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Agrupamento Vertical de Escolas de Alvor

Exmª Srª. Ministra da Educação, Dr.ª Maria de Lurdes Rodrigues

Exmº Sr. Director Regional, Dr. Luís da Silva Correia

Exmº Sr. Presidente do Conselho Executivo e do Conselho

Pedagógico, Dr. Hugo Rebelo

Os professores abaixo assinados, docentes do Agrupamento Vertical de


Alvor, em defesa da qualidade do ensino e do prestígio da escola pública
vêm, por este meio, pedir a suspensão da aplicação do novo Modelo de
Avaliação de Desempenho pelas razões que a seguir se enumeram:

• Continuação da existência de arbitrariedades, desconfianças,


incertezas, dualidade de critérios, relativamente a todo o processo.

• Inexistência de um amplo debate nacional entre professores, actores


políticos e tutela, que possa ser gerador de consensos que ajudem a
ultrapassar a conflitualidade que permanece nas escolas e que ajude a
fomentar a verdadeira qualidade de ensino.

• Este Modelo de Avaliação de Desempenho continua a colidir com


normativos legais, nomeadamente o Artigo 44.º da Secção VI (das
garantias de imparcialidade) do Código de Procedimento
Administrativo, o qual estabelece, no ponto 1, alíneas a) e c), a
existência de casos de impedimento sempre que o órgão ou agente da
Administração Pública intervenham em actos ou questões em que
tenham interesses, semelhantes aos implicados, na decisão sobre tais
actos ou questões. Ora, os professores avaliadores concorrem com os
professores, por si avaliados, no mesmo processo de progressão na
carreira, disputando lugares nas mesmas quotas a serem definidas.

• A burocracia, que continua a existir com o actual Modelo de


Avaliação de Desempenho, é insustentável, insuportável, pois lesa
quotidianamente todo o processo de ensino-aprendizagem e mina, a
todo o instante, as relações entre pares; convém nunca esquecer as
situações em que existem por vezes professores avaliadores com
formação científico-pedagógica e académica de nível inferior à dos
avaliados e que docentes, oriundos de grupos disciplinares muito
díspares, estão a avaliar outros sem estarem habilitados com
formação adequada em supervisão e avaliação pedagógica e
científica. Torna-se, portanto, anti-pedagógico e contraproducente
impor a autoridade por decreto.

• Não se encontra alterada, por decreto, a parte em que se refere que a


Avaliação de Desempenho dos Professores e a sua progressão na
carreira se devem ao sucesso dos alunos e à redução do abandono
escolar.

• Porque alguns docentes são avaliados tomando em consideração os


resultados das provas de avaliação externa e outros não o são, pela
inexistência das mesmas.

• Em última análise, há que ter em conta que os resultados dos alunos


visam avaliar, tão-só, os próprios alunos, a partir de uma diversidade
de critérios, que integram competências/conhecimentos adquiridos,
empenho, assiduidade, atitudes e valores, os quais variam na
definição e na percentagem atribuídas por cada escola.

• Porque não podemos também esquecer as desiguais condições das


escolas, tanto ao nível da qualidade e disponibilidade dos
equipamentos, como da distribuição de alunos, dos problemas e
dificuldades sociais, por vezes acrescidas, de distintas resistências à
disciplina e à aprendizagem, bem como ao nível dos suportes de
acompanhamento psicopedagógico dos casos mais difíceis.

• Os parâmetros de avaliação compelem à utilização de recursos


inovadores, que muitas escolas poderão não estar em condições de
assegurar.

• Não existe lógica num Modelo de Avaliação Docente que impõe


quotas à atribuição das menções qualitativas de Excelente e Muito
Bom, de acordo com o despacho 20131/2008, condicionando, à
partida, os resultados da avaliação e comprometendo a sua
imparcialidade.

• Não é justo um Modelo de Avaliação de Desempenho que obriga os


professores a despenderem inúmeras horas, para além das 35
consagradas nos seus horários, em tarefas burocráticas ou
extracurriculares, umas, de formação e investigação, outras, que não
são contabilizadas, ou nem sequer pagas.

• Porque os docentes necessitam de uma avaliação construtiva, e não


burocrática, que não perca de vista o objectivo principal da acção
educativa – os alunos e as suas aprendizagens – e que não transfira
para os profissionais do sistema o ónus das fraquezas desse mesmo
sistema.

Pelas razões atrás referidas, os docentes abaixo assinados do


Agrupamento Vertical de Escolas de Alvor pedem a suspensão do
actual processo de Avaliação de Desempenho.

Alvor, 6 Novembro, de 2008

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