menor dúvida de que a humanidade caminhará para a extinção.
Entretanto, ao invés de temer o remédio, as pessoas sentem-se confiantes e gratas,
como se ele fosse o senhor da salvação. Assim, com o seu uso, inconscientemente
o corpo vai enfraquecendo e a vida se tornando mais curta, de modo que não é
absurdo dizer: "Intelectuais, o termo que melhor os define é imbecis."
Comparadas aos remédios, a guerra e a fome são insignificantes. Estas palavras
podem parecer exageradas, mas eu asseguro que estou expondo apenas a
verdade, claramente, tal qual tomei conhecimento, sem o mínimo exagero. E o que
acho mais estranho é que os países considerados altamente civilizados ainda não a
tenham percebido. Apesar de terem descoberto o principio da bomba atômica, não
conseguiram descobrir os erros da Medicina.
É desnecessário dizer que não existe perdão para aqueles que se tornaram
criminosos de guerra, que invadiram outros países, que mataram impiedosamente
outros povos em nome de um nacionalismo errado. Todavia, o crime cometido por
eles ocorreu durante determinado período, e agora estamos finalmente
presenciando a destruição dessa ambição. A Medicina, em contrapartida, vem
praticando crimes contínuos há milhares de anos, mas as pessoas, além de não
perceberem isso, dão-lhe grande importância, considerando-a uma profissão
sagrada ou mesmo filantrópica. Também poderíamos dizer que a inteligência
humana ainda não alcançou o nível que lhe permita descobrir os diagnósticos
errados da Medicina. Contudo, existe um motivo para isso. Através da explicação
que eu darei a seguir creio que os leitores poderão compreender melhor.
Conforme dissemos no capítulo anterior, explicando a relação entre o Mundo
Espiritual e o Mundo Material, tudo que acontece no Mundo Material é reflexo do
Mundo Espiritual. Neste último, está ocorrendo atualmente uma grande transição;
conhecendo esse fato, tudo se toma claro aos nossos olhos.
Todas as coisas existentes no Universo nascem e crescem, são criadas e
destruídas, numa evolução infinita, pela ação dos dois mundos. Se observarmos
com visão ampla, veremos que o Universo, ao mesmo tempo que é macroinfinito,
também é o Mundo Material, um corpo constituído de microinfinitos. Por sua
contínua transformação, há uma ininterrupta evolução da cultura. Meditando sobre
isso, não podemos deixar de sentir a "vontade" do Universo, isto é, o objetivo e os
planos de Deus.
Em tudo há positivo e negativo, claro e escuro; assim também, há diferença entre
noite e dia. Quando observamos a mudança das quatro estações do ano, o
progresso e declínio de todas as coisas, notamos que isso se encaixa perfeitamente
à vida humana. Existe diferença entre o grande, o médio e o pequeno em tudo.
Com relação ao tempo, temos o contraste entre o dia e a noite não só no espaço de
um dia, mas também em intervalos de um, dez, cem, mil, milhares ou milhões de
anos. É um fenômeno que ocorre no Mundo Espiritual; no Mundo Material,
entretanto, só notamos essa diferença no espaço de vinte e quatro horas.
No Mundo Espiritual, é chegada a hora da transição que se processa em intervalos
de milhares ou milhões de anos. Trata-se de um fato extremamente importante, cujo
conhecimento, além de nos permitir entender o princípio do JOHREI, torna possível
a previsão do futuro do mundo e nos dá paz e tranqüilidade. Explicarei, a seguir,
como essa mudança está se refletindo no Mundo Material.
Até agora era noite no Mundo Espiritual. Nele, da mesma forma que no Mundo
Material, a noite é escura, e só periodicamente há luar. Como conseqüência,
predomina o elemento água. Quando a lua se esconde, resta apenas a luz das
estrelas; se estas forem encobertas pelas nuvens, a escuridão será completa.
Observando-se os fatos do Mundo Material, que são a projeção do que ocorre no
Mundo Espiritual, isso se torna muito claro. Pelas marcas deixadas até os nossos
dias, os períodos de guerra e paz, de ascensão e queda das nações, podem ser
comparados às fases crescentes ou minguantes da lua É chegada, portanto, a hora
de se iniciar mais um ciclo, ou seja, encontramo-nos na iminência da mudança para
o dia Estamos justamente na fase do alvorecer.
A transição da noite para o dia no Mundo Espiritual ocasionará uma experiência
inédita para a humanidade. Uma grande, espantosa, temível e ao mesmo tempo
feliz mudança está para ocorrer, e seus sinais já estão aparecendo. Vejamos.
O dia, no Mundo Espiritual, é como no Mundo Material: primeiro aparecem
pinceladas de luz do sol no horizonte, a leste. Atentem, por exemplo, para a grande
transformação ocorrida no Japão, o Pais do Sol Nascente. Nele já se iniciou o
colapso da cultura da noite, ou seja, da cultura já formada Observem, também, o
desmoronamento das grandes metrópoles da cultura, a situação calamitosa da
economia industrial, a queda dos superpoderes, das classes privilegiadas, etc. Tudo
isso é conseqüência da mudança a que nos referimos. Logo virá a construção da
Cultura do Dia, que também já está raiando, representada, no Japão, pelo
desarmamento total seguido da ascensão da democracia. Esses dois fatos,
absolutamente imprevisíveis desde a instituição do pais como Nação, há dois mil e
seiscentos anos, será o primeiro passo para o estabelecimento da eterna paz
mundial.
O Mundo da Noite é um mundo de trevas, caracterizado pelas lutas, pela fome,
pelas doenças. Em contraposição, o Mundo do Dia é um mundo de luz,
caracterizado pela paz, pela abundância e pela saúde. O Japão atual expressa bem
a fase de transição entre esses dois mundos. O sol que desponta no leste, deverá
atingir o zênite. E o que significa isso? Significa o colapso total da Cultura da Noite;
ao mesmo tempo, ouvir-se-á o brado do nascimento da Cultura do Dia. Pode-se
mais ou menos ter uma idéia disso pelos fatos ocorridos no Japão, os quais, em
pequena escala, já mostram um modelo da nova cultura: Assim, aproxima-se o
momento decisivo para toda a humanidade, e ninguém poderá escapar. Resta ao
homem apenas esforçar-se para tornar os efeitos dessa ocorrência o mais brandos
possível. Para isso, ele só tem um meio: conhecer o princípio do JOHREI e unir-se
ao trabalho de construção da Cultura do Dia:
Há um trecho da Bíblia que diz que seria pregado o Evangelho do Paraíso ao
mundo inteiro e depois viria o fim. Que quer dizer isso? Acredito firmemente que
essa missão será cumprida pelos meus Ensinamentos.
Para explicar o principio do JOHREI, eu tive de avançar até o destino do mundo.
Todavia, era sumamente importante que o fizesse, pois tanto a descoberta dos
erros da Medicina como o princípio do JOHREI apoiam-se fundamentalmente neste
ponto: a Transição da Noite para o Dia: Se a causa das doenças, como já expliquei,
são as máculas do espírito, e se a única maneira de acabá-las é a eliminação
dessas máculas, resta uma grande dúvida: por que não se descobriu isso antes da
descoberta do JOHREI?
O principio do JOHREI está baseado na misteriosa luz invisível emanada do corpo
humano. E qual é a natureza dessa luz? Ela é uma espécie de energia espiritual,
peculiar ao corpo humano, e seu componente principal é o elemento fogo. Portanto,
na ministração do JOHREI, necessita-se de grande quantidade desse elemento; à
medida, porém, que se aproxima o Mundo do Dia, ele aumenta gradativamente,
pois sua fonte de irradiação é o sol. Assim, além de ser eficiente na eliminação das
doenças, o elemento fogo possui mais um fator de importância decisiva: seu
incremento no Mundo Espiritual acelera o processo de purificação do corpo
material, porque a transformação ocorrida naquele mundo causa influência direta no
corpo espiritual. O aumento do elemento fogo tem a função de auxiliar a
intensificação da energia purificadora das máculas espirituais. Por isso, ao mesmo
tempo que se torna mais fácil surgirem doenças, o tratamento solidificador
empregado pela Medicina atual terá efeitos cada vez menores, acabando por se
tornar impraticável. No Mundo da Noite, era preciso que transcorressem vários anos
para haver uma nova liquefação das toxinas anteriormente solidificadas, mas esse
período irá diminuindo para um ano, meio ano, três meses, um mês, até ser
impossível a solidificação.
A IMPORTÂNCIA DA CABEÇA
No Japão, tal como nos demais países, a Medicina utiliza, atualmente, um sistema
de exames que se baseia unicamente em textos elaborados de forma científica,
fundamentados nas teorias e nas experiências da própria Medicina. Entretanto, há
uma relação muito pequena entre esse método e a cura dos doentes. Certamente
ele é a condição básica da Medicina, ou seja, a base para o tratamento das
doenças, mas por si só não constitui uma técnica de tratamento. Assim, como o
nível em que se encontra a Medicina atual não permite alimentar maiores es-
peranças, vi-me obrigado a desenvolver outro método.
Imagino que os médicos protestarão contra esse sistema de exames, pois, no nível
em que se encontra a Medicina, tudo que dissemos pode ser definido com uma
única palavra: impossível. Pelo nosso método terapêutico, entretanto, podemos
afirmar o contrário. Ou melhor, acredito que o novo sistema é uma bomba atômica
para a Medicina mundial. Devo, porém, esclarecer que não é minha intenção impor
nada a ninguém. Como a tese é útil para a elevação da cultura da humanidade, eu
a ofereço às pessoas relacionadas à área médica do mundo inteiro.
CONCLUSÃO
Acredito que enumerei todos os erros da Medicina tradicional, mas qual será a
impressão dos leitores após a leitura? Certamente ficaram admirados com minha
explanação, pelo fato de ser uma tese nova, além da expectativa de todos.
Querer prolongar um dia que seja o bem mais precioso do homem que é a vida,
querer obter uma saúde perfeita, são desejos evidentemente lógicos. O que nos
deixa boquiabertos é que, embora seja esse o objetivo da Medicina, na verdade ela
própria está criando obstáculos para a saúde e encurtando a vida. A descoberta que
eu fiz expõe ao mundo um problema grave e sem precedentes. Sem ela, qual seria
o futuro da humanidade? De fato, seria um horror. Na pior das hipóteses, sua
extinção. Mesmo que no final, após grande redução da espécie humana, se
conseguisse descobrir uma saída, provavelmente a recuperação não seria nada
fácil.
Tudo isso representa uma visão futura relacionada ao problema populacional, mas
há outros problemas que devem ser analisados, referentes a outros aspectos. É a
guerra e a fome. No passado e no presente, no Oriente e no Ocidente, os eruditos,
os políticos, os sábios e outras pessoas notáveis examinaram esses problemas
com sua inteligência, mas não conseguiram resolve-los. O que será que isso nos
está mostrando?
Que não se encontrará uma solução enquanto não se chegar ao cerne dos
referidos problemas. Como eu descobri o meio para soluçioná-los, vou expô-lo a
seguir. Trata-se de uma tese sem precedentes, e por esse motivo eu gostaria que
os leitores a lessem com atenção, conscientes disso.
A causa fundamental da guerra é o caráter dos indivíduos componentes da
molécula que forma o país. Está bem claro que quase todas as guerras ocorridas
até hoje foram motivadas, entre outras razões, pela ambição dos heróis e pelos
planos do feudalismo militar. Mas também existe uma parcela de culpa nos povos
que, envolvendo-se com tais elementos, os aprovaram e ajudaram. Desse modo, o
objeto do nosso estudo deve ser, primeiramente, o caráter do povo dos países que,
na época, eram aficionados à guerra. É desnecessário dizer que são povos que não
amam a paz, preferindo o conflito. Através de minhas pesquisas, descobri que essa
preferência tem origem na insatisfação e na falta de amor, cuja causa, por sua vez,
é a indisposição do dia-a-dia
Além do que foi exposto, existe o problema da pobreza. Ela tem como causa
secundária a enfermidade do corpo espiritual e do corpo material da pessoa, e
como causa principal a guerra e a má política. Se é possível solucionar o problema
da doença, da guerra e também da pobreza pelo nosso método terapêutico, a
concretização do Paraíso Terrestre, repleto de Luz, não é uma ilusão. Daí o titulo do
presente livro.
Nos capítulos anteriores explanei, resumidamente, a nova medicina criada por mim.
Entretanto, para tomar a explanação ainda mais completa, é necessário conhecer
os fenômenos relacionados ao espírito e ao Mundo Espiritual, sobre os quais falarei
a seguir.
AURA
Já falei a respeito do Johrei como transmissão da Luz Divina, mas darei agora uma
explicação mais profunda.
A largura da aura tem relação direta com o destino do homem. Quanto mais larga
ela for, mais feliz ele será. Os que têm aura larga são mais calorosos, causam uma
boa impressão e atraem muitas pessoas, porque as envolvem com sua aura: Ao
contrário, aqueles cuja aura é fina, causam uma impressão de frieza, desagrado e
tristeza, e temos pouca vontade de permanecer em sua companhia:
Quanto mais fina é a aura, mais sujeita está a pessoa a infelicidade e desastres. A
razão é que, em virtude das máculas, o intelecto fica entorpecido, o raciocínio falha,
a força de decisão diminui, e não se pode ter uma previsão correta das coisas; por
conseguinte, a pessoa se impacienta, pois deseja o sucesso rápido. Tais criaturas
podem conseguir sucesso passageiro, mas nunca duradouro. Nesse sentido, se a
política de uma nação é ruim, é porque a aura de seus governantes é fina, assim
como também a do povo, que sofre as conseqüências dessa má política:
Aqueles que têm grande quantidade de máculas geralmente passam por muitas
purificações; facilmente são vítimas de doenças ou acidentes. Quem sofre acidente
de trânsito é porque tem aura fina; quem tem aura espessa, em qualquer situação
livra-se do perigo. Por exemplo, na iminência de alguém ser apanhado por um
veículo, o espírito deste se chocará com a pessoa se ela tiver aura fina, mas não
ocorrerá o choque se a sua aura for espessa: Nesse caso a pessoa é arremessada
para longe e nada sofre, graças à elasticidade da sua aura:
Refletindo sobre o princípio aqui exposto, podemos concluir que o único meio para
nos tomarmos felizes é aumentarmos a espessura da nossa aura praticando o bem.
Existem criaturas que se resignam diante da má sorte; elas me causam pena, pois
não conhecem esse princípio. Também, quanto mais espessa for a aura dos
ministros desta Igreja, mais pessoas eles salvarão, e, quanto mais pessoas
salvarem, mais agradecimentos receberão, o que fará aumentar a espessura da
sua aura: Simultaneamente, melhores serão os resultados do seu trabalho de
difusão. Tenho muitos discípulos assim.
O PECADO E A DOENÇA
Há dois meios para se redimir o pecado: sofrer ou praticar o bem. Escolhendo este
último, tudo será muito mais fácil. Como exemplo, vou contar uma estória ocorrida
na época em que eu estava pesquisando a religião Tenri-kyo.
Passaram-se dois anos, mas nada de extraordinário aconteceu. Ele estava muito
zangado e, tendo casualmente encontrado o mesmo sacerdote, pensou em
repreendê-lo severamente. Entretanto, foi o religioso quem falou em primeiro lugar:
"Que coisa estranha... O estigma da morte que havia em sua face quando eu o
encontrei naquele dia, desapareceu completamente. Deve haver alguma razão
profunda para isso". Então Jirotyo contou o que fizera, ao que o sacerdote budista
disse: "O ato de caridade que o senhor praticou transformou sua morte em vida."
Aplicando esse princípio à nossa realidade atual, compreendo-se que o sofrimento
da maioria do povo japonês, em conseqüência da derrota do Japão na Segunda
Guerra Mundial, não é senão o processo de purificação decorrente da invasão a
outros países durante logo tempo, e da exploração e matança de outros povos.
DEUS EXISTE?
Pude intuir esta maravilha que é o Johrei graças ao conhecimento que tive sobre a
existência do espírito e ao princípio fundamental de que, com a purificação do
espírito, o corpo volta à normalidade.
Esse princípio deve ser considerado como um prenuncio da cultura do futuro.
Realmente ele representa uma grande revolução para a Ciência, e, se o aplicarmos
em todos os setores da vida, o bem estar da humanidade aumentará
incalculavelmente. E não é só isso. Aprofundando-se a pesquisa desse princípio
fundamental, pode-se prever que ele influenciará até a essência da própria Religião.
A controvérsia sobre a existência de Deus é uma questão que tem desafiado os
tempos e continua sempre presente. E isso se justifica porque, apenas do ângulo
de visão materialista, obviamente as pessoas nada podem compreender a respeito
de Deus, que é Espírito, o qual, para elas, eqüivale ao Nada. Mas, pela Ciência
Espiritual que estou propondo, é possível reconhecer a existência de Deus e, ao
mesmo tempo, responder a indagações sobre problemas como a vida após a morte,
a reencarnação, a verdade sobre o Mundo Espiritual, os fenômenos de encosto e
incorporação e outras questões relativas ao Mundo Desconhecido, que chamo
também de Mundo Intemporal.
Primeiramente devo explicar como se processou a evolução do meu pensamento.
Quando jovem, eu era extremamente materialista. Até mais ou menos quarenta
anos nunca entrei em templo algum. Achava tolice adorar ou rezar para uma pedra,
um espelho ou um papel escrito, que constituem a imagem de Deus nos templos
xintoístas e são colocados num recipiente com formato de caixa, feito por
carpinteiros, com tábuas de cânfora, e chamado "Omiya". Nos templos budistas
também se adora um Buda desenhado em papel, ou as estátuas de Kannon, Amida
e Buda talhadas em madeira, pedra ou metal. Eu costumava afirmar que Kannon e
Amida só existiam na imaginação do homem; por conseguinte, achava que era uma
adoração ainda mais sem sentido, não passando de idolatria.
Naquele tempo, li a tese do famoso filósofo alemão Rudolf Eucken (184~1926), o
qual diz que o homem possui o instinto inato de adorar qualquer coisa e, assim,
criou e adora os seus próprios ídolos, caindo na auto-satisfaçáo. Como prova disso,
acrescenta ele, todas as oferendas depositadas no altar estão voltadas para o lado
dos homens e não para o lado de Deus.
Houve muitos casos semelhantes, porém, na época, apesar de fazer o bem, eu não
acreditava em Deus nem em Buda. Sendo assim, poderão compreender quão forte
era a minha tendência a jamais acreditar naquilo que não se pode ver.
Naquele tempo, as minhas atividades comerciais iam muito bem, e eu estava no
auge da autoconfiança, mas um de meus empregados me fez perder tudo. A sorte
adversa, manifestada através do falecimento de minha primeira esposa, dos em-
bargos judiciais, da falência e de outras desgraças, arrastaram-me para o fundo do
abismo. Como resultado, acabei recorrendo àquilo a que todos recorrem nessas
ocasiões: a Religião. Também eu fui à procura da salvação no xintoísmo e no
budismo, como era de praxe, e assim tive conhecimento da existência de Deus, do
Mundo Espiritual, da vida após a morte, etc. Refletindo sobre o meu passado,
arrependi-me da vida inútil que levara até então.
Após esse despertar, meu conceito sobre a vida deu uma volta de cento e oitenta
graus. Compreendi que o homem é protegido por Deus e que, se ele não
reconhecer a existência do espírito, não passa de um ser vazio. Também entendi
que, mesmo na pregação moral, se não fizermos com que as pessoas reconheçam
a existência do espírito, ela não terá nenhum valor. Por isso, caros leitores, faço
votos de que "abram os olhos" para os esclarecimentos que darei sobre os
fenômenos espirituais.
O MUNDO DESCONHECIDO
VIDA E MORTE
Para o ser humano, talvez não haja problema tão premente quanto o da morte. Não
será, pois, uma grande felicidade se ele tiver esclarecimentos comprobatórios, e
não fantásticos, a respeito dessa questão? Desejo esclarecer as dúvidas existentes
transmitindo a todas as pessoas o resultado dos meus estudos sobre os fenômenos
espirituais. Com relação ao problema da vida após a morte, existem no Ocidente
muitas obras famosas, tais como as de Sir Oliver Joseph Lodge (1851-1940) e do
Dr. Ward, que são autoridades no assunto. No Japão temos Wazaburo Assano, um
profundo pesquisador com quem eu tive certo relacionamento e que deixou vários
trabalhos. Infelizmente, ele faleceu há alguns anos. Falando sobre os fenômenos
espirituais, no entanto, quero deixar bem claro que, na medida do possível, me
basearei apenas na minha própria experiência: Agirei assim para garantir a exatidão
do que digo, pois, como esses fenômenos são invisíveis, é difícil apresentá-los de
forma concreta, sem cair em dogmas.
"Certa vez - disse ela - fitando um doente prestes a morrer, notei que de sua testa
subia algo branco, uma espécie de névoa que, espalhando-se lentamente pelo
espaço, tornou-se uma massa disforme, semelhante a uma nuvem. Pouco a pouco,
entretanto, começou a tomar a forma humana; minutos depois, apresentou-se
exatamente com as mesmas características físicas da pessoa. De pé, no espaço,
olhava atentamente seu corpo iner-
159
te, junto do qual os familiares choravam. Parecia que desejava mostrar-lhe sua
presença, mas desistiu, por saber que estava em dimensão diferente; mudou,
então, de posição, dirigiu-se para a janela e saiu suavemente".
O homem vem ao Mundo Material para cumprir a missão que lhe foi determinada
por Deus, tenha ou não tenha consciência disso. No cumprimento dessa missão,
acumula máculas no seu corpo espiritual. Chega, porém, um momento em que, por
doença, velhice ou outros motivos, torna-se-lhe difícil continuar a cumpri-la: Quando
isso ocorre, o espírito abandona o corpo e retorna ao Mundo Espiritual. Nesse
sentido, desde tempos remotos chama-se "Nakigara" (invólucro vazio) ao corpo
sem espírito, e "Karada" (invólucro) ao corpo carnal de uma pessoa viva:
Há homens que se orgulham de não conhecerem outra mulher além de sua esposa,
e outros que não desejam casar-se, terminando a vida solteiros. São indivíduos a
quem as mulheres causaram muita infelicidade na vida anterior, e por esse motivo
morreram com uma espécie de temor ao sexo feminino, sentimento que deixou
marcas em seu espírito.
Algumas pessoas têm especial aversão ou receio de aves, insetos ou outros bichos.
Isso tem origem na morte que tiveram, causada por um desses animais. O mesmo
pode ser dito em relação àqueles que temem a água, o fogo ou os lugares altos.
Outros têm medo de lugares onde se aglomera muita gente; quando alguém sente
isso, é porque em outra vida morreu pisoteado pela multidão. É interessante o
pavor que certas criaturas têm de ficar sozinhas. Ministrei Johrei numa pessoa
assim. Ela não podia ficar sozinha dentro de casa: Nessas ocasiões, saía para a
rua e ficava esperando alguém chegar. Provavelmente, na vida anterior, tais
pessoas faleceram de um mal súbito, quando estavam sozinhas.
Pelos diversos exemplos mencionados, concluímos que, no dia-a-dia da sua vida, o
homem deve se esforçar para morrer em paz, sem apegos, temores e outras
preocupações.
Existem pessoas sábias e pessoas ignorantes. Por quê? Pela diferença de idade
entre suas almas: as primeiras têm alma velha; as segundas têm alma nova: A alma
velha, por ter reencarnado muitas vezes, possui uma larga experiência do mundo,
ao passo que a nova, por ter sido criada recentemente no Mundo Espiritual, tem
pouca experiência, motivo pelo qual é mais ignorante. Como vemos, também há um
processo de procriação no Mundo Espiritual.
Também, por ocasião de uma viagem, encontramos lugares pelos quais sentimos
especial simpatia ou atração e onde desejaríamos residir. É porque em outra vida
residimos ou passamos muito tempo nesses locais.
EXISTEM FANTASMAS?
Desde épocas remotas há controvérsias sobre a existência de fantasmas, mas eu
afirmo que eles existem. Trata-se de uma realidade que ninguém pode negar. Creio
que a tese do Inferno e do Paraíso, pregada por Buda, assim corno a do Inferno,
Purgatório e Céu, da "Divina Comédia" de Dante Alighieri (126~ 1321), não são
teses sem fundamento, absurdas ou ilusórias.
Que é o Mundo Espiritual? Em síntese, o Mundo Espiritual é o mundo da vontade e
do pensamento. Sem o empecilho da matéria, há uma liberdade que não existe no
Mundo Material.
O espírito pode ir aonde quiser, e mais rapidamente do que uma aeronave. No
xintoísmo, as palavras "Tome assento nesse templo, vencendo o tempo e o
espaço", proferidas nas cerimônias litúrgicas, significam que um espírito pode cobrir
a distância de mil léguas em alguns minutos ou até segundos. Entretanto, a rapidez
com que ele se move depende da sua hierarquia:
Os espíritos elevados, isto é, aqueles que conseguiram atingir os níveis de
hierarquia Divina, são mais velozes. O espírito do nível mais alto da hierarquia
Divina pode chegar ao local mais distante num espaço de tempo menor do que a
milionésima parte de um segundo, mas o espírito de nível inferior leva algumas
dezenas de minutos para cobrir mil léguas. Isso porque, quanto mais baixo o nível
do espírito, mais pesado ele é, devido às suas impurezas. Além disso, por sua
própria vontade, o espírito pode aumentar ou diminuir de tamanho. Numa Morada
dos Ancestrais com mais ou menos trinta e cinco centímetros de largura, podem
tomar assento várias centenas de espíritos. Nessa oportunidade, é rigorosamente
observada a ordem, isto é, cada um ocupa a posição adequada ao seu nível, dentro
da maior disciplina e com a indumentária apropriada: No budismo, eles assentam
no seu nome Intemporal, escrito numa placa de madeira ou de qualquer outro
material; no xintoísmo, assentam num espelho, numa pedra, numa letra ou no
"Himorogui" (cruz feita de fibras de linho).
Logicamente, os espíritos ficam muito satisfeitos pelos cultos que lhes são
oferecidos de coração, mas o mesmo não acontece se são atos apenas formais.
Assim, nas ocasiões de culto, as pessoas devem colocar o máximo de sentimento e
realizá-lo de forma ideal, de acordo com as condições materiais do momento.
Desde épocas remotas fala-se em pessoas que ocasionalmente vêem fantasmas,
mas na maioria dos casos trata-se de espíritos com poucos dias de desencarnados.
O grau de densidade das células espirituais dos recém-falecidos é elevado, razão
pela qual esses espíritos podem ser vistos por algumas pessoas. Nada há de
estranho, portanto, no fato de muitos terem visto a ressurreição e ascensão de
Cristo. Porém, como o espírito de Cristo era elevado, Divino, ascendeu ao Céu.
Com o passar do tempo, o espírito é purificado, ficando menos denso, e, assim,
mais difícil de ser visto.
Aqueles cujo espírito vai para o Plano Superior, sabem a data aproximada em que
vão morrer e, nessa ocasião, não sentem nenhum sofrimento; chamam os mais
chegados, expressam seus últimos desejos e morrem em paz, como se a morte
fosse a coisa mais natural. Ao contrário, aqueles cujo espírito vai para o Plano
Inferior têm morte muito dolorosa, agonizando em meio a sofrimentos extremos. Os
que vão para o Plano Intermediário estão sujeitos a sofrimentos menos dolorosos. A
maioria dos espíritos vai para este plano, e podemos deduzir isso observando a fa-
ce do cadáver. Se o espírito foi para o Plano Superior, não há nenhuma expressão
de sofrimento; pelo contrário, a pessoa fica como se estivesse vivo. Se foi para o
Plano Inferior, a face do cadáver se apresenta escurecida ou preto-esverdeada,
com uma expressão de agonia. A face daqueles cujo espírito foi para o Plano
Intermediário, em geral mostra-se amarela, como é o caso da maioria dos
cadáveres.
Em seguida, de acordo com a tese budista, o espírito vai para o Fórum, onde é
julgado. O julgamento é bem diferente do que ocorre no Mundo Material:
caracteriza-se pela imparcialidade, não havendo o mínimo de favoritismo nem de
equívocos. Na hora do julgamento, os espíritos vêem de forma diferente a face de
Enma Daio, o juiz. Para os perversos, ele se apresenta com os olhos brilhando
assustadoramente, abre a boca até às orelhas, e, quando fala, cospe fogo; só de
vê-lo o espírito já fica atemorizado. Entretanto, os bons vêem-no com uma
expressão afável, branda e afetuosa, mas sóbria; o espírito, naturalmente, sente
simpatia e respeito por ele.
Um por um, os pecados são refletidos num espelho de cristal puro e, em seguida,
julgados. O julgamento é precedido de uma investigação, procedendo-se, em
seguida, à comparação das condições presentes do espírito com os outros registros
seus existentes no Fórum. Quem exerce a função de juiz no fórum do Mundo
Material, também a exerce no Mundo Espiritual. Segundo o xintoísmo, o fiscal dos
promotores é Haraido no Kami (deus da purificação), e o Enma Daio é a divindade
chamada Kunitokotati-no-Mikoto.
Após receber a sentença, o espírito dirige-se para um dos três níveis do Plano
Superior ou do Plano Inferior. Portanto, a "esquina de seis caminhos" a que
aludimos, como o próprio nome indica, é a encruzilhada para ele ir a um daqueles
níveis. Todavia, embora tenha ficado decidido que o espírito vai para o Plano
Inferior, concede-se a ele mais uma oportunidade: fazer aprimoramento no Plano
Intermediário, para sua elevação. Aqueles que se arrependem e se convertem, ao
invés de irem para o Plano Inferior como estava determinado, vão para o Plano
Superior.
Como no nível mais alto do Plano Superior a luz e o calor são muito fortes, seus
habitantes vivem quase nus. Poderão ter uma idéia disso lembrando que, nas
estatuetas búdicas, Nyorai e Bossatsu são representados no estado de seminudez.
A medida que se desce para o Segundo Céu, Terceiro Céu, etc., a luz e o calor
diminuem. Se um espírito fosse repentinamente elevado do Plano Inferior para o
Superior, seria ofuscado pela luz intensa e não suportaria o calor; preferiria, então,
retomar ao Plano Inferior. Isso é idêntico ao que acontece no Mundo Material: uma
pessoa de baixa categoria elevada a uma posição alta sem ter merecimento, tem
mais sofrimentos do que satisfação.
No nível mais alto do Plano Superior está o Supremo Deus; no Primeiro Céu está o
deus do Sol, Tensho Oomikami; no Segundo Céu, o deus da Lua, Tsukainami-no-
Mikoto, e no Terceiro Céu, o deus Wakahiraguimi-no-Mikoto.
O Mundo Búdico está abaixo do Mundo Divino. Seu nível mais elevado corresponde
ao Segundo Céu; não existe o Primeiro Céu. No Segundo Céu temos Komyo Nyorai
(Kanzeon Bossatsu), e no Terceiro Céu, Amida Nyorai e Shakamuni-butsu. No
Mundo Espiritual também existem organizações religiosas. O xintoísmo tem treze
seitas e o budismo cinqüenta e seis; cada uma apresenta várias subdivisões. Toda
organização religiosa tem uma divindade padroeira e também um fundador.
Exemplifiquemos com o xintoísmo: na seita "Taisha-Kyo”, o padroeiro é Ooku-
ninushi-no-Mikoto; na seita "Ontake-Kyo", é Kunitokotati-no-Mikoto; na seita "Tenri-
kyo”, é Tohashira-no-kami. O budismo também serve como exemplo: na seita
"Shinshu" é Amida Nyorai; na seita "Zen-Shu" é Daruma Daishi; na seita "Tendai" é
Kanzeon Bossatsu. Os fundadores de seitas, como Kobo, Shiram, Nitiren, Honen e
outros, situam-se na classe de líderes de cada comunidade. Assim, ao entrarem no
Mundo Espiritual, os espíritos das pessoas que tinham religião durante a vida
terrena ligam-se à organização a que elas pertenciam, e não se pode calcular o
quanto são mais felizes que os espíritos dos descrentes. Estes, não tendo uma
organização à qual filiar-se, ficam perdidos, extremamente confusos, vagando pelo
Mundo Espiritual. Desde épocas remotas fala-se sobre "espíritos errantes", porque
tais espíritos ficam perambulando pelo Plano Intermediário. Uma vez passando
para o Mundo Espiritual, aqueles que não reconhecem a sua existência e não
crêem na vida após a morte, não podem se fixar em nenhum lugar, ficando privados
de inteligência e juízo durante certo tempo. Como exemplo, citarei um caso ocorrido
há alguns anos.
Mas será que existe realmente aquilo que chamo Plano Superior, mais conhecido
como Céu ou Paraíso? A maioria das pessoas pensa que não passa de fantasia dos
homens de eras passadas, porém eu estou absolutamente convicto de que ele é
uma realidade. Há uma estória nesse sentido. Faz muito tempo, um sacerdote
budista de alta categoria e um catedrático discutiam sobre a existência do Inferno e
do Paraíso após a morte. Ao final da discussão, o sacerdote concluiu que eles
existiam e o catedrático, que não existiam. Enfim, alegando que para ter certeza
não havia outro meio senão morrer, o religioso sugeriu que ambos se matassem, e
em vista disso o catedrático se rendeu. O assunto não é para brincadeira, mas,
embora o sacerdote budista estivesse com a verdade, se pudermos conhecer o
Mundo Espiritual sem recorrer a esse extremo, será muito melhor, não é mesmo?
Citarei alguns fenômenos que pude comprovar através das minhas próprias
experiências.
Uma senhora de trinta anos, esposa do diretor de uma empresa, solicitou a minha
ajuda por estar gravemente enferma. Como já tinha sido desenganada pelo médico,
seus familiares me suplicaram que a salvasse. Ela residia a cerca de quarenta
quilômetros de distância, razão pela qual não me seria possível visitá-la com a
freqüência que o caso requeria. Por isso, trouxe-mo-la imediatamente para a minha
casa. Pensando na possibilidade de acontecer o pior durante a viagem, o marido
também veio com ela no carro. Eu, ao mesmo tempo em que a segurava com uma
das mãos, ministrava-lhe Johrei com a outra.
Chegamos sem que houvesse acontecido nada daquilo que nos estava
preocupando, mas, pela madrugada, fui tirado da cama pelo acompanhante da
doente. Fui vê-la imediatamente. Segurando minha mão com força, ela me disse:
"Sinto que algo vai sair de mim e estou com muito medo. Deixe-me segurar sua
mão. Tenho o pressentimento de que vou morrer hoje. Chame meus familiares com
urgência".
Telefonei-lhes incontinenti, e, quando eles chegaram, acompanhados do médico da
firma onde o marido da senhora trabalhava, já tinha decorrido uma ou duas horas. A
essa altura, ela estava em coma e com o pulso bastante fraco. O médico examinou-
a e disse que era questão de horas.
À noite, rodeada pelos familiares, a enferma continuava em estado de coma. De
repente, mais ou menos às vinte horas, abriu os olhos e começou a olhar à sua
volta, como se não estivesse entendendo nada. Por fim explicou: "Fui para um local
muito bonito, tão maravilhoso que nem sei como descrevê-lo. Era um jardim todo
florido, onde estavam muitas pessoas de rara beleza, e lá no fundo divisei um
senhor de ares nobres, semelhantes à figura de Kanzeon Bossatsu que se vê em
pinturas sacras. Ele olhou na minha direção e sorriu. Fiquei tão grata, que me
prostrei no chão, mas logo recobrei os sentidos. Agora estou me sentindo muito
bem, como não acontecia desde que adoeci".
No dia seguinte, a senhora não tinha mais nenhum sofrimento; estava salva,
embora continuasse fraca. Após um mês mais ou menos, recuperou completamente
a saúde. Esse exemplo nos mostra que o seu espírito se separou do corpo por
alguns instantes e foi para o Céu, sendo purificado dos seus pecados por Kanzeon
Bossatsu. Esse local era o Segundo Céu Búdico.
Outro exemplo.
Uma jovem de aproximadamente vinte anos foi curada de tuberculose pulmonar em
estado gravíssimo, mas, depois de aproximadamente um ano, teve uma recaída e
faleceu. Essa jovem tinha um irmão mais velho, vadio e viciado em bebida. Um dia,
dois ou três meses depois que ela morreu, estando sentado no seu quarto, ele
notou uma espécie de fumaça ou nuvem roxa a uns dois metros à sua frente, no
alto. Essa nuvem começou a descer devagarinho, e acima dela, de pé, ele viu sua
falecida irmã. Olhando bem, notou que estava muito mais bonita do que quando era
viva; vestia-se elegantemente e irradiava uma nobreza divinal. Ela, então, lhe disse
carinhosamente: "Vim para aconselhá-lo a abandonar a bebida. Pense no bem da
nossa família e no seu próprio e deixe o álcool". Dizendo isso, subiu novamente na
nuvem e começou a elevar-se até desaparecer.
Decorridos alguns dias, aconteceu a mesma coisa, e o fato voltou a se repetir
pouco tempo depois. Na terceira vez, surgiu diante do rapaz uma bela ponte curva,
toda pintada de vermelho, e a irmã, descendo da nuvem, atravessou essa ponte e
lhe disse: "É a terceira vez que venho. A partir de hoje não terei mais permissão
para vir. Esta é a última vez". Depois disso, o fato não se repetiu. Através desse
caso, vemos que é possível ter "visões" temporariamente.
Mais um exemplo.
Um rapaz de vinte e poucos anos sofria de uma doença que poderíamos classificar
de psíquica. Nessa época, ele estava loucamente apaixonado por uma mulher que
trabalhava num bar noturno, e os dois iam suicidar-se juntos. Entretanto, a um
passo da tragédia, tive a grata felicidade de salvá-los, pois encontrei, no bolso do
rapaz, o veneno que ambos iam tomar.
Levando o casal para a minha casa, examinei-os espiritualmente. Segundo
constatei pelas palavras do próprio rapaz, um espírito de raposa encostara nele
para levá-lo ao suicídio. Nos vinte minutos terminei o exame, não sem antes ter
advertido aquele espirito. O jovem, no entanto, continuava na postura anterior, de
olhos cerrados e com as palmas das mãos unidas à altura do peito. Virando-se para
a esquerda, inclinou a cabeça como se não compreendesse algo. Passados uns
três ou quatro minutos, abriu os olhos, mas continuou de cabeça inclinada. Disse
então: "Vi uma coisa bastante estranha. Alguém ao meu lado estava tocando
"koto"(6), e o som desse instrumento era extraordinariamente belo e nobre.
Embevecido, eu olhava à minha volta e notei que estava num lugar que me pareceu
o interior de um santuário muito espaçoso. No fundo havia uma escada que levava
a uma sala toda acortinada. Aí, o senhor, vestido, com trajes litúrgicos, subiu a
escada suavemente e entrou na sala".
Ouvindo isso, eu comentei: "Se você viu a pessoa de costas, não podia ter
reconhecido quem era". Mas ele confirmou:
"Tenho certeza de que era o senhor". E descreveu a indumentária que, segundo
disse, era constituída de chapéu, blusa azul e calça vermelha. Ele pôde "ver" isso
porque, momentaneamente, teve a faculdade de visão espiritual. Esse rapaz era
empregado de uma loja e não professava nenhuma Fé, não tinha nenhum conheci-
mento sobre assuntos espirituais; portanto, creio que o seu relato merece ainda
mais confiança. Ressalte-se que à esquerda do lugar onde ele estava sentado
ficava o Altar. Acredito que, naquele momento, meu espírito estava no interior do
Altar e vinha saindo.
Os três exemplos citados poderão servir de ilustração para o conhecimento do
interior e do exterior da morada celeste, e também para comprovação da descida
de seus habitantes.
Em seguida, escreverei sobre as condições do Paraíso Búdico.
Uma moça virgem, de dezoito anos, serviu de médium, incorporando o espírito de
um de seus ancestrais, um samurai que falecera em batalha travada há mais de
duzentos anos. Fora ardoroso adepto do budismo e pouco depois de falecido entrou
na seita fundada por Kobo Daishi. Em resposta às minhas perguntas, ele disse:
"Quando eu cheguei aqui, havia uns quinhentos ou seiscentos espíritos, mas, ano
após ano, reencarnavam mais espíritos do que entravam, de modo que agora só
existem mais ou menos cem.
Moramos numa casa grande, mas não há serviço propriamente dito, e passamos as
horas divertindo-nos: tocamos "koto", "shamissen"(7), flauta, tambor e outros
instrumentos musicais; pintamos, esculpimos, lemos, escrevemos, jogamos xadrez,
cartas etc., ou divertimo-nos de outras maneiras que também existem no Mundo
Material. De vez em quando há palestras feitas pelo próprio Kobo Daishi e por
outros espíritos, e isso constitui a maior das alegrias para nós. As vezes Kobo
Daishi encontra-se com Buda, mas este, segundo ele diz, está num nível acima do
Paraíso, onde a luz é muito intensa; quase não se pode olhar para cima, de tão
ofuscante que ela é.
(6) "Koto": instrumento musical de corda, unicamente japonês.
Fora da casa, há um grande lago em cuja superfície bóiam inúmeras "hassu no ha"
(folhas semelhantes à vitória-régia do Rio Amazonas), tão grandes que nelas
cabem duas pessoas. A maioria é ocupada por casais, que nem precisam remar
para se dirigir ao local aonde desejam ir. Não há noite; é sempre dia, e a claridade é
um pouco inferior à do dia claro. O sol é semelhante ao do Mundo Material, e seus
raios luminosos, purpurinos e suaves, provocam uma sensação agradável".
Em muitas oportunidades ouvi os espíritos que habitam o Paraíso Búdico dizer que
se sentem entediados quando já se encontram ali há muito tempo. Como estão
sempre se divertindo, acabam perdendo o interesse e por isso manifestam o desejo
de serem transferidos do Mundo Búdico para o Mundo Divino. Não foram poucos os
espíritos que transferi para este último, atendendo a seus pedidos. Tal desejo é
motivado pelo fato de saberem que o Mundo Divino entrou recentemente numa fase
de grande atividade e que todas as divindades e espíritos estão extremamente
atarefados. Não preciso dizer que isso se deve à aproximação da Era do Dia, que é
regida por Deus, ao passo que a da Noite era regida por Buda.
Passemos, agora, ao Plano Inferior.
O mais baixo dos três níveis que constituem o Plano Inferior é chamado pelos
xintoístas "Nezoko no Kuni" (Reino do Fundo da Raiz); os budistas o chamam de
"Gokukan Jigoku" (Inferno de Frio Extremo), e no Ocidente dão-lhe o nome de
Inferno. Mas, seja qual for a designação, é um local completamente escuro e
gelado. O espírito que cair aí, fica sem enxergar nada durante dezenas ou centenas
de anos; petrificado pelo frio intenso, não pode se mover nem um centímetro. Sua
situação é tão lastimável, que não encontro adjetivos para descrevê-la. O que eu
ouvi de um espírito salvo desse local fez-me arrepiar os cabelos. O gélido Inferno
retratado por Dante Alighieri na "Divina Comédia" não é absolutamente nenhuma
fantasia.
O nível médio do Plano Inferior é o local onde existe carnificina, desejo carnal
animalesco, fome, monte de agulhas, lagoa de sangue, poço das serpentes, sala
das abelhas e das formigas e outras coisas de que se costuma falar. Os demônios
encarregados da vigilância assemelham-se àqueles que vemos nos desenhos,
pintados de verde ou vermelho.
Quanto à sala de abelhas, foi descrita pelo espírito de uma gueixa que incorporou
no empregado de um salão de beleza. Os espíritos são colocados dentro de uma
caixa onde mal cabe uma pessoa, e inúmeras abelhas picam todo o seu corpo,
causando-lhes um sofrimento espantoso.
Um homem de meia-idade sofria de epilepsia causada por fogo. Ele conta que, à
noite, deitava-se na cama e adormecia, mas à meia-noite despertava. Então, a uns
dez metros de distância, enxergava labaredas que cada vez se tornavam mais
próximas. Quando chegavam bem perto, ele tinha um espasmo e ficava com uma
lebre altíssima. Sentia todo o corpo queimar e entrava em transe. Isso havia
começado no ano seguinte ao Grande Terremoto, razão pela qual se pode concluir
que, em outra vida, ele morrera carbonizado por ocasião de um terremoto. Os
espíritos das inúmeras pessoas que morreram queimadas no recente bombardeio
naturalmente estão no Inferno, sofrendo o castigo do fogo. Portanto, seus familiares
devem sufragá-los cuidadosamente.
Relações carnais impuras entre homem e mulher fazem com que seus espíritos
caiam no Inferno, mas a situação varia de acordo com a gravidade do caso. Por
exemplo: quando os dois se suicidam por amor, os espíritos ficam ligados e não
podem se separar. Isso é causado pelo desejo que eles tiveram de permanecer
sempre juntos. Os que se suicidam abraçados ficam grudados, sentindo uma
vergonha tão grande, que se arrependem seriamente. As vezes lemos nos jornais a
notícia do nascimento de gêmeos ligados por uma parte do corpo; geralmente se
trata da reencarnação de um casal que se suicidou por amor. Em casos de amor
abomináveis - por exemplo, entre pais e filhos, entre irmãos, entre alunos e
professores, etc. - os espíritos também ficam grudados, mas, enquanto um
permanece de pé, o outro fica de cabeça para baixo. O incômodo e a vergonha a
que os espíritos se expõem levam-nos a um profundo arrependimento. Diante de
tudo isso, poderão entender o equívoco daqueles que, por causa de um amor
impossível, recorrem ao suicídio acreditando poderem alcançar a felicidade no Céu.
Pode-se, também, compreender claramente a justiça reinante no Mundo Espiritual.
É preciso saber ainda o que acontece com os que são avarentos no Mundo
Material, apesar de possuírem muito dinheiro. Trata-se de pessoas materialmente
ricas, mas espiritualmente pobres. Passando para a Mundo Espiritual, ficam numa
situação de penúria e reconhecem seu erro. Outros, porém, no Mundo Material, têm
um nível de vida inferior ao da classe média, mas se contentam com o que têm,
vivendo a vida cotidiana cheios de gratidão e empregando suas economias em
obras que visam à salvação da humanidade. Ao entrarem no Mundo Espiritual, tor-
nam-se ricos e vivem muito felizes.
Mas existe outra causa para o empobrecimento dos milionários. Há pessoas que
não desembolsam o dinheiro que deveriam desembolsar ou não pagam o que
deveriam pagar, e isso constitui uma espécie de roubo; espiritualmente, estão
acumulando dinheiro furtado, a que se acrescentam juros. O resultado é que os
bens vão se esgotando, e, pela Lei do Espírito Precede a Matéria, um dia essas
pessoas acabam perdendo tudo que têm. Muitas vezes vemos o herdeiro de um
novo-rico esbanjar toda a fortuna da família por incapacidade ou imoralidade, mas,
conhecendo o princípio acima referido, poderão compreender por que isso
acontece. A dissolução de poderosas organizações financeiras em conseqüência da
guerra, teve a mesma causa. Não se pagou aos funcionários e operários a
remuneração que lhes era devida, e os diretores enriqueceram às custas disso.
Ora, apropriar-se da renda que deve ser distribuída aos trabalhadores significa tirar-
lhes dinheiro, ou seja, roubá-los. Acumulando dinheiro roubado, aos poucos os
capitalistas fundam outras empresas. Como passam a viver no fausto, os Céus não
lhes perdoam. Além disso, no Mundo Espiritual, "os juros inversos" vão aumentando
rapidamente. Com a chegada da época atual, é hora, finalmente, do despojamento
e devolução do valor roubado, acrescido dos "juros inversos". Na verdade, é a
ferrugem que sai do próprio corpo, e por esse motivo, não há como culpar os
outros. Em contrapartida, se os capitalistas fizerem uma justa distribuição dos
lucros com os trabalhadores e acumularem virtude empregando sua fortuna em prol
da sociedade e do próximo, serão respeitados por todos e prosperarão
eternamente.
É o local para onde vão os espíritos prestes a alcançar o Plano Intermediário, após
terem sofrido os castigos infernais. Por conseguinte, os trabalhos a que estão
submetidos são de natureza leve, como, por exemplo, servir os alimentos
oferecidos nas Moradas dos Ancestrais, consagrados nas casas de seus des-
cendentes, levar mensagens, dar assistência a outros espíritos, etc. A propósito,
convém saber algo a respeito dos alimentos ofertados aos espíritos.
Embora desencarnado, o espírito sente fome se não se alimentar. Mas em que
consiste esse alimento? O espírito serve-se do espírito dos alimentos; entretanto,
ao contrário do que acontece no Mundo Material, ele se satisfaz com pouca quanti-
dade de comida. Sua alimentação diária consta de uns três grãos de arroz.
Portanto, a comida comumente ofertada nos lares dá para um grande número de
espíritos e ainda sobra muito. As sobras são dadas àqueles que se encontram na
camada dos famintos. Graças a isso, os espíritos ligados a essa família elevam-se
mais rapidamente.
Sempre que possível devemos oferecer alimentos aos antepassados, pois, levados
pela fome, eles podem se ver forçados a roubar para comer, e, conseqüentemente,
cair no Inferno ou encostar em animais, como cão ou gato. Quando o branco se
mistura com o vermelho, fica vermelho, e o mesmo acontece quando o espírito
humano encosta em animais: vai se degradando progressivamente até que se
animaliza. Quando ocorre a reencarnação de um espírito híbrido de homem e
animal, o corpo toma a forma desse animal. Existem cavalos, cães, gatos, raposas,
texugos e serpentes que entendem o que os homens dizem:
Uma vez fui ministrar Johrei numa casa onde havia um cão de grande porte. O
dono da casa esclareceu: "Esse cão não é normal. Nunca sai para a rua, vive a
maior parte do tempo dentro de casa e só se senta em almofada de seda. Se uma
pessoa da família o chama, ele atende, mas o mesmo não acontece se for um
empregado. Em relação à comida também é cheio de luxo, jamais come coisas
vulgares. Entende perfeitamente o que lhe falam e não gosta de ficar na cozinha
nem nas salas e cômodos inferiores; em tudo, enfim, é idêntico a um ser humano".
Então eu dei a seguinte explicação: " Esse cão é um ancestral seu que se degradou
ao nível de vida dos irracionais, reencarnando em forma de cão. Pela afinidade
espiritual, foi parar na sua casa. Por isso ele faz questão de que lhe dispensem o
tratamento devido a um ancestral". O dono da casa entendeu a explicação e ficou
satisfeito.
O caso seguinte, também verídico, foi vivido por um dos meus discípulos. Eis o que
ele contou:
"Há uns vinte e cinco anos, tendo sabido que uma senhora de meia-idade, residente
em Yokohama (principal porto do Japão), estava sofrendo uma tortura incomum,
fiquei muito curioso e fui visitá-la. Ela usava um pano branco em volta do pescoço,
e qual não foi a minha surpresa quando ela o tirou: havia uma cobra enroscada em
seu pescoço! Essa cobra entendia o que se falava. Na hora das refeições, a
senhora pedia-lhe permissão para se alimentar, dizendo que limitaria a comida a
uma ou duas tigelas. Nesse caso, a cobra afrouxava a pressão, mas quando o
limite prometido era ultrapassado, pressionava novamente e não a deixava comer
de forma alguma. Foi a própria senhora que me contou por que aquilo acontecia.
Pouco depois de seu casamento, a sogra adoeceu, e ela não lhe dava comida, para
que morresse logo. De fato a sogra acabou falecendo, mais por falta de alimento do
que pela própria doença. Por esse motivo, seu espírito foi tomado de grande ódio e,
para vingar-se, reencarnara sob forma de cobra e torturava a nora daquela maneira.
Assim, esta queria alertar as pessoas o mais possível sobre a temeridade daquele
pecado, a fim de redimir-se um pouco que fosse".
(8) "Inari": Numa crença popular japonesa. capelinha onde se cultua o espírito de
raposa
Para finalizar, acrescento uma explicação sobre a Moradia dos Ancestrais do Lar,
do tipo budista. Seu interior representa o Paraíso, e para ali são convidados os
ancestrais. No Paraíso, a comida e a bebida são fartas, há todos os tipos de flor,
cujo perfume impregna o ar, e soam as músicas mais belas e suaves, de modo que
se deve copiar tudo isso, oferecendo aos ancestrais alimentos, flores e incenso.
Mesmo nos templos, o bater do bloco de madeira ou de pratos de metal, o toque de
flautas, etc., têm efeito de música. O bater do sino na ocasião em que se oferece a
comida, serve de chamada para os espíritos.
Após a morte, o homem continua vivendo da mesma maneira como vivia no Mundo
Material. O sofrimento da hora da morte também prossegue. Sobre isso contarei um
caso.
Anos atrás, havia entre meus subordinados um jovem chamado Yamada. Um dia,
ele me disse: "Peço licença para ir a Oossaka tratar de um assunto urgente." Sua
expressão e seu comportamento não eram normais. Perguntei-lhe que assunto ele
tinha a tratar naquela cidade, mas suas respostas foram evasivas e confusas.
Decidi, então, examiná-lo espiritualmente. Nessa ocasião, eu estava pesquisando
os fenômenos espirituais com grande interesse.
Mandei o rapaz sentar-se e fechar os olhos. Quando iniciei o exame espiritual, ele
começou a se contorcer de dor. Naturalmente, tratava-se de encosto. Manifestou-
se, então, um espírito que se identificou como sendo o de um amigo seu.
"Quando eu era empregado de uma firma de Oossaka - disse ele - fui despedido
por um dos diretores, que acreditou nas calúnias de certo indivíduo. Fiquei num tal
estado de inconformismo e desespero, que me matei, tomando veneno. Pensava
que, suicidando-me, estaria pondo fim na minha existência, que voltaria ao nada,
mas, ao invés disso, os sofrimentos dos instantes da morte continuavam
indefinidamente. Fiquei deveras surpreso e me arrependi seriamente do que havia
feito. Ao mesmo tempo, pensei em vingar-me do diretor da firma, que fora o cau-
sador de tudo, e por isso encostei em Yamada, para levá-lo a Oossaka, e, por suas
mãos, assassinar aquele homem".
Pelo exposto, devem compreender que o homem jamais deve cometer suicídio,
mesmo que esteja enfrentando o maior dos sofrimentos.
O "Tengu" pode ter forma humana ou forma de ave. No primeiro caso, é o espírito
de um ser humano. Os sábios, literatos, advogados, educadores, sacerdotes,
bonzos, samurais de outrora e outros, após a morte vão para o Mundo do Tengu. O
"Tengu" com forma de ave é o espírito de uma ave. Todas as aves, ao morrer, vão
para aquele mundo, trabalhando sob as ordens do "Tengu" com forma humana.
Aves fortes, como a águia e o falcão, também manifestam uma força extraordinária
no Mundo do Tengu. Há tempos, fiz exame espiritual numa senhora que estava com
encosto da padroeira da seita Doryo-Gonguen, da cidade de Odawara, uma águia
gigante de mais de mil anos atrás. Ela se queixava de que havia trabalhado muito
no passado, mas ultimamente, por ter ferido uma das asas, não conseguia trabalhar
como queria. O "Tengu" com forma de ave realiza principalmente atividades
sagradas, sendo considerado um ser de Hierarquia Divina. Os "Tengu" chamados
"konoha-tengu" são espíritos de aves pequenas cuja função é comunicar, transmitir
ordens, enfim, servir de mensageiros.
Desde os tempos antigos diz-se que o "Tengu" é orgulhoso, e isso é uma verdade.
Nas pinturas e nas máscaras ele é representado com nariz muito longo e também
com o rosto vermelho, pois gosta de bebidas alcoólicas. Quanto ao seu modo de
vida, o que o "Tengu" mais aprecia é uma discussão; quando sai vencedor, sua
posição se eleva. Portanto, aqueles que, neste mundo, estão ligados a esse tipo de
trabalho, como parlamentares, advogados, etc., são reencarnações ou pessoas
com encosto de "Tengu". Além da discussão, o "Tengu" é amante do jogo, sendo
grande apreciador do quino e do "shogui" (xadrez japonês). Uma vez eu aprendi
com um "Tengu" o “shogui” do Mundo do Tengu, o qual difere muito do nosso. Eles
também gostam de pintura e poesia, mas a sua maior diversão é a bebida.
MUNDO DE DRAGÃO
O fato repetiu-se várias vezes. Numa delas, senti, dentro de mim, o som de uma
voz que não era a minha. Quem estava falando era o espírito daquele dragão, o
qual se mostrava muito agradecido, dizendo que, por ter encostado em mim, podia
utilizar a linguagem humana. Ele contou-me várias coisas, entre elas, que era o
espírito guardião de Konohana-Sakuyahim-no-Mikoto, assentado no Monte Fuji-san,
e também o Dragão de Nove Cabeças, assentado no Santuário Kussushi-jinja.
Passados vários anos, subi o Monte Fuji-san pela primeira vez. Até ali eu pensava
que o Santuário Kussushi-no-miya, mencionado pelo dragão, localizava-se no sopé
do monte. Procurando-o, não o achei. Subindo ao topo, deparei com um santuário
grande logo na entrada, do lado direito. Era o Santuário Kussushi-no-miya. Assim,
entendi que as palavras daquele dragão misterioso não eram mentiras. Em outra
oportunidade voltarei a falar sobre ele, mas foi através dos fatos mencionados que
eu tive certeza da existência do dragão.
Analisando a questão sob vários aspectos, concluí que foram os dragões que
solidificaram a Terra, a qual, na época de sua formação, apresentavam-se sem
consistência, parecendo um pântano. Entretanto, depois que o dragão perdeu o
corpo material, seu espírito continuou a atuar nos Céus e em quase todos os
setores da sociedade humana. Após a solidificação da Terra é que veio a Era dos
Mamutes, como é denominada pelos cientistas. Foram esses elefantes gigantes
que, percorrendo a superfície terrestre, endureceram-na. Eu acredito que as
ossadas de dinossauros encontradas no interior da Manchúria sejam restos dos úl-
timos dragões.
Qual a razão da existência dos dragões? Todos eles, sob as ordens de divindades
supervisoras, estão empenhados em atividades constantes para o cumprimento de
suas respectivas missões. Os fenômenos celestes, como o vento, a chuva, o
relâmpago e outros, são trabalhos dos dragões, que os realizam sob as ordens do
deus Haraido-Yon-Hashira; naturalmente, o objetivo é a purificação do espaço entre
o Céu e a Terra. Além disso, os dragões grandes, médios e pequenos residem e
protegem oceanos, mares, lagos, pântanos, rios e acho que até mesmo os lagos
artificiais e os poços. Como é do conhecimento de todos, quando se aterram
lagoas, pântanos, poços, etc., sempre acontecem acidentes estranhos, um após
outro. O dragão tem a característica de irar-se facilmente. Vendo sua morada
completamente destruída, ele fica enfurecido e provoca esses acidentes não só
para advertir o homem mas também para obter outra morada. Deve- se, portanto,
dar-lhe nem que seja uma morada pequena e, tal como no caso da árvore, fazer os
preparativos para a transferência; conforme as circunstâncias, pode-se até usar um
pote com água, ou algo semelhante. Por natureza o dragão tem facilidade de ficar
quente; mesmo tendo se tornado um ser espiritual, sente grande necessidade de
água.
Dizem que o homem se transforma em dragão, depois que morre, devido ao apego,
como já foi dito anteriormente; entretanto, com o aprimoramento realizado no
Mundo Espiritual, ele poderá reencarnar novamente como ser humano. O famoso
Sugawara Mitizane, após a morte, tornou-se dragão do fogo, devido ao seu apego à
vingança. Para vingar-se dos caluniadores que o fizeram sofrer em vida, como
Fujihara Tokihira, fulminou-os um após outro através de raios, que atingiram até
mesmo o Santuário Shishin-den. Nessa tragédia quase foi atingido o imperador, de
modo que, impressionadas, as pessoas apressaram-se a cultuar Sugawara como
divindade, no atual Santuário Tenman-miya. Depois disso, nada mais aconteceu.
Essa é uma passagem famosa que faz parte da história japonesa; certamente a
Ciência moderna terá dificuldade em compreendê-la.
O caso que se segue aconteceu entre a Era Meiji (186&~ 1912) e a Era Taisho
(1912-1926). No jardim Kassumi-Ga-Seki, do atual Ministério da Fazenda, havia
uma sepultura, onde estava enterrado Taira-no-Massakado(10), fato de que
ninguém tinha conhecimento. Como aconteciam desgraças, uma depois da outra,
com as pessoas relacionadas ao Ministério, concluiu-se, após muita averiguação,
que aqueles acontecimentos deviam estar sendo provocados pelo espírito de
Massakado. A partir do pomposo oficio religioso realizado em sua homenagem,
nada mais aconteceu. Acredito que esse espírito também se transformara em
dragão. Mas não são apenas os espíritos de dragão que têm necessidade de cultos
e sufrágios; todos os espíritos têm, porque, através disso, sua posição no Mundo
Espiritual se eleva.
A forma física do dragão é como vemos em pinturas; há os que têm chifres e os que
não têm. Os dragões de nível alto são gigantescos; chegam a ter dezenas de
quilômetros de comprimento. Hatidai-ryu-ô o famoso dragão-rei mencionado no
jiki"(11), é um dragão composto de oito pessoas, sendo cinco homens e três
mulheres. A tradicional festa de Guion-sai, realizada na cidade de Quioto, é o culto
em homenagem a esse dragão. Segundo Fuetsu, Sakyamuni prendeu-o no fundo
do oceano e ordenou-lhe que esperasse até determinada época- Através de
estudos, cheguei à conclusão de que essa época é o início da Transição da Era da
Noite para a Era do Dia. As palavras de Sakyamuni, que constituem a doutrina
budista, são conhecidas como "Ensinamentos da Luz da Lua"; portanto, dizem
respeito inteiramente à Era da Noite. A propósito, o dragão-rei Hatidai-ryu-o,
reencarnado como ser humano, está atualmente, começando a trabalhar na
construção da Era do Dia.
Desde os tempos antigos está determinado que os dragões devem fazer um
aprimoramento de mil anos no mar, mil anos na montanha e mil anos no campo.
Parece haver um profundo motivo para isso. Entretanto, esse tempo pode ser
abreviado através de sufrágios, boas ações, etc., feitos pelas pessoas a eles
relacionadas. Terminado o aprimoramento, o dragão condensa as nuvens, provoca
uma tempestade e com um ciclone levanta a água do mar bem alto e sobe ao Céu.
Inúmeras pessoas já presenciaram cenas como essa. A propósito do assunto, um
dos meus discípulos contou que certa vez viu uma cobra enroscada num pinheiro.
Observando-a, percebeu que aos poucos ela ia subindo para o topo da árvore. Dali,
saltou para o espaço e, em instantes, desapareceu. Achei curioso porque não se
tratava de espírito de cobra e sim da própria cobra; é um fato que parece impossível
de acontecer, mas que aconteceu.
Como até agora o mundo se encontrava na Era da Noite, a força de Satanás era
maior, o que significa que a força de Deus não era suficiente para controlá-la. Isso
fez surgir a sociedade humana de hoje, repleta de infelicidade. A medida, porém,
que vai se aproximando a Era do Dia, ocorrerá o contrário, a força do Bem se
tornará principal e a do Mal secundário. Tornando-se secundário, o Mal deixará de
ser um mal, pois estará abaixo do poder dominador do Bem.
O BEM E O MAL
Desejo falar sobre Deus e Satanás, mas é muito difícil, porque o homem é homem,
não é Deus nem é Satanás. Entretanto, o homem goza de liberdade, o que não
deve ser confundido com liberalismo. Trata-se da liberdade de elevar-se ao nível
Divino ou equiparar-se a Satanás. Apresentarei a seguir minha visão de Deus e
Satanás, obtida através das pesquisas que fiz sobre o Mundo Espiritual.
O Bem e o Mal são relativos; por existir o Bem é que o Mal existe, e vice-versa.
Sendo assim, eles devem ser determinados de acordo com o “Jishoi”, ou seja, o
tempo, o local e a posição. O que agora é um bem, amanhã pode se tomar um mal.
Normalmente, se alguém mata uma pessoa, isso constitui crime por assassinato,
mas no caso de uma guerra, mesmo matando um grande número de pessoas, não
se é considerado criminoso, pelo contrário, recebo-se condecoração de herói.
Embora o Mal consiga prosperar por algum tempo, em âmbito individual ou na-
cional, ele acaba sendo destruído. O Bem sofre temporariamente, mas, chegado o
tempo certo, indubitavelmente ele prospera. A realidade é que o Bem proporcionará
felicidade eterna no mundo após a morte.
Quanto maior o fervor da pessoa, mais saúde ela terá, mais harmonioso se tornará
seu lar, mais próspera ficará sua família, mais amada e respeitada por todos ela
será. Esse deve ser o resultado de uma fé correta, ligada, obviamente, ao
verdadeiro e Supremo Deus.
Há, também, criaturas que servem a Deus com extrema sinceridade, oferecendo
sua ardorosa fé por longos anos, mas que sempre são importunadas por doenças,
problemas financeiros e outras desgraças. Embora não consigam libertar-se de
uma vida de sofrimentos, baseadas nos ensinamentos religiosos elas interpretam o
sofrimento como um bem, ou seja, como provação de Deus ou como expiação de
seus pecados. No caso de doenças graves, por exemplo, se pedem orientação a
um religioso, ele diz que o homem deve superar a vida e a morte. Eu, porém, in-
terpreto o fato da seguinte maneira: a fé dessas pessoas está centralizada em
deuses corretos, mas posicionados da segunda classe para baixo, não possuindo,
portanto, força absoluta: E por que até hoje nenhuma religião e nenhum deus
conseguiram manifestar força absoluta? Existe um motivo para isso. Durante a Era
da Noite o Mundo era regido por deuses da linhagem da Lua, e esses deuses estão
abaixo da primeira classe.
ESPÍRITO GUARDIÃO
Suponhamos que uma criança contraia gripe. Uma gripe comum seria facilmente
solucionada através do JOHREI; nesse caso, entretanto, não se verificam bons
resultados. A criança tem vômitos freqüentes, perda de apetite, acentuado
enfraquecimento em poucos dias e acaba morrendo. É uma situação estranha, que
se enquadra justamente no que falamos acima: advertência dos antepassados. As
causas podem ser várias, entre elas o relacionamento amoroso do pai com outra
mulher. Se ele não perceber na primeira advertência, poderão ocorrer-lhe
sucessivas perdas de filhos. Estes são sacrificados por um prazer passageiro; trata-
se, portanto, de uma conduta bastante reprovável. Os antepassados evitam
sacrificar o chefe da família por ser ele o seu sustentáculo, de modo que os filhos
tomam o seu lugar.
INCORPORAÇÃO
Desde épocas remotas são muito numerosos os casos de incorporação, cujos tipos
também variam bastante. Atualmente, as pessoas consideradas intelectuais julgam
que se trata de superstição; além de não darem atenção ao fato, dão à palavra um
sentido pejorativo. Entretanto, segundo meus estudos, a incorporação não é
absolutamente superstição, podendo ser de espírito do bem ou de espírito do mal.
O importante é distinguir exatamente quando se trata de um caso ou de outro.
DOENÇA E ESPÍRITO
Conforme já expliquei pormenorizadamente, a doença é o aparecimento e o
transcurso do processo de purificação, mas convém saber que existem muitas
doenças de origem espiritual. Muito se tem falado sobre isso desde tempos
remotos, havendo mesmo certas religiões que afirmam que quase todas as
doenças têm origem espiritual. Através de pesquisas, entretanto, eu soube que a
doença pode ser decorrente de ação espiritual ou processo purificador. Também
descobri que entre os dois tipos há uma relação íntima e inseparável, pois o
encosto de espírito enfermo limita-se ao local maculado do corpo espiritual.
Portanto, se este, pela dissolução das máculas, ficar purificado até certo grau, não
só desaparecerá a doença do corpo material, mas também será impossível o
encosto do espírito enfermo, e a pessoa se tornará saudável, física e
espiritualmente.
TUBERCULOSE
Quando uma pessoa morre tuberculosa, seu espírito, no Mundo Espiritual, leva uma
vida solitária: Não suportando a solidão, procura atrair para junto de si os espíritos
daqueles que lhe eram mais chegados durante a vida terrena, como os irmãos, os
amigos, o cônjuge, etc., e encosta nessas pessoas. Logicamente, mesmo no
Mundo Espiritual a doença persiste, de modo que, se esse espírito encostar em
alguém, a pessoa apresentará sintomas de tuberculose. É, realmente, um fato
surpreendente. Quando é alguém saudável, dificilmente o espírito consegue
encostar; espera, portanto, uma oportunidade. Se a pessoa fica enfraquecida em
decorrência de gripe ou esgotamento físico e mental, ele encosta: A Medicina
interpreta erroneamente esse processo, e diz que a causa da tuberculose é o
esgotamento. O que se segue é bem ilustrativo.
O caso que se segue refere-se a uma senhora de meia-idade que vivia no mundo
das gueixas. Há muito tempo ela vinha com tosse, apresentando sintomas de
tuberculose. Assim que eu a vi achei que era encosto, e por isso fiz-lhe exame
espiritual. De repente, ela caiu desmaiada; parecia um animal, pela postura das
mãos e pelos pés encolhidos. Através do exame descobri que se tratava do encosto
de espírito de raposa. Resumindo, o espírito disse que era da família das raposas
cultuadas no Inari-no-Kumadaka, situado no bairro de Fushimi, em Quioto, e que
seu objetivo, através daquele encosto, era comer iguarias saborosas, divertir-se e
ter uma vida tranqüila. Então lhe perguntei: "Já esteve encostado em alguém, antes
de encostar nesta senhora?" Pela resposta, pude ver que esse espírito era um
especialista no mundo das gueixas. Ele disse: "Estive encostado numa gueixa. Os
médicos diagnosticaram que ela estava com peritonite. Depois de sofrer durante
muito tempo, acabou morrendo." Eu o censurei por sua má ação e ordenei lhe que
se arrependesse e fosse embora imediatamente. O espírito da raposa fez várias
reverências e afastou-se.
A senhora parecia ter despertado de um sonho; a doença desaparecera como se
lhe tivessem passado um pano. Ela falou que não sabia nada do que a raposa
dissera, pois durante todo aquele tempo esteve totalmente inconsciente. Eu, então,
contei-lhe detalhadamente o que aconteceu, e ela ficou muito impressionada.
Naquela hora, pensei: "O homem se vangloria, dizendo que é o senhor de todas as
coisas, mas é livremente manipulado por espíritos como o da raposa, e, em
conseqüência disso, pode ficar doente e até perder a vida. Portanto, onde é que
está o valor do homem?"
O caso a seguir também aconteceu com minha esposa. Repentinamente ela teve
um espasmo estomacal, contorcendo- se e debatendo-se com uma dor violenta no
estômago. Apliquei-lhe o tratamento, mas a dor, embora tenha melhorado, não
passava. No local, havia uma bola de aproximadamente 3cm, que aos poucos foi se
deslocando para cima. Quando chegou à altura da garganta, minha esposa gritou:
"Não agüento mais!" Achando que se tratava de encosto, perguntei: "Quem é
você?" O espírito quis responder, mas não conseguiu. Percebi que era o espírito de
uma pessoa que morrera de derrame há uns três meses, e pedi-lhe para confirmar.
Ele confirmou. Em seguida, fiz-lhe várias perguntas, através das quais fiquei
sabendo que seu objetivo era pedir-me que parasse de comentar com outras
pessoas seus pontos negativos enquanto estivera no Mundo Material. De fato eu
havia comentado algumas vezes. Então pedi-lhe desculpas, prometendo nunca
mais fazer aquilo. Contente, o espírito agradeceu e foi embora. Depois de sua
partida, minha esposa voltou ao normal. Desde os tempos antigos dizem que não
se deve falar mal de pessoas falecidas; realmente é uma verdade.
Diante de experiências reais como essas, não podemos deixar de acreditar que a
doença e o espírito têm uma relação muito íntima.
DOENÇAS MENTAIS
A doença mental é uma doença espiritual, mas na maioria das vezes surge em
decorrência das toxinas do corpo físico. Todas elas, sem exceção, são provenientes
da insônia contínua. Há dois tipos de insônia: a interna e a externa. A insônia
interna é decorrente da insuficiência de sangue no cérebro, e essa isquemia
cerebral, como já expliquei em outra oportunidade, é causada pela pressão
exercida sobre as veias pelas toxinas solidificadas na medula oblonga, do lado
direito, nas glândulas linfáticas, do lado direito ou esquerdo, ou na cabeça toda: A
insônia externa é motivada por um abalo emocional, isto é, por uma preocupação.
Mas não há dúvida de que, também neste caso, há influência de isquemia cerebral.
Uma jovem senhora de vinte e cinco anos, por determinado motivo, sofreu um abalo
emocional seis meses após o parto, tornando-se doente mental em estado grave.
Falava dia e noite sem parar; como tivesse tentado várias vezes o suicídio, era
vigiada por três homens. Recebendo nosso tratamento, aos poucos ela foi
recobrando a consciência: Isso aconteceu porque o espírito de raposa encostado
em sua cabeça transferiu-se para os ombros e desceu até o peito. Entretanto, ela
não parava de falar. De vez em quando eu perguntava: "Em que parte do corpo ele
está agora, e o que é que está dizendo?" Então a senhora respondia: "Está no lado
esquerdo do meu peito, falando isso, assim, assim..." Como havia recobrado a
consciência, naturalmente ela já conseguia dominar o espírito da raposa: O que
esse espírito dizia eram puras tolices. Vou dar um exemplo:
"Tudo isso é maldade de um espírito de raposa: Quando não há ninguém por perto
e a pessoa ouve uma voz, é um espírito de raposa que está falando. Portanto, você
não deve dar-lhe crédito de maneira alguma". Ishikawa compreendeu a explicação
e ficou completamente curado.
Existem muitos casos de doença mental causada, como no exemplo acima, pela
destruição do "Inari" onde vêm sendo realizados cultos há muitos anos.
- Não pode ser! - retruquei. Quando eu disse isso você viu minha pessoa?
O jovem respondeu que não, que só ouvira minha voz. Aí eu expliquei que o que ele
ouvira fora a voz da raposa, a qual imitara meu tom de voz, e por isso, dali em
diante, devia tomar cuidado. Em ocasiões como essas, eu o advertia, mas ele logo
esquecia a advertência, e os fatos voltavam a acontecer.
Os doentes mentais ficam sempre olhando para o espaço, porém, quando estão
com encosto de espírito de raposa, eles conseguem ver espíritos. Muitas vezes,
parecem estar conversando com alguém. Isso acontece porque ouvem a voz do
espírito da raposa, e ficam conversando com ele.
"Dá um soco naquela pessoa". Assim, esses espíritos podem até fazer com que se
cometa um assassinato. É um caso muito sério, pois eles manipulam o homem
livremente. Pode acontecer, inclusive, que um espírito de raposa encoste em
alguém e comece a conversar com outro espírito de raposa que está fora dessa
pessoa; há casos, ainda, em que vários espíritos de raposa entram e saem um
após outro.
Mas por que motivo os espíritos de raposa encostam no homem? Encostam porque
sentem prazer em enganá-lo e, ao mesmo tempo, porque quanto maior for sua
habilidade nesse sentido, mais prestígio terão entre os companheiros. O assunto é
por demais estranho, e os leitores poderão não acreditar, mas trata-se de uma
realidade evidente, sem a menor parcela de erro ou falsidade.
Mesmo no caso das doenças mentais, a causa básica é o atrofiamento dos rins, por
isso o tratamento deve ser aplicado intensamente nessa região.
EPILEPSIA
Por ocasião de um dos ataques sofridos por essa minha empregada, quando eu lhe
apliquei o tratamento no centro da testa, o espírito ali encostado começou a gritar
repetidas vezes:
"Ajude-me, ajude-me!" Eu lhe disse que ia ajudá-lo, mas que ele deixasse aquele
corpo. O espírito argumentou que não tinha para onde ir. O lugar a que ele se
referia não era propriamente um lugar, e sim uma pessoa: O problema dos
espíritos, nesses casos, é que eles não conseguem encostar em pessoas
totalmente desconhecidas.
Essa empregada, na encarnação anterior, era filha adulterina da sua atual avó.
Esta, após o parto, matou-a, sufocando-a: O espírito de raposa relacionado à avó,
encostou no espírito da neta, passando a atuar como espírito híbrido.
PARALISIA INFANTIL
CÂNCER NO ESTÔMAGO
O câncer no estômago, tal como a paralisia infantil, também pode ser de dois tipos:
verdadeiro e falso. Vou abordar apenas o primeiro.
A maioria dos casos de câncer estomacal verdadeiro é de origem espiritual. No
início aparece um nódulo no estômago, tão pequeno que quase não se percebe.
Gradativamente esse nódulo vai aumentando; às vezes fica do tamanho de uma
mão fechada, ou ainda maior. Como ele pressiona o estômago ou o piloro, a pessoa
sente dor, perde o apetite e acaba morrendo de fraqueza. Apalpando com a ponta
dos dedos, encontra-se um ou vários nódulos moles; se o centro deles for duro, a
cura será muito difícil.
A peculiaridade do câncer estomacal verdadeiro é que, à medida que a doença vai
chegando ao seu estágio final, infalivelmente ocorrem vômitos intensos e
sucessivos, através dos quais a pessoa elimina uma quantidade espantosa de
gosma transparente. Essa gosma é formada pelas toxinas do câncer e
normalmente é inodora, mas em algumas pessoas tem um cheiro forte e
desagradável. Em casos graves, a quantidade de gosma no estômago é tão
grande, que o doente perde completamente o apetite.
Como eu disse anteriormente, o câncer verdadeiro é espiritual, sendo que o mais
representativo é o câncer no estômago. Mas qual é a sua causa? São máculas
contraídas em outra vida. Os portadores dessa doença são reencarnações de
dragão. Este, em uma de suas reencarnações, nasceu como cobra e devorou
muitos seres vivos, contraindo máculas que se tornaram a causa da doença, na
vida atual. Ao reencarnarem como seres humanos, sofrem obstinadamente, devido
ao ódio desses espíritos. O câncer e a gosma são a materialização desse ódio.
Logicamente, isso também é uma purificação. Aliás, a fisionomia da maior parte dos
portadores de câncer estomacal verdadeiro lembra o dragão. Através do nosso
tratamento, é possível obter-se a cura total, desde que a fraqueza física não seja
excessiva. Dependendo do caso, entretanto, a cura é muito demorada
CÁRIE ÓSSEA
A cárie óssea em geral ocorre na espinha, nas costelas, nos quadris, etc. A cárie da
espinha caracteriza-se pela curvatura da coluna vertebral; em casos graves a
pessoa fica corcunda. No inicio da doença, para evitar a curvatura, os médicos
engessam o doente e obrigam-no a dormir de barriga para cima. Isso tem algum
efeito, mas a dor é intensa.
Na região dos quadris e no fêmur, a cárie óssea aparece geralmente em forma de
perfurações, em um ou em vários pontos, por onde é eliminada uma grande
quantidade de pus. As perfurações podem ser naturais ou artificiais. Nos casos
mais sérios, a eliminação de pus é constante, através de perfurações em diversos
locais. Há pessoas que levam anos para eliminá-lo todo. É impossível calcularmos
a quantidade desse pus. Mesmo imaginando o corpo inteiro tomado por ele, a
quantidade ainda é bem maior. Em alguns doentes, a dor é amena; em outros, é
violenta. A causa da dor são as toxinas medicinais; quem não tem esse tipo de
toxinas, não sente dor, ou então a dor é branda. Existem pessoas que apenas ficam
inchadas, não eliminando pus; isso acontece porque a purificação é fraca.
A cárie óssea é uma doença considerada incurável pela Medicina. Através do nosso
tratamento a cura é completa; entretanto, no caso da cárie na espinha, embora haja
uma grande correção da curvatura da coluna, é difícil ela retornar ao estado normal.
A causa dessa doença é espiritual, por isso vou explicá-la.
No Mundo Espiritual, vários espíritos de ancestrais estão sofrendo no Inferno. Como
eles não conseguem purificar todas as suas máculas, está determinado que a parte
restante seja dividida com os seus descendentes. É como as cinzas que sobram
quando se queima alguma coisa. Nesse caso, é escolhida uma pessoa entre os
descendentes e ela torna-se a vitima. Seria inconveniente isso acontecer com o
chefe da família; assim, normalmente é escolhido um filho ou uma filha
adolescentes, ou então a esposa. As máculas são transmitidas ininterruptamente ao
cérebro da pessoa, descendo, em seguida, para a coluna vertebral ou para os
quadris, onde se materializam. O pus é a materialização dessas máculas. Como se
trata da purificação das máculas de dezenas ou centenas de espíritos dos
ancestrais, é natural que seja grande a quantidade de pus.
A maioria dos casos de pleurisia purulenta maligna, tuberculose, hemorróidas e
outras doenças, tem como causa o que foi dito acima. Mas elas só podem ser
diagnosticadas quando a eliminação de pus e catarro for bem acentuadas.
A cárie das costelas é diferente. Trata-se simplesmente de toxinas medicinais
acumuladas por baixo do periósteo; com a purificação, elas são expelidas, através
de buracos que se abrem nas costelas ou no periósteo. Por esse motivo a dor é
violenta. Através do nosso tratamento, a cura é fácil e total.
DOENÇAS DA VISTA
A surdez, na maioria dos casos, é de origem espiritual. Uma das causas é a pessoa
ter tido morte violenta na vida anterior, com lesão do tímpano, e reencarnado antes
de recuperar-se totalmente no Mundo Espiritual. Pode tratar-se, também, de
reencarnação ou encosto de dragão da árvore. Como eu disse em outra
oportunidade, o espírito encostado nas árvores é um dragão. Quando alguém corta
e derruba uma árvore, esse espírito pode encostar no filho ou no neto de quem
praticou tal ato. A surdez provocada pelo dragão da árvore é a mais difícil de ser cu-
rada. A palavra "tsumbo” (surdo) é formada pela união das palavras “tsum" (dragão)
e "bo" (ouvido). Parece que os antigos já tinham conhecimento desse fato.
A prisão de ventre de causa espiritual limita-se aos bebês, havendo alguns que já
nascem com o problema. É decorrente da reencarnação do espírito de uma pessoa
que, na vida anterior, sofria desse mal e morreu com ele. Torna-se fácil descobrir
isso porque tais bebês têm afeições de adulto e, principalmente, de velho.
Entretanto, mesmo sem qualquer tratamento, as funções do corpo geralmente se
normalizam em um ou dois meses, e, nesse ínterim, o rosto volta a ser de bebê.
Observando atentamente o rosto dos recém-nascidos, vemos que há muitos com
aparência de velhos, o que comprova tratar-se realmente da reencarnação do
espírito de um ser humano.
As doenças de origem espiritual na verdade são infinitas. Entre elas, citarei alguns
casos mais raros.
Anos atrás, um rapaz de quinze ou dezesseis anos teve uma febre repentina, sendo
acometido de convulsões. Nesse momento ocorreu uma grande transformação em
seu rosto, que ficou parecendo o de um velho de sessenta a setenta anos. Além
disso, ele demonstrava estar sofrendo terrivelmente; era algo penoso até de se
olhar. O rapaz não podia sair de casa e evitava até mesmo o convívio com as
pessoas. Penso que se tratava do encosto do espírito de um velho que morrera em
meio de grande sofrimento.
A seguir, vem o caso de uma menina de dez anos aproximadamente que tinha um
problema congênito: andava como se estivesse com as mãos e os pés amarrados,
aparentando um sofrimento insuportável. Na vida anterior, ela deve ter tido morte
inatural, com as mãos e os pés amarrados.
O homem nasce no Mundo Material por desígnio de Deus. Creio que, nesse
sentido, o elemento "mei" (desígnio), que aparece em "seimei" (vida), tem a mesma
significação que o "mei" de “meirei" (ordem).
Eis uma pergunta que todos fazem: por que razão o homem nasce? Enquanto não
compreender isso, o homem não poderá ter comportamento correto nem verdadeira
tranqüilidade, estando sujeito a levar uma vida vazia e ociosa.
E como é que ele pode conseguir isso? Purificando seu corpo espiritual. Este está
sempre se elevando ou baixando, dependendo da quantidade de máculas; o
espírito purificado se eleva, por ser leve, e o espírito maculado desce, pelo peso
das máculas. Portanto, para purificar seu espírito, o homem deve praticar boas
ações e acumular virtudes. Isso requer muito tempo e sacrifício, mas eu afirmo que
há um meio que permite subir, de uma só vez, mais de dez degraus no Mundo
Espiritual: fazer o curso do nosso método de tratamento. As pessoas que têm
recebido esse tratamento são unânimes em dizer que, espiritualmente, sentiram
uma grande mudança, passando a ver a vida de modo diferente. Elas afirmam que
seu "tie shokaku" (inteligência da percepção verdadeira) se desenvolveu, que estão
conseguindo compreender melhor a verdade das coisas. Declaram, ainda, que se
tornaram otimistas, reconhecendo a existência de uma luz de esperança no futuro,
e que pela primeira vez souberam o que é tranqüilidade. Surpreendem-se, também,
por não lhes faltarem recursos materiais, por não sentirem falta de nada. Seus
problemas - elas próprias o dizem - têm diminuído, e, na mesma proporção, sua
felicidade tem aumentado. É algo verdadeiramente misterioso. Todas essas
pessoas reconhecem que realmente foram salvas. Assim, tenho visto e ouvido,
diariamente, uma infinidade de vozes de agradecimento.
O ESPÍRITO DE HIROKITI
O fato que vou contar aconteceu no início das minhas pesquisas e experiências
sobre a cura das doenças. Eu dava assistência a uma jovem de dezenove anos que
sofria de doença pulmonar em terceiro grau. Com a aplicação do segundo trata-
mento, verificou-se algum efeito positivo. No início do terceiro, a Sra. M., mãe da
jovem, de aproximadamente cinqüenta anos, que estava ao lado observando, de
repente se levantou e ficou meio inclinada. Apresentava uma fisionomia triste e,
parecendo querer me agredir, falou: Você quase me destruiu. Quando eu já ia
conseguindo matar essa moça, você interferiu e salvou-a. Estou realmente muito
zangado, por isso vou fazê-lo sofrer.
Então, indaguei:
- Sou irmão mais novo da quarta geração dos ancestrais dessa família:
- Sim, estive muito tempo no Inferno. Como não queria ficar mais lá, fugi, com a
intenção de que me sufragassem.
- Mas você sabe que, se fizer o que está pretendendo, cairá num nível infernal pior
do que aquele onde estava até agora?
- Isso é verdade?
- É verdade. Sou uma pessoa que executa as tarefas de Deus e de modo algum
posso mentir. E também prometo sufragá-lo.
Durante todo o tempo em que o espírito permaneceu encostado na Sra. :M., ela
esteve totalmente inconsciente. Era realmente uma médium ideal. Depois disso, a
doença de sua filha foi caminhando favoravelmente para a cura: Certo dia, no
entanto, a Sra. M. veio me procurar, dizendo:
- Tenho a impressão de que há uns dois ou três dias um espírito encostou em mim.
Queria que o senhor me examinasse.
- Quem é você?
- Sou um deus.
- Sou o deus que exorciza o Mal; só que não posso dizer meu nome.
Então pensei: "Dizem que há deuses verdadeiros e deuses falsos. É preciso tomar
cuidado. Este pode ser falso, portanto não posso ser enganado." Assim, indaguei
com certa precaução:
- O Mal quer se apoderar da moça que o senhor está tratando. Vou lhe ensinar
como exorcizá-lo.
- De manhã e à noite, deve jogar sal na direção do nordeste e orar. Sem responder
às perguntas que fiz em seguida, o espirito falou: Vim comunicar-lhe apenas isso;
o resto não é urgente.
Dizendo tais palavras, foi embora: Nesse momento, a Sra.M. despertou e, com ar
impressionado, perguntou:
Ouvindo isso, compreendi que não havia dúvida: tratava-se de um deus verdadeiro.
Após uma pesquisa, descobri que era o deus Kunitokotati-no-Mikoto.
Iniciei o exame espiritual logo em seguida, mas dessa vez foi completamente
diferente da anterior. Quando eu lhe perguntei quem era, o espírito respondeu:
Perguntei-lhe, então:
- Na verdade, essa senhora é membro da Doryo Gonguen, mas, como sua filha
foi salva pela força do deus Alá, fiquei enfurecido e pensei em atrapalhar. Acontece
que fui descoberto e não sei o que fazer.
Quando o espírito acabou de falar, a Sra: M. caiu de lado. Permaneceu durante uns
cinco minutos nessa posição, com os olhos fechados, a respiração ofegante e
gemendo. Ao fim desse tempo, abriu os olhos e disse:
- Puxa, fiquei impressionada! No início, entrou uma coisa preta em meu corpo, mas
logo chegou alguém e açoitou-a com um objeto semelhante a um chicote, e a coisa
preta fugiu.
Então compreendi que a advertência que aquele deus me fizera, dois ou três dias
atrás, para eu me precaver contra o Mal, referia-se a isso. A partir dai a filha da Sra.
M. foi melhorando dia a dia e, finalmente, sarou por completo. Assim, comecei a su-
fragar o espírito de Hirokiti. Antes, no entanto, ele voltou a encostar na Sra:M. e,
mostrando-se muito agradecido, disse:
Passado algum tempo, Hirokiti falou que já podia chegar até a sala: Nessa época, o
Altar de minha casa ficava no andar superior. Posteriormente, ouvindo que ele já
tinha permissão para ir até o aposento contíguo ao do Altar, pensei comigo mesmo
que estava em condição de ser sufragado. Dois ou três dias depois, eu estava
trabalhando em meu escritório, quando alguma coisa encostou em mim.
Experimentei uma sensação de grande alegria, a ponto de derramar lágrimas.
Imediatamente fui para um aposento onde não havia ninguém e perguntei ao
espírito encostado em mim quem era ele. O espírito respondeu que era Hirokiti e
acrescentou:
- Hoje vim para lhe agradecer. O senhor deve saber muito bem o quanto estou
contente. – Disse-me, também, que tinha outro pedido a me fazer. Como eu lhe
perguntasse qual era, explicou:
- Depois que fui sufragado, fiquei realmente feliz e gostaria de continuar para
sempre nesta situação. Estou farto da vida terrena: Na terra, a pessoa não tem
direito de comer se não trabalhar, só tem sofrimento, e isso realmente não me
agrada: Quero que peça a Deus para eu não reencarnar outra vez. - Dizendo isso, o
espírito de Hirokiti me agradeceu imensamente e foi embora:
Através desse fato podemos compreender que a vida após a morte não é tão ruim
assim; podemos até dizer que é bom passar para o Mundo Espiritual. Como a
cortesia é uma tônica naquele mundo, o espírito que for salvo infalivelmente vem
agradecer. As vezes ele manifesta seu agradecimento através de terceiros, em
forma de bens materiais. Freqüentemente ganhamos coisas que desejamos de
pessoas que nem imaginávamos; o motivo é o que acabei de explicar.
A Sra: M. era uma médium ideal e me prestou valiosa ajuda: Certa vez ela recebeu
o espírito de um bebê. O choro era realmente de bebê, e os movimentos também.
Fiz-lhe várias perguntas, mas, por sua condição de bebê, ele não conseguia falar.
Sem outra alternativa, pedi-lhe para escrever. Então, com o polegar, o espírito
escreveu no "tatami"(1 6): "Assim que eu nasci, enrolaram-me num pano e jogaram-
me num rio, e eu morri afogado; desde então até hoje, estou desamparado, por isso
lhe peço que me sufrague." Como eu prometesse que satisfaria o seu desejo, o
espírito foi embora contente. Acredito que ele escreveu aquelas palavras com a
ajuda de alguém, no Mundo Espiritual, que, tomando a sua mão, redigiu a
mensagem.
BONECA FANTASMA
Até hoje acho muito interessante o fenômeno espiritual que vou contar a seguir.
Certa ocasião, uma pessoa me disse que em determinado local havia uma boneca
que se transformava em fantasma, e me perguntou se, espiritualmente, existia
alguma solução para esse problema. A boneca em questão tinha o rosto cheio e
arredondado, e era do tamanho normal de uma pessoa. Quem se tornava seu dono,
infalivelmente vinha a sofrer. O fato acontecia sempre de madrugada, quando tudo
era silêncio e não se ouvia nenhuma voz. A boneca subia sobre o dono,
adormecido, e apertava-lhe o pescoço, às vezes dando gargalhadas. Ela fora mu-
dando de dono sucessivamente, mas o atual, com medo, deixou-a guardada em
certa casa e pediu-me que fosse lá. Como a minha curiosidade não me permitia
esperar, fui imediatamente.
A casa ficava localizada no bairro de Fukagawa. Assim que eu cheguei,
conduziram-me a um aposento do segundo andar. Realmente, lá estava uma
boneca do tamanho natural de uma pessoa, vestida com um traje cerimonioso e
segurando um leque numa das mãos, erguida em postura de dança. Era uma
boneca muito antiga; acredito que tenha sido feita antes da Era Meiji (1868-1912).
Uma obra realmente magnífica; parecia estar viva. Sentei-me à sua frente e,
dirigindo-me ao espírito encostado nela, ordenei-lhe que encostasse em mim. Ele o
fez prontamente e logo comecei a sentir uma profunda tristeza. Mesmo depois de
voltar para casa eu continuava triste, a ponto de derramar lágrimas. No dia
seguinte, chamando a Sra. M., pedi ao espírito para encostar nela e me contar
detalhadamente tudo sobre a boneca. Pela boca daquela senhora, ele me narrou a
estória que se segue:
"Meu nome é Arai Saku. Há mais ou menos quarenta anos, eu era uma meretriz de
certo bordel de Quioto, e por manter relações íntimas com o dono da casa, a
esposa dele, enciumada, começou a me atormentar. No final, o marido também
passou a me detestar, e os dois me maltratavam. Meu tormento era tanto, que
resolvi suicidar-me, atirando-me num rio que passava nas proximidades. Depois
disso caí no Inferno, mas agora, finalmente, consegui fugir de lá. Pensando em
vingar-me de algum modo, fui ao bordel, porém o casal já havia morrido. Não
sabendo como livrar-me daquele ressentimento e não tendo ninguém que me
sufragasse, encostei nessa boneca, que eu havia ganho de um cliente e da qual
gostava muito. Durante a vida terrena, eu seguia a seita Tsuma-Goi Inari; sendo
assim, pedi vingança à raposa padroeira do "Inari" e às suas companheiras, que
prometeram me ajudar. Entretanto, como a pessoa visada não se encontrava mais
neste mundo, descarreguei meu ódio naqueles que se tornavam donos da boneca."
Com lágrimas nos olhos, o espírito pedia perdão pelo erro cometido. Fiquei
bastante penalizado e dispus-me a sufragá-lo, mas para isso seria preciso libertá-lo
da raposa, o que não era nada fácil. Enquanto conversávamos, o espírito de Arai
Saku transformava-se em raposa e momentos depois voltava a ser aquele espírito.
Dessa maneira, lamentavelmente ele se encontrava na situação de espírito híbrido
de homem e animal ainda na fase inicial. Pacientemente, consegui convencer o
espírito da raposa, que acabou concordando em se afastar de Saku. Entretanto,
impôs uma condição: que eu colocasse uma tigela de arroz no porão de minha casa
todos os dias, durante um mês. Fiz como ele pediu, e o problema se resolveu. Até
hoje estou sufragando o espírito de Saku Arai. Sempre que esse espírito está
prestes a encostar, a Sra. M. consegue vê-lo. Então ela diz: "A Sra. Saku está
chegando." Certa vez eu perguntei como ela estava vestida, e a Sra. M. respondeu:
"Está com uma porção de prendedores de carapaça de tartaruga na cabeça, de
vestido longo, sentada ao meu lado."
Contando esse caso a um colega que também se dedica a trabalhos espirituais, ele
me falou que queria experimentar fazer exame espiritual. Assim, juntamos cerca de
dez pessoas e realizamos uma espécie de reunião de exame espiritual. Nessa
ocasião, examinando a Sra. M., meu colega insultou o espírito da raposa, que,
enfurecido, disse: "Não me faça de bobo. Esta concubina, no antigo bairro Guion,
de Quioto, era mandachuva da menina tal, da casa tal; vou lhe mostrar a elegância
das concubinas daquela época." Nesse momento, a Sra. M. se levantou e,
erguendo um pouco a barra da saia e fazendo movimentos caracteristicos,
começou a andar na sala de um lado para outro. A certa altura eu falei: "Chega, já
entendi. Agora sente-se." Fiz, então, que ela recobrasse a consciência e interroguei-
a sobre o que se passara. A Sra. M. não sabia de nada. Já consciente, falou:
"Agora, estão aqui dois espíritos de raposa. O senhor está vendo?" "Não estou
vendo, não - disse eu. Como são eles?" "Um é amarelo, o outro é branco; têm o
tamanho normal de raposa." Mal acabou de dizer isso, acrescentou: "Engraçado,
eles agora entraram dentro da boneca. Eu perguntei em que parte eles estavam e
ela respondeu: "Estão sentados eretos, no centro da barriga, olhando para cá e
rindo."
Diante de tudo isso, concluí que a atuação dos espíritos é deveras misteriosa. Não
obstante, o caso da boneca fantasma foi solucionado.
ESPÍRITO DE RAPOSA
O espírito de raposa é muito hábil em fazer com que o homem pareça doente
mental. Como eu já disse, ele manipula livremente o senhor da criação, o que é um
fato realmente curioso.
Entre as inúmeras experiências que eu tive, vou apresentar a que me parece mais
significativa: Diz respeito a uma senhora com mais de cinqüenta anos que
incorporou de vinte a trinta espíritos de raposa: Esses espíritos, através de vários
meios, sempre a faziam sofrer. Eu deixei que ela ficasse uns cinco ou seis meses
em minha casa e apliquei-lhe o tratamento espiritual.
A senhora entendia o que o espírito da raposa falava; aliás, o espírito se
expressava através de sua boca: Certo dia ela me disse: "Mestre, a raposa está
dizendo que hoje vai me matar, vai fazer meu coração parar. Ela está entrando por
baixo dele e remexendo-o, por isso sinto uma dor intensa até parece que minha
respiração vai parar. Portanto, chame meus familiares, pois quero vê-los antes de
morrer." Disse isso com aspecto de grande sofrimento, de modo que eu também
fiquei impressionado e chamei seus parentes com urgência, por telefone.
O marido e mais cinqüenta e seis pessoas da família vieram vela e, tal como nos
momentos que antecedem a morte, havia à sua volta uma atmosfera de tristeza e
dor. Entretanto, à medida que o tempo passava, a dor que a senhora sentia foi
desaparecendo aos poucos. Depois de duas ou três horas, ela já não tinha mais
nada: tranqüilizados, seus familiares foram embora. Desse modo, fomos logrados
pelo espírito da raposa: O fato repetiu-se duas ou três vezes, mas não me deixei
enganar.
Certo dia, ao anoitecer, a senhora falou: "Mestre, hoje de manhã a raposa me disse
que ia prender minha urina, e depois disso parei de urinar." Então eu lhe apliquei
ondas espirituais na região da bexiga e logo a urina começou a sair normalmente.
Outro dia ela se queixou: "Ultimamente, na hora das refeições, a raposa diz que não
vai me deixar comer, ai a comida pára na altura do esôfago e eu não consigo comer
mais. "Eu lhe disse para vir fazer as refeições junto comigo. Na primeira vez, a
senhora afirmou que a raposa estava dizendo as mesmas palavras, e que a comida
já não estava descendo. Imediatamente apliquei ondas espirituais no arroz e,
também, na região do esôfago. Logo a seguir, ela já conseguia comer novamente.
Depois disso, o fato não se repetiu. Na hora em que eu estava aplicando o
tratamento, apalpei com a ponta dos dedos a região do pescoço e embaixo do
braço e notei a existência de vários nódulos do tamanho de grãos de soja;
aplicando as ondas espirituais nesses nódulos com a ponta do dedo, verifiquei que
cada um deles era um espírito de raposa: A cada nódulo que eu focalizava, o
espírito soltava gritos de dor, e dizia pela boca da senhora: "Xi, fui descoberto! Ai,
que sofrimento, que dor! Ajude-me! Vou sair já, vou sair!" Desse modo, foi saindo
um por um; no total, eram quase trinta espíritos.
Uma manhã, bem cedo, a senhora vinha pelo corredor transtornada, em direção ao
meu quarto. Alertado por uma pessoa da casa, que acordara com o barulho,
levantei-me depressa:
Notei que a senhora estava com um olhar estranho; parecia segurar alguma coisa
numa das mãos, posta para trás. Vendo-a aproximar-se de mim passo a passo,
avancei sobre ela a agarrei-lhe a mão. Estava segurando uma piteira: Perguntei-lhe
o que ia fazer com aquilo, e ela me respondeu: "Vou agredir você." Quase
arrastando-a, levei-a para o seu quarto e, depois de fazê-la sentar-se, apliquei-lhe o
tratamento espiritual na cabeça:
Devia haver vários espíritos de raposa em sua testa, pois eles diziam, com voz
uniforme: "A coisa é séria! Fujam todos, fujam! Ah, não suporto mais, que dor, que
sofrimento!" Achei engraçado, mas contive o riso. Depois de alguns minutos de
tratamento, a senhora voltou ao normal.
Mas qual era a causa do problema? É que, na vida anterior, aquela senhora fora
dona de um bordel e ganhara dinheiro usando muitas jovens. Estas, no exercício de
sua profissão, viam-se obrigadas a enganar os clientes, tal como a raposa: Assim,
quando passaram para o Mundo Espiritual, caíram no mundo dos quadrúpedes e
tomaram-se espíritos de raposa: Com ódio da senhora, esses espíritos
incorporaram nela e, para vingar-se, fizeram-na sofrer.
ESPÍRITOS DE ALCOÓLATRAS
Havia um homem de mais ou menos trinta anos, que no seu estado normal, era
uma pessoa muito quieta, porém, quando bebia, transformava-se completamente. O
problema maior é que ele gastava todo o seu dinheiro bebendo pelos bares da vizi-
nhança e, quando o dinheiro acabava, pegava emprestado para beber.
conseqüentemente, quem pagava essas contas era o pai. Pediram-me para cuidar
do caso, mas, como presumi ser um problema de origem espiritual, fiz o exame
nessa pessoa e constatei que realmente se tratava de encosto. Era o espírito do
avô, um agricultor do Estado de Saitama-ken falecido com cerca de sessenta anos.
De vez em quando esse espírito encostava nele. No dia em que eu constatei sua
presença através do exame espiritual, ele parecia admirado, olhando para todos os
lados, e me perguntou que lugar era aquele. Respondi-lhe, então.
Dei-lhe o cigarro, mas o espírito recusou, dizendo que queria fumar cachimbo. Dei-
lhe o cachimbo, mas depois de ter dado duas ou três tragadas apetitosamente, o
homem se levantou e, passando a mão nos quadris, foi para a varanda e sentou-se
de pemas cruzadas. Olhava insistentemente para o jardim, com ar de desconfiança:
Aí eu lhe disse:
- Claro! É um lugar penoso. Mas, atualmente, estou num local um pouco melhor. Só
que lá eu não tenho nem saquê nem cigarro, e por isso me vejo em apuros.
- Porquê ?
Como o espírito dissesse, repetidas vezes, que queria tomar saquê, prometendo ir
embora se tomasse uma tigela, dei-lhe a bebida. Ele bebeu avidamente e pediu
mais uma tigela; satisfiz sua vontade novamente, e assim ele se afastou.
No homem de quem estamos falando, cujo nome era Take, também encostava o
espírito de uma jovem de vinte anos aproximadamente, falecida havia apenas dois
meses. Era filha do dono da tabacaria situada perto de sua casa. O espírito dizia:
"Eu gostava de Take", e também: "Estou com muita sede, gostaria que me desse
água." Atendi o seu pedido e ela bebeu com sofreguidão três copos. Depois,
agradeceu imensamente e foi embora: Sua atitude era de uma jovem muito
reservada: Na ocasião, perguntei-lhe: "Naturalmente, na sua casa também lhe
oferecem água, não?" Ela respondeu: "Sim, mas eu não consigo beber." Presumo
que isso acontecia devido ao pensamento errado de quem lhe fazia a oferenda.
Esse homem era chefe de seção numa indústria de carvão mineral, mas, numa
época de recessão da firma, mudou de emprego. Alguns anos depois, ficou doente.
No início da doença, esteve acamado durante vários meses. Além disso, seu corpo
ficou totalmente endurecido, e só na hora de ir ao banheiro e de comer ele
conseguia se movimentar; era como se estivesse preso à cama. Nessa ocasião, o
deus alojado em seu ventre disse-lhe que aquilo era um aprimoramento, que ele é
que estava atuando daquela forma, e, portanto, deveria continuar deitado.
Depois de um ano mais ou menos, o doente ficou mais ágil e até já saía de casa:
Entretanto, não conseguia fazer nada pela sua própria vontade; apenas obedecia
às ordens do deus. Se este, por exemplo, dizia-lhe para ir a tal lugar hoje, ele ia;
fora disso, suas pernas não se moviam. Como se pode ver, esse homem era
apenas um fantoche manipulado pelo deus. Assim, apesar de a família possuir uma
boa situação financeira, a vida foi se tomando difícil, até que a casa acabou sendo
sustentada pelos serviços extraordinários da esposa e pelo trabalho do filho numa
fábrica. Nesse espaço de tempo, o estado de saúde do doente melhorou um pouco,
e ele voltou a trabalhar naquela mesma indústria de carvão mineral. Daí para frente,
aconteceram fatos interessantes.
Como vemos, apesar dos sintomas apresentados, é difícil dizer que o homem do
qual estamos falando fosse realmente um doente mental, pois seu pensamento, seu
senso comum, eram de uma pessoa normal; apenas ele não conseguia agir e falar
de acordo com sua própria vontade. Devia tratar-se de vingança de alguém a quem
ele fizera sofrer profundamente, na vida anterior. Há pouco tempo, já totalmente
recuperado, esse homem veio a minha casa para me agradecer.
DOENTE GROTESCO
Entre os inúmeros doentes assistidos por mim, o caso mais grotesco é o que vou
apresentar a seguir.
Quando esse homem veio se tratar comigo, também lhe ocorreram fortes calafrios.
Ele tremia de bater o queixo; era algo terrível, como eu nunca vi igual até hoje. Após
cerca de doze minutos de tratamento nas costas, os calafrios pararam por
completo. Vendo isso, o próprio doente e também seu irmão manifestaram desejo
de serem salvos através do nosso tratamento. Assim, resolvi acomodar o enfermo
em minha casa: Ele me disse que no Hospital Psiquiátrico de Sendai, quando lhe
sobrevinham calafrios, enrolavam-lhe o corpo todo com várias bolsas térmicas, mas
que isso não surtia nenhum efeito. Aliás, o que me deixava surpreso é que, por
ocasião dos calafrios, sua temperatura subia tanto, que era impossível medi-la.
Quando eu lhe colocava o termômetro, imediatamente este registrava o ponto
máximo e explodia. Disseram-me que também no hospital isso constituíra um
grande problema. Naqueles momentos a temperatura do doente deveria ser em
torno de 44 a 45 graus. Na hora em que a febre baixava, o quadro também era
horrível. Ele dormia no quarto típico japonês, de 6 "tatami"(18) (9,70m2); nessas
horas, o quarto parecia uma sauna, ficava totalmente coberto de vapor. O suor era
tão abundante, que molhava dois acolchoados e passava para o "tatami".
Esta situação durou cerca de dois meses. Quando parecia que o enfermo estava
melhorando, sobreveio-lhe uma violenta inchação. Ele tinha por volta de 1 ,73m de
altura; com a inchação, ficou gordo como um lutador de sumô. Contudo, não sentia
muita dor e já podia sair de casa sem problemas. Certo dia eu ri muito, pois ele me
contou que foi ao bar das vizinhanças vestindo apenas uma "yukata"(19) e sentou-
se na cadeira; com aquela veste, entretanto, não conseguia de forma alguma
esconder os órgãos genitais. A garçonete, que observava a cena, ria disfarça-
damente. As vezes, esse doente sofria isquemias cerebrais e desmaiava no
corredor. Nessa hora, parecia que as colunas da casa iam ceder; o barulho era tão
grande, que ressoava pela casa toda. Eram necessárias três ou quatro pessoas
para carregá-lo para o quarto. Assim que o colocavam na cama, eu começava a
aplicar-lhe o tratamento; após uns trinta minutos ele recobrava os sentidos.
Para agravar a situação, vários espíritos encostavam nesse homem. Eram encostos
muito estranhos: espírito de raposa, de cobra, de urso e de uma pessoa
desencarnada, que encostavam intercaladamente. Quando era espírito de raposa,
sentia dor intensa no meio da testa e ficava com um olhar esquisito, parecendo
doente mental; com a aplicação do tratamento, geralmente melhorava em dez
minutos mais ou menos. Ele disse que no passado fora amante da caça e, certa
vez, indo à montanha caçar, encontrara uma raposa e atirara nela. A raposa caiu, e
por isso ele pensou que havia matado. Ao aproximar-se, no entanto, viu que ela
ainda estava viva e ia se levantando. Então, com um tiro no meio da testa, matou-a
na hora. Depois disso, sempre que ia caçar aconteciam-lhe coisas estranhas.
Achando que era maldição da raposa, nunca mais caçou.
Os dois casos que se seguem são relatos feitos por uma de minhas discípulas,
esposa de um capitão da Marinha. Como eu acho que eles são de grande utilidade
para estudos, vou transcrevê-los aqui.
"Minha irmã mais velha é professora de uma escola feminina da região de Kyushu e
exerce a profissão há mais de vinte anos. Ela havia chegado de lá, depois de haver
passado muito tempo sem nos visitar. Era uma noite de primavera e chovia si-
lenciosamente. Nós conversávamos em volta do aquecedor, e a conversa acabou
girando sobre a existência do espírito e de forças misteriosas que a Ciência
moderna não consegue explicar.
- Falando em espíritos, certa vez presenciei um fato muito estranho - disse minha
irmã olhando para os quatro cantos do aposento e encolhendo os ombros como se
estivesse vendo alguma coisa por ali. E prosseguiu:
- Creio que o fato aconteceu há mais de dez anos, quando ainda morávamos na
casa velha, que pertenceu a samurais. Certa madrugada, minha sogra, que dormia
no andar de cima, de repente começou a dar gargalhadas. Eu e meu marido nem
ligamos, pois achamos que ela estivesse sonhando. Entretanto, como as
gargalhadas não paravam, fomos ao seu quarto, ver o que se passava. Minha sogra
ria, sem nada ver, e nós pensamos que ela havia enlouquecido. Mesmo assim,
fizemos tudo para vê-la recobrar a consciência. Procurávamos refrescar-lhe a
cabeça e o pescoço com uma toalha úmida, e chamávamos em voz alta: "Mamãe,
mamãe!" Não sei quanto tempo passou, mas quando eu torcia a toalha
desesperadamente, vimos a janela do lado oeste se abrir sozinha.
"Ouvindo as palavras de minha irmã, senti um arrepio pelo corpo todo e perguntei:
Você disse que a janela se abriu: mas pouco ou bastante?"
Você se lembra daquela janela, não? Ela media cerca de 90cm e se abriu
totalmente. Nós ficamos arrepiados e frios como se tivéssemos tomado um banho
de água gelada; nosso corpo estava tão enrijecido, que nem podíamos nos mover.
O ar gelado da noite entrou pela janela aberta, e lá fora as árvores pareciam
monstros em pé. Aquilo aumentava ainda mais o nosso medo e nem sequer
conseguíamos fechar a janela. De repente, minha sogra parou de gargalhar e,
dando-se conta de nossa presença, perguntou o que foi que acontecera. Meu
marido, conseguindo afinal abrir a boca, falou:
"O que aconteceu ou deixou de acontecer não importa. Nós é que perguntamos o
que aconteceu com a senhora?'
"Terá sido um sonho? Um bicho grande que parecia um gato ou um cachorro,
entrou debaixo do acolchoado e tentou morder-me”.
"Mas a senhora estava rindo, não?"
"Eu estava rindo?! Não me recordo. Só sei que estava lutando para não ser
mordida."
Nunca esperamos tão ansiosamente a luz do dia como naquela noite - disse minha
irmã. E continuou:
Sem poder contar nada para outras pessoas e guardando no peito aquele estranho
acontecimento, passou-se uma semana. Certa manhã, a Sra. S., minha amiga e
vizinha (a Sra. S. também é professora de uma escola feminina, como minha irmã),
entrou em minha casa pela porta dos fundos, ainda vestida de robe, e sem
cumprimentar-me foi logo falando:
"Faremos qualquer coisa para que perdoe esse homem, lhe ofereceremos ofícios
religiosos, mas retire a maldição", imploraram as duas senhoras. Durante meia hora
elas e o médium fizeram tudo para convencer o espírito, e por fim o conseguiram.
Ele solicitou orações e oferendas de verduras variadas durante uma semana.
O QUE É O AMOR
Desejo explicar a todos os jovens que a causa do amor entre um homem e uma
mulher é inteiramente espiritual. Sobre isso, contarei dois casos. No tempo em que
eu era comerciante, havia em meu escritório uma funcionária de vinte anos mais ou
menos, estudante da Escola de Belas-Artes. Meu trabalho era relacionado à Arte, e
ela fazia os desenhos. Seu nome era T. Certo dia, uma colega sua de escola, moça
bonita de dezoito ou dezenove anos, chamada U., veio visitá-la. Como T. estava
ocupada, pedi-lhe que esperasse na sala. Ao olhar casualmente para essa moca,
percebi que ela se encontrava muito deprimida e intranqüila. Não conseguindo
conter-me, dirigi-me à sala onde T. trabalhava e fiz-lhe perguntas sobre a colega.
No começo, ela não queria dizer a verdade, mas, devido à minha insistência,
acabou contando-me tudo.
Desde os tempos antigos fala-se sobre a luta entre Buda e Daiba, mas eu também
estou sempre lutando com Daiba: A esse respeito, contarei dois ou três casos.
Uma senhora rica chamada T., de mais de quarenta anos, estava se recuperando
aos poucos, através do meu tratamento, de uma doença que sofria há longo tempo.
Certo dia, ela me telefonou pedindo-me que fosse vê-la com urgência: Fui
imediatamente. A Sra.: T. então me contou: "Hoje de tarde, quando eu dormia, tive
um sonho. Não pude ver quem era; entretanto, ouvia uma voz dizer: "Você está
confiando demais no Okada, mas ele não é uma pessoa honesta e vai acabar
tirando toda a fortuna de sua família: Afaste-se dele enquanto é tempo." Ouvindo
isso, ela dissera: "Estou sendo curada de uma doença grave pelo Mestre Okada e
venho melhorando a cada dia que passa; portanto, não vou deixá-lo de maneira .
Aí, segundo a Sra.: T., a pessoa ameaçou-a: "Se você não me obedecer, vou fazer
assim." Dizendo isso, começou a lhe apertar a garganta, e, nessa agonia, ela
acabou acordando. Se fosse apenas isso, seria um sonho comum, porém houve um
fato surpreendente: o aperto de garganta deixara-lhe marcas bem nítidas de unhas
na pele, a qual ficara avermelhada, inchada e dolorida. O fato de o sonho, um
processo espiritual, provocar um ferimento material, é algo estranho e inimaginável.
O caso que se segue refere-se a uma jovem de vinte anos mais ou menos. Uma
manhã, bem cedo, ela me telefonou, pedindo-me para ir à sua casa: Fui na mesma
hora: Também se tratava de um sonho. A jovem sonhou que um rapaz seu
conhecido, morto há seis meses, de repente lhe apontou um revólver para o
coração e atirou. A dor fê-la despertar; ao abrir os olhos, estava com o corpo inteiro
adormecido e não conseguia andar; só com a ajuda de outra pessoa pôde ir até o
banheiro. Logo que eu iniciei o tratamento, ela disse: "Estou com a impressão de
que tenho um sangramento na altura do coração. Por favor, dê uma olhada:" Eu
respondi que não havia nenhum sangramento. A moça insistiu: "Parece que há uma
bala no meu coração. Está doendo muito. Por favor, tire-a:" Como que pegando-a
com a ponta dos dedos, tirei a bala espiritualmente. Assim, a dor passou, restando-
lhe apenas um pouco de dormência no corpo todo. À tarde, o estado da jovem já
era normal. Para aquela noite estava programada sua participação no debate sobre
o nosso tratamento, que seria realizado em minha casa: Nesse debate, ela
apresentaria sua própria experiência, e por isso, para atrapalhá-la, o espírito do Mal
interferira no sonho.
O terceiro caso aconteceu com uma senhora de boa posição social, adepta
fervorosa do nosso tratamento. Tínhamos marcado encontro com a esposa de um
Ministro de Estado e com um médico. Na tarde do dia combinado, ela sentiu uma
dor violenta, mas a dor passou com apenas vinte minutos de tratamento, aplicado
pela minha empregada, a qual já havia concluído o curso. Naquele momento, sua
filha de dez anos, que estava ao lado, viu uma bola preta, do tamanho de uma
cabeça humana, sair do corpo da mãe. Quando a menina disse: "Olha! Saiu uma
bola preta do corpo da minha mãe!", a dor cessou totalmente. Ouvindo isso,
expliquei que o ocorrido fora interferência de Satanás, por serem as visitas daquela
noite pessoas influentes.
CONCLUSÃO GERAL
Neste livro expus, em primeiro lugar, a solução dos problemas relativos à saúde -
fonte da felicidade do ser humano - e também a possibilidade da construção de um
mundo sem doenças, pobreza e conflito. Além disso, mostrei que a causa de todos
esses problemas está no Mundo Espiritual. Eliminar essa causa seria,
indubitavelmente1 atingir o âmago da questão. Evitando o máximo possível a teoria,
baseei-me em experiências e exemplos verídicos; creio que, assim, puderam não
só ter uma noção geral do assunto, mas também uma certa esperança e
tranqüilidade.
Através da presente obra fica bem claro que o meu verdadeiro objetivo é salvar o
maior número possível de pessoas do mundo, cujo total hoje se eleva a 2 bilhões, a
maioria das quais estão fadadas a serem eliminadas, pela transição do Velho Mun-
do para o Novo Mundo, isto é, pelo fim da Era da Noite e o advento da Era do Dia:
Creio, portanto, que os leitores me manifestarão seu sincero apoio.