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Combatente

para todos os que vivem e sentem Portugal


Trimestral - Edição 345 - Setembro 2008 - 2€

No corrente ano
as cerimónias
comemorativas do
90.º aniversário do
Armistício, do 85.º
aniversário da Liga
e do Bicentenário
da Ordem da Torre
e Espada serão
realizadas na
mesma data:
15 de Novembro,
no Forte do Bom
Sucesso.

Soldado Milhões
Herói Nacional
núcleos
no país no estrangeiro
1º ABRANTES 24º FARO 48º PINHEL 1º SALLAUMINES (FRANÇA)
Rua do Arcediago, 16, 2000 Abrantes Rua José de Matos, 115-B Rua da República 24 Rue de Quimbera
Tel: 241 372 885 8000-501 Faro Mercado Municipal, Loja 3 62430 Sallaumines
nucleo.liga.combatentes@gmail.com Tel: 289 873 067 6400-440 Pinhel Tel: 0033 21677052
Tel: 271 412 414
2º ALCÁCER DO SAL 25º FIGUEIRA DA FOZ 2º S. VICENTE/MINDELO
Calçada 31 de Janeiro, 21 Rua Rancho das Cantarinhas, 44, R/C, 49º PONTA DELGADA (CABO VERDE)
7580 Alcácer do Sal Buarcos, 3080-250 Figueira da Foz Av. Infante D. Henrique, 13-A, 1º
Tel: 233 428 379 Chã de Marinha
Tel: 265 622 274 9500-150 Ponta Delgada Ribeira de Julião
Tel: 296 286 144 C.P. 89A-5V
3º ALCOBAÇA 26º FUNCHAL Tel: 2329105
Rua Luís de Camões, 63, R/C - D Rua do Ribeirinho de Baixo, 50º PORTALEGRE
2460-014 Alcobaça 33, 4º - Dtº, 9050-447 Funchal Rua 15 de Maio, 3 3º ONTÁRIO (CANADÁ)
Tel: 262 597 616 Tel: 291 220 141 7300-206 Portalegre 1171 Dundas Street West,
Tel: 245 202 723 Toronto
4º ALMADA 27º GUARDA Ontário M6J 1x3
Praça Gil Vicente, 13, 4º - F Praça Francisco Salgado Zenha 51º PORTO Tel: 416 534 75 15
2800-098 Almada 6300-694 Guarda Rua da Alegria, 39, 4000-041 Porto Fax: 416 534 31 71
Tel: 212 751 988 Tel: 271 211 891 Tel: 222 006 101

5º ANGRA DO HEROÍSMO 52º PÓVOA DE VARZIM 4º WINNIPEG (CANADÁ)


28º LAGOA/PORTIMÃO 1331 Downying St. Winnipeg,
PRAIA DA VITÓRIA Apartado 265, 8401-903 Lagoa Rua Latino Coelho, 1007-R/C
Manitoba, R3E 2R8 - Canadá
Largo da Boa Nova Tel: 282 089 169 4490-650 Póvoa de Varzim
9700-031 Angra do Heroísmo Tel: 252 627 220 Tel: 204 772 1760
Tel: 295 212 277 Tlm: 228 1132
29º LAGOS
ligacomb_ahpv@sapo.pt R. Castelo dos Governadores, 60 53º QUELUZ
8600-563 Lagos Rua Dr. Manuel Arriaga, 64-A
6º AVEIRAS DE CIMA 2745-158 Queluz
R. António Amaro dos Santos, 5 30º LAMEGO Tel: 309 909 324
2050-075 Aveiras de Cima Urbanização da Urtigosa, lcomb_queluz@netcabo.pt
Tel: 263 476 796 Lote 8 - C/V E, 5100 Lamego
Tel: 254 613 565 54º REGUENGOS DE
7º AVEIRO MONSARAZ
R. Eng. Von Half, 61, 1º - C 31º LEIRIA Rua da Caridade, nº 17
3800-177 Aveiro Av. 25 de Abril, Lote 12, R/C D 7200 Requengos de Monsaraz
Tel: 234 427 878 2400-221 Leiria
Tel: 244 001 600 55º RIO MAIOR
8º AZAMBUJA Rua João de Deus, 41, R/C
Rua Boavista Canada, 2050 Azambuja 32º LISBOA 2040-287 Rio Maior 38
Tel: 263 418 160 Rua João Pereira da Rosa, 18 Tel: 243 996 046 63
1249-032 Lisboa
9º BATALHA Tel: 213 470 677
Apartado 104, 2440-901 Batalha 56º SANTARÉM 69
Travessa dos Pasteleiros, 16 13
Tel: 244 765 738 33º LOULÉ 16
2000-043 Santarém 65
Rua Eng. Duarte Pacheco, 61-1º D Tel: 243 324 050
10º BEJA Tel: 289 413 726 liga.santarem@sapo.pt
Praça da República, 42, 1º 8100-570 Loulé 12
7800-427 Beja
Tel: 284 322 320 34º MAFRA 57º SESIMBRA
Praceta dos Combatentes Travessa Cândido dos Reis, 9, 1º 52
11º BELMONTE 2640 Mafra 2970 Sesimbra 67
Edifício Multiusos, Sala 1 Tel: 212 280 306
Rua Pedro Alvares Cabral 47
35º MANTEIGAS 51
6250-086 Belmonte Rua Dr. Pereira de Matos 58º SETÚBAL 30
6260 Manteigas Rua dos Almocreves, 62, R/C
12º BRAGA Tel: 275 981 035 2900-213 Setúbal 49 21 37
Beco do Eirado, 13, 4700-237 Braga Tel: 265 525 765
Tel: 253 216 710 36º MARINHA GRANDE 45
Rua Ponto da Boavista, 12 59º SINTRA 48
13º BRAGANÇA 2430 Marinha Grande R. Dr. António José Soares, 2
Lg. General Sepúlveda, Apartado 76 Tel: 244 550 488 Portela, 2710-423 Sintra 70
5300-901 Bragança Tel: 916 449 632 27
Tel: 273 326 394 37º MÊDA 46
Bairro Senhora das Tábuas 60º TAVIRA
Rua Ten. Cor. Melo Antunes, 35
14º CALDAS DA RAINHA 6430-110 Mêda 2, R/C D, 8800-682 Tavira
Pavilhões do Parque D. Carlos I Tel: 281 324 108 18
2500 Caldas da Rainha 38º MONÇÃO 17
Tel: 262 843 142 Apartado 92
Rua Dr. Álvares Guerra, 48 61º TOMAR 25
4950 Monção Praceta Dr. Raul Lopes, 1, R/C
15º CASTELO BRANCO 2300 Tomar 11
Rua de Santa Maria, 104 Tel: 251 652 521
Tel: 249 313 411
6000-178 Castelo Branco
Tel: 272 323 757 39º MONTARGIL 62º TORRES NOVAS 15
Travessa dos Combatentes, 5 Rua Trindade, 17, 2350 Torres Novas 36 31 20
16º CHAVES 7425 Montargil Tel: 249 822 038
Terreiro de Cavalaria, 12 Tel: 242 901 259 nrictn@sapo.pt
5400-193 Chaves 61
Tel: 276 351 399 40º MONTEMOR-O-NOVO 63º VALENÇA
chaves@ligacombatentes.org.pt 62 67
Rua de Avis, 39 Rua José Rodrigues, 4930 Valença
7050-088 Montemor-o-Novo 14
17º COIMBRA Tel: 266 896 668 64º VENDAS NOVAS 55
Rua da Sofia, 136, 3000-389 Coimbra Fax: 266 891 149 56 50
Rua General Humberto Delgado, 47
Tel: 239 823 376 7080-167 Vendas Novas
41º MONTIJO Tel: 265 087 654 39
18º COVILHÃ Rua Manuel Neves Nunes
Rua Rodrigo, 65, 6200-188 Covilhã de Almeida, 32 , 1º - D, 2870 Montijo 65º VIANA DO CASTELO
Tel: 275 086 770 34 66 42
Rua de S. Pedro, 39, 1º 19
Fax: 275 086 771 42º MORA 4900-538 Viana do Castelo
liga.covilha@netvisao.pt 59 22
Rua do Parque, 3, Apartado 28 Tel: 258 827 705 53 32
7490-244 Mora. 43 41 63
19º ELVAS 66º VILA FRANCA DE XIRA 40
Rua Isabel Maria Picão, 7, 7350 Elvas Largo Comendador
Tel: 963 302 870 43º OEIRAS/CASCAIS Miguel Esguelha, 5, 1º 58 23
ligacomb.elvas@sapo.pt Rua Cândido dos Reis, 216, 1º 2600-199 V. F. de Xira 57
site: ligacomelvas.no.sapo.pt 2780-212 Oeiras 54
Tel: 214 430 036 Tel: 263 276 146
20º ENTRONCAMENTO/ 67º VILA REAL
VILA NOVA DA BARQUINHA 44º OLHÃO Largo Conde de Amarante
Rua Eng. Ferreira Mesquita, 1 Rua 18 de Junho, 251, 8700-568 Olhão Edifício do Governo Civil, R/C
2330 Entroncamento Tel: 289 706 826 Apartado 3, 5000-529 Vila Real
Tel: 249 719 101 Tel: 259 329 379
45º OLIVEIRA DE AZEMÉIS
21º ESPINHO Rua António Alegria, 223, 1º 68º VILA REAL DE SANTO
Rua 43, nº 474, 1º - Sala C 3720-234 Oliveira de Azeméis ANTÓNIO 26
4500 Espinho Tel: 256 688 112 Rua Almeida Garrett, 16
Tel: 227 324 799 8900-243 Vila Real de Santo António
46º OLIVEIRA DO BAIRRO Tel: 249 822 038
22º ESTREMOZ Rua Senhor dos Aflitos, 15-A-R/C
Portas de Santa Catarina 3770-102 Oliveira do Bairro 69º VINHAIS
Prédio Militar, 22, 7100 Estremoz Edifício Santa Clara, 5320-318 Vinhais
Tel: 268 322 390 47º PENAFIEL 68
Rua Engenheiro Matos, 20 70º VISEU 33
23º ÉVORA (Antigo Matadouro Municipal) Rua da Prebenda, 3, R/C 28
Rua dos Penedos, 10, 7000-531 Évora 4560-465 Penafiel 3500-173 Viseu 29 60
Tel: 266 708 682 Tel: 255 213 442 Tel: 232 423 690 24
44
editorial
1

Joaquim Chito Rodrigues


Tenente-General
Presidente da Direcção Central

O futuro é
já amanhã
O
Programa Estruturante Liga Solidária âmbito do Stress Pós-Traumático que conduziu, no novo
arranca finalmente, no terreno, com a Plano, à criação de um Centro Médico Psicológico e
adjudicação e início das obras da 1.ª fase Social em Lisboa e a uma estrutura de apoio no país,
da adaptação do Lar dos Filhos dos permitiu garantir que 60% dos Núcleos se encontrem
Combatentes no Porto a Lar de Apoio informatizados e ligados à Internet e 75% dos Núcleos
Social dos Combatentes (Idade de Ouro) bem como tivessem melhorado a dignidade das suas instalações.
com a construção de uma Creche no espaço daquele Nada disto poderia ter sido feito e não poderá conti-
Lar onde funcionou uma antiga escola. O Programa que nuar a ser feito, sem o apoio do MDN. Torna-se pois
aguarda financiamento para Estremoz, Covilhã, Oliveira indispensável a continuação dos Programas Estruturantes
de Azeméis, Caldas da Rainha, viu-se enriquecido com no período 2009/2012.
mais uma cedência de terreno e projecto para a mesma Porém, tudo isto só tem sido possível com o Trabalho
finalidade, pela Câmara Municipal de Vila de Rei. Voluntário, não remunerado, dos Membros da Direcção
No Programa Estruturante Conservação das Memórias, Central e Dirigentes de Núcleos, bem como de Fun-
para além de outras actividades, a LC, no corrente ano, cionários da LC a quem saúdo e aponto como exemplos
com o apoio do governo da Guiné-Bissau e do seu IDN, de dedicação desinteressada, espírito aberto ao serviço
realizou a Operação Guidage com a localização, dos combatentes, em especial dos mais carenciados,
concentração e criação de condições de identificação constituindo-se como um universo ímpar nas Orga-
de 11 corpos de militares ali inumados. Para tal foi nizações da Sociedade Portuguesa.
recuperada pela LC uma Capela no cemitério de Bissau Não podemos deixar de fazer uma referência ao esforço
e aí concentrados os corpos, dos quais três foi possível do governo para regulamentar a Lei 9/2002.
identificar pelo INML, o que veio a permitir, por desejo Regulamenta-se finalmente o assunto dos emigrantes,
das famílias, a sua trasladação para Lisboa. bancários, solicitadores e jornalistas e admite-se a não
No âmbito do mesmo Programa, com o apoio das Forças caducidade do direito de requerer.
Armadas de S. Tomé e Príncipe e de Cabo Verde e a Porém, além de outras questões, a diminuição dos
colaboração dos nossos Adidos de Defesa acabam complementos já de si exíguos e a justificação na Proposta
de ser recuperados os cemitérios de S. Tomé e o de Lei que importa atender aos mais carenciados, dando
Monumento-Ossário do Sal. à lei um cariz social e não de puro direito adquirido
O Programa Estruturante Cultura Cidadania e Defesa pelo risco corrido, reforçam a ideia de que esta Lei,
para além da remodelação do Prémio LC/Defesa aprovada por unanimidade na AR, tem servido mais
Nacional e das comemorações do Bicentenário da para dividir do que para unir os combatentes, provo-
Ordem de Torre Espada, que decorrem, continuou a cando insatisfação, não tendo qualquer interesse para
recuperação do Forte e ali inaugurou o Museu do os mesmos que não seja a contagem do tempo de
Combatente onde está patente, além de outras, uma serviço.
exposição temporária de Leonardo Da Vinci que tem Tudo o resto é desperdício de dinheiro que cada vez
levado ao Forte do Bom Sucesso dezenas de milhares menos acrescenta em termos individuais, mas que se
de visitantes. gerido em conjunto, poderia conduzir à realização de
O Programa Estruturante Inovação e Modernização, objectivos e resolução de problemas importantes dos
para além do Protocolo estabelecido com o MDN no combatentes.
sumário
2

4 Conservação das Memórias


Combatente
para todos os que vivem e sentem Portugal
Trimestral - Edição 345 - Setembro 2008 - 2€

No corrente ano as
10 Considerações sobre a
cerimónias
comemorativas do

Guerra do Ultramar
90º aniversário do
Armistício, do 65º
aniversário da Liga
e do Bicentenário
da Ordem da Torre
e Espada serão
realizadas na

14 O Despertar das Consciências


mesma data:
15 de Novembro.

COMBATENTE
16 Vamos ajudar no stress pós-traumático Edição n.º 345
Trimestral
20 Dia da Infantaria Setembro 2008
Soldado Milhões
Herói Nacional
39 Exposição no Museu do Combatente Proprietário e Editor:
Liga dos Combatentes
Rua João Pereira da Rosa, 18

20
1249-032 LISBOA
Tel.: 213 468 245
Fax: 213 463 394
geral@ligacombatentes.org.pt
NIPC/NIF 500816905

Director:
Presidente da Direcção Central

4
Conselho Editorial:

39
Direcção Central
Director Executivo:
Hélder Freire

Combatente online e gestão de


informática: Jorge Martins

Secretariado:
Anabela Rodrigues

10
anabelarodrigues@ligacombatentes.org.pt

Concepção e paginação:
Maisimagem, Lda.
imagem@maisimagem.pt

Impressão e acabamento:
Consulte o Combatente online em Lisgráfica - Impressão e
w w w. l i g a c o m b a t e n t e s . o r g . p t Artes Gráficas, S.A.
Nota da Direcção geral@lisgrafica.pt
Como referido no número anterior convidou para Director Executivo Expedição:
deixou a Direcção da revista «Com- o jornalista Hélder Freire, sócio com- Translista, Lda.
batente» para que fora convidado pelo batente n.º 159.126. translista@ip.pt
Presidente da Direcção Central, o O jornalista Hélder Freire é detentor
Tiragem:
senhor Coronel Alberto Ribeiro de uma carreira profissional de mais 43.000 exemplares
Soares. de trinta anos, repartidos pela
A Liga dos Combatentes testemunha Imprensa escrita e Televisão, tendo Depósito Legal:
publicamente o apreço pelo trabalho exercido vários cargos de chefia e 210799/04
ISSN – 223 582
desenvolvido ao longo de cerca de direcção. Como combatente, serviu ICS – 101 525
cinco anos, (Nºs 325 a 344) e a em Angola e agora junta-se a nós,
forma voluntária, competente e para prosseguir os objectivos tra-
dedicada como serviu e cumpriu os çados pela Liga dos Combatentes. Tabela de Publicidade
objectivos estabelecidos. Contracapa ...................2.700
A fim de procurar manter e se possível Verso da capa ...............2.300
melhorar a revista «Combatente», o Verso da contracapa ......2.200
Página dupla ................3.400
Presidente da Direcção Central Página inteira ...............1.900
Meia página dupla ........1.900
Meia página .................1.200
Terço de página ...............800
Quarto de página ............500
Hélder Freire Rodapé ............................300
(IVA à taxa legal)
actual
3

O Ten. General Chito Rodrigues


(à direita na foto) esteve em
representação da Liga na
homenagem aos pára-quedistas.

Pára-quedistas mortos em Guidage


Liga ajudou a trazê-los para casa

R
ealizaram-se há dias as coube ao General Hugo Borges, então
cerimónias fúnebres de jovem Tenente Comandante de
três militares portugueses pelotão, e que esteve envolvido na Fundo da
Liga solidária
mortos e sepultados, em emboscada que a 23 de Maio de
1973, na Guiné-Bissau. Na 1973 deixou por terra os três
Escola de Tancos, antigos soldados pára-quedistas no Norte da
pára-quedistas da Companhia 121, Guiné.
veteranos da guerra colonial, pres- As urnas com os restos dos três mili-
Donativos 2008
taram uma sentida homenagem tares foram transportadas para
NIB 0035 0396 0022 0208 9305 8
aos camaradas de armas caídos em as localidades de origem dos três
Guidage. militares.
José Lourenço, António Vitoriano e Devido às circunstâncias da guerra
DO ANTECEDENTE 35.908,04
Manuel Peixoto, três pára-quedis- e do clima, acabou por se tornar im-
tas mortos em combate na Guiné possível na altura a evacuação dos
Companhia de
encontravam-se sepultados num corpos, tendo os restos mortais dos
Comandos 2043............. 253,50
pequeno cemitério próximo do três pára-quedistas ficado em repouso
Associação dos
aquartelamento português de num cemitério improvisado a escassa
Ex-Prisioneiros de Guerra
Guidage, onde a Liga dos Comba- distância do local onde tombaram.
Índia Timor..................... 500,00
tentes desenvolveu uma acção, em A trasladação para Portugal dos restos
Anónimo........................ 50,00
colaboração com as autoridades mortais dos militares, que perderam
Anónimo........................ 30,00
guineenses, de identificação e a vida já na derradeira fase da guerra
Núcleo Torres Novas....... 250,00
recuperação dos restos mortais ali colonial, foi o culminar de um esforço
inumados. iniciado há dois anos pela Liga dos
SALDO PASSA A: 36.991,54
As cerimónias fúnebres iniciam-se Combatentes, cujo Presidente Tenen- (valores em euros)
com uma missa de sufrágio na Igreja te General Chito Rodrigues esteve
da Força Aérea, em S. Domingos de presente em Figo Maduro, à chegada
Benfica, na presença das urnas das urnas e da União dos Pára-que- Lisboa, 15 de Setembro de 2008
dos três soldados pára-quedistas distas Portugueses.
O "Último Adeus" aos Pára-quedistas "Missão cumprida", afirmou o General
foi feito junto ao Monumento dos Hugo Borges.
Mortos em Combate na Escola de Ironia do destino, a data do ataque coin-
Tropas Pára-quedistas e o discurso cide com o dia dos pára-quedistas.
actual
4

Conservação
das Memórias
No âmbito do programa “Conservação das Memórias” foram
incluídas as Acções de Recuperação do Monumento/Ossário no
cemitério de Santa Maria, na Ilha do Sal, em Cabo Verde e no
talhão militar existente no cemitério de S. João da Vargem, em
S. Tomé e Príncipe.

São Tomé: antes e depois


da recuperação

E
stas acções só foram possíveis, damente empenhada em diversas os restos mortais daqueles militares, esteve
face ao interesse, disponibili- frentes, humanitária, partilha e conserva- presente o Presidente da Direcção Central
dade e empenhamento das ção das memórias, solidária, de apoio da Liga dos Combatentes.
Forças Armadas de Cabo Verde ao desenvolvimento e do aprofunda- Está-se ainda a preparar uma deslocação
e S. Tomé e Príncipe, o que mento do relacionamento entre comba- a Angola, a concretizar no início do
pela Liga dos Combatentes já foi opor- tentes que no passado estiveram frente próximo ano. A convite da Associação
tunamente reconhecido e agradecido. a frente, mas que hoje, não renegando dos Combatentes da Luta de Libertação
De realçar ainda a colaboração prestada as suas convicções, sacrifícios e dádivas, Nacional (ACLLN) de Moçambique, uma
pelos nossos Adidos de Defesa naqueles estão dispostos a encontrar caminhos delegação da Liga chefiada pelo seu Vice-
países e, no caso de S. Tomé, também comuns que, no presente, ajudem a en- -Presidente, esteve presente nas cerimó-
a supervisão técnica do 1.º Sargento contrar soluções que sustentem e nias comemorativas do 34.º Aniversário
Assessor do projecto N.º 3 da Coope- reforcem as suas relações, constituindo dos Acordos de Lusaka e 20.º Aniversário
ração Técnico-Militar. um excelente exemplo e contributo, pa- da criação da ACLLN.
O envolvimento dos militares cabo-ver- ra um futuro de paz e desenvolvimento. Participaram ainda no 14.º Encontro do
dianos e S. Tomenses neste programa A transladação recentemente efectuada Standing Committee on African Affairs
da Liga dos Combatentes é um sinal para Portugal de três militares, só foi (SCAA) no quadro das reuniões regionais
real e concreto da assumpção e partilha possível pela acção desenvolvida pela da Federação Mundial dos Antigos
de uma história comum e do reconhe- Liga dos Combatentes em Guidage, Combatentes e em reuniões bilaterais
cimento da dignidade que merecem os criando, no quadro do protocolo com com a ACLLN, no sentido do estabeleci-
restos mortais de militares portugueses o IDN/RGB, as condições para a sua mento de um memorando de Enten-
inumados naqueles países. concretização pela União Portuguesa dimento/Protocolo com esta Associação,
No que respeita à Guiné-Bissau a Liga de Pára-quedistas. cujo Presidente é Sua Excelência o Presi-
dos Combatentes encontra-se profun- À chegada a Portugal das urnas contendo dente da República de Moçambique.
5

Soldados santomenses ajudaram a dignificar Monumento aos soldados


as campas dos militares portugueses portugueses inumados na Ilha do Sal

No âmbito do programa “Conservação


das Memórias”, o Vice-Presidente
deslocou-se a Cabo Delgado para en-
contros com as autoridades locais,
reconhecimentos a talhões militares de
Mocímboa da Praia e Mueda e accio-
namento das obras ainda necessárias
para a conclusão da 1.ª Fase da recupe- Fase terminal dos trabalhos
ração do talhão existente em Pemba. de recuperação em São Tomé
Têm sido noticiadas recolhas de assina-
turas, visando a entrega de uma petição
na Assembleia da República no sentido Para tratar de assuntos referentes cemitérios onde se encontram
de o Estado assumir as trasladações ao Programa Estruturante inumados militares portugueses.
para Portugal dos militares que «Conservação das Memórias», Participaram o Presidente e Vice-
participaram no conflito 1961-1975 e decorreu em Coimbra uma reunião -Presidente da Liga dos Combaten-
que se encontram inumados em Angola, da Liga dos Combatentes com o tes, o Presidente do INML, o Vice-
Moçambique e Guiné. Instituto Nacional de Medicina -Presidente da Faculdade de Ciências,
A posição da Liga sobre a problemática Legal e Faculdade de Ciências da entre outras personalidades.
das trasladações é clara, foi difundida Universidade de Coimbra. O Presidente e Vice-Presidente da
a todos os nossos núcleos e pode ser As três instituições são signatárias Liga dos Combatentes visitaram
consultada no site da Liga em do plano elaborado pela Liga dos depois o Núcleo de Coimbra, desta
www.ligacombatentes.org.pt, em Combatentes, para dignificação dos instituição.
“Notícias”.
actual
6

Festa rija
em Manteigas
Tiveram lugar há dias,
em Manteigas as comemorações
do 73.° Aniversário deste Núcleo.

Representou o Presidente da Direcção Central o Capitão-


-de-Mar-e-Guerra Filipe Macedo, tendo estado presentes
o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Manteigas,
3 vereadores da mesma Câmara, os Presidentes dos
Núcleos da Liga de Belmonte, Guarda e Portalegre, autoridades Guerra do Ultramar pelo facto do Presidente do Núcleo ser
locais e cerca de 250 combatentes. Fuzileiro.
As cerimónias constaram duma missa realizada na principal O Capitão-de-Mar-e-Guerra Filipe Macedo mencionou os
igreja da vila celebrada pelo Pároco local, que também é grandes projectos que a Liga tem em curso, nomeadamente:
sócio da Liga, e que teve palavras de muito apreço pelos os comentários à regulamentação da Lei 9/2002, a construção
combatentes e pelo aniversário do Núcleo. dos Lares para a 3.ª Idade e da creche no Lar dos Filhos dos
Seguiu-se uma entrega de medalhas das Campanhas das Combatentes no Porto, da Conservação das Memórias, do
Forças Armadas junto ao Monumento ao Combatente, em Projecto de Apoio aos doentes com Stress Pós-Traumático
que foram impostas condecorações a 18 ex-combatentes e dos Protocolos de apoio aos combatentes mais carenciados
residentes naquele concelho e que estiveram no Ultramar (Sem Abrigo, Toxicodependentes e Alcoólicos).
entre 1961 e 1974 tendo-se seguido os discursos do Presidente Depois desta cerimónia realizou-se um almoço de
do Núcleo, do Capitão-de-Mar-e-Guerra Filipe Macedo e do confraternização com todos os combatentes num convívio
Vice-Presidente da Câmara Municipal de Manteigas. muito interessante em que se recordaram acontecimentos
No seu discurso o representante da Liga falou do papel da e factos em que a maioria participou e que marcaram as
Marinha ao longo da História de Portugal e durante a nossas vidas até aos dias de hoje.

Delegação da Liga no Quebec


O Presidente da Direcção Central da Liga dos Combatentes Combatentes e sua Delegação em Quebec. As actividades
e o Presidente da Associação de ex-Combatentes do Ultramar futuras, serão desenvolvidas em diversas áreas, no âmbito
em Quebec (Canadá), ouvida a Direcção Central da Liga dos da cultura, da cidadania, da solidariedade social e dos
Combatentes, decidiram reconhecer como Delegação da respectivos Estatutos.
Liga dos Combatentes no Canadá (Quebec) a Associação
de Ex-Combatentes Portugueses naquele País.
A Direcção da Associação de Ex-Combatentes Portugueses
é presidida pelo Senhor Raul de Carvalho Mesquita, tendo
como Vice-Presidente Jorge Felizardo das Neves, como
Tesoureiro Henrique de Almeida e como Vogais Manuel dos
Santos, Luís Damas e Augusto Costa. Foram reconhecidas
as excelentes relações que têm vindo a ser estabelecidas
com os antigos combatentes portugueses no Canadá e os
objectivos comuns a que ambas as Associações se propõem.
Ficou mais uma vez sublinhada a prossecução dos objectivos
estatutários da Liga dos Combatentes na defesa dos interesses
dos antigos combatentes residentes no Quebec (Canadá) e
pertencentes à Associação de Ex-Combatentes Portugueses.
Foi entendido por bem constituir-se a Associação de Ex-
-Combatentes Portugueses, como Núcleo da Liga dos
actual
7

Bandeira Nacional no edifício do Núcleo,


seguindo-se a recepção aos convidados e
às 11h00, na Sé Catedral da cidade, foi
celebrada a Missa pelo Pároco local, em
sufrágio dos Sócios falecidos.
No monumento ao combatente, o re-
presentante da Direcção Central e o
Presidente do Núcleo, colocaram uma
palma de flores.
Guarda Foram proferidas algumas palavras pelo
Presidente do Núcleo, pelo represen-

78.º aniversário do núcleo


tante do executivo camarário e pelo
representante da Direcção Central.
No continuar dos festejos, seguiu-se um
almoço de confraternização, onde foi
Em 6 de Setembro, com a presença do sócios e seus familiares, bem como, um oferecida às senhoras presentes uma flor
Secretário da Liga, Sr. Coronel Hilário, representante do executivo camarário, feita à mão. Brindou-se e cantaram-se os
em representação do Presidente da um elemento da P.S.P, uma representação parabéns.
Direcção Central, o Núcleo comemorou do Núcleo de Belmonte e de Manteigas, Todos os presentes mostraram satisfação
o seu 78.º aniversário. com os respectivos porta guião. e desejo que este dia venha a repetir-se
Estiveram presentes, algumas dezenas de A cerimónia teve início com o hastear da no próximo ano.

Albufeira (Fontainhas)
Monumento aos Combatentes
Por iniciativa da CM de Albufeira, sob a
presidência do Sr. Desidério Jorge da Silva O Presidente da Direcção Central da
e do Presidente do Núcleo do Algarve, Liga inaugurou o monumento com
Sr. Paulo de Almeida, foi erigido em o Presidente da Câmara de Albufeira.
Albufeira, freguesia das Fontainhas, mais
um monumento aos Combatentes. No
dia 13, pelas 17h00, com a presença de
uma força militar da Unidade de Tavira
e as entidades civis, militares e religiosas,
teve a cerimónia o seu início com a
bênção do Monumento, a que se
seguiram intervenções do Sr. Presidente
da Câmara, do Presidente do Nuclegarve
e o Presidente da Liga dos Combatentes,
General Chito Rodrigues. Foi colocada
uma coroa de flores e descerrada a Bandeira
Nacional da placa onde figuram os nomes
dos militares do Concelho, caídos no ex-
-Ultramar. Muito público presente e muitos
combatentes dos Núcleos de Lagoa,
Portimão e Olhão, com os respectivos
presidentes. Seguiu-se no local, o
lançamento da primeira pedra da
“Aldeia da Solidariedade com a qual se
pretende apoiar jovens e idosos do
Concelho. A Liga dos Combatentes
agradece o convite e felicita a Câmara
de Albufeira pelas acções concretizadas
e dá relevo à acção do Senhor Paulo de
Almeida, digno sócio desta instituição.
actual
8

onde nos inserimos de onde desta-


camos as Autarquias, as Corporações e
Associações de Bombeiros das Forças
Armadas e Seguranças diversas e
Colectividades.

Ao Núcleo de Sesimbra
exorto-vos a continuar
o excelente trabalho
que vêm desenvolvendo
O Coronel Adalberto Fernandes,
Secretário-Geral da Liga dos Combatentes, A cerimónia que aqui decorre é bem o
quando agradecia a todos o momento que exemplo deste relacionamento frutífero
se estava a viver e empenhado.

Liga dos Combatentes em


A LC como IPSS, não fica à espera do
Estado e numa actividade pró activa
tem em desenvolvimento e construção

Sesimbra
centros sociais de apoio e lares para
grandes vocações estatutárias, revelada os combatentes mais carenciados,
cada uma delas numa linha de inter- evidentemente, com o apoio de institui-
venção na Sociedade Portuguesa. ções do estado e autarquias locais.
Várias foram as entidades que A primeira dirigida aos seus associados, Uma palavra de estímulo à vida asso-
quiseram estar presentes na os combatentes por Portugal. ciativa e ao trabalho prospectivo do
inauguração, em Sesimbra, do A segunda vocacionada para o benefício Núcleo de Sesimbra, sublimada a
monumento que evoca os antigos do país e dos cidadãos na defesa dos excelente colaboração das insti-
combatentes. valores patrióticos, humanistas e uni- tuições locais, nomeadamente da
Por parte da Liga, esteve presente o versais da acção de Portugal no mundo. Câmara Municipal e das restantes
Secretário-Geral Coronel Adalberto Definem-se através de um trabalho autarquias locais.
Travassos Fernandes que disse: activo de carácter assistencial e de Esta terra virada para o desenvol-
«As minhas primeiras palavras dirigem- solidariedade para com os combatentes, vimento, de grande dinamismo,
-se aos cidadãos aqui presentes que se pela sua dignificação e também numa permanece no nosso imaginário como
quiseram associar a esta cerimónia de intervenção enérgica na educação para uma terra fascinante que ao longo dos
homenagem à memória dos Comba- a cidadania em especial entre os jovens. tempos tanta gente têm atraído ao
tentes por Portugal. Pensamos por isso que valemos a aten- seu ambiente.
Em particular dirijo-me às autoridades ção e merecemos o apoio de muitos Ao Núcleo de Sesimbra exorto-vos
presentes, saudando-as e agradecendo dos nossos concidadãos, sensíveis a continuar o excelente trabalho
calorosamente a sua presença, pois sempre a um valor inestimável que é a que vem desenvolvendo, fazendo-o
revela a adesão a este acto simbólico segurança dos povos e a defesa da nossa publicamente para que o vosso
que aqui levamos a efeito, de muitos cultura solidária, humanista, tolerante compromisso possa ganhar a força da
mais cidadãos, todos aqueles que Vs. e democrática. solidariedade desta comunidade
Exas aqui formalmente representam.» Na LC somos 52.000 associados activos ímpar nesta região ímpar do nosso
E, de facto, estavam ali todos os repre- e federamos 71 Núcleos organizados Portugal.
sentantes das forças vivas do Concelho: pelo continente, regiões autónomas e A LC é uma instituição transversal na
o Presidente da Câmara, Presidente da também no estrangeiro. sociedade Portuguesa incluindo os
Assembleia Municipal, Presidente do Construímos monumentos por todo o combatentes do passado, do presente
Núcleo da LC de Sesimbra, Presidente país e prestamos homenagem aos e do futuro. Temos orgulho na nossa
da Junta de Freguesia, além de muitos Combatentes, todos os anos nesses locais. história e naqueles que deram o
populares. Fazemo-lo sistematicamente a 9 de Abril, contributo máximo para que Portugal
dia do Combatente na Batalha, a 11 de existisse e se afirmasse no mundo. Este
Merecemos o apoio Novembro dia da Paz entre as Nações, monumento é a homenagem aos jovens
de muitos dos nossos concidadãos a 16 de Outubro dia da fundação da de Sesimbra que deram a vida por
Prosseguindo, o Coronel Adalberto LC. Fazemo-lo também e dizemo-lo com Portugal. Guardaremos para sempre a
Fernandes garantiu que «LC assume orgulho, apoiados e acarinhados pelas vossa memória e a vossa glória. “Dulce
decididamente no nosso tempo duas principais forças vivas das comunidades et decorom est pró pátria mori.»
actual
9

82.º aniversário
Covilhã
do núcleo
O Secretário-Geral da Liga dos no Cemitério da Covilhã e home-
Combatentes Cor. Adalberto nagem aos mortos na Guerra do
André Travassos Fernandes -Ultramar, no Monumento aos
visitou a Sede do Núcleo da Combatentes.
Covilhã, onde decorreu uma Na oportunidade, o SG proferiu al-
sessão de trabalho, com a gumas palavras de homenagem aos
Direcção, tendo sido abor- combatentes e ao aniversário do
dados e debatidos os progra- Núcleo, referindo valores históricos
mas que o Núcleo tem desen- e patrióticos que constituem o lema
volvido. Foi apresentado o da LC. Destacou o espírito de iniciativa
projecto de construção do Lar da Direcção do Núcleo e agradeceu a
e Creche da LC a construir na colaboração da Autarquia, de todas
Covilhã. as Entidades e dos sócios.
O Presidente do Núcleo João Finalmente decorreu uma confra-
Azevedo desenvolveu o tema ternização entre os sócios e convida-
e informou das diligências e dos, tendo o SG feito a entrega de
colaboração com a Câmara Testemunhos de Apreço aos sócios
Municipal da Covilhã. com mais de 25 anos de filiação.
Após a sessão de trabalho
seguiu-se a visita ao novo terre-
no destinado à construção
daquela infra-estrutura.
Trata-se de um espaço bem
localizado e que permite a
edificação daquele empreen-
dimento com um excelente
enquadramento urbanístico e
paisagístico.
Seguiu-se a visita aos talhões

Monção Inauguração de monumento


Foi inaugurado um memorial em Mon- representantes dos Núcleos e da Liga
ção de Homenagem aos militares daquele dos Combatentes da Região, Associações
Concelho falecidos em combate. de Combatentes, Associações Cívicas e
Em representação do Presidente da Culturais. O Secretário-Geral da LC,
Direcção Central da LC, esteve presente Cor. Adalberto Travassos Fernandes, o
o Secretário-Geral, Coronel Adalberto Vice-Presidente da Câmara e o Presidente
André Travassos Fernandes. do Núcleo no seguimento da Cerimónia
A cerimónia foi organizada pelo Núcleo procedeu ao descerramento do memorial
de Monção e pela Câmara Municipal de a que se seguiu a evocação religiosa e
Monção representada pelo Vice-Presidente as honras militares.
e Vereador da Cultura e Espaços Urbanos. O Secretário-Geral da LC dirigiu umas
Foi prestada homenagem aos comba- breves palavras aos cerca de 300
tentes mortos na Guerra do Ultramar, participantes, tendo agradecido em
estando presente uma força militar de nome da LC o apoio da Câmara Muni-
escalão pelotão do Regimento de cipal de Monção a presença de todos
Cavalaria n.º 6 – Braga. e felicitou e incentivou o Núcleo a con-
Estiveram presentes do Ministério da tinuar a sua actividade na defesa e
Defesa Nacional, Dra. Catarina Figueiredo, expansão das ideias patrióticas da LC.
opinião
10

J. M. Brochado de Miranda
General

S Considerações
e nos dermos ao cuidado as inúmeras etnias que formam o
de procurar, nos planos mosaico africano, as suas diferenças
curriculares dos cursos linguísticas e culturais que ainda mais

a guerra do
ministrados na Força as separavam, as guerras que travaram
Aérea, temas que se de- entre si, as migrações internas, a
senvolvam à volta da moralidade presença no terreno de unidades
e da justificabilidade da guerra, combatentes formadas por negros ou

1961-1974
vamos encontrar vários, aos diversos mistas a combater a subversão, as
níveis. amizades e inimizades entre brancos
Estudei temas desta natureza. Assim e pretos.
formei e fortaleci as minhas convi- Outro cuidado que devemos ter ao
cções sobre a matéria como compete analisar criticamente o passado, é o
a um soldado "du metier". de não o fazermos à luz do presente,
Por outro lado, li tudo o que me sob pena de cometer erros de apre-
«Hoje, olhando para trás,
apareceu sobre a guerra subversiva/ ciação graves, distorcendo comple- de nada me acusa a
guerra revolucionária travada pelos tamente os juízos. consciência.
ingleses no Quénia e na Malásia e pelos Durante os anos de guerra verificou-
franceses na Indochina e na Argélia. -se um surto de desenvolvimento Lutei o melhor que
Daí que, quando fui chamado a lutar surpreendente, com tendência para pude e soube, com
pelos interesses de Portugal em aumentar.
África não levava qualquer dúvida Podíamos admitir que Angola e Mo-
agressividade mas sem
quanto à legitimidade do que ia çambique se viriam a bastar a si pró- ódio.»
fazer nem padecia de qualquer
crise de consciência, nem de con-
dicionamento ideológico. Ia bem
preparado psicológica, doutrinária e
tecnicamente. Lutei o melhor que pude
e soube e fiz bom uso do que aprendi
e pratiquei ao longo de uma
carreira que, na altura, já levava uns
bons 20 anos de estudo e de treino
operacional.
Na condução deste tipo de guerra,
como executante e como chefe,
comandante de subunidades opera-
cionais, tinha comigo a noção clara de
que a grande massa da população era
a sua maior vítima e por isso sempre
me preocupei em evitar atingi-la.
Hoje, olhando para trás, de nada
me acusa a consciência. Lutei o Em qualquer conflito armado
melhor que pude e soube, com podemos apreciar dois vectores:
agressividade mas sem ódio. um de destruição e outro
Quando me competia, agi contra de desenvolvimento.
actos de violência gratuita, reprimindo
atitudes negligentes e corrigindo prios dentro de um prazo não muito A Força Aérea participou neste fenó-
procedimentos incorrectos. longo. Este desenvolvimento, resul- meno, implantando em territórios de
Em qualquer conflito armado podemos tante da presença e da acção mora- uma dimensão 21 vezes superior à do
apreciar dois vectores: um de destruição lizadora e estimulante das Forças Portugal europeu, no curto espaço de
e outro de desenvolvimento. Armadas, coincidiu com os "30 uma dezena de anos, uma infra-estru-
Ao analisarmos a Guerra do Ultramar gloriosos anos" (1941-1975) de tura aeronáutica de fazer inveja a
é bom não esquecer os vários con- prosperidade económica verificados qualquer país africano, maior e melhor
dicionamentos que a regulavam e os na Europa, Portugal incluído (leia-se do que a que possuía no aquém-mar.
factores psicológicos e sentimentais "O Dever de Verdade", Medina Carreira Apesar de termos contra nós, comba-
em jogo: as rivalidades ancestrais entre e Ricardo Costa, 2007). tentes, a chamada Quinta Coluna ou
11

sobre
Mas o conflito já levava muitos anos deixou de ter concorrentes para
e a Nação cansou-se. Cansaram-se as preencher as vagas. A Quinta Coluna
Mães que já não queriam ver os filhos começou a desenvolver nas escolas,
particularmente nas universidades, uma

ultramar
partir para "longes terras" onde
os imaginavam campanha con-
sujeitos a perigos Se olharmos a nossa histó- tra a guerra e de
que afinal nem abandono (leia-se
eram maiores do ria verificamos que em "Foi assim", de
que os que os es- guerras passadas desta Zita Seabra, 2007).
frente interna, estávamos a conseguir preitavam junto dimensão vieram chefes E assim a Nação
dominar os avanços dos adversários ao ninho mater- de fora para nos coman- desistiu de lutar,
armados que partindo de países vizinhos, no (atente-se nos pura e simples-
perdiam ímpeto à medida que as suas a c i d e n t e s d o dar e, depois, explorar. mente, abando-
linhas logísticas se estendiam. É provável trânsito rodo- nando de um dia
que a Guiné não pudesse ser sus- viário). Os oficiais e sargentos para o outro, vergonhosamente,
tentada pela falta de profundidade do expedicionários do quadro per- os combatentes que se encontravam
território e, suprema hipocrisia, por manente, sujeitos a comissões na linha da frente, tal como já fizera
não podermos atacar as bases dos de serviço sucessivas, com interva- nos últimos meses da I GG.
guerrilheiros em territórios limítrofes los de permanência na Metrópole Do ponto de vista militar, podemos
para onde fugiam a lamber as feridas inferiores às ausências, alguns com orgulhar-nos de ter conduzido uma
e a recuperar de eventuais desaires, problemas de desagregação familiar, guerra em quatro frentes, três das
depois de nos virem bater. amoleciam. A Academia Militar quais a milhares de quilómetros de
distância da base de partida e de
sustentação, com uma grande e
complicada componente logística, com
m
meios de transporte aéreo de longo
«tinha comigo a noção clara curso de fraca capacidade e mal
de que a grande massa da po- equipados, obrigados a circundar
pulação era a sua maior vítima e África e a atravessar a frente inter-
por isso sempre me preocupei -tropical sobre o golfo da Guiné
em evitar atingi-la.» (epopeia que ainda não foi
ca
cantada), sob o comando de chefes
militares portugueses competentes, sem
ter sofrido desaires militares. De termos,
em poucos anos, provocado um surto
de desenvolvimento assinalável em
territórios adormecidos ou explorados
por estranhos a Portugal. Se olharmos
a nossa história verificamos que em
guerras passadas desta dimensão vieram
chefes de fora para nos comandar e,
depois, explorar.
Em contraste com a situação exposta,
a guerra do Ultramar veio encontrar-
-nos preparados, por clarividência dos
chefes políticos e militares de então e
por pertencermos à NATO. Não houve
que recorrer a chefes militares estra-
nhos. Por isso, as nossas campanhas
nos três teatros de operações africanos
são hoje estudadas por autores e
escolas estrangeiras.
Combati o melhor que pude e soube,
com a humanidade possível e sem ódio.
Respeitei o Juramento.
destaque
12

T eve uma vida irrequieta e


cheia, como adiante veremos.
David Rodrigues Neto nasceu a
31 de Março de 1895 em Algoz,
quinto filho de uma honrada e
devota família de agricultores. David Neto adoptou Portimão e
a cidade adoptou o Major.

Major David Neto prisioneiro com a quase totalidade do


que restava das nossas forças. Tentou

o mais condecorado
a fuga duas vezes no Grão-Ducado de
Baden, no sudoeste da Alemanha, sem
sucesso. Viria a escapar, com enorme

Oficial português
arrojo, a partir do Grão-Ducado de
Mecklemburgo, nas margens do Báltico,
conseguindo chegar à Dinamarca por
ocasião do Armistício.
Regressado da guerra, continuou a
Após efémera passagem pelo Condecorado com Medalha de Ouro carreira militar sendo colocado na
Seminário, frequentou o Liceu de Faro do Valor Militar com Palma e com a guarnição de Coimbra.
onde concluiu o curso liceal. Assentou oficialização da Ordem de Espada. Inscreveu-se na Faculdade de Direito e
praça em 1916, frequentou o Curso concluiu a licenciatura em 1926.
de Oficiais Milicianos de Infantaria, David Neto foi herói pela É este intemerato militar, o então
foi mobilizado e serviu no Corpo dignidade de Portugal Capitão David Neto, que, ao entardecer
Expedicionário Português. Na guerra, patenteou heroicidade. Um do dia 28 de Maio de 1926, com a
Pai do Presidente do Núcleo de Lagoa, dos seus notáveis feitos consistiu diminuta força do piquete de prevenção
Portimão da Liga dos Combaten- em capturar, apenas acompanhado do de Infantaria 23, ocupa o Quartel
tes Paulo Júlio de Abreu Neto, o Major seu ordenança, uma patrulha alemã General de Coimbra onde conteve em
David Neto foi combatente da IGG, de comando de oficial detectada em respeito o Comandante da Divisão, o
condecorado com a Cruz de Guerra trincheiras perto da sua posição. Esta seu Estado-Maior e dezenas de oficiais
por feitos em combate. Prisioneiro de proeza mereceu a condecoração e sargentos. Nessa noite fez aderir ao
Guerra, militante do 28 de Maio, britânica "Military Cross", a Cruz de Movimento toda a guarnição de
Membro da Comissão das Candida- Guerra, a promoção por distinção a Coimbra e fez alastrar outras adesões.
turas à Presidência da República do Tenente é referida no Livro de Ouro da Mais tarde, já como Comandante de
Almirante Quintão Meireles e do Infantaria. Divisão da Polícia de Segurança Pública
General Humberto Delgado. O então Tenente David Neto foi feito de Lisboa, desenvolveu acção enérgica
13

e Portimão adoptou o Major David


Neto a quem reconheceu prestígio,
coragem, justiça de bem comum e
grandeza de alma.
Faleceu a 09 de Maio de 1971.
Foi sepultado, por sua vontade, em
Algoz, junto à campa de seus pais.

O General Humberto
Delgado foi apoiado
pelo Major David Neto
que, mais tarde, sofreu
as consequências desse
seu acto de liberdade e
na prevenção e na repressão do crime Desinteligências com a hierarquia
cidadania.
que campeava na capital. militar levaram-no a insistentemente,
Foi alvo de vários atentados. requerer a passagem à reserva e à
demissão do Exército; afastou-se deci-
Detentor do conjunto das mais sivamente em licença ilimitada.
elevadas condecorações.
O seu livro "Doa a quem doer", Adoptar Portimão
publicado em 1933, é um documento O Major David Neto afeiçoou-se a
crucial para conhecer o carácter, inter- Portimão que adoptou como terra sua,
pretar o pensamento, perspectivar as que dignificou e beneficiou com
atitudes de David Neto. magnanimidade.
Viria a fazer parte das comissões Cedeu gratuitamente, para construção
nacionais das candidaturas à Presi- de pavilhões de oncologia, um terreno
dência da República do Almirante no Bairro do Pontal.
Quintão Meireles e do General Ofereceu o terreno onde veio a ser
Humberto Delgado, o que constituiu edificado o actual Hospital Distrital de
oportunidades privilegiadas para, na Portimão.
«Oposição», contestar a «Situação». Ao preço simbólico de 10 escudos por
Tinha, entretanto, sido condecorado metro quadrado, vendeu ao Estado o
com a Medalha de Ouro do Valor terreno onde viria a ser construído o
Desiludido com o rumo
Militar com Palma e com o Oficialato novo liceu, agora Escola Poeta Aleixo. da situação político-militar
da Torre e Espada com Palma. Estas Já perto do fim da vida, doou ao Por- da época, o Major Diogo
elevadas condecorações, com as timonense cerca de 40 mil metros Neto dedicou-se à
alcançadas em combate na Flandres, quadrados para construção de novas reflexão e à filantropia
tornaram o Major David Neto o Oficial estruturas desportivas. que muito beneficiaram
do Exército Português detentor do Na Mexilhoeira da Carregação, doou Portimão.
conjunto das mais elevadas conde- o Palácio Júdice.
corações. O Major David Neto adoptou Portimão
destaque
14
Cte. Bellem Ribeiro
Coordenador do Centro de Cidadania
e Defesa da Liga dos Combatentes

O despertar
das Consciências
A Liga dos Combatentes, fiel Em 2013 vamos comemorar os cento
e cinquenta anos da criação da Meda-
aos seus objectivos estatutá- lha Militar em Portugal, símbolo de
rios, esteve e estará sempre na orgulho dos combatentes de todas
primeira linha da defesa de as campanhas e de todas as gerações,
que orgulhosamente representamos
Portugal e da sua História. em Portugal.
Assim, após dois longos anos de

C
preparação e contactos intensos,
amaradas Combatentes de conseguimos obter o apoio da
Portugal! Aproximam-se no Presidência da República, dos
tempo significativas efemérides Chanceleres e Conselhos das Ordens
que podem despertar os ci- Honoríficas Portuguesas e dos Chefes
dadãos da República para a necessidade Militares para a organização deste
da construção da consciência colectiva programa de homenagens 2008-
da defesa das causas, dos valores e dos -2013, aos heróis combatentes pela Armadas, deu-nos a honra de presidir
interesses de Portugal, em todas as épo- defesa da nossa pátria, a começar já em 13 de Maio passado, na sede
cas e por todas as gerações sem excepção. este ano pela valorização da da Liga, à primeira cerimónia de ho-
A Liga dos Combatentes, fiel aos seus condecoração portuguesa mais menagem aos condecorados com a
objectivos estatutários, esteve e estará prestigiada: a Ordem da Torre e Torre e Espada, e na qualidade de
sempre na primeira linha da defesa de Espada, do Valor, Lealdade e Mérito. Presidente de Honra da Liga dos
Portugal e da sua História. Defendemos assim que está chegado
Com efeito, podemos com orgulho o momento oportuno e inadiável para
anunciar-vos que: homenagear publicamente, com
Em 2008 comemoramos os duzentos visibilidade junto de todos os
A Rainha de Inglaterra prestando
anos da criação da Ordem da Torre e Portugueses, aqueles que na tradição
homenagem aos condecorados do
Espada, a par com os noventa anos da dos primórdios da Torre e Espada,
Reino Unido.
evocação da Paz entre as Nações ainda hoje defendem pelas armas ou
(em memória do armistício). Em 2009 com a sua acção empenhada os
vamos comemorar os noventa anos da valores, os interesses e as causas de
institucionalização das condecorações a Portugal, e por esse facto ostentam
colectividades, pois que o estandarte da orgulhosamente ao peito as
Liga (distinção ímpar atribuída a uma Ordens e as Medalhas Militares da
associação da sociedade civil), é hoje um República.
dos mais condecorados. Em 2007, a nossa Assembleia-Geral,
Em 2011 vamos comemorar noventa e antecipando-se a esta comemoração,
cinco anos sobre a criação da Medalha decidiu por unanimidade atribuir no
da Cruz de Guerra, símbolo de mérito ano do seu bicentenário, o estatuto
indissociável da história da Liga. de Sócios Honorários a todos os
Em 2012 vamos comemorar cento e c i d a d ã o s Po r t u g u e s e s v i v o s ,
oitenta anos sobre a elevação da Ordem condecorados com a Ordem da Torre
da Torre e Espada a condecoração cimeira e Espada.
do Estado Português, atribuída aos Sua Excelência o Senhor Presidente da
heróicos combatentes por Portugal, sem República, Grão-Mestre das Ordens
ligação a privilégios, desde o soldado ao Honoríficas Portuguesas e
marechal. Comandante Supremo das Forças
15

mais empreendedores, os
mais capazes, enfim, as
figuras de identificação
mais consensuais dos
Portugueses que a nós se
juntaram a 13 de Maio na
Liga e a quem vamos
pedir de novo que se
apresentem com orgulho,
envergando ao peito
os seus colares da Torre
e Espada, para serem
justamente homenagea-
dos por todos os Portu-
gueses que amam a sua
pátria, que a nós se
juntem no dia 15 de
Novembro de 2008,
comemoração conjunta
dos duzentos anos desta
Portugueses detentores da Ordem, do 90.º aniversário
Torre Espada. do Armistício e do 85.º da
Liga, a partir das 14h30,
Combatentes, conferiu pessoalmente cidadãos, as datas de evocação da iden- frente ao monumento aos Combatentes
aos quinze condecorados homena- tidade e da unidade das suas nações, bem Por Portugal em Belém.
geados, aí presentes, o título de Sócios como os eventos anuais em que incan- Nesta data desfilarão até ao nosso
Honorários vitalícios da Liga. savelmente agradecem o esforço e o Monumento, 25 estandartes condeco-
Há-de chegar o dia em que também sacrifício dos seus combatentes pela defesa rados das unidades Militares agraciadas
em Portugal os órgãos de soberania da independência e pelas causas da com a Torre e Espada, 40 bandeiras
prestem activa e empenhadamente liberdade e da democracia nos seus países. igualmente condecoradas, de Municípi-
homenagem a todos os que defenderam Há-de chegar o dia em que também os, corporações de Bombeiros e outras
e continuam hoje a defender Portugal em Portugal os órgãos de soberania associações, de norte a sul do país, e
Merecemos sentir-nos orgulhosos, na prestem activa e empenhadamente certamente também, cheios de merecido
Liga dos Combatentes, por termos tido homenagem a todos os que defenderam orgulho, os 71 guiões representando a
a iniciativa de lembrar nestas datas e continuam hoje a defender Portugal: totalidade dos Núcleos da Liga dos Com-
marcantes, aos nossos compatriotas, o - Pelas armas, quando os Portugueses se batentes, distinguidos com o laço azul
e o pendente da Torre e Espada, escolta-
orgulho que sentimos pela nossa história sentem ameaçados; - Pela inteligência,
dos cada um por três combatentes osten-
quase milenar e a confiança que queremos quando é preciso defender os nossos
tando ao peito as suas medalhas militares.
transmitir-lhes, no valor dos símbolos de direitos e interesses; - Pela acção cívica,
Em frente ao Monumento, nesse mesmo
mérito e no testemunho dos que mere- nas causas da liberdade, da democracia
dia, estareis presentes estou certo, todos
ceram essas distinções. Queremos que os e dos direitos humanos; - Pela prioridade
os que nos estais a ler, para prestarmos
cidadãos que fazem o Portugal de hoje, do bem comum, quando alguns colocam conjuntamente a homenagem devida
sintam também nestes símbolos e em causa a autoridade democrática do aos Combatentes Torre e Espada, aos
testemunhos, um forte incentivo para nosso Estado de Direito. vivos, aos que nos precederam e aos
seguirem esse exemplo dos nossos Havemos também de conseguir que civis que tombaram, ao lado de tantos outros
maiores, bem como desejarem eles e militares sintam orgulho em ter ao em defesa da nossa Pátria.
próprios merecer tais símbolos de peito, em momentos públicos por todos É com esta palavra mágica "Presente"
reconhecimento de Portugal aos seus reconhecidos, os símbolos de mérito com que contamos reencontrar-vos a todos,
melhores. que a República os distinguiu e que hoje sócios da Liga, bem como de todas as
Vale a pena lembrar aos nossos órgãos ainda se encontram escondidos nas Associações de Combatentes, a
de soberania que os seus equivalentes gavetas do esquecimento. marcarmos em uníssono, no Sábado 15
Europeus, nossos aliados desde sempre Nós já conseguimos, como as fotos de Novembro, este belo compromisso
valorizaram, através de cerimónias de ilustram, erguer do fundo do com a continuidade do nosso Portugal
estado bem visíveis por todos os seus esquecimento os mais audazes, os soberano.
inquérito
16

Vamos ajudar no stress


pós-traumático
T
endo em conta o protocolo Todos os membros da LC devem de 21 de Janeiro. De acordo com a mesma
celebrado em 21 de No- preencher o inquérito. lei, o Decreto-Lei n.º 50/2000, de 7 de Abril,
vembro de 2007 entre o veio criar a Rede Nacional de Apoio (RNA)
Ministério da Defesa Nacional aos militares e ex-militares portugueses
e a Liga dos Combatentes, REDE NACIONAL DE APOIO (RNA) – portadores de perturbação psicológica
no âmbito da Rede Nacional de Apoio O que é a RNA? crónica resultante da exposição a factores
(RNA) aos militares e ex-militares portadores A Lei n.º 46/99, de 16 de Junho, institui traumáticos de stress durante a vida
de perturbação psicológica crónica o regime de apoio às vítimas de stress militar.
resultante da exposição a factores pós-traumático de guerra, materia- O objectivo da RNA é prestar informação,
traumáticos de stress durante a vida militar, lizando o reconhecimento que a Nação identificação e encaminhamento dos casos
passou a prestar serviço na Liga dos confere aos que, no cumprimento dos e a necessária prestação de serviços de apoio
Combatentes o Major António Correia. seus deveres militares, foram expos- médico, psicológico e social, em articulação
Este Oficial Superior da Força Aérea, tos a situações causadoras de trauma com o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
licenciado em Psicologia Clínica e psicológico, que se reflectem em
Mestrado em Estudos da Paz e da Guerra sofrimento generalizado e que em O que será?
nas Novas Relações Internacionais, irá determinados casos evolui para a As actividades a desenvolver no âmbito da
coordenar e dinamizar o Centro de Estudos cronicidade. A referida lei possibilita RNA - Stress Pós-Traumático e Cuidados de
e Apoio Médico, Psicológico e Social que os portadores de perturbação Saúde obrigam a Liga e o conjunto dos
(CEAMPS) da Direcção Central da Liga dos psicológica crónica resultante da expo- seus Núcleos a constituir uma rede funcional
Combatentes. sição a factores traumáticos de stress de serviços de apoio médico, psicológico e
durante a vida militar vejam o seu caso social para dar respostas concretas aos
Faz parte da equipa de apoio social e
avaliado por uma junta de Saúde ex-combatentes e às suas famílias.
coordenação uma Técnica Superior de
Para além da Estrutura de Coordenação
Central (CEAMPS), numa primeira fase (a
CEAMPS implementar a partir de Janeiro de 2009)
serão dinamizadas 4 Estruturas Regionais
Centro de Estudos e Apoio Médico, Psicológico e Social da Liga dos
de Resposta:
Combatentes - Região Norte – Porto em coordenação
Gostaríamos de contar com a sua Destaque as páginas 17, 18 e 19 do com o HMR Porto; - Região Centro –
colaboração para a realização de um inquérito da sua revista e preencha-as. Coimbra em coordenação com o HMR
estudo destinado a avaliar a situação Gostaríamos que respondesse no Coimbra; - Região de Lisboa – Em coor-
denação com o HM Principal; - Região Sul
psicossocial e a presença ou ausência período de tempo máximo de 60 dias.
e Algarve – A funcionar a partir do Posto
de Stress Pós-Traumático nos antigos Se tiver dúvidas, não hesite em Médico do Núcleo de Loulé.
combatentes do Ultramar e nos contactar-nos. As estruturas serão dotadas com meios
militares que tenham participado em Após preenchimento do questionário humanos, equipamentos, meios de trans-
missões de paz internacionais. enviar para: porte e principalmente médicos, psicólo-
Será garantida a confidencialidade e gos, assistentes sociais, ou técnicos de
o anonimato dos dados recolhidos. Dr. António Correia reabilitação, que permitam identificar, apoiar
acorreia.ceamps.lc@gmail.com e acompanhar ou encaminhar para o SNS
Tente responder a todos os itens com
Coordenação do CEAMPS ou para a RNA, os ex-combatentes e
sinceridade. Para cada uma das Rua João Pereira da Rosa, 18 suas famílias, principalmente os que se
questões assinale com uma cruz a 1249-032 LISBOA encontram em sofrimento na sequência do
sua opção de resposta. Tel. 213468245 stress-pós traumático ou sintomatologia
Não existem respostas certas nem Ou entregar nos Núcleos que farão chegar associada.
erradas. à coordenação do CEAMPS da LC. O funcionamento da RNA no âmbito da
LC, depende do envolvimento dos seus
Núcleos, sobretudo na dinamização
Serviço Social, pelo que os Núcleos Militar e que, em consequência da gravidade efectuada junto das Instituições do SNS e
poderão obter esclarecimentos ou ajuda da sua situação clínica, venham a receber outras Instituições locais que possam
no âmbito do Stress de Guerra ou outra o tratamento necessário e, eventualmente, colaborar com a RNA/LC, na divulgação,
informação de carácter clínico e social. a ser considerados Deficientes das Forças identificação e encaminhamento de casos
Para contactar directamente a coor- Armadas (D.F.A.), integrando esta patologia para a sua possível inserção na Rede e
denação do CEAMPS, os Núcleos no regime de protecção aos das D.F.A. respectivo acompanhamento médico,
deverão fazê-lo para o CEAMPS. consagrado no Decreto-Lei n.º 43/76, psicológico e social.
17
18
19
destaque
20

O exemplo
Dirigindo-se aos presentes, General
Chefe do Estado Maior do Exército,
Presidente da Câmara Municipal de
Mafra, deputado à Assembleia da

de D. Nuno
República, Cor. Marques Júnior, e
muitos convidados civis e militares
o vice-Chefe do Estado Maior do
Exécito, agradeceu, a todos a pre-

Álvares
sença, dizendo: «Ter-vos na Casa Mãe
da Infantaria, e de uma forma sau-
davelmente rotineira, invocando
D. Nuno Álvares Pereira, sem nunca

Pereira nos repetirmos, antes procurando


confirmar a nossa determinação em
continuar, sempre, a fazer parte da

evocado
Ala dos Namorados de Aljubarrota, é
um privilégio!»
Mais à frente, e depois de exaltar a
coesão da Infantaria, ao longo dos

no dia da
anos em que foi chamada a cumprir
o seu dever de defender o País, o Ten.
General Oliveira Cardoso lembrou que
dali, de Mafra, «deste secular e impo-

Infantaria nente convento já saímos: Para a


Guerra, receosos mas confiantes; Em
madrugadas recentes, ansiosos mas

em
ainda confiantes; No despertar dos
dias de hoje prontos para onde quer
que seja, cumprir o nosso dever que,
não duvidamos hoje, nunca duvidá-

Mafra
mos em todas as circunstâncias, ser o
desígnio de Portugal.»

Para os nossos camaradas em


Fotos cedidas pelo Jornal do Exército terras longínquas em
cumprimento de missões que

A
Portugal lhes confiou vai a nossa
memória de solidariedade e a nossa confiança.
O vice-Chefe do EME não esqueceu
D. Nuno Álvares
ainda aqueles que ainda hoje, em
Pereira e o para- circunstâncias diversas servem
lelismo entre a Portugal, abarcando-os nesta «singela
sua acção decisiva em homenagem aos presentes e também
àqueles que noutras paragens de
Aljubarrota e os dias de Portugal albergam Unidades da nossa
hoje, foram o pretexto es- Infantaria vai o nosso reconhecimento
colhido pelo Director da e a expressão de quanto o vosso
carinho nos conforta.
Arma de Infantaria, Ten. Para os nossos camaradas em terras
Tenente General
Oliveira Cardoso
General Oliveira Cardoso longínquas em cumprimento de missões
para assinalar, no passado que Portugal lhes confiou vai a nossa
solidariedade e a nossa confiança.»
dia 14 de Agosto, em Aljubarrota é a expressão máxima de
Mafra, o Dia da Infantaria. uma política externa inconsequente,
21

cesso dos seus desígnios pessoais com-


preendeu ser necessário cuidar da sua
gente, dando-lhes trabalho para que
houvesse pão. – A Lei das Sesmarias –;
dando-lhes organização para que se
pudessem defender;
Compreendeu que ser joguete in-
certo e inseguro de uma política
internacional onde não se tem peso tem
custos elevados que podem, inclusive,
atingir aquilo que há de mais sagrado
numa Nação – a sua independência.»

Uma visão desajustada


da realidade
Têm-se já hoje a noção de que a ideia,
ainda muito recente, de que com
acções rápidas e violentas baseadas
em meios militares de destruição
poderosos era possível atingir
rapidamente os objectivos e sem custos
assinaláveis, está totalmente desa-
justada da realidade.»
Continuando a traçar o paralelismo
entre o patrono da Arma de Infantaria
e os dias de hoje, o Director da Arma
de Infantaria salientou. Noutro passo
da sua intervenção, que «D. Nuno,
nos escritos do cronista Fernão Lopes
foi o primeiro que de memória de
homens até este tempo fez batalha
em Portugal, por terra e a venceu.
D. Nuno, o nosso patrono, é hoje um
desenraizada da genuína vontade de desenraizada da genuína vontade de Comandante militar a merecer revisitar
um povo que já sabia o que queria um povo que já sabia o que queria e, nos seus conceitos.
e, principalmente, aquilo que não principalmente, aquilo que não Isto porque o mundo onde nós
ambicionava, mas que era dominado ambicionava, mas que era dominado Portugueses estamos envolvidos com
por uma elite por uma elite egoísta e que se movia forças militares, no cumprimento de
por interesses próprios, que não eram deveres decorrentes da nossa cons-
Símbolo da unidade os seus. ciência colectiva não é moldável, para
da Infantaria Só ele, povo e alguns – poucos – dos surpresa de alguns, ao poder da
O Director da Arma de Infantaria seus nobres, entre os quais o nosso tecnologia e à capacidade de destrui-
convocou, a seguir, a figura de D. Nuno Álvares Pereira, não cederam ção das armas dos Exércitos Poderosos.
D. Nuno Álvares Pereira, para garan- à tentação de se juntar ao que prometia Mais uma vez não é assim que se altera
tir que ele «confirmou de forma ser o mais vantajoso, no imediato, para ou condiciona a vontade dos povos.
inequívoca a nossa unidade como as suas vaidades e proveitos. Os exércitos serão confrontados com
Nação, não o fazer reflectindo só sobre Contudo as sucessivas derrotas fizeram fanáticos que usarão a arma do terror.
o acto, a batalha dita real, mas ver ao soberano que para ter desígnios No mundo de hoje, complexo: Não
também nas circunstâncias que a próprios é necessário dispôr de recursos há a ameaça de uma confrontação
antecederam e naquelas que foram adequados e vontade colectiva para os global como no passado; Não há,
consequências da mesma. alcançar. também, que esperar por princípios
Aljubarrota é a expressão máxima de Honra pois seja feita ao Rei D. Fernan- de ética política na contenção de
uma política externa inconsequente, do que como consequência do insu- situações de violência ou que estas
22

Capazes de interagir com as popu-


lações, proporcionando-lhe segurança,
condição indispensável para o
desenvolvimento.
Daí que as operações em que nos
envolvemos requeiram um respaldo
muito grande da sociedade civil e dos
líderes políticos, capazes de compreen-
derem e aceitar sacrifícios prolongados
surjam na sequência de um processo emerja com capacidade para tal e e até extremos como a vida.
que permita uma intervenção atem- autoridade reconhecida. Daí que o Exército necessite de con-
pada. Elas vão surgir bruscamente Num ambiente sujeito a um perma- dições para conduzir uma preparação,
e de forma violenta; Será difícil de nente e exigente escrutínio da opinião um treino exaustivo, cada vez mais
identificar quem é verdadeiramente o pública e de uma cada vez mais aper- prolongado no tempo e com incidência
adversário; Os soldados estarão tada legislação internacional. na sobrevivência do combatente, na
misturados com civis; terão que fazer Num ambiente de grandes alterações actuação das unidades elementares,
face a organizações variadas e sem ao equilíbrio social resultado de graves aquelas com a dimensão adequada
estruturas políticas reconhecidas, sem alterações climáticas, carência de ao espaço de manobra que o adver-
território delimitado. Num caldeirão recursos naturais, grandes e desequi- sário lhes confere.
de culturas onde será difícil materializar libradas explosões demográficas, onde Numa formação comportamental
fisicamente o objectivo a atingir. as fronteiras entre segurança e defesa irrepreensível, que é condição essencial
Os Exércitos serão confrontados: Com são impossíveis de diferenciar. para o bom desempenho das missões
grupos fanáticos que utilizarão a arma Têm-se já hoje a noção de que a ideia, operacionais.»
do terror para sustentar afirmações ainda muito recente, de que com Advogando que esta preparação tem
políticas fortuitas e muitas vezes acções rápidas e violentas baseadas de ser transversal a todas as forças
inconsequentes. Acções terroristas de em meios militares de destruição terrestres, o Director da Arma de
larga escala, cuidadosamente planea- poderosos era possível atingir rapida- Infantaria acrescentou: «Daí que os
das e orquestradas como parte mente os objectivos e sem custos tempos de hoje e do futuro próximo
integrante de uma estratégia, por assinaláveis, está totalmente desajus- requeiram a utilização do homem
vezes com objectivos políticos e tada da realidade. como combatente mais do que o
militares pouco claros. Grupos dotados operador de um determinado sistema
de sistemas de armas modernos e Ao contrário de armas; O homem integrado em
potentes mas que sendo, no conjunto, Advoga-se a existência de combatentes unidades com um denominador
de potencial militar relativo inferior, no terreno dotados de: Protecção e comum de capacidade – travar o
optam por uma estratégia que evita capacidade de fogo que até pela combate próximo, fazendo parte de
a confrontação em terreno aberto, dissuasão sejam capazes de alcançar uma organização que reconhece como
canalizando o oponente para áreas os objectivos militares fixados. imprescindível a unidade de co-
onde a superioridade tecnológica não Que se movimentem num espaço de mando e a complementaridade das
faça a diferença e a doutrina de apli- batalha que não está configurado em capacidades;
cação de força não seja a convencional. limites, zonas avançadas e de retaguarda. Do homem que reconhece que só
Situações onde a diferença entre: Que rapidamente se concentrem ou ele é capaz de controlar outros
Guerra e Paz; Civis e militares; Paz e dispersem, o que determina grande homens; Tão longe que estamos de
conflito; Áreas seguras e campo de capacidade de comando e controlo. Aljubarrota e do que foi o Condestável
batalha se tornam ambíguas. Situações Capacidades técnica e anímica capa- D. Nunes Alvares Pereira; Tão perto
onde não é de esperar uma resolução zes de, se necessário, combater no que estamos da compreensão do seu
rápida para o conflito mas sim uma meio de uma população indefesa e êxito e que foi, tão só, saber utilizar
acção longa, no tempo e na resistência desprotegida, onde o perigo de um o homem, as suas capacidades, a sua
anímica, necessária para a conduzir. emprego excessivo da força pode inteligência, a razão porque se luta.
Conflitos cujo estado final pressupõe conduzir a resultados contrários aos Tão evidente nos parece, hoje, a
uma mudança profunda em termos pretendidos, mas onde, também, a modernidade da Infantaria.
políticos, económicos, de estrutura inibição de a usar pode causar baixas Tão confiantes estamos, ainda hoje,
social que só podem ser alcançados que a retaguarda nem sempre quer de qual a nossa missão no nosso
se houver um poder político que admitir. Exército.»
General Tamagnini que 23
«promoveu» Milhais a
Milhões

querida «Luísa», nome de metralhadora.


O acto isolado deste soldado permitiu
aos aliados tomar posição trinta e tal
quilómetros mais atrás. Milhais, esse,
continuou sozinho, a vaguear pelos
campos, tendo apenas «amêndoas doces»
para comer. Quatro dias depois da batalha,
encontrou um médico escocês que o
salvou de morrer afogado num pântano.
Foi este médico, para sempre agradecido,
que deu conta ao exército aliado dos
feitos do soldado transmontano. Chegado
ao acampamento, Milhais foi efusiva-
mente abraçado pelo seu comandante:
«Tu és Milhais, mas vales milhões».
Por causa desse feito Milhões recebeu a
Ordem de Torre e Espada de Valor,
Lealdade e Mérito, em Isberg. Perante o
soldado, que, no fundo, era apenas um
homem simples e grande contador de
histórias, desfilaram «em continência»15
mil soldados aliados. Depois de terminada

O soldado Milhões
a Guerra, o soldado recebeu outras
condecorações portuguesas e estrangeiras.
Em 1928, Aníbal Milhais decide emigrar
para o Brasil, mas em Agosto regressou
à sua terra, depois de ter surgido uma
Perante o soldado, que, no fundo, era apenas um homem
iniciativa de outros emigrantes portugue-
simples e grande contador de histórias, desfilaram «em ses em terras de Vera Cruz que viram nele
continência» 15 mil soldados aliados a «personificação completa de Portugal

A
eterno». Remeteram Milhões para a Pátria
níbal Augusto Milhais a hora da tropa foi incorporado no Regi- com uma «boa soma» nas algibeiras.
ficou conhecido como mento de Bragança e mais tarde no do «Há ideia de que ele matou muita gente...
«o soldado Milhões». Chaves. Em 1917 «partiu para a frente mas ele tinha a convicção de que, apenas,
A verdade é que a maior de combate». Um ano depois, chegava reagiu para se defender. Milhões ao folhear
parte dos seus descen- o «grande momento, o da batalha de La os jornais e fotografias da época, apenas
dentes adoptou o apelido Milhões, «Ele Lys», na Flandres. O dia preciso: 9 de Abril. se queria lembrar dos que não conseguiu
era a pessoa com quem a gente brincava Rezam as crónicas que uma força salvar. Não se orgulhava dos números da
e acima de tudo era um amigo». Era um portuguesa se viu atacada pelos alemães. mortandade nem dava muita importância
homem de grandes valores, um homem A nossa força chegou a ser destroçada e a tantas medalhas. Foi, até ao fim da vida,
de palavra e com grande sentido a situação era «a pior possível». Muitos um homem simples que as circunstâncias
portugueses foram mortos e os
de justiça». Sempre bem disposto: das lutas daquele tempo fizeram herói.
sobreviventes obrigados a retirar. O
Mesmo nos piores momentos, ele «Ele achava que fez, apenas, o que qual-
soldado Milhais viu-se sozinho numa
conseguia transmitir coragem». era um quer um, em circunstâncias iguais,
trincheira e, então, ergueu-se, de metra-
homem muito simples e bem disposto, teria feito». Milhões evitava falar da
lhadora Lotz em punho, e varreu uma
capaz de contar uma boa história – conta coluna de alemães que vinham em guerra, apesar de considerar que o seu
a família. motocicletas. Terá feito o mesmo às gesto «tinha sido corajoso». Trabalhava
colunas de “boches” que entretanto no campo e gostava de conversar, «com
«Tu és Milhais, mas vales milhões» surgiram. Parece que os alemães terão muita naturalidade e sem vaidade».
Aníbal nasceu em Valongo, concelho de julgado que, em vez de um camponês «Homem baixo. 1 metro e 55 centímetros.
Murça, em Trás-os-Montes. Agricultor sozinho, enfrentavam um fortíssimo Testa inteligente. Olhar penetrante.
durante toda a vida, com excepção do regimento de portugueses e ingleses. Rosto simpático com farto bigode semi-
tempo em que esteve na guerra. Chegada Mas, afinal, era apenas Milhais e a sua -grisalho.
pub
24
pub
25
actual
26

Marcha pela Paz


Quem fez a guerra sabe o valor da paz
A Paz, de facto, não é fruto de decretos. A Paz é fruto de atitudes.
Só faz sentido falar de Paz porque reconhecemos a inevitabilidade da guerra.

C
orrespondendo a uma Rodrigues, Presidente da Direcção - Que todos os actores internacionais,
iniciativa da FMAC Central que, depois de saudar todos fundamentalmente aqueles que do-
(Federação Mundial os presentes, frizou: minam a cena internacional, actuem
dos Antigos Comba- «Não queremos estar aqui hoje, em por forma a que os períodos de Paz
tentes, a Liga dos mais um encontro da utopia ou em sejam exponencialmente superiores
Combatentes e a ADFA, promove- mais uma marcha pela utopia da Paz. aos períodos de guerra e que façam
ram, juntamente com outras Queremos que este encontro e todos tender estes, para zero.
entidades, no passado dia 21, junto os que hoje se realizam pelo mundo
ao Monumento aos Combatentes fora, com a participação dos antigos Quando falamos de Paz somos
do Ultramar, ao lado do Forte do Bom combatentes, nos mais diversos normalmente levados a pensar em
Sucesso, vizinho da Torre de Belém, conflitos, tenha uma finalidade conflitos de origem externa e em que
uma concentração de organizações concreta a médio ou longo prazo. estivemos, estamos ou podemos estar
de combatentes e outras associa- Nós, combatentes, conhecemos num envolvidos.
ções cívicas. longo período das nossas vidas, a
O objectivo, foi associar os com- realidade da vida, em estado de
batentes e público em geral, às guerra.
iniciativas que, na mesma data, se Conhecemos algo que nenhum de
realizaram por todo o mundo, onde nós ambicionou conhecer.
há organizações filiadas na FMAC, Nós que tivemos o triste fado de ter
que assim pretendeu acompanhar as que fazer a guerra, somos o veículo
Nações Unidas, nos seus esforços pela ideal para dizer aos que a não fizeram
paz no mundo. e aos políticos que a determinam,
A cerimónia, em Portugal, constou que ela é normalmente um absurdo,
de uma marcha simbólica, entre o uma catástrofe e sempre destruição
Monumento aos Combatentes do de vidas e bens.
Ultramar e a Torre de Belém, e volta, Por isso, quando hoje aqui nos
tendo, na altura sido depositada, no reunimos evocando a Paz para o
monumento, uma coroa de flores em mundo, sabemos, conhecemos a
homenagem aos mortos verdadeira realidade humana. Fomos
Durante a cerimónia usaram da parte, da parte difícil da verdadeira
palavra o Presidente da ADFA, Co- história do homem na Terra.»
mendador José Arruda, que se refe- Depois de garantir que os com-
riu à participação na XIV Reunião do batentes conhecem bem o desejo de
Comité Permanente dos Assuntos de paz e justiça dos cidadãos, o Presi-
África, recentemente realizado em dente da Direcção Central da Liga
Moçambique, onde as delegações de dos Combatentes acrescentou:
combatentes portugueses, foram «Aqui apelamos, hoje, por um objecti-
muito bem recebidas pela Associação vo atingível e viável quer pelos
de Combatentes de Moçambique, senhores do mundo, quer pelos que Uma palavra de estímulo para aqueles
cujo Presidente é o Chefe de Estado se sentem com forças para domi- militares que hoje, face a decisões
moçambicano Armando Guebuza. narem os seus vizinhos ou mesmo políticas tomadas, se encontram em
Por parte da Liga dos Combaten- aqueles que lutam pela sua própria teatros de guerra.
tes, falou o Tenente General Chito sobrevivência, como povos: Para eles o nosso carinho e desejos
27

externa recebem um grande con- Muito importante se torna pois que


tributo de Paz na ordem interna das algumas justas reivindicações de
diferentes sociedades. combatentes idosos, deficientes ou
Paz na Política, Paz na Sociedade e carenciados sejam atendidas, para
nas suas diferentes componentes, que assim possam atingir a sua Paz
Paz na Família, Paz no interior de de espírito individual e possam
cada cidadão. Paz na rua.» contribuir para a Paz de espírito
Mas, para que isso aconteça, o Ten. colectiva.
General Chito Rodrigues indicou Enfim, que a voz levantada hoje pela
o caminho: Federação Mundial dos Antigos
«Se também aqui, fruto do domí- Combatentes a favor da Paz, pelos
nio das regras de vida em socie- mais de 27 milhões de antigos
dade, se conseguir com eficiência, combatentes que a compõem, em
eficácia, equidade encontrar a 90 países de cinco continentes, seja
forma mágica de atingir em suficientemente alta e poderosa para
elevado grau os objectivos de ser ouvida.
Segurança, Justiça, Bem-estar e
Liberdade, podemos exigir que Combatentes:
sejamos olhados pelos decisores
políticos, não como os que fizeram Nós que sofremos a guerra
uma guerra do outro regime, mas Que no corpo e alma marca nos deixou
de sorte e eficiência nas missões que como combatentes que fizeram Nós que fizemos a guerra
lhe forem atribuídas e que elas sejam essa guerra e fariam as guerras Mas a quem a lei da morte não levou
o mais curtas possíveis por aí se ter do actual regime, como o mesmo Aqui afirmamos, seja a Paz único lema
encontrado a Paz. sentido patriótico e o mesmo
Mas as situações de Paz na ordem empenhamento. Que morrer por ele, valha a pena!
opinião
28

Eça de Queiroz
Cartas de Inglaterra
“A história é uma velhota que se repete sem cessar" no pó da planície o pobre exército
afegão, com as cimitarras de melo-
“O Afeganistão é hoje um dos pontos sensíveis da segurança internacional. drama e as suas veneráveis columbinas,
A Rússia, os EUA e agora a Nato têm ali sentido grandes dificuldades do modelo das que outrora fizeram
militares e o fim da guerra não está à vista. fogo em Diu. Gasnat está livre! Hurra!
Portugal tem ali mantido elementos das suas Forças Armadas. Nada de _ Faz-se imediatamente disto uma

E
novo.” canção patriótica; e a façanha é por
ça de Queiroz expressa- acampamento nos altos das serranias, toda a Inglaterra popularizada numa
va-se assim numa das suas dominando os desfiladeiros que são o estampa, em que se vê o general
cartas de Inglaterra: caminho, a estrada da Índia ... E quando libertador e o general sitiado apertando-
«Os ingleses estão expe- por ali aparecer, enfim, o grosso do -se a mão com veemência, no primeiro
rimentando, no seu atribu- exercito inglês, à volta de Cabul, plano, entre cavalos empinados e
lado império da Índia, a verdade desse atravancado de artilharia, escoando-se granadeiros belos como Apolos, que
humorístico lugar comum do século expessamente, por entre as gargantas expiram em atitude nobre! Foi assim
XVIII: A História é uma velhota que se das serras, no leito seco das torrentes, em 1847; há-de ser em 1880.
repete sem cessar. com as suas longas caravanas de No entanto, em desfiladeiro e monte,
O Fado ou a Providência, ou a Entidade camelos, aquela massa bárbara rola-lhe milhares de homens que, ou defendiam
qualquer que de lá de cima dirigiu os em cima e aniquila-o. a Pátria ou morriam pela fronteira
episódios da campanha do Afeganistão Foi assim em 1847, é assim em 1880. científica, lá ficam, pasto de corvos _
em 1847, está fazendo simplesmente Então os restos debandados do exército o que não é, no Afeganistão, uma
uma cópia servil, revelando assim uma refugiam-se em alguma das cidades respeitável imagem retórica: aí, são os
imaginação exausta. da fronteira, que ora é Gasnat ora corvos que nas cidades fazem a limpeza
Em 1847 os ingleses, «por uma razão Candaar: os afegãos correm, põem o das ruas _, comendo as imundícies, e
de Estado, uma necessidade de cerco, cerco lento, cerco de vagares em campos de batalha purificam o ar,
fronteiras científicas, a segurança do orientais: o general sitiado, que nessas devorando os restos das derrotas.
império, uma barreira ao domínio russo guerras asiáticas pode sempre E de tanto sangue, tanta agonia, tanto
da Ásia ... » e outras coisas vagas que comunicar, telegrafa para o vice-rei da luto, que resta por fim?
os políticos da Índia rosnam som- Índia, reclamando com furor reforços, Uma canção patriótica, uma estampa
briamente, retorcendo os bigodes _ chá e açucar! (isto é textual; foi o Ge- idiota nas salas de jantar, mais tarde
invadem o Afeganistão, e aí vão neral Roberts que soltou há dias este uma linha de prosa numa página de
aniquilando tribos seculares, des- grito de gulodice britânica; o inglês, crónica ...
mantelando vilas, assolando searas e sem chá, bate-se frouxamente). Então Consoladora filosofia das guerras!
vinhas: apossam-se, por fim, da santa o governo da Índia, gastando milhões No entanto a Inglaterra goza por
cidade de Cabul; sacodem do serralho de libras, como quem gasta água, algum tempo a «grande vitória do
um velho emir apavorado; colocam lá manda a toda a pressa fardos disformes Afeganistão» _ com a certeza de ter
outro de raça mais submissa, que já de chá reparador, brancas colinas de de recomeçar, daqui a dez anos ou
trazem preparado nas bagagens, com açúcar, e dez ou quinze mil homens. ... quinze anos, porque nem pode
escravas e tapetes. Foi assim em 1847, assim é em 1880. conquistar e anexar um vasto reino,
No nosso tempo, precisamente como Esta hoste desembarca no Indostão, que é grande como a França, nem
em 1847, chefes enérgicos, Messias junta-se a outras colunas de tropa Índia, pode consentir, colados à sua ilharga,
indígenas, vão percorrendo o território, e é dirigida dia e noite sobre a fronteira uns poucos de milhões de homens
e com os grandes nomes de Pátria e em expressos a quarenta milhas por fanáticos, batalhadores e hostis. A
de Religião, pregam a guerra santa: as hora; daí começa uma marcha assola- «política» portanto é debilitá-los
tribos reunem-se, as famílias feudais dora, com cinquenta mil camelos de periodicamente, com uma invasão
correm com os seus troços de cavalaria, bagagens, telégrafos, máquinas hidráu- arruinadora. São as fortes necessidades
príncipes rivais juntam-se no ódio licas, e uma cavalgada eloquente de dum grande império. Antes possuir
hereditário contra o estrangeiro, o correspondentes de jornais. Uma ma- apenas um quintalejo, com uma vaca
homem vermelho, e em pouco tem- nhã avista-se Candaar ou Gasnat _ e para o leite e dois pés de alface para
po é todo um rebrilhar de fogos de num momento, é aniquilado, disperso as merendas de Verão...
29

Centro Social
de Apoio aos Combatentes
Projecto apresentado na Câmara Municipal da Covilhã,
para licenciamento de construção.
- Edifício com 5 pisos, a construir em terreno com 3.100
m2, cuja área de construção é de 6.864 m2.

- Engloba: Centro de Dia, Apoio Domiciliário, Lar,


Residência Temporária, Infantário e ATL.

- Possui: Auditório, Ginásios, Sauna e Fisioterapia,


Cabeleireiro e Capela.
30

Um Sonho
31

que queremos CONCRETIZAR


Servirá:
- Lar 58 utentes
- Apoio Domiciliário 50 utentes
- Centro de Dia 40 utentes
- Creche 10 utentes
- Infantário 10 utentes
- ATL 12 utentes

Os 58 utentes do Lar serão distribuídos por


12 T1 + 14 Q. Simples + 10 Q. Duplos.
PELCAÇ 964/965/967 - Até de
Los Angeles
Foi a 28 de Maio passado que se reuniram,
no restaurante «Quinta da Salmanha»,
na zona da Figueira Foz, os antigos
integrantes dos Pelotões de Caçadores
964, 965 e 967, que serviram nas terras
quentes de Cabinda. Ali comemoraram
os 42 anos do regresso e levaram com
eles muitos familiares. Conforme o prome-
[ CCAV 1773 ] tido de Los Angeles, deslocou-se, de
propósito, para o evento, o amigo e
convívios DOS COMBATENTES
conhecido Furriel Morais, do Pelotão 964.
Foi bonito conviver com todos.
32
CCAÇ 2779 - Os Piratas
CCAV 1773 - Um sonho concretizado Companhia de Cavalaria 2331, que serviu
Muitos antigos combates da Companhia
0 nosso Sócio n.° 150.112 – José de em Angola. Compareceram antigos
de Caçadores 2779 (Os Piratas) que
Jesus Ferreira Ribau organizou em cavaleiros e familiares, numa festa muito
serviram em Angola entre 1970 e
22 de Maio na sua terra natal e onde bonita e de sã camaradagem.
1972¸reuniram-se, juntamente com as
reside – Gafanha da Encarnação - Ilhavo suas famílias, em mais um almoço de
o 1.° Convívio da Companhia de Ca- BCAÇ 280 - 47 anos depois
Realizou-se no dia 1 de Junho mais um confraternização. O encontro decorreu
valaria N.º 1773 que permaneceu na Costa de Caparica e constituiu mais
no teatro de guerra de Angola nos convívio na churrasqueira «Gavião», ali
na zona da Mealhada, em Aguim, o um motivo para recordar e rever amigos.
anos de 1967 a 1969. No contexto das
almoço que ainda congregou 160
cerimónias foi incluído como momento CCAÇ 2726 - Vieram de muito longe
amigos que há 47 anos não «desmo-
marcante a inauguração de um mo- No Regimento de Guarnição N.°1 em
bilizam». Estiveram em Angola e a
numento em homenagem aos com- amizade é tanta que passaram por Angra do Heroísmo na Ilha Terceira,
batentes da Guerra do Ultramar de Aguim o Comandante da Companhia realizou-se, em Junho passado, um
1961 a 1975, naturais da Gafanha da 284, Coronel Nuno Alexandre Lousada convívio da Companhia de Caçadores
Encarnação e Ilhavo, lembrando os que e o médico Manuel Vitorino Ribeiro da 2726 que reuniu cerca de 70 convivas
tombaram enquanto serviam a Pátria. Costa, para além de antigos oficiais e entre membros daquela Companhia,
sargentos. Da Direcção do Núcleo de alguns deles vindos dos Estados Unidos,
CCAV 2331 - No Cortiço Espinho da Liga dos Combatentes, esteve da Ilha de S. Miguel, e sobretudo do
Foi no restaurante «O Cortiço», que se presente o 1.º Cabo Radio-telegrafista continente, bem como respectivos
reuniu, no passado dia 26 de Abril, a José Coelho Ganilho Henriques. familiares. Este evento contou com o

[ CCAÇ 2726 ]
33

[ Pára-quedistas de Ourém ]

apoio do Regimento de Guarnição N.°1 tocar a reunir vindas aos participantes. Rumaram depois
e consistiu na cerimónia evocativa dos para outro combate. ao almoço, que constituiu um momento
militares falecidos em serviço, missa António Manso Gigante de saudável camaradagem e espírito de
na Igreja do Castelo de S. João Baptista Foi com este poema que o Coman- família. Na oportunidade o Presidente
e almoço convívio no refeitório geral do dante da CCAÇ 169 quis homenagear do Núcleo de Tomar da Liga dos
RG 1. A Companhia de Caçadores 2726 os seus homens, durante o convívio Combatentes proferiu algumas palavras
foi mobilizada no então BIl18 em Ponta realizado no passado dia 7 de Junho de homenagem aos II pioneiros pára-
Delgada e foi comandada pelo então em Montemor-o-Velho e reuniu mais -quedistas.
Capitão David Custodio Magalhães, e de 160 ex-combatentes e familiares.
desenvolveu a sua actividade operacional No próximo ano, o convívio está já CALDAS DA RAINHA
no SuI da Guiné no período compreen- marcado para Valado de Frades em O Núcleo comemorou o seu 84.º
dido entre 1970 e 1972. Maio ou Junho. Aniversário, cujo programa constou
do seguinte:
Homenagem da CCAÇ 169 aos Pára-quedistas de Ourém 10H30-Recepção aos Convidados na
que partiram Espírito de família Sede do Núcleo;
Partiste antes de nós Antigos combatentes pára-quedistas do 10H45-Chegada das Entidades
e deixaste a saudade. Concelho de Ourém, reuniram-se numa convidadas;
Mais tarde, jornada de confraternização, no passa- 11H00-Hastear da Bandeira Nacional;
quando a noite do mês de Junho, que se iniciou com 10H45-Romagem aos Talhões da Liga;
a todos nos cobrir uma homenagem aos mortos, em que 12H20-Missa de Sufrágio na Igreja de
na longa eternidade, participou uma secção do Regimento Nª Srª do Pópulo;
com aquela mesma arte, de Infantaria N.º 15. De seguida o padre 13H00-Almoço Convívio no restau-
curada no recovo, do concelho proferiu uma oração, tendo rante “A Lareira”.
haveremos de novo o Presidente da Autarquia dado as boas Participaram mais de duzentas pessoas,
Combatentes e familiares, em ambiente
[ Caldas da Rainha ] de sã camaradagem, tendo usado da
palavra o presidente do Núcleo, Ten.
Cor. Carlos Lopes e o representante do
Presidente da Direcção Central.

BCAV 627 - Vir de longe para rever


amigos
Para comemorar os mais de dois anos
de comissão, e a maior parte destes
em Nambuangongo e Intervenção
(situação em que às ordens do Quartel
General, actuávamos em reforço das
tropas locais em grandes operações),
realizou-se no dia 12 de Abril passado,
um almoço convívio no restaurante
34 [ BCAÇ 3856 ]

CART 3402
Dia 12 de Outubro 2008, realiza-se
o 15.° Convívio em Coimbra, com o
seguinte programa:
10,00 horas - concentração em frente
à Igreja da Rainha Santa.
11,00 horas - Missa (para quem quiser
participar na Eucaristia Dominical).
12,00 horas - Visita ao Museu Militar.
12,30 horas - Partida em caravana
para a Quinta do Vale Poisado, em
Aveleira (arredores de Coimbra) onde
[ CCAÇ 269 ] será servido o almoço, e continuação
do convívio.
Contactos: Luís - 967077409 ou
"O Litoral", em Matos da Ranha - Pombal. CCAÇ 269 - Aquele abraço
Gomes - 938545832
Estiveram presentes quase 300 pessoas O 47.º almoço convívio da CCAÇ 269,
entre camaradas e familiares. Compare- que serviu em Angola, realizou-se no
BCAÇ 3856
ceram também alguns Comandantes dia 22 de Junho em Proença-a-Nova.
Foi com uma romagem de home-
de Companhia, de então, distintos Este reencontro foi organizado pelo João
nagem aos mortos em campanha do
oficiais da Arma de Cavalaria. Pires e foi muito agradável em todos os
BCAÇ 3856, realizada no transacto
O Comandante do Batalhão, não aspectos; constou de uma visita à cidade,
dia 31 de Maio, no monumento junto
podendo estar presente, telefonou a e missa pelos combatentes falecidos.
ao Forte do Bom Sucesso, em que
desejar um bom convívio, deixando um Compareceram cerca de uma centena
participaram cerca de três dezenas de
abraço para todos. de antigos militares combatentes e seus
ex-Combatentes deste Batalhão e
O mesmo fez o 20.º Comandante. familiares. Esta confraternização permitiu, familiares, que aqueles antigos
Antes do almoço, foi celebrada na Igreja uma vez mais, darmos aquele abraço,
local uma Eucaristia de acção de graças militares quiseram recordar os tempos
de amizade forjada nos bons e maus que passaram em Angola.
e pelas almas de todos os camaradas momentos durante a guerra em Angola.
que já partiram para a festa eterna da Este grupo vem agora agradecer as
Em 2009 a nossa confraternização será facilidades concedidas pela Liga dos
contemplação do Criador. O acto foi em Alcaides/Castelo Branco.
muito concorrido. Combatentes para a realização
Não faltem. daquele acto.
Foi um dia bem passado e repleto de
recordações. Um camarada deslocou- Não têm de quê.
BCAV 3845 - Amigos para sempre
-se de propósito da Austrália para
Como já vai sendo um hábito realizou- Patos Bravos nas Caldas
rever os amigos e matar saudades. A
-se mais um encontro de ex-com- Andou um bando de Patos Bravos
comissão organizadora sente-se
batentes do BCAV 3845, que serviu ali para os lados das Caldas da Rai-
compensada pela maneira como
decorreu este encontro, e agradece a em Angola, e que este ano comemorou nha. «Aterraram» no restaurante
todos a sua comparência. o 35.° aniversário da sua chegada. «Paraíso», no passado dia 24 de Maio
O convívio realizou-se na Cidade de e recordaram os tempos em que a
CCAÇ1878 - 40 anos depois Santa Maria da Feira, no Restaurante CCAÇ 2777 andou por Angola, do
O Batalhão de Caçadores 1878 - Europa. Cuando-Cubango ao Uíge – da Longa
Moçambique 66/68 realizou no dia 30 Estiveram presentes cerca de 200 à ponte do rio Zádi.
de Março, no Restaurante Complexo pessoas entre militares e res-
D. Nuno, Boleiros, Fátima, um almoço pectivas famílias, que em saudável BCAÇ 2926 - No «Quintal»
de confraternização dos 40 anos de confraternização, que recordaram com É no «Quintal» que a CCS do BCAÇ
regresso de Moçambique. Estiveram saudade tempos onde se criaram 2926 vai realizar, o seu almoço
presentes mais de 200 pessoas, entre grandes amizades que ainda hoje anual. O «Quintal» é um conhecido
ex-combatentes e familiares. perduram. restaurante de Setúbal e é para lá que
35

todos se dirigirão, pelas 10h00. salutar vivência que tiveram naquele onde já estivemos duas vezes e sempre
Dizem os organizadores que o melhor Estabelecimento de Ensino, razão para com o agrado de todos.
é deixarem as viaturas perto do estádio matar saudades. O programa desse dia começará com
do Bom Fim, mas o melhor é contacta- Este ano a cidade do Porto, no próprio uma concentração às 11 horas, na Várzea
rem o Joaquim Ferreira de Campos, Lar, foi a escolhida para a reunião no Grande, junto à estação dos comboios
pelo mail joaquimcampos@ netcabo.pt, passado dia 7 de Junho. Após a con- de Tomar. Pouco depois partiremos para
ou pelo telf. 212 552 961 – tlm 962 centração, pelas 11 horas, seguiu-se a o local de convívio, onde pelas 13 horas,
382 317. Celebração Eucarística, na Capela do do dia 13 de Setembro, começará a ser
Lar, em memória dos ex-alunos fale- servido o almoço.
BCAÇ 4615 - Alegria e boa cidos, evocando-se em especial atenção Todo o nosso encontro será acom-
disposição a nossa querida colega Clarinda falecida panhado de música ao vivo.
A cidade de Portalegre foi o palco há meses. Contactos: José Manuel Antunes, 213
escolhido para mais um convívio do Seguiu-se o almoço, num espírito de 640 614 ou 912170051, José Manuel
BCAÇ 4615, que ali se reuniu com os verdadeira amizade, reflectindo a Henriques, 218 850 676.
seus familiares, no passado dia 31 de educação recebida e recordando os
Maio. belos tempos da juventude vividos no A.B. 6 - Vão voar até Alcobaça
O local da concentração foi no Núcleo lar. Por fim coube à ex-aluna Maria O Bernardo e o Costa Santos, ex-com-
de Portalegre da Liga dos Comba- Hortênsia, organizadora do encontro, batentes que integraram a A.B. 6, em
tentes, que apoiou a iniciativa, ofere- apresentar as boas vindas e agrade- Nova Freixo (Moçambique), são orga-
cendo um Porto de Honra a todos os cer a presença do Presidendo do Lar, nizadores do «voo» que levará antigos
participantes. Cor. Barbosa Pinto, que nos manifestou camaradas e familiares até Alcobaça,
De seguida, os ex-combatentes e suas o seu contentamento por ali ter estado no próximo dia 18 de Outubro.
famílias, rumaram a um restaurante e felicitou os ex-alunos pelo espírito O local de encontro será o restaurante
dos arredores da cidade. que os tem mantido unidos ao longo «Quinta da Carrasca» e os interessados
A alegria e as recordações dos tempos do tempo. podem contactar e inscrever-se para os
da guerra andaram à roda da mesa, telfs. 968 608 150 ou 918 777 732.
numa jornada de boa disposição que 15.° Convívio do BART 175
se prolongou até ao fim do dia. em família Para todos?
Novo convívio se aproxima e aqui fica O Isaías Peralta, que, juntamente com
Ex-alunos do Lar dos Filhos dos o convite para que todos compareçam, muitos camaradas seus serviu na
Combatentes com as respectivas famílias, como de Guiné, está a organizar um almoço
Os antigos alunos do Lar dos Filhos costume. convívio, para o dia 5 de Outubro, no
dos Combatentes mais uma vez Desta vez, e indo de encontro ao restaurante «Litoral», em Matos da
cumpriram a tradição, reunindo-se num desejo de muitos camaradas, iremos Ranha, ali para os lados de Pombal.
almoço, que é pretexto para recordar a a Tomar, Restaurante «A Família»,
O Peralta não nos disse a que com-
panhia se referia, portanto, se calhar,
é para quem quiser participar, seja de
que companhia for.
O melhor é perguntarem-lhe,
ligando para o n.º tlm. 966003293,
ou para o mail combatentesdaguine
@netvisão.pt. Nós ficamos à espera
da notícia e da foto do acontecimento.

BCAÇ 2835 - Em Matosinhos


Matosinhos, foi o local escolhido para
o próximo encontro dos ex-comba-
tentes da CCS do BCAÇ 2835, que
serviu na Guiné.
Todos são esperados, no dia 4 de
Outubro, pelas 11h00, junto à Igreja
do Senhor de Matosinhos.
Os contactos são para o ex-furriel Lima
Moreira, pelo telf. 2295541881 ou
[ Ex-alunos do Lar dos Filhos dos Combatentes ] tlm. 916 183 491.
Prisioneiros de Guerra
36

Capelão Joaquim
Ferreira da Silva
condecorado
a título
póstumo.
O Ministro da Defesa Nacional, Prof. Doutor Nuno Severiano
Teixeira, entregou as insígnias da medalha militar de Serviços
Distintos, grau ouro, com Palma, à família do Capelão Joaquim
Ferreira da Silva, na pessoa de seu irmão Bispo Emérito de
Lichinga D. Luís Ferreira da Silva, em cerimónia que se realizou
no dia 2 de Junho, no seu gabinete.
Depois de lido o texto do louvor, foi imposta a insígnia, tendo
no final da cerimónia o Senhor Bispo agradecido tal honra.
A Associação Nacional dos Prisioneiros de Guerra esteve
representada pelo seu Vice-Presidente.

Cerimónia do
dia 19 de Dezembro
Vai realizar-se no próximo dia 19 de Dezembro, como vem
sendo habitual, a cerimónia comemorativa do 47.° Aniversário
da invasão dos territórios da India Portuguesa (Goa, Damão
e Diu), pelas tropas regulares das forças armadas da União
Indiana, pelo que convidamos todos os companheiros ex-
-prisioneiros de guerra, mesmo de outros teatros de operações,
a estarem presentes e comemorar esta efeméride.

Viagem a Goa
Estamos a envidar todos os esforços no sentido de
se realizar no início do próximo ano (provavelmente
em Fevereiro) uma viagem a Goa.
Vamos contactar individualmente os nossos
associados para os que estiverem interessados
procederem à sua inscrição.
estórias da história
Rui Rodrigues Nogueira 37
1.º Sargento

O «Milagre»
do Cajueiro
É
uma história verdadeira, causando bastantes baixas no inimigo, Camp de Ponda, sendo o último a entrar,
referente a 18 anos de missão quer em material, quer em vidas não havendo espaço para o que quer
no ex-Ultramar, 10 dos quais humanas, Quando a referida ponte que seja. Ao entrar no referido campo
passados em campanha onde estava cheia e foi explodida, já a maioria de concentração, deparamos com
com muito orgulho e amor das nossas forças se tinham rendido centenas de militares e civis às voltas na
servi a minha pátria, com sangue, suor sem terem feito um único tiro. Pelo parada, sem qualquer nexo dando a
e lágrimas, em todas as situações. Quer exposto, o referido esquadrão foi um impressão de amnésia. Não sendo
comandando soldados, provenientes de dos poucos, se não o único que cumpriu psicólogo, apercebi-me de tal situação
Angola, nas cordilheiras que faziam o plano de operações elaborado pelo e sendo um homem de fé, crente nos
fronteira com a União Indiana, numa quartel-general de Goa e aprovado pelo evangelhos, o Senhor iluminou o meu
guerra de guerrilha com Satiaghrais, em Governo de Lisboa. o referido esquadrão cérebro e passado 2 dias com a ajuda
princípio do ano de 1953, sem apoio foi aprisionado no alto de Vernã, quando de 2 amigos, pelas 3h00 da manhã,
logístico, infectado de malária,
quer nas camas dos hospitais,
quando fui ferido em combate
na defesa do aquartelamento
da minha unidade em Sabondo,
região de Tete, ex-província de
Moçambique. Mas foi como
prisioneiro de guerra, com
internamento durante 5 meses
no campo de concentração
Alpha Detenus Camp de Ponda,
Na cidade de Ponda quase
que a presente história aconte-
ninguém se lembra dos
ceu. Em 19 de Março de 1962 prisioneiros portugueses e
mandaram-me formar para ser muito menos do cajueiro
morto por fuzilamento, por ter da nossa história.
desobedecido às ordens de um
General Indiano. Sofri várias vi-
vências traumatizantes, mas são
estas as minhas credenciais como
as varias condecorações, onde
destaco duas: serviços excepcio-
nais e relevantes prestados à
Pátria e a Medalha de reconhecimento algumas unidades já estavam ins- estava a afixar nos ramos do cajueiro a
do Governo Português. taladas no campo de concentração imagem de Nossa Senhora do Perpétuo
Antes da invasão, da Índia portuguesa, Alpha Detenus Camp de Ponda. Socorro, aquela que o Padre Victor
fui integrado num pelotão de atiradores Com a agravante de ter sido levado Melícias num programa de televisão
para reforçar o esquadrão de cavalaria para as margens do rio Suari - Cortalim adjectivou de ícone, tendo alimentado
de Bali, comandado pelo Capitão de e posteriormente para o aquartela- durante 5 meses na fé e na esperança
Cavalaria Pereira Coutinho, que se mento de Afonso de Albuquerque, não cerca de 2 mil militares e civis.
encontrava em posição de combate oferecendo quaisquer condições, tendo Qual é a minha alegria quando, passado
nas margens do rio Canacoma, junto à sido instalado no antigo parque de algumas horas, vejo dezenas de prisio-
ponte, a fim de reforçar a protecção das viaturas. neiros a rezarem à volta do cajueiro
auto-metralhadoras, Só mais tarde é que fui conduzido ao acompanhados pelo Padre Ferreira da
A referida unidade entrou em combate, campo de concentração Alpha Detenus Silva.
teleobjectiva
38

A Liga dos Combatentes vai construir


um Lar Residencial em Vila de Rei com Muitos dos antigos combatentes vivem
60 quartos e assistência médica o passado sem se conseguirem libertar
O Secretário de Estado das Comunidades, das imagens, sons, emoções e
permanente, anunciou o Vice-Presidente
António Braga, salientou a proposta de experiências vividas em palcos de guerra,
da associação. Segundo disse à Agência
lei aprovada em Conselho de Ministros onde se mata para não morrer. Já
Lusa o General Lopes Camilo, o Lar
relacionada com os ex-combatentes passaram mais de 30 anos sobre os
Residencial a construir no centro
emigrados que vai permitir que muitos combates da Guerra Colonial portuguesa,
geodésico de Portugal, “insere-
se possam aposentar a curto prazo. mas as recordações estão mais frescas
-se no quadro de projectos estruturantes”
Braga explicou que esta era uma na memória do que os acontecimentos
definidos pela Liga dos Combatentes.
“reivindicação antiga” e que em “muitos do dia anterior.
“O Plano de Acção da Liga elegeu como
dos casos os ex-combatentes podem ter Um mal que afecta outras pessoas
objectivo importante a criação de
dois anos de contabilização do tempo quando sujeitas a acontecimentos
residências assistidas para apoio dos ex-
de serviço, alcançando mais cedo a marcantes.
-combatentes, num projecto estruturante
reforma”. O número de ex-militares que sofre de
que designamos por “Liga Solidária”.
“É um projecto que assenta na solida- stress pós-traumático em Portugal não
riedade para com a 3.ª e 4.ª idade ou, está contabilizado e há poucas referências
como preferimos designar, a “Idade de estatísticas, porque a maioria não admite
Ouro”, afirmou. sequer estar doente.
Para além da construção do Lar Muitos dos antigos combatentes do
Residencial em Vila de Rei, o programa Ultramar, que sofrem daquela doença
prevê a criação de infra-estruturas em psicológica, vivem ainda o inferno.
Estremoz, Covilhã, Oliveira de Azeméis,
Caldas da Rainha e a adaptação do Lar
dos Filhos dos Combatentes, no Porto,
tendo as respectivas autarquias cedido
os terrenos para o efeito.
O Governo aprovou, na última reunião
de Julho do Conselho de Ministros, um
Decreto-Lei que visa diferenciar os O executivo autárquico louletano e
benefícios aos ex-combatentes em função representantes das três Forças Armadas
do tempo de duração das missões de portuguesas inauguraram, oficialmente
guerra nas ex-colónias e da penosidade o Talhão dos Combatentes no Cemitério
e perigosidade das zonas de combate de Loulé.
onde prestaram serviço. Dezenas de pessoas estiveram presentes
Os benefícios deixarão, porém, de estar na cerimónia, antecedida de uma missa
indexados ao valor da reforma de cada O Secretário de Estado da Defesa, João na Igreja da Nossa Senhora da Piedade,
beneficiário, para passar a ter três escalões Mira Gomes, assinou ontem com as que contou com duas passagens aéreas
em função do tempo de serviço. No associações de ex-combatentes um de aviões Alfa-Jet da Força Aérea.
próprio dia da decisão do Conselho de protocolo para tornar céleres os Depois de descerradas as bandeiras no
Ministros, o Secretário de Estado da processos por stress de guerra. O monumento principal, foram depostas
Defesa, João Mira Gomes, explicou que protocolo abrange 140 mil ex- coroas de flores e tiveram início os
“haverá três escalões: um de 75 euros -combatentes com problemas discursos oficiais.
para quem tenha menos tempo de psicológicos, 40 mil sofrem de stress “Está-se hoje a cumprir um dos objectivos
serviço; um de 100 euros; e outro de pós-traumático. estatutários da Liga dos Combatentes,
150 euros, o máximo”, devendo ser que é o da Conservação das Memórias”
criadas bonificações em função da sublinhou o Vice-Presidente da Direcção
penosidade e perigosidade inerente às Central da Liga dos Combatentes, o Major
missões de cada antigo militar. General Lopes Camilo.
cartaz
39

Exposição
no Museu do
Combatente
A história da pirataria está intimamente patente de corso, que permitia
associada à da própria navegação. As perseguir navios inimigos e
suas origens remontam aos inícios da ficar riquezas que transpor-
civilização e chega até aos nossos dias. tavam.
Trata-se de um fenómeno complexo, que A pirataria e o corso foram
tem implicações políticas, económicas, actividades habituais em qual-
sociais e, inclusivamente, éticas. quer mar onde se verificasse
A pirataria pode definir-se de forma muito um tráfico marítimo impor-
simples: os actos que em terra de tante. No entanto, embora a
denominam de pilhagem ou roubo, actividade não tenha variado
recebem, no mar, o nome de pirataria. muito ao longo da história,
No entanto, se são cometidos por alguém verificaram-se muitas altera-
que considera ter o direito de represália ções nos métodos, nas armas,
deve-se falar de corso. Esta actividade é nas implicações socio econó-
uma forma de guerra, com autorização micas e, inclusivamente, na
outorgada pelo poder através da consideração moral do pirata.

Tome nota

Escultura
Forte do Bom Sucesso, Exposição “Im-
Centro Cultural São Lourenço pensável” dos alunos do 8.º ano do
São Lourenço, de 30 de Agosto a 09 Colégio Militar. De 27 de Setembro a Exposição
de Outubro de 2008 das 10H00 às 11 de Outubro, 47 esculturas de “O Estado do Sono”. de Susanne S.D.
19H00. Exposição de Pintura de Jean- poliuretano: 47 pensamentos para Themlitz. De 18 Set a 19 Out. Susanne
Marie Boomputte. pensar e reprensar... Themlitz tem explorado diversos meios
de expressão, em especial a escultura,
Teatro Música o desenho e o vídeo. Em “O Estado do
De 25 de Set. a 19 de Out. no Porto. 25 Outubro / Sábado – 21H45 / CTEB Sono”, uma profusão de esculturas,
“Restos” de Bernardo Santareno, pelo Encontro de Bandas de Gaia entre as quais se inclui uma extensa fa-
Teatro Experimental do Porto. Encenação Sociedade Filarmónica de Crestuma mília de figuras heterogéneas e insólitas,
e Cenografia de José Dias Figurinos de Maestro: José Monteiro. converte o espaço num universo onírico
Mário Dias Garcia Desenho de Luz e
em estado de suspensão.
Sonoplastia de Eduardo Brandão.
livros
40

5 livros a não perder


BISSAU EM CHAMAS TEMPO AFRICANO

Alexandre Reis Rodrigues Barão da Cunha


Américo Silva Santos Este livro vai ser lançado na Livraria-
Em Junho de 1998 aconteceu na Re- -Galeria Municipal Verney, no centro
pública da Guiné-Bissau um golpe de histórico da vila de Oeiras, no dia
estado militar. Falhada a possibilidade 15 de Novembro. O seu autor
de uma aliança com nações amigas para Manuel Barão da Cunha, é sócio da
uma intervenção humanitária optou-se Liga dos Combatentes. Este livro
pela acção nacional isolada, com o tem três conjuntos de capítulos
acordo das autoridades guineenses. É dedicados a Angola e quatro à
neste cenário que se desenvolvem Guiné. E integra, também, teste-
os relatos dos autores, que mereceram os elogios do antigo Presi- munhos de antigos combatentes,
dente da República, Jorge Sampaio que, prefaciando a obra, diz: incluindo os Generais Alípio Tomé Pinto e Vasco Rocha Vieira,
«...o inesquecível e emotivo tema do presente livro, contém o Almirante João Ribeiro Pacheco, os Coronéis José Montez
uma narrativa pormenorizada das acções empreendidas por (Presidente do Núcleo de Oeiras e Cascais), Ruben Domingues
Portugal nas vertentes diplomática e militar. Estudo pioneiro este, e Dias Antunes, o Professor Doutor Henrique Coutinho Gouveia
que os Autores, na situação de reserva, nos oferecem. Invocam e antigos militares do Grupo de Dragões de Angola e do Batalhão
como motivos determinantes para a sua publicação, por um lado, de Cavalaria 705. E, também, do Conselheiro de Estado Miguel
o ineditismo dessa intervenção militar portuguesa no exterior _ de Anacoreta Correia ou das pintoras Helena Pinto Magalhães, Teresa
âmbito exclusivamente nacional e fora do quadro de alianças _ Richter que vive na Alemanha e Manuela Gouveia que viveram
dada a urgência que a situação impunha; e, por outro, a forma em África nessa altura.
como se gerou e desenvolveu a iniciativa diplomática de Portugal
para a mediação do conflito, em condições de grande dificuldade AS AVES LEVANTAM CONTRA O VENTO
e risco.» Como se disse, a intervenção diplomática e militar na
Guiné-Bissau, em 1998, que este livro relata, pode bem considerar- Jorge Carvalheira
-se um caso de sucesso que evidenciou as nossas capacidades e a “De forma que, durante treze anos, a
tropa fez das tripas coração, para dar
eficácia da nossa Diplomacia e das nossas Forças Armadas.
aos políticos dementes de Lisboa o
Portugal saiu claramente prestigiado na cena internacional.
tempo de escreverem o testamento do
Os Autores merecem uma forte palavra de apreço por não deixarem
Império. Mas eles carregavam a
cair na obscuridade dos arquivos estes acontecimentos.
maldição da Índia na alma, e passavam
Prestaram, com isso, um belo serviço a Portugal. Bem hajam!»
a vida a jurar que não haviam de ser
a geração da traição. Preferiam a
hecatombe dum exército derrotado a
HOMEM FERRO afogar-se no mar, ou a galopar sem
norte pelo sertão, ao compasso dos tantãs da sanzala. Foi por isso
Memórias de um Combatente
que a revolução aconteceu”.
Manuel Pires da Silva
“Narração do percurso de um jovem
QUINZE BATALHAS DECISIVAS DA
que deixa a sua aldeia na Beira Interior HUMANIDADE
e as duras condições da lavoura e do
contrabando para procurar uma nova De Maratona a Waterloo
vida em Lisboa. Sem grandes habili- Edward S. Creazy
tações literárias, encontra na Marinha O Autor considerou quinze batalhas
e na nova especialidade de Fuzileiro como decisivas. O relato cativante dos
acontecimentos, o domínio da narra-
a saída do impasse em que se encontrava. É o início de uma
tiva, as brilhantes conclusões sobre os
nova aventura, cheia de perigos, ilusões e desilusões que o leva,
efeitos das batalhas e a sagaz análise
durante doze anos, a experimentar a vivência da guerra do catapultou esta obra para o patamar
Ultramar e os teatros de operações da Guiné e de Angola. dos clássicos, tornando-a um dos mais
Pelo caminho cruza-se com variadas personagens que, ora o influentes trabalhos de história militar
incentivam e apoiam, ora o o desiludem, contribuindo todas alguma vez publicado. Edward Shepherd Creasy, historiador inglês,
para uma riquíssima experiência de vida, agora partilhada com estudou em Eton e Cambridge, foi professor na Universidade de
os leitores”. Londres e Presidente do Supremo Tribunal do Ceilão em 1860.
Livro dedicado à Mulher
Portuguesa nas duas
vertentes que a marcaram
nos últimos 50 anos da vida
nacional: primeiro, na
guerra, como mãe, esposa,
viúva, filha, noiva, madrinha
de guerra ou simples
confidente; depois,
assumindo o seu direito à
igualdade e tornando-se
militar profissional.
Textos de Mulheres que
viveram a guerra no
Ultramar, acompanhando
familiares ou como
enfermeiras pára-quedistas,
as primeiras profissionais na
frente de combate; ou
memória das que sentiram
a guerra de longe, por terem
lá alguém a combater. Ou
homenagens de maridos às
companheiras, de filhos
combatentes às mães que
os apoiavam de longe, de
filhas aos pais combatentes
e de netos às avós que lhes
contaram histórias vividas
nesses tempos.
Mais recentes, testemunhos
na primeira pessoa de
Mulheres com serviço num dos
três ramos das Forças
Armadas, experiências vividas
no país e no estrangeiro.
Prosas simples de Mulheres
que foram pioneiras na
ruptura com tradições
seculares e nos trazem
reflexões sobre motivações da
escolha, integração num meio
tradicionalmente masculino,
metas perspectivadas, a
camaradagem, as agradáveis
surpresas, as melhores
confirmações, as piores
desilusões, valorização pessoal
e mais-valias profissionais
esperadas, razões para
abandono da carreira,
casamento, família, filhos…
São mais de uma centena de
depoimentos de pessoas das
mais diversas origens sociais,
graus de escolaridade e
formação académica,
parentesco (ou graduação)
com representação de todos
os postos da hierarquia militar,
contributo eloquente para a
memória colectiva de um País
Faça a sua reserva na Liga dos Combatentes
que teve grandeza e viveu Preço de sócio: 13 € + portes
epopeias e sacrifícios em
tempos recentes. Solicitamos às militares que colaboraram o favor de contactarem a LC.
Um desafio para o futuro

MARINHA PORTUGUESA
w w w . m a r i n h a . p t

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