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CAPÍTULO 8
da Pintura1
Introdução
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Pesquisa inserida no Núcleo de Estudos e Pesquisa em Saúde Integral da Faculdade de Enfermagem/
Universidade Federal de Goiás (FEN/UFG).
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Arteterapeuta, Artista Plástica e Enfermeira Pediátrica. Professora Assistente da FEN/UFG. Doutoranda
pela Universidade de São Paulo (USP). E-mail: aclaudiaval@terra.com.br
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Psicóloga. Professora Doutora da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP
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arteterapeuta construir um repertório de informações relativas a cada uma, com o intuito
Francisquetti (1992) como uma atividade de caráter lúdico. Na criança, ela produz
percepção dos efeitos gráficos produzidos, que lhe proporcionam ampla liberdade para
envolvimento emocional.
pintura flui amiúde o mesmo ocorre com a emoção”. Isto porque a fluidez da tinta e sua
relaxamento dos mecanismos defensivos de controle, uma vez que as cores quentes
(VALLADARES, 2001).
formando novas cores; a marca da pincelada; a cobertura rápida de planos; a mancha etc
(PILLAR, 1990).
A técnica da pintura, para Pain & Jarreau (2001), apresenta, no mínimo, três
espaço que é essencialmente cor – não se limitando aos objetos, pois ela invade os
espaços entre eles. A cor é um meio de conhecimento que transforma o real e expressa
A experiência de Silveira (1981) com doentes mentais demonstra que estes podem
utilizar a pintura como um instrumento para reorganizar sua ordem interna e, ao mesmo
resgatar um lado mais lúdico e saudável das crianças internadas, se puderem utilizar
materiais, como: cola colorida, aquarela, guache, tinta acrílica, tinta PVA, têmpera, tinta
a óleo, tinta vinílica e terra (água e cola), além de suportes diversos: papéis, tecidos e
Por certo, ainda como tratamento das enfermidades, além dos medicamentosos
específicos, devem-se incluir mudanças nos hábitos de vida da criança, como: escolha
Estudos (VIEGAS, 1997; FRANÇANI et al., 1998; ALVES & MORAIS, 2001;
hospitalização, tais como dor, sofrimento e tempo de internação, além de melhorar sua
qualidade de vida.
todo, que podem, muitas vezes, desequilibrar seu organismo interna e externamente, o
Conforme Sigaud & Veríssimo (1996), o período que compreende dos sete aos dez
compreendendo melhor os fatos (WHALEY & WONG, 1989); ademais, é nessa fase
contexto social e aos grupos de pares, quando passa a ser menos egocêntrica (SIGAUD
1982).
Para Whaley & Wong (1989), nesse período a criança tem, então, aumentada sua
da linguagem. O grupo é cada vez mais importante para o escolar que se distancia,
realidade para ele tende a ser sempre mais concreta, porém perde-se na fantasia e ganha
da arte infantil, este segue seu percurso paralelo ao desenvolvimento geral da criança.
arteterapia, de crianças com idade entre sete e dez anos, internadas devido a moléstias
infecciosas.
Método
experimental.
Goiânia - Goiás, que formaram dois grupos de dez pacientes, sendo um experimental
(que passou por intervenções de arteterapia) e outro controle (que não passou por
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intervenções de arteterapia). Os grupos foram constituídos por crianças de ambos os
sexos, com idade entre sete anos e sete meses a dez anos e onze meses.
Dentre os materiais utilizados, estavam guache, cola colorida, pincel, papel branco
localização da pintura no papel; se pintava uma cor sobre a outra ou não; se mantinha as
exatidão e profundidade.
pesquisa, profissional da área ou de áreas afins, que passou por um treinamento prévio e
variada de uma a três horas e meia cada. Durante as intervenções, trabalharam-se várias
escrita criativa.
Resultados e Discussão
e qualidade da pintura.
Modalidades da Pintura GA GB
de cor por iniciativa própria; já na avaliação final, a maior parte dos sujeitos se manteve
significativas nos dois momentos de avaliações (inicial e final), especialmente por ter
aprendizagem.
influenciado pelas ocorrências do meio, além de ser um estímulo do próprio meio que
quando não estimuladas pelo meio, podem apresentar bloqueio em uma ou mais áreas
apresentou progresso, uma vez que seus resultados na avaliação final foram superiores
Quanto ao grupo B (controle), este não mostrou modificação significativa nos dois
(controle), este não mostrou modificação significativa nos dois momentos das
entre as sensações de cores e as produzidas por outros sentidos, como também entre o
embutidos.
projetar seu próprio corpo sobre a imagem que ele mesmo produz. Assim, do mesmo
em fazê-lo sentir fortemente esse desejo no próprio corpo e em encorajá-lo a buscar nos
movimento e de cor.
nas suas vidas como em suas produções plásticas, tendo em vista que os trabalhos
Considerações finais
meio de forma contínua, desde que lhe sejam oferecidas oportunidades em ambientes
desorganizado por uma doença grave não é tarefa fácil, e cabe ao arteterapeuta facilitar
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esse processo, proporcionando à criança um espaço não ameaçador que a favoreça
Pelo exposto, deduz-se que a pintura é uma manifestação importante na vida das
de pintura fará a expressão emergir de uma forma mais produtiva, assim como crescer
qual possibilite uma avaliação com instrumento padronizado, que permita observar as
Referências bibliográficas
CAMPOS, R. Cura pela arte. Rev. Viver Psicologia, São Paulo, ano 7, n. 83, p. 20-26,
dez.1999.