Vous êtes sur la page 1sur 16
are aay Dee Oe CL eC CCT toed es Ss} iG a we Tatas ~ A . SE RETROCEDERMOS Oe eee \__ Sa LLMs ile GEM CAPITULO DESSA HISTORIA TRATA DOS ESCRAVOS QUE FORAM TRAZIDOS TAMBEM AO EASIL E CUJOS DESCENDENTES PERFAZEM HOJE UMA GRANDE PARCELA DA POPULACAG JRASILEIRA. ELES NAO ERAM APENAS MAQ-DE-OBRA, MAS PESSOAS QUE CONTINUARAM BESENVOLVENDO VIVAMENTE A SUA CULTURA MESMO SOB AS CONDICOES INIMAGINAVEIS DA ESCRAVIDAO, AFIRMANDO-A NA SUA AUTONOMIA, CONFORME DOCUMENTA DE MODO IMPRES SIONANTE A IMPORTANCIA DO CANDOMBLE PARA A CULTURA BRASILEIRA ATUAL um outro capitulo dessahistéria trata da ica, continen ‘se do quai mites de pessoas, sobretudo 0s joven e prod- ‘sees forom roubadas nos 200 anos do apageu do comércio neziero Mesmo hoje, ainda ¢ patcamente impossivel est: ‘mara: conseqincias desse dano para o desenvolvimento sistercoe cultural da Arica. Ese captulo ata também dos paeros comercais dos europeus nas costasafricanas, 0s = travam provito do tréfco como forecedores de es- ‘eases do hinterland. Os vestgios dessa histria podem ser ‘secebidos muito mais concretamente nesta exposigBo, pois se des ates da arte do Benim é justamenteo comérciode sese10s com 0s europeus. ‘utro vestigo dessa rlacdo sto as obras de arte em ‘mart. que foram praduzidas na Africa desde o final do sé- culo HY sara 0 mercado europeu e hae S80 os abjetos mais _artiges cs Galego do Museu Etnobgic de Beri. Dterceio capitulo diz respeito 2s prprios europeus. Na ‘erase do século XX para oséculo YX, em virtude dos lcros _aderidos com 0 comércio ultramarine multisseculr, Euro [52 teensformou-se num continente que se compreen« ‘= arogincia colonial, como centro econdmico e cultural do ‘unde. Na ocasiao, seus interesses econdmicos andavam de mos dadas com os iteresses centficos, por melo dos aus tencionava também dominaro mundo intelectualmente. Amplos seginentos das colegdes do Museu Etnolico de Berm s8o oresukado desse impeto pesquisador A istria da aquisigdo desses acervos no est isenta de formas tp cas da época, No entanta, os aervas dos museusetnlég ns europeus no sbo colegdes de mercadorareceptada. Os objets fora legamente comprados ou troados na Aca, adirids de oles descentifen ou pormembros do museu em viagens de pesquisa cients, com a anuéncia de pes- soas ds espectivas cultura, De esto, no deverosigorar que o comércio de objetoscomecou precocemente equees- tes também eram produzidos em grande escala para co rmércio com os europeus. Aida de ua docurentagio museoligice des cutras lo mundo, subjacent ao acerv atual de 500.000 peras do Museu Etnoligic de Beri, foo resultado da hist ra euro pla das reresentagies culturais que se desenvalveram ro seu conterto, io ara que essa atuse também sea submetid a uma erica, Mas tambéminconteste que mui tos objetos da cultura materi afieana nfo eistifam ata mente sem os museus da Europa, A cle arcana do Mu seu Etnolégco€ parte da heranca cultural internacional. €5- 16 8 disposigo dos pesquisadores do mundo intero. aso centro da ela triangular entre ace, Europae América, ue serve de fundo para a presente exposigao, & ocupado pela propria Africa, As obras nataves da arte da At ca, expostas nesta mostra, transmitem uma impress8o do significado cultural e artistico desse grande continents, de uma grandeza que, apesar de séculos de saque, opressio, exploragao colonial eracisme, testemunha um inquebranté- vel vigor na criagao artstica -exposigao exbe mais de trezentas pecas da colec3o afr: cana do Museu Etnolgica de Beri, evjos 75.000 objetos formam um dos mais importantes acervos aricanos do mun- do into, Em quantidade e qualidade variéves, a clec30 co- bre todo © continent africana. Pertencem ao acervo, den em escala internacional, as suas coleges do eina do Benim, dla Republica dos Camarses, da regio do Congo e da Aca ‘Oriental. Essas énfases também se fazem sentir na seleg30 dos objetos da presente mostra, Em oposigl0 a multas expo- sigdes de arte da Arica, esta no se restringe a escuturas f- gurativas e miscaras, mas apresenta também obras impor- tantes da cultura coticiana, como jéias de ouroe marfim, pen- tes com decoragdes figurativas,apoos para a nuca, et. As fronteiras entre a forma anstica da figura comemoratva de um rei a representago de um antepassado, uma mascara e um abjeto de uso catician, come par exemplo, um apoio para a nuca ov um pente ornamental dos Chokwe, sBo determina das pea fungao do objet; de resto, seu significado reiioso Aistinta ests firmemente ancorado na consciénca do artis tas edas pessoas da espectva cultura (ef Koloss, fica. Art ‘and Culture 2002: 11 ss.), Mas a forca criativa dos artistas africanos née respeitou essas fronteiras. Africa desconhece uma separagio esta entre a artee as beas-artes e as artes aplcadas ou design tal como se estabelece na Europa, | existe uma arte na Africa? O titulo da exposico, “Arte da Africa’, usa deliberadamente «1 preposig “do” para descreverum grupo de objetas de arte rigindrios da Africa e apresentados na Europa, na América do Norte e, nessa abrangéncia, pela primeira ver também no Brasil como arte, Entvementes, a recepeda de esculturas, rmascaras © de uma série de outros objetos do Arica come cobras de arte conta com um século de histéria na Europa. A pergunta se na Africa também se considera arte 0 que é r= cepcionado como ta na Europa é uma questao controversa no universe académico. Uma posiglo sempre defendida na etne- logia da are da Arica chama a atenelo paraofato de que nas cuturas“traicionas" da Africa, as obras de arte n8o foram criadas com vistas 2 eas mesmas, mas somente seam com- preensiveis a partir do seu fundo rligioso ou social. prod ‘¢0 da arte pela arte (“Tart pour art") seria um fenémeno ex ropeu, nfo transfrivel Arica, De acordo com essa tese, cb jetos artistcos africanos s20, em primeito lugar, um relatos histéria da cutura~ inclusive da histéria da arte — de uma de> terminada civlzaeSo. Assim, uma figura ancestral dos Hema informa, sobre ahistria cutural desse povo, o papel dos an- tepassados e o seu significado para a integragao da socieda- de, Tal consideragdo permanecera, porém,incompleta sem ‘uma anise da forma artistca dessa escultura, Como escu tra, ela € um signo ou uma imagem desse nexo e, simular rneamente, é também uma imagem do antepassado a ea 2s- sociado, Mas ela somente pode funcionar como signo se pu- der ser ideniicada como tal pelos membros da sociedad, s- ta, se o artista a realizou com corregaoiconogréfica Esse carder imagético da esculturaé também o lugar de referéncia no qual se pode realizar o trabalho esteticamente por parte do artista, Como individu, ele produz uma obra de arte que expressa as suas capacidades artistcas especficas ro ambito do programa previamente dado pela iconograi. Por conseguinte,capacidedesindviduaisconduzer também 2 resultados distintos, Isso & documentado pelo amplo es- pectro das formas de figuras ancestrais do pove Heméa, == contrado nos museus enas colegBes, No entanto, 2 avaiaeSo ddessas possibildades distintas de trabalhar a forma dé-se por meio de critérios eséticos especificos para a respectva cultura, Para um observador Hemba, a forma de uma figura Hema, ue produz num observador europeu a impressta de ‘uma pessoa absorta em sie serenamente aienada do mun- do, pode suschtar associagbes imeramente distintas. A ra- ‘io disso nao deve ser buscada apenas nas avalacBes €

Vous aimerez peut-être aussi