Poesia de Fernando Pessoa - Ortnimo

Tpicos de anlise

Poema Isto (p. 111)

Plano formal - 3 estrofes de 5 versos: quintilha; - 6 slabas mtricas: versos hexassilbicos; - esquema rimtico: ABABB/CDCDD/EFEFF rimas cruzadas e emparelhadas. Plano semntico - temtica do fingimento; - 3 momentos: * 1 estrofe: o poeta apresenta a sua tese: no usa o corao, sente com a imaginao e no mente; * 2 estrofe: desenvolvimento e fundamentao filosfica da necessidade de usar a imaginao; o poeta pretende ultrapassar o que lhe falha ou finda e contemplar outra coisa; s o poeta que pode ver a coisa linda, encoberta pelo terrao; * 3 estrofe: Por isso se liberta do que est ao p, que a verdade para aqueles que dizem que finge ou mente tudo o que escreve, em busca daquilo que verdadeiro e belo; - mundo sensvel vs mundo inteligvel (da poesia); -anttese sentimento (corao) / pensamento (razo-imaginao); racionalizao do sentir; oposio ELES (dizem) /EU (no); - o sujeito potico empurra para o leitor a responsabilidade da emoo, do sentir; Este poema, bem como o poema Autopsicografia, constitui uma espcie de cdigo potico, encerrando os fundamentos da arte potica pessoana. Plano estilstico Aliterao em [s] (v.v. 3 10) (v. 15) A repetio expressiva do som [s] poder estar associada situao de tenso presente nas duas primeiras estrofes. As sibilantes incomodam, agridem o ouvido, provocam frico. Confere igualmente musicalidade ao poema. Mesma expressividade. A repetio do som [l], mais fludo, poder apontar para o estdio de clarividncia e convico patente na 3 estrofe.

Aliterao em [f] (v. 7) Aliterao em [l] (v. 13)

Poesia de Fernando Pessoa - Ortnimo

Transporte ou Encavalgamento (v.v. 1-2) (v.v. 3-4) (v.v. 6-9) (v.v. 11-12) Comparao (v.v. 5-8)

Este recurso origina uma leitura contnua, sem interrupes, fazendo com que a mensagem veiculada no seja interrompida, nomeadamente pelas rimas. O contedo sobrepe-se, assim, forma.

Ironia (v. 15)

A comparao presente nos trs primeiros versos da 2 estrofe remete para uma diviso imaginria que separa o mundo sensvel do mundo inteligvel. Esta comparao constitui o cerne do poema, aquele momento em que o autor define o universo em que se move. O ltimo verso apresenta valor irnico, marcado pelas frases interrogativa e exclamativa- o mundo das sensaes fica reservado para o leitor e no para o sujeito potico.