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Entrevista do Autor Celso Marcelo de Oliveira aos Jornais O Dia (SP), Jornal

do Estado e Industria & Comércio, Estado de Minas Gerais (SP) e Correio


Braziliense (DF) sobre a Nova Lei de Falências

1- Em que consiste a Nova Lei de Falências? Resposta: Consiste numa


normatização jurídica que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do
empresário e da sociedade empresária. A nova legislação falimentar regida pela Lei
no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, encontra-se dividida de forma pragmática:
Dispositivos Preliminares e Comuns à Recuperação Judicial e à Falência; Verificação e
da Habilitação de Créditos; Administrador Judicial e do Comitê de Credores, da
Assembléia Geral dos Credores, Instituto da Recuperação Judicial que envolve desde
o Pedido e o Processamento Jurídico até o Plano de Recuperação Judicial e especial de
Recuperação para Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, Convolação da
Recuperação Judicial em Falência, Instituto da Falência que envolve a Classificação
dos Créditos e o Pedido de Restituição; Procedimento para Decretação de Falência, a
Inabilitação Empresarial, os Direitos e Deveres do Falido, a Falência requerida pelo
próprio Devedor, a Arrecadação e Custódia dos Bens, Efeitos da Decretação da
Falência sobre as Obrigações do Devedor, a Ineficácia e a Revogação de Atos
Praticados antes da Falência, a Realização do Ativo, o Pagamento aos Credores, o
Encerramento da Falência e a Extinção das Obrigações do Falido,Instituto da
Recuperação Extrajudicial até as Disposições Penais, os Crimes Falimentares e o
Procedimento Penal.

2- Quais as vantagens que ela apresenta em relação a antiga? Resposta: A


nova Lei de Falências abrirá a possibilidade de reestruturação às empresas
economicamente viáveis que passem por dificuldades momentâneas, mantendo os
empregos e os pagamentos aos credores. Um dos grandes méritos apontados da
nova legislação falimentar é a prioridade dada à manutenção da empresa e dos seus
recursos produtivos. Ao acabar com a concordata e criar as figuras da recuperação
judicial e extrajudicial, a nova lei aumenta a abrangência e a flexibilidade nos
processos de recuperação de empresas, mediante o desenho de alternativas para o
enfrentamento das dificuldades econômicas e financeiras da empresa devedora.

3- Quem serão os principais beneficiados, exemplifique: Resposta:


Devemos expor que o objetivo econômico nova Lei de Falências é permitir às
empresas em dificuldades econômicas, que voltem a se tornar participantes
competitivas e produtivas da economia. Os beneficiados, sob esse ponto de vista,
serão não somente os entes econômicos diretamente envolvidos como os
controladores, credores e empregados, mas principalmente, a sociedade. Assim,
exemplificando, vejamos os benefícios dos empregados e dos fornecedores e
credores: a) Empregados, pois o objetivo da lei é viabilizar a empresa em
dificuldade econômica para superar um momentânea crise econômico-financeira e
principalmente o emprego dos trabalhadores. b) Fornecedores e Credores,
pois com o instituto da recuperação judicial será permitido a manutenção da empresa
e os interesses dos credores. Pela legislação anterior, em caso de falência, os
credores receberiam os valores que lhes são devidos na seguinte ordem: créditos
trabalhistas; tributários; credores com garantia real (hipoteca, penhor); credores com
privilégios de acordo com o estabelecido pela legislação civil e, por último, os
quirografários, como são chamados os que não têm qualquer prioridade no
recebimento.A nova Lei de Falências estabelece uma nova classificação dos créditos
por prioridade de recebimento. Na recuperação judicial, a ordem de classificação dos
créditos será definida no plano de recuperação judicial aprovado, assegurada a
prioridade para os créditos derivados das relações de trabalho até o limite de 150
salários mínimos.

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4- Existe algum ponto negativo na Nova Lei de Falências que não existia na
anterior? Se houver, por favor especifique: Resposta: Podemos considerar
como um ponto negativo ou de dificuldade para a empresa na Nova Lei de Falências,
a questão da complexidade técnica e financeira do plano de recuperação judicial.
Antigamente o empresário apenas apresenta um plano de pagar a concordata
preventiva no máximo em dois anos. Agora, tem que provar a viabilidade do
pagamento no plano de recuperação judicial. Devemos expor que o empresário tem o
prazo exíguo de apenas 60 (sessenta dias) para a apresentação do Plano de
Recuperação Judicial. Se o empresário devedor não for organizado, na questão
administrativa e contábil, poderá enfrentar problemas para a elaboração do plano. O
prazo é escasso para a elaboração, revisão e apresentação do plano em juízo.
Posteriormente, os recursos para o cumprimento do plano, onde a empresa deverá
determinar se haverá caixa suficiente para pagar os créditos dos credores, os
créditos trabalhistas em atraso em até um ano e se haverá caixa para pagar as
despesas decorrentes do processo de reestruturação, tais como: remuneração dos
advogados, administrador judicial, custas processuais, custos demissionais e custos
para a elaboração do plano, que essencialmente deve ter apoio de uma empresa de
consultoria ou de contador, administrador ou economista especializado. Assim, num
quadro de pré-insolvência financeira, sempre haverá dúvida sobre o poder financeiro
da empresa. Esse canal de negociação é o maior responsável pelo sucesso da gestão
do caixa da empresa. Se ele não conseguir apresentar um plano no prazo, poderá a
recuperaçào judicial ser convolada em processo de falência. Outro ponto é a
dificuldade da empresa em conseguir convencer com o seu plano de recuperação
judicial, os membros da assembléia geral de credores. Se ocorrer a rejeição do plano,
no período de 180 (cento e oitenta ) dias, o Juiz poderá decretar a falência da
empresa. A legislação deveria ser mais branda, principalmente para o pequeno
empresário, que não tem uma estrutura profissionalizada (contadoria, jurídica e
administrativa) para a apresentação de um plano de grande relevância para
convencer o comitê de credores e os membros da assembléia geral de credores.

5- Quais as principais alterações que a nova Lei de Falências recebeu?


Resposta: A nova legislação falimentar brasileira teve as seguintes alterações:
1. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, serão abrangidos, o empresário e
a sociedade empresária, exceto a empresa pública e a sociedade de economia mista,
instituições financeiras pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcios,
entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência
à saúde, seguradoras e sociedades de capitalização e outras legalmente
equiparadas;
2. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, o Ministério Público somente
poderá intervir facultativamente no processo. O artigo 4 foi vetado por ato do
Presidente da República, retirando os amplos poderes do parquet nos processos
falimentares;
3. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, o administrador judicial da
recuperação ou da falência será profissional idôneo, preferencialmente advogado,
economista, administrador de empresa, contador ou pessoa jurídica especializada;
4. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, o comitê de credores será
constituído por deliberação de qualquer das classes de credores na assembléia geral
e será composto de um representante indicado pela classe de credores trabalhistas,
de um representante indicado pela classe de credores com direitos reais de garantia
ou privilégios especiais e por um representante indicado pela classe de credores
quirografários e com privilégios gerais.
5. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, teremos como novidade a
assembléia geral de credores, que deverá deliberar na recuperação judicial para
aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado
pelo devedor , a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e

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sua substituição, o pedido de desistência do devedor e o nome do gestor judicial,
quando do afastamento do devedor ou qualquer outra matéria que possa afetar os
interesses dos credores. Na falência sobre a constituição do Comitê de Credores, a
escolha de seus membros e sua substituição e a adoção de outras modalidades de
realização do ativo.
6. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, os sindicatos de trabalhadores
poderão representar seus associados titulares de créditos derivados da legislação do
trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho que não comparecerem,
pessoalmente ou por procurador, à assembléia.
7. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, temos como novidade, o instituto
da recuperação judicial que tem por objetivo viabilizar a superação da situação de
crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte
produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores,
promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à
atividade econômica.
8. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, estão sujeitos à recuperação
judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos, os
credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios
contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso. As obrigações anteriores
à recuperação judicial observarão as condições originalmente contratadas ou
definidas em lei, inclusive no que diz respeito aos encargos.
9. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, os meios de recuperação judicial
poderão ser, concessão de prazos e condições especiais para pagamento das
obrigações vencidas ou vincendas; alteração do controle societário; cisão,
incorporação, fusão ou transformação da sociedade, constituição de subsidiária
integral, ou cessão de cotas ou ações; substituição total ou parcial dos
administradores do devedor ou modificação de seus órgãos administrativos;
concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de
poder de veto; aumento do capital social; trespasse ou arrendamento de
estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos próprios empregados;
redução salarial, compensação de horários e redução da jornada mediante acordo ou
convenção coletiva; mediante acordo ou convenção coletiva; constituição de
sociedade de credores;venda parcial dos bens; equalização de encargos financeiros
relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da
distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos
de crédito rural; usufruto da empresa; administração compartilhada; emissão de
valores mobiliários e constituição de sociedade de propósito específico para
adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor;
10. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, devedor não poderá desistir do
pedido de recuperação judicial após o deferimento de seu processo, salvo se obtiver
aprovação da desistência na assembléia-geral de credores;
11. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, o devedor apresentará plano de
recuperação judicial ao juiz, que receberá objeções ou impugnações dos credores no
prazo de 60 dias e deverá conter: discriminação pormenorizada dos meios de
recuperação a ser empregados; demonstração de sua viabilidade econômica; e laudo
econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por
profissional legalmente habilitado ou empresa especializada;
12. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, o devedor permanecerá em
recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que
vencerem em dois anos. O devedor que preencher os requisitos necessários para
pedir recuperação judicial poderá também requerer recuperação extrajudicial,
negociada com os credores, vedado o pagamento antecipado de dívidas e o
tratamento desfavorável aos credores que não estejam sujeitos a ele;
13. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, o plano de recuperação judicial
não se aplica aos créditos tributários, da legislação do trabalho, de acidentes de

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trabalho e a credores proprietários fiduciários de bens móveis ou imóveis, entre
outros casos;
14. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, a recuperação da micro e
pequena empresa abrangerá apenas os chamados créditos quirografários, que
poderão ser parcelados em até 36 meses, mas corrigidas monetariamente e
acrescidas de juros de 12% ao ano. A primeira parcela deverá ser paga no prazo
máximo de 180 dias contados da distribuição do pedido de recuperação judicial. O
pedido de recuperação judicial com base nesse plano especial não implica na
suspensão da prescrição das ações e execuções por créditos não abrangidos pelo
plano;
15. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, em qualquer hipótese, o total
pago ao administrador não excederá 5% do valor devido aos credores submetidos à
recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência. Serão reservados
40% do montante devido ao administrador para pagamento após a prestação de
contas e o relatório final de falência;
16. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, o juiz decretará a falência durante
o processo de recuperação judicial, por deliberação da assembléia-geral de credores;
pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação; quando houver sido
rejeitado o plano de recuperação e por descumprimento de qualquer obrigação
assumida no plano;
17. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, a classificação dos créditos na
falência obedecerá à seguinte ordem: I - os créditos trabalhistas limitados a 150
salários-mínimos por credor e os decorrentes de acidentes de trabalho; II - créditos
com garantia real até o limite do valor do bem gravado; III - créditos tributários,
independentemente da sua natureza e tempo de constituição, exceto as multas
tributárias; IV - créditos com privilégio especial como os assim definidos em outras
leis civis e comerciais e os aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção
sobre a coisa dada em garantia; V - créditos com privilégio geral, como os previstos
no parágrafo único do art. 67 desta Lei e os os assim definidos em outras leis civis e
comerciais; VI - créditos quirografários, dentre os quais os saldos dos créditos não
cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento e os dos
créditos derivados da legislação do trabalho que excederem 150 salários-mínimos; VII
- as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou
administrativas, inclusive as multas tributárias; VIII - créditos subordinados como os
créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício;
18. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, a restituição em dinheiro deverá
ser procedido se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese
em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter
ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado; da
importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de
adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o,
da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação,
inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da
autoridade competente e dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-
fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato
19. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, o processo de falência atenderá
aos princípios da celeridade e da economia processual, mas a lei não estipula prazo
para seu encerramento;
20. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, os créditos trabalhistas de
natureza estritamente salarial vencidos nos três meses anteriores à decretação da
falência, até o limite de cinco salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo
haja disponibilidade em caixa;
21. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, a alienação dos bens será
realizada de uma das seguintes formas, observada a seguinte ordem de preferência:
alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco; alienação

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da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas isoladamente;
alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos do
devedor; alienação dos bens individualmente considerados;
22. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005 temos uma outra novidade, a
recuperação extrajudicial, onde o devedor que preencher os requisitos do art. 48
desta Lei poderá propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial.
O devedor poderá requerer a homologação em juízo do plano de recuperação
extrajudicial, juntando sua justificativa e o documento que contenha seus termos e
condições, com as assinaturas dos credores que a ele aderiram.
23. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005 entre as penas previstas no
projeto aprovado estão: I - reclusão de três a seis anos e multa por praticar ato
fraudulento que prejudique credores com o fim de obter vantagem indevida para si
ou para outrem; II - reclusão de dois a quatro anos e multa por violar, explorar ou
divulgar, sem justa causa, sigilo empresarial ou dados confidenciais sobre operações
ou serviços, contribuindo para a condução do devedor a estado de inviabilidade
econômica ou financeira;III - reclusão de dois a cinco anos e multa por praticar ato de
disposição ou oneração patrimonial ou gerador de obrigação destinado a favorecer
um ou mais credores em prejuízo dos demais; IV - reclusão de dois a quatro anos e
multa por apropriar-se, desviar ou ocultar bens pertencentes ao devedor sob
recuperação judicial ou à massa falida, inclusive por meio de outra pessoa;
24. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, o produto da realização das
garantias prestadas pelo participante das câmaras ou prestadores de serviços de
compensação e de liquidação financeira submetidos aos regimes de que trata esta
Lei, assim como os títulos, valores mobiliários e quaisquer outros de seus ativos
objetos de compensação ou liquidação serão destinados à liquidação das obrigações
assumidas no âmbito das câmaras ou prestadoras de serviços; e
25. Pela Lei no 11.101, de 09 de Fevereiro de 2005, temos finalmente que não se
aplica o disposto envolvendo os devedores proibidos de requerer concordata nos
termos da legislação específica em vigor na data da publicação desta Lei ficam
proibidos de requerer recuperação judicial ou extrajudicial. Na recuperação judicial e
na falência das sociedades, em nenhuma hipótese ficará suspenso o exercício de
direitos derivados de contratos de arrendamento mercantil de aeronaves ou de suas
partes.

6- Qual a principal conseqüência da nova Lei de Falências? Resposta:


Importante expor que segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Gestão
e Turnaround - IBGT -, se a nova Lei de Falências já tivesse sido aprovada, 90% das
empresas que fecharam as portas no ano de 2002 em São Paulo teriam chances reais
de sobrevivência. A Nova Lei de Falências por conseqüência, vem em viabilizar uma
grande possibilidade de recuperação judicial da empresa e de permitir às empresas
em insolvência, que possam a se tornar competitivas e produtivas na economia.

7- Gostaria que citasse um ponto positivo e um negativo na nova Lei de


Falências,exemplifique: Resposta: Na antiga Lei Falimentar, qualquer credor,
independente do valor de seu crédito, poderia entrar com o pedido de falência do
devedor, bastando para isso que ele esteja em mora no pagamento. Como ponto
positivo, a nova Lei Falimentar, estabelece-se um limite mínimo de 40 salários
mínimos para o valor do crédito devido pela empresa para que ela possa ter sua
falência decretada a pedido do credor.

8- O que a antiga Lei de Falências deixava a desejar? Quem eram os maiores


prejudicados? E os beneficiados? Resposta: As empresas conviviam com uma
legislação ultrapassada, pois o Decreto-lei nº 7.661, aprovado em 1945, é fruto de
uma época em que predominavam as empresas individuais ou familiares. Decretada
a falência e nomeado o síndico, a empresa deveria ser fechada e lacrada, como

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forma de proteger os interesses patrimoniais dos credores. No Decreto-Lei 7661/45,
quando o pedido de concordata era requerido, a empresa já tinha consumido todos
os recursos, de modo que nada ficou disponível para implementar com êxito a
concordata como uma estratégia de recuperação da empresa.Pela antiga legislação,
os maiores prejudicados eram os credores e os trabalhadores, que sequer tinham
esperanças em receber o seu crédito, principalmente numa falência. Enquanto o
Decreto-Lei 7661/45 tinha como objetivo primordial de buscar garantias para os
credores na recuperação das dívidas da empresa, a nova lei falimentar está focada
na recuperação da empresa insolvente para a conseqüente liquidação de seus
débitos.

25 de Maio de 2005 - Nova lei traz grandes inovações e altera conceitos e termos
jurídicos. A nova lei (n 11.101/2005) que passa a regular, em nosso país, a partir
de 8 de junho do ano em curso, a recuperação extrajudicial e judicial de empresas,
assim como a falência, após inúmeras vicissitudes na tramitação legislativa que
durou cerca de onze anos, traz grandes inovações ao direito concursal. O novel
diploma legal altera conceitos e termos jurídicos, extinguindo a concordata e a
continuação dos negócios pelo falido, como previsto no revogado Decreto-lei n
7.661/45. Introduz a recuperação extrajudicial e judicial de empresas, modificando
o sistema falimentar. Mantém a dualidade existente entre os procedimentos,
quando se trata de devedor empresário e não-empresário. Para o civil, o sistema é
o da insolvência (Código de Processo Civil, artigos 748 e seguintes). Em relação
àquele que exerce atividade empresária, aplica-se a nova lei. As micro e empresas
de pequeno porte (Lei n 9.841/99 e Decreto n 3.474/2000) possuem procedimento
especial para a recuperação judicial (artigos 70 a 72, Lei 11.101/2005), muito
assemelhado à concordata anterior. Aplica-se, no que couber, o Código de
Processo Civil à nova lei de recuperação. Houve também substancial modificação
no tocante a intervenção do Ministério Público, cuja atuação é limitada a alguns
aspectos processuais da recuperação e falência, com ênfase no que pertine à
fiscalização para alienação de ativos e cumprimento do plano de recuperação.
Sua função precípua, contudo, está na persecução criminal. Também sobreveio
alteração no que concerne à categorização dos créditos concursais. A fase de
verificação tem uma etapa eminentemente extrajudicial, concentrada nas mãos do
administrador, e a outra judicial, sobretudo quando há impugnação. O plano de
recuperação da empresa é o verdadeiro coração da nova lei. O jurista, para bem
aplicá-la, deverá ter noções gerais de micro e macroeconomia, gestão,
administração de empresas, dentre outras matérias que normalmente não fazem
parte do cotidiano jurídico. A capacitação dos profissionais e a mudança de
mentalidade, pois, serão fundamentais para o sucesso ou malogro do novo
diploma legal. Para a modernização pretendida pela nova lei de recuperação da
empresa, não basta só a inserção desse novo instituto, mas há necessidade de
algumas medidas de natureza periférica que não são menos importantes do que a
modificação legislativa. Por exemplo, a atuação do Cade na proteção das
empresas, coibindo o abuso do direito econômico, com ações antitruste,
anticartéis e outras, é fundamental. Vemos hoje, no nosso dia-a-dia, que muitas
das empresas de médio para grande porte, levadas à falência, ficaram
desprotegidas em relação a uma atuação administrativa que poderia sanar o
problema. Também a forma adequada para a capacitação dos profissionais não se

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resume a alguns seminários e palestras. É preciso discutir exaustivamente todas
as conseqüências de cada artigo, item por item das respectivas atuações e
papéis, fórmulas para melhor e mais eficientemente aplicar a lei, bem como ter-se
a participação de gestores e administradores judiciais adequadamente
capacitados para auxílio ao juízo. Além disso, é preciso fornecer ao juiz estrutura
mínima de trabalho, com peritos, técnicos, administradores, modos e meios para
que possa exercitar melhor sua função. Para isso também será necessária
adaptação ampla de toda a legislação periférica. Nesse campo, é bem mais fácil a
teoria que a prática. kicker: Houve substancial modificação no tocante a
intervenção do Ministério Público, cuja atuação é limitada a alguns aspectos
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 3)(Luis Felipe Salomão - Desembargador do
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e diretor-presidente da Escola Nacional da
Magistratura.)

Normas da recuperação extrajudicial


11 de Julho de 2005 - Legalização da antiga "concordata branca" é a inovação mais
benéfica. Consiste na possibilidade legal concedida ao devedor em situação de crise de,
espontaneamente, convocar seus credores para oferecer-lhes forma de composição para
pagamento dos valores devidos. Trata-se, com efeito, da legalização da antiga "concordata
branca", que era vedada na revogada Lei de Falências, ao caracterizar a convocação dos
credores para renegociação das dívidas como ato de falência, acarretando por si só a quebra
(LF, art. 2, inciso III). Por mais que a "concordata branca" – não obstante a sua proibição
legal – fosse largamente praticada por empresas brasileiras em dificuldades, é de grande
importância a abertura, agora, da possibilidade legal de convocação dos credores para a
renegociação das dívidas, não acarretando mais tal iniciativa qualquer risco para a empresa
devedora, nos termos do art. 161 da lei. A recuperação extrajudicial veio, assim,
regulamentar e ampliar a possibilidade do devedor, cuja empresa esteja em dificuldade
econômica ou financeira, diretamente convocar seus credores para buscar soluções, sem
necessidade, portanto, de ingresso judicial de pedido de recuperação. Essa negociação
direta entre devedor e credores será traduzida em um plano de recuperação, de natureza
contratual e não judicial, e que estabelecerá as condições acordadas pelas partes. Negociadas
livremente as condições do plano de recuperação extrajudicial e firmado o respectivo o
contrato, os credores signatários ficam irrevogavelmente vinculados, devendo respeitar as
suas condições. Por outro lado, em caso de descumprimento pelo devedor do plano de
recuperação extrajudicial, poderá ele ser executado, podendo daí, até mesmo, resultar a sua
falência. Pode ainda o devedor, se quiser, requerer a homologação judicial do plano de
recuperação extrajudicial. Essa homologação judicial pode interessar ao devedor, na
medida em que, ao ser deferida, vinculará outros credores que efetivamente negociaram mas
que optaram por rejeitar a proposta (dissidentes). No entanto, para a ocorrência da
vinculação dos credores dissidentes, deverá o plano de recuperação extrajudicial ser
aprovado por credores que representem mais de 3/5 (três quintos) dos créditos de
determinada espécie. Aqui prevalece o regime de comunhão de interesses, ou seja, a
prevalência da vontade da maioria qualificada dos credores sobre aquela dos dissidentes. Já
aqueles credores que sequer foram convocados ou não compareceram à reunião, não
sofrerão qualquer limitação em seus direitos. Importante ressaltar que somente a
recuperação extrajudicial com homologação em juízo impõe esse requisito de maioria

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qualificada, dentre outros. Por outro lado, a recuperação extrajudicial, sem homologação,
pode ser feita a qualquer momento ou se dar por qualquer meio, traduzida por concessões de
prazo, abatimentos, dações em pagamento, entre outras medidas. Dentre os benéficos
efeitos da homologação em juízo da recuperação extrajudicial contratada, destacamos (I) a
constituição de título executivo judicial das dívidas nela incluídas, e, assim, a possibilidade
de sua execução; (II) a atribuição de publicidade e oficialidade ao processo de
recuperação; (III) a suspensão das ações e execuções em andamento, impossibilitando o
pedido de falência dos credores sujeitos ao plano; (IV) a impossibilidade de os credores que
aderiram ao plano extrajudicial desistirem da adesão, marcando, assim, o cunho contratual
do vínculo, bem como (V) a possibilidade de inclusão (submissão) dos credores dissidentes,
que não acataram a proposta de recuperação extrajudicial, se tiver ela sido aceita por 3/5
dos credores da mesma espécie, como referido. Fica claro que o legislador atribuiu aos
devedores/credores a livre e direta negociação dos seus débitos/créditos, em substituição à
extinta concordata preventiva, instituto em desacordo com as atuais práticas de mercado e,
na maioria das vezes, insuficiente ou incapaz de reerguer a empresa. Portanto, a
recuperação extrajudicial, diante da atual realidade econômica brasileira, constitui
alternativa viável para a efetiva recuperação da empresa, sem necessidade de intervenção
judicial, que, livremente, poderá ou não ser utilizada, em caráter ratificatório e não decisório.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 3)

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