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Raimundo Correia Esconde-me a alma, no ntimo, oprimida, Este amor infeliz, como se fora Um crime aos olhos dessa,

que ela adora, Dessa, que crendo-o, crera-se ofendida. A crua e rija lmina homicida Do seu desdm vara-me o peito; embora, Que o amor que cresce nele, e nele mora, S findar quando findar-me a vida! meu amor! como num mar profundo, Achaste em mim teu lgido, teu fundo, Teu derradeiro, teu feral abrigo! E qual do rei de Tule a taa de ouro, meu sacro, meu nico tesouro! meu amor! tu morrers comigo!

A vingana da porta
Alberto de Oliveira
Era um hbito antigo que ele tinha: entrar dando com a porta nos batentes "Que te fez esta porta?" a mulher vinha e interrogava... Ele, cerrando os dentes: "Nada! Traze o jantar." Mas noitinha calmava-se; feliz, os inocentes olhos rev da filha e a cabecinha lhe afaga, a rir, com as rudes mos trementes. Uma vez, ao tornar casa, quando erguia a aldrava, o corao lhe fala "Entra mais devagar..." Pra, hesitando... Nisso nos gonzos range a velha porta, ri-se, escancara-se. E ele v na sala a mulher como doida e a filha morta.

Ao Corao Que Sofre (Olavo Bilac) Ao corao que sofre, separado Do teu, no exlio em que a chorar me vejo, No basta o afeto simples e sagrado Com que das desventuras me protejo. No me basta saber que sou amado, Nem s desejo o teu amor: desejo Ter nos braos teu corpo delicado, Ter na boca a doura de teu beijo. E as justas ambies que me consomem No me envergonham: pois maior baixeza No h que a terra pelo cu trocar; E mais eleva o corao de um homem Ser de homem sempre e, na maior pureza, Ficar na terra e humanamente amar.

cruz e sousa

Torva Babel das lgrimas, dos gritos, Dos soluos, dos ais, dos longos brados, A Dor galgou os mundos ignorados, Os mais remotos, vagos infinitos. Lembrando as religies, lembrando os ritos, Avassalara os povos condenados, Pela treva, no horror, desesperados, Na convulso de Tntalos aflitos. Por buzinas e trompas assoprando As geraes vo todas proclamando A grande Dor aos frgidos espaos... E assim parecem, pelos tempos mudos, Raas de Prometeus titnios, rudos, Brutos e colossais, torcendo os braos!

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