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A HETEROGENEIDADE DISCURSIVA

Authier-Revuz (1982) indica algumas dessas formas de heterogeneidade que acusam a presena do outro: a) o discurso relatado: no discurso indireto, o locutor, colocando-se enquanto tradutor, usa de suas pr6prias palavras para remeter a uma outra fonte do "sentido"; no discurso direto, o locutor, colocando-se como "porta-voz", recorta as palavras do outro e cita-as; b) as formas marcadas de conotao autonmica: o locutor inscreve no seu discurso, sem que haja interrupo do fio discursiva, as palavras do outro, mostrando-as, assinalando- as quer atravs das aspas, do itlico, de uma entonao especifica, quer atravs de um comentrio, uma glosa, um ajustamento, ou de uma remisso a outro discurso, funcionando como "marcas de uma atividade de com role/ regulagem do processo de comunicao";
c) formas mais complexa em que a presena do outro no e explicitada por marcas unvocas na frase. E o caso do discurso indireto livre, da ironia, da antfrase, da aluso, da imitao, da reminiscncia em que se joga com o outro discurso (as vezes, tornandoo mais vivo) no mais no nvel da transparncia, do explicitamente mostrado ou dito, mas no espao do implcito, do semidesvelado, do sugerido. Aqui no ha uma fronteira lingustica ntida entre a fala do locutor e a do outro, as vozes se imiscuem nos limites de uma nica construo lingustica.

Essas outras formas marcadas, linguisticamente descritveis, que assinalam um lugar ao outro e revelam, mostram a heterogeneidade na superfcie discursiva, esto ancoradas num principal que fundamenta a pr6pria natureza da linguagem: a sua heterogeneidade constitutiva. Um dos suportes a que Authier-Revuz recorre para explicar a articulao da realidade das formas de heterogeneidade mostrada no discurso com a realidade da heterogeneidade constitutiva do discurso o dialogismo concebido pelo circulo de Bakhtin. Referncia: BRANDO. H. H. N. Introduo Anlise do Discurso. Campinas, SP: UNICAMP, 2004.

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