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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO ^


COLENDO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (COMPETÊNCIA DO
EXTINTO PRIMEIRO TRIBUNAL DE ARCADA CIVIL).

7.072.742-9

DIBRACAM COMERCIAL LTDA. e TOPE


PARTICIPAÇÕES LTDA., por seus advogados, nos autos da execução
que lhes move MAGYRUS FORMENTO MERCANTIL LTDA.,

vêm, com o devido acatamento, à presença de Vossa Excelência, para interpor


AGRAVO DE INSTRUMENTO em face da decisão proferida pelo ínclito Juízo da 3a Vara
Cível de Sorocaba, o que fazem com esteio no artigo 522, do Código de Rito e pelas
razões expostas em seguida

m favor dos agravantes atuam os advogados Mauro Caramico (OAB/SP N°


111.110) e Andréa Teixeira Pinho (OAB/SP N° 200.557), ambos com escritório nesta
Capital, na Rua Libero Badaró n° 377, 21° andar, cjs. 2104/2105. A agravada é
patrocinada pelo advogado Ruy Elias Medeiros (OAB/SP N° 115.403). com escritório
na Avenida General Osório, 22, na cidade de Sorocaba (SP) e pelo advogado Antô-
nio Carlos Praxedes Lúcio (OAB/SP N° 35.409), com escritório na Rua São Paulo,
774, na cidade de São Carlos (SP).
Para a formação do instrumento, estão sendo carreadas cópias
das seguintes peças (todas, desde já, autenticadas pelos subscritores deste recurso):
inicial; procuração passada pela agravada-exeqüente; títulos da execução; petições e
decisões interlocutórias; pedido de decreto de sucessão e documentos;
substabelecimento; exceção de pré-executividade; oferta de bens à penhora e
documentos respectivos; resposta à exceção; procurações das agravantes; acórdãos
nos agravos de instrumento n°s. 1.249.401-0 e 1.347.674-7; recusa da oferta e
pedido de penhora; despacho agravado (fl. 352); certidão de intimação (fl. 357,
verso) e últimos andamentos.

Esclarecem que, em se tratando de agravo contra decisão que


determinou penhora de valores em conta-corrente, havendo iminente risco de grave
prejuízo, de modo que não há razões para que este agravo fique retido.

Requerem, também por isso, seja concedida a antecipação da


tutela recursal (efeito suspensivo) a este recurso, a teor do
que permitem os artigos 527, II e 558, ambos do Código de Processo Ci- U
vil, pelas razões e sob os contornos debuxados na anexa minuta.

Pedem e esperam deferimento.


São Paulo, 19 de maio de 2006.

3
A
MINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO >*

Agravantes:
Tope Participações Ltda. e outra
Agravada:
Magyrus Fomento Comercial Ltda.

Processo n° 3937/2002
3a Vara Cível da Comarca de Sorocaba

COLENDO TRIBUNAL, ÍNCLITA


CÂMARA, INSIGNES
JULGADORES.

1. A questão central deste recurso está em possibilitar-


se a penhora de conta-corrente antes de apreciar-se exceção de pré-
executividade.

1.1. Naturalmente, inclusive para que se forme o quadro


completo do caso, esbarrar-se-á nas razões da exceção de pré-
executividade (que, adiante-se, são bastante fortes). Mas o tema central,
e o objetivo único deste agravo, é discutir a conformação da penhora -
na verdade, sobre duplo aspecto: a legitimidade da recusa pelo credor e o
momento da conformação da penhora, quando há exceção já encetada (e
respondida).

1.2. Aos fatos, pois.

2. Trata-se, originalmente, de execução movida pela


factoring agravada contra a empresa DIRASA COMÉRCIO DE VEÍ-
CULOS LTDA., lastreada em instrumento de confissão de dívida assina-
do por esta (e por seus garantidores) em 5 de junho de 2002.

2.1.A execução caminhava com certa morosidade (dada a lentidão da


própria credora), até que, em novembro de 2004, a exeqüente pleiteou a
substituição dos até-então-executados pelas agravantes e seus sócios.

2.2.O fundamento do pedido foi um "instrumento particular de


compromisso de compra e venda", firmado pela agravante TOPE com os
proprietários do imóvel que era ocupado pela DIRASA, em agosto de
2002.

2.3.Disse a agravada que a TOPE e a DIBRACAM sucederam a DIRASA


porque compraram-lhe o imóvel e, lá, passaria a DIBRACAM a exercer
as mesmas atividades da DIRASA: concessionária de caminhões
Volkswagen.

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3. DefeHda a sucessão, compareceram as "novas" exe-
cutadas e:

a)ofereceram à penhora os direitos que têm, na execução que movem,


justamente, contra os que lhe prometeram vender o imóvel onde estava a
concessionária DIRASA, e não o fizeram, e

b)aforaram exceção de pré-executividade, demonstrando que não houve


sucessão - houve, apenas, a frustrada tentativa de aquisição do imóvel
(que hoje, pelo que se sabe, é ocupado por uma loja da rede DPaschoal).

3.1. Aliás, essa Colenda Corte, em duas outras oportuni-


dades (patrocinadas, aliás, pelo mesmo ilustre causídico que defende os
interesses da factoring agravada), e mesmo sem a participação das a-
gravantes, houve por bem assim decidir:

Agravo de instrumento n° 1.249.401-0 "Assim, ao


contrário do pretendido pela recorrente, não há
provas de vinculação entre as empresas con-
cessionárias, sendo que o fato da DIBRACAM estar
instalada no mesmo endereço da devedora não ca-
racteriza sua responsabilidade por débitos da e-
xecutada."
(Isto, perceba-se, porque a agravante, naquele feito,
fez crer que a DIBRACAM chegou a ocupar o imó-
vel onde estava a DIRASA - o que, sem rodeios, é
uma grossa mentira).

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3.2.No agravo de instrumento n° 1.347.674-7, a decisão foi exatamente
igual (confiram-se, por favor, as anexas cópias).

3.3.Em suma: mesmo que as agravantes tivessem adquirido o imóvel e lá


instalado a sua concessionária - o que, grave-se, não aconteceu - não se
poderia cogitar da sucessão.

3.4.Ou, pelo menos isto: o fato de ter havido a compra e venda do imóvel
(NÃO HOUVE!) não bastaria para que se decretasse a sucessão, de modo
a transferir às agravantes a responsabilidades por dívidas que não
constituiu, e de que não se beneficiou.

4. Essas questões - e outras mais, com aprofundamento


do exame dos requisitos necessários ao decreto da sucessão - foram le-
vados ao Juízo monocrático, juntamente com a oferta de bens à penhora
(feita ad cautelam).

4.1.A exceção foi recebida, determinando-se a manifestação da


exeqüente (cópia anexa). E esta, ao apreciar a oferta de bens, negou-se a
aceitá-los, preferindo que a constrição recaia sobre conta-corrente da
agravante DIBRACAM, onde é feita a sua movimentação diária.

4.2.E assim deferiu o pleito o ínclito Juízo a quo:

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"A exeqüente não aceitou o bem indicado à penhora
pela executada (fls. 173/175), alegando que não foi
observada a ordem legal do art. 655 do Código de
Processo Civil. Assim, defiro a penhora incidente
sobre o numerário existente na conta-corrente men-
cionada, limitada a 30% (trinta por cento) do saldo,
ou até o montante da execução, intimando-se a exe-
cutada do prazo para embargos, na forma do art. 669
do CPC. Expeça-se carta precatória. Antes, porém,
apresente a credora memória discriminada e atuali-
zada do débito. Após, tornem conclusos para apreci-
ação da exceção de pré-executividade".1

4.3. E contra esse respeitável despacho, enfim, que se


volta este agravo: além de afrontar-se a regra do artigo 620, do Código
de Rito, há inversão lógica dos atos do processo - afinal, se há exceção
de pré-executividade que versa, basicamente, sobre a ilegitimidade pas-
siva das executadas, parece curial que se decida essa questão antes de
perfazer a constrição patrimonial.

5. Quanto à regra do artigo 620, do Código de Rito, é


bem verdade que vem sendo interpretada, cada vez mais, em desfavor do
próprio executado. Mas ainda é certo que, quando por vários caminhos
se puder fazer a execução, o menos gravoso deve ser escolhido.

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Aliás, é curioso: se as agravantes, como diz a agravada, ocupam o imóvel da verdadeira devedora, em
Sorocaba, porque expedir-se carta precatória?
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5.1.Ora, o fundamento da inserção das requerida no pólo passivo da
execução é a aquisição do imóvel onde estava a devedora original, a
DIRASA.

5.2.E foi oferecido à penhora, justamente, o crédito que tem a agravante


TOPE contra os vendedores daquele imóvel - que nunca o entregaram!
A promessa de venda e compra, aliás, deu-se por desfeita exatamente
porque os vendedores não lograram apresentar certidões negativas que
indicassem a segurança jurídica necessária para o ato. E o desfazimento
da promessa deu azo ao direito da repetição, em dobro, do sinal pago -
justamente o que persegue a TOPE na mencionada execução. E
justamente o que foi oferecido à penhora, nesta execução.

5.3.Não há razão lógica, nem jurídica, para que se negue a oferta. E a


regra do artigo 655, do Código de Rito, não pode ser interpretada,
sempre, como se apenas a penhora de dinheiro fosse viável, porque está
em primeiro lugar, na lista.

5.4.Essa interpretação é especialmente perversa para as empresas, como


são as agravantes: se não estiverem falidas, sempre terão seus caixas. E,
claro, nem sempre a penhora de dinheiro será a que melhor atenderá as
funções e finalidades do processo.

5.5.Neste caso, por exemplo, em que há, para dizer o menos, indícios
veementes de que as executadas nada devem à exeqüente, a penhora de
dinheiro será extremamente injusta e danosa. Isto, até, sem que se
mencione que a exeqüente é empresa de factoring e, a julgar

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pelos títulos que instruem a inicial, deu crédito à empresa DIRASA
quando esta estava em situação crítica (decerto à busca de altos juros) e,
agira, quer desfazer-se do prejuízo às custas de terceiros, com quem nun-
ca manteve nenhum contato.

5-6. Por isso, neste caso, especialmente, é relevantíssima


a regra do artigo 620, do Código de Rito, acerca da qual o Eminente Mi-
nistro Quaglia Barbosa, já firmou que "não é permitido ao juiz, de ofí-
cio, determinar a penhora de dinheiro, em desacordo com a vontade
expressamente manifestada pelas partes, no sentido de nomear bens
imóveis, especialmente tendo em vista que a gradação dos bens pre-
vista no artigo 655 do CPC é relativa."2

5.7.Na verdade, como também já decidiu a Corte Superior, "a mitigação


do art, 620 do CPC deve ser analisada à luz das peculiaridades de
cada caso, não devendo nunca ser utilizada como instrumento para
subverter a ordem lógica e natural do processo de execução."3

5.8.Não é mais que isso que pretendem as agravantes: que as


peculiaridades do caso sejam examinadas, sopesando-se, aqui, a regra do
artigo 620, do Código de Rito, no que confiita a ordem do artigo 655, do
mesmo Diploma.

2
STJ, 6a Turma, REsp 621.404/GO, Rei. MIN. HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, julgado em 7.2.2006,
DJ 15.5.2006 p. 311.
3
STJ, 4a Turma, AgRg no Ag 688.511 /RS, Rei. MIN. ALDIR PASSARINHO JÚNIOR, julgado em
06.10.2005, DJ 21.11.2005 p. 252
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5.9.E íião será demais acrescentar-se que a conta-corrente indica à
constrição é aquela onde a agravante DIBRACAM realiza as suas
operações diárias, donde tira o pagamento de seus fornecedores e de seus
colaboradores.

5.10.Penhorá-la eqüivale a engessar a empresa; a embaraçar suas


atividades.

6. Além disso, há a questão da exceção de pré-


executividade.

6.1.Repita-se que não se pretende, aqui, a análise do que se alegou na


exceção - até porque haveria supressão de um grau de jurisdição e estaria
ultrapassada, ainda, qualquer possibilidade de dilação probatória.

6.2.Mas o fato de já terem havido dois julgamentos anteriores, nesta


Colenda Corte, desdizendo a sucessão, parece relevante o suficiente para
que, antes de se consolidar a penhora (e, sobretudo, antes de se penhorar
a conta-corrente principal da agravante DIBRACAM), seja apreciada a
exceção de pré-executividade.

6.3.Assim não fosse, aliás, e a exceção perderia toda a utilidade:


postergar-se a apreciação da exceção de pré-executividade para depois da
penhora eqüivale a negá-la. E, pior: negá-la sem qualquer
fundamentação, ao arrepio do preceito contido no artigo 5o, LIV, da Carta
Magna.

u
6.4. Estará a agravante, sem disfarces, perdendo impor-
tante parcela do seu patrimônio, por conta de dívida de outrem, sem ter
tido o seu day in the Court, sem ter havido o devido processo legal (que,
no caso, consubstanciar-se-ia na análise da exceção de pré-
executividade).

7. Diante do exposto, e considerando:

a)que houve tempestiva oferta de bens, feita por


cautela, uma vez que também foi aforada exceção de
pré-executividade;

b)que o ilustre Magistrado diferiu a apreciação da


exceção da pré-executividade para depois da penho-
ra, o que a priva de todo efeito, e

c)que a penhora, como deferida, atenta contra o


princípio do artigo 620, do Código de Rito,

requerem as agravantes digne-se Vossa Excelência receber este agravo


com o efeito suspensivo, a teor do que permitem os artigos 527, II e 558,
ambos do Código de Processo Civil, provendo-o, ao final, para reformar
a respeitável decisão a quo, determinando-se que (i) antes de consolidar-
se a penhora, seja processada e deslindada a exceção de pré-
executividade ou, caso assim não se entenda, (ii) seja determinado que a
penhora recaia sobre os direitos oferecidos pela agravante TOPE, impe-

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dindo-se a danosa e injusta penhora de conta-corrente, tudo como medi- "^
da da sempre almejada

J U S T I Ç A !
São Paulo, 19 de maio de 2006.

Mauro Caramico
OAB/SP n* 111.110

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