Na última aula de Filosofia a professora proporcionou-nos a oportunidade
de aprofundar a nossa compreensão da natureza da filosofia e a possibilidade de treinar a sua metodologia de uma forma didáctica: com a visualização do filme de 1998, “ “. Para que tais objectivos se concretizassem o filme teria que, por sua vez, ter relevância filosófica, levantando problemas e mostrando-os de forma problemática e discutível.
Z é a formiga obreira mais insegura e filosófica de toda a colónia,
questiona a sua existência enquanto parte de um colectivo, que parece ser tudo o que importa para os seus concidadãos. Z tem uma alma neurótica e individualista que vive numa sociedade totalmente conformista e por isso ele espera ter a oportunidade para expressar-se verdadeiramente. Por conseguinte a sua atitude perante a vida é insatisfeita, sente-se incompleto, revoltado, não conseguindo acomodar-se e conformar-se com a realidade que o rodeia, tornando-o irreverente e nada submisso, por sua vez é uma formiga segura de si mas insegura perante a realidade, questionando os factos e as evidências do seu quotidiano.
O filme cria uma ambiguidade entre vários problemas, filosóficos ou não
(dependendo da lógica de que cada individuo utiliza e através da sua respectiva argumentação), e com a matéria que demos: o Determinismo e a Liberdade na acção humana. O problema principal no desenrolar do filme é se podemos ter liberdade individual e se isso é compatível com a paz ou com o oposto a guerra ,com a sociedade e se a cadeia causal é compatível com a liberdade.
Antes de analisar esse problema temos que caracterizar a postura do
General Mandible, o mau da fita. Primordialmente, podemos logo identificá-lo com o Hitler pois o objectivo do General era matar todas as formigas e recomeçar uma nova colónia, e Z foi o único sobrevivente a essa tentativa. O General é desonesto, ambicioso, rígido, inteligente, forte mas malicioso e com a capacidade de manipular, o que prova que boas qualidades como a inteligência, persuasão e uma boa argumentação juntas com a desonestidade, interesse alheio e egoísmo podem afectar a acção e torná-la numa acção má eticamente, devido à sua intenção. No meu ponto de vista o General usa o determinismo a seu favor, ou seja como um meio de realizar a sua intenção. Logo no começo do filme podemos ver que todas as acções são estruturadas por uma organização exímia e em cadeia em que cada grupo de formigas dedica-se a tarefa determinada pela Rainha aquando as formiguinhas são uns bebes. Z foi determinado a ser operário para desempenhar o seu papel na colónia, ao contrário dos soldados que são uns privilegiados em comparação aos operários, até mesmo na alimentação.
Z está sempre a lamentar-se em relação ao seu papel e À sua existência
desejando algo diferente e melhor para si, ao contrário do seu grande amigo e soldado, Weager que preferia ser operário. Este facto é importante destacar pois como seres humanos raramente ou mesmo nunca estamos ou sentimo-nos completamente felizes e realizados com o que possuímos e temos sempre alguma curiosidade em conhecer realidades diferentes daquela em que vivemos, podemos então encontrar aqui um problema filosófico, como:”O que é a Felicidade?”, relacionado com a metafísica. Aquela colónia de Formigas vive uma realidade intrinsecamente, a nível filosófico, determinista. Existe uma cena no filme que é a prova que até nas actividades lúdicas de lazer/prazer como dançar as formigas têm uma coreografia determinada pelas autoridades onde como não poderia deixar de ser o Z tem a iniciativa de alterar essa a realidade, arrisca e dança de uma forma livre que está condicionada pelo o seu desejo e não por estar casualmente determinada. A sua atitude, de confronto, irá gerar uma confusão nas outras formigas que até então na pensavam na sua liberdade, que acomodaram-se com esse facto desde a sua existência, mal comparado é como se tivessem sofrido uma lavagem ao cérebro e agissem como uns robots.
Numa perspectiva filosófica podemos relacionar a postura de Z com o
Libertismo, pois ele acredita na liberdade e deseja-a constantemente, questionando todos os factos. Como resposta ao problema inicial não basta ver o filme para obter com toda a nitidez os grandes problemas filosóficos, é preciso ter uma atitude crítica e utilizar a lógica, pois os problemas filosóficos têm na sua base a discussão e argumentação racional pelo o que é importante que se aprenda o inicio do percurso das ferramentas básicas da argumentação, mas é a lógica que possibilita a ler e interpretar um texto argumentativo e filosófico, cabe ao Professor nesta caso à Professora ensinar-nos e dar-nos as ferramentas necessárias para aí sim podermos analisar o filme de uma forma filosófica.