A Europa jaz, posta nos cotovelos: De Oriente a Ocidente jaz, fitando, E toldam-lhe romnticos cabelos Olhos gregos, lembrando.

O cotovelo esquerdo recuado; O direito em ngulo disposto. Aquele diz Itlia onde pousado; Este diz Inglaterra onde, afastado,i A mo sustenta, em que se apoia o rosto. Fita, com olhar sphyngico e fatal, O Ocidente, futuro do passado. O rosto com que fita Portugal.

O poema refere a localizao geogrfica de Portugal, onde acaba tambm por caracterizar a Europa. Pessoa, caracteriza a Europa como uma figura feminina. O verbo jaz refere-se ao facto de a Europa estar deitada/adormecida, apenas vivendo dos acontecimentos do passado (decadncia), (As glrias da Europa do passado foram as origens gregas, expanso romana, imprio colonial ingls). Os romnticos cabelos representam o norte da Europa e a miscigenao da raa enquanto os Olhos gregos representam o sul e as heranas culturais no mbito da cincia e da arte. Um brao encontra-se repousado na Itlia e o outro na Inglaterra, para simbolizar as origens romanas e celtas na formao da identidade e tambm as razes culturais da Europa. O rosto da Europa Portugal porque este foi o que mostrou a Europa ao resto do mondo atravs do seu mar. O rosto fita com olhar esfngico e fatal/O Ocidente, futuro do passado que mostra uma atitude expectante, contemplativa, enigmtica, misteriosa espera de realizaes futuras (a oriente est o passado e a ocidente encontra-se o futuro). Portugal visto como a salvao da Europa, renascendo o velho continente, recuperando o seu estatuto de potncia civilizadora, fazendo regressar Europa, a glria do passado. Portugal (rosto) vai acordar a Europa (figura feminina) adormecida, guiando-a.