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TRILHAS INTERPRETATIVAS PARTICIPATIVAS DO DELTA DO RIO DOCE

CORREDOR ECOLOGICO SOORETAMA-GOITACAZES-COMBOIOS–


LINHARES /ES

Parceiros:
Projeto Ecocidadania/Fundação Pró-Tamar/Instituto Capixaba de
Ecoturismo/Unilinhares/Projeto Corredores Ecológicos

Jayme Henrique Pacheco- Projeto Corredores Ecológicos-IEMA MMA


Danielle Passos Gomes- Instituto Capixaba de Ecoturismo – ICE
Ecoturismo.es@terra.com.br / aventur@uol.com.br / danipassos11@hotmail.com
(27) 3318-3671 / 9972-1114
Eixo - temático: O Homem
Categoria: Apresentação oral

Apresentação

O trabalho de interpretação ambiental é uma das atividades desenvolvidas por técnicos


especializados na atividade, associados ao Instituto Capixaba de Ecoturismo e tem por
objetivo suprir ou minimizar as necessidades recreativas, educativas e estruturais de
instituições publicas privadas e comunidades locais, de maneira que os ambientes
possam ser conservados e possibilitem aos visitantes e moradores informação,
oportunidades e segurança.

A Interpretação Ambiental é “uma atividade educativa, que se propõe revelar significados


e inter-relações por meio do uso de objetos originais, do contato direto com o recurso e
de meios ilustrativos, em vez de somente comunicar informação literal”.
(Freeman Tilden – considerado o pai da interpretação ambiental)

O projeto das trilhas interpretativas Participativas do Delta do Rio Doce foi um projeto
desenvolvido entre julho e dezembro de 2005, através da parceria entre Projeto
Ecocidadania (Petrobras), fundação Pro-Tamar, Projeto Corredores Ecológicos,
Unilinhares e o Instituto Capixaba de Ecoturismo, este trabalho surgiu da implantação do
Corredor Ecológico Sooretama-Goitacazes-Comboios (corredor prioritário definido para o

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litoral norte do ES integrante do Corredor Central da Mata Atlântica ES-BA) e das
demandas do Ecocidadania (projeto financiado pela Petrobras) nas comunidades de
Regência, Povoação e Pontal do Ipiranga todas no município de Linhares-ES, região
nordeste do Espírito Santo, na região também denominada Foz ou Delta do Rio Doce.

E importante ressaltar que este trabalho iniciou-se com a aplicação de um Curso Básico
de formação de Condutores Ecoturisticos realizado em Regência e desenvolvido pelo
projeto Corredores Ecologicos-ES e o Instituto Capixaba de Ecoturismo, através deste
curso a parceria entre o Projeto Ecocidadania (Petrobras Pro-Tamar) e o ICE (instituto
Capixaba de Ecoturismo) foi estabelecida e requisitada (demanda) para a implantação
de trilhas nas comunidades envolvidas com o ecocidadania e atualmente vêem sendo
trabalhado a elaboração de roteiros e formação de comitês comunitários de ecoturismo.

Curso, trilhas e outras ações que contribuíram para promoção do ecoturismo, nesta
região e no desenvolvimento de oportunidades educacionais, lazer e geração de
trabalho e renda para condutores ecoturisticos e empreendedores (micro) das
comunidades envolvidas.

A Trilha Interpretativa é um percurso preestabelecido, onde são apresentados ao


visitante, de forma guiada ou não, vários elementos de dado ambiente, ligados a um
tema interpretativo predefinido. Desde os tempos mais remotos, o ser humano tem
usado as trilhas não só com a função de deslocamento como, também, de recreação.
Hoje em dia, as trilhas têm sido usadas, também, com o objetivo de sensibilizar e educar
aqueles que as percorrem. (manual de interpretação ambiental-Doces Matas 2001)

O caráter inovador da proposta baseia-se na premissa participativa da elaboração e


interpretação de trilhas, aplicando e ressaltando a importância da interação:
conhecimento cientifico X etno-conhecimento, alem de fusão das metodologias
tradicionais de interpretação de trilhas e planejamento participativo em especial – DRP.

A partir destes diagnósticos, houve o aprofundamento do processo participativo, na


metodologia adotada os atores locais definiram, através de oficinas e reuniões, questões
relacionadas a temas, tópicos, material, portais e painéis, informações referente à cultura
e historia das comunidades e nomes das trilhas, levando em consideração aspectos e
conhecimentos ecológicos e o etno-conhecimento.

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Justificativa:

A implementação destas Trilhas interpretativas do Delta do Rio Doce-Corredor


Sooretama-goitacazes--Comboios justifica-se por varias razoes e questões, dentre elas-
pela perspectiva de que, ampliando a percepção das comunidades locais quanto à
natureza da atividade e quanto aos recursos ambientais potencialmente sob sua
influência, seus representantes estarão mais capacitados a participar efetivamente da
gestão destes recursos, conscientes da importância de sua preservação, inclusive no
que concerne à sustentabilidade de suas próprias relações de dependência dos
mesmos.

O foco sobre as comunidades costeiras de Regência, Povoação e Pontal do Ipiranga,


justifica-se por serem estes os assentamentos populacionais potencialmente sob
influência de empreendimento licenciado da Petrobras, seja no que concerne ao uso do
espaço marítimo, seja no tocante aos impactos diretos nestas localidades.

E também em atendimento e execução do documento utilizado como norteador das


ações de turismo an região, o Plano de Desenvolvimento Sustentável do Entorno da
Reserva Biológica de Comboios, que envolveu: Associação de Moradores de Regência,
Associação de Moradores e Amigos de Povoação, Associação de Pescadores,
Associação Indígena Tupiniquins, Funai, Fundação Pro-Tamar, IBAMA e Prefeitura de
Linhares.

Alem disto, a demanda turística da região do Delta do Rio Doce, encontra-se em forte
crescimento e a necessidade de se criar atrativos associados à questão ambiental, para
moradores e visitantes, fez com que em proposta junto à comunidade e a Petrobras,
demanda-se a implantação de atividades ecoturisticas potenciais para a região.

Caminhar ao longo de uma trilha interpretando-a é proporcionar ao visitante uma visão


diferente daquela que os olhos normalmente “distraídos” não conseguem enxergar. É
revelar significados... é estabelecer um novo olhar... (Doces Matas 2002).

Contribuindo e fortalecendo a necessidade e demanda deste tipo de processo e projeto


interpretativo podemos destacar a relevância ambiental da área de influência do projeto
e por esta ser também; e definida dentro do enfoque e tecnicas participativas; uma área

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prioritária do projeto Corredores Ecológicos do Ministério do Meio Ambiente e instituto
Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hidricos do Espírito Santo.
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Premissa para o Planejamento e justificativa do Projeto

Serão adotadas neste trabalho as premissas constantes do Código Mundial de Ética do


Turismo, da Organização Mundial do Turismo, em especial o que preceitua o artigo 3º
desse Código:

ARTIGO 3º
O TURISMO, FATOR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

1. É dever de todos os agentes envolvidos no desenvolvimento turístico


salvaguardar o ambiente e os recursos naturais, na perspectiva de um
crescimento econômico sadio, contínuo e sustentável, capaz de
satisfazer eqüitativamente as necessidades e as aspirações das gerações
presentes e futuras.

2. Todos os tipos de desenvolvimento turístico que permitam economizar os


recursos naturais raros e preciosos, principalmente a água e a energia, e
que venham a evitar, na medida do possível, a produção de dejetos,
devem ser privilegiados e encorajados pelas autoridades públicas
nacionais, regionais e locais.

3. Deve ser equacionada a distribuição no tempo e no espaço, dos fluxos de


turistas e visitantes, especialmente a que resulta dos períodos de férias e
das férias escolares, e buscar-se um melhor equilíbrio na freqüência, de
forma a reduzir a pressão da atividade turística sobre o meio ambiente e a
aumentar o seu impacto benéfico na indústria turística e na economia
local.

4. As infra-estruturas devem estar concebidas e as atividades turísticas


programadas, de forma a que seja protegido o patrimônio natural
constituído pelos ecossistemas e a biodiversidade, e que sejam
preservadas as espécies ameaçadas da fauna e da flora selvagens. Os
agentes do desenvolvimento turístico, principalmente os profissionais,
devem permitir que lhes sejam impostas limitações ou obstáculos às suas
atividades quando elas sejam exercidas em zonas particularmente
sensíveis: regiões desérticas, polares ou de altas montanhas, zonas
costeiras, florestas tropicais ou zonas úmidas, propícias à criação de
parques naturais ou reservas protegidas.
O turismo de natureza e o ecoturismo são reconhecidos como formas de
turismo especialmente enriquecedoras e valorizadas, sempre que
respeitem o patrimônio natural e as populações locais se ajustem à
capacidade de carga dos locais turísticos.

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A Política Nacional de Ecoturismo (EMBRATUR/IBAMA , 1994), através de suas
principais diretrizes reconhece o ecoturismo como:
“ ... um seguimento da atividade turística utiliza, de forma sustentável, o patrimônio
natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência
ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem estar das
populações envolvidas”.

A partir de tal definição Lage & Milone ( 2000) adicionaram três elementos ao conceito
de ecoturismo.

O primeiro elemento considera o ecoturismo como uma atividade econômica que deve
promover a conservação dos recursos naturais, valorizando econômica e
financeiramente o patrimônio natural e cultural de uma região.

O segundo elemento é o mecanismo da educação ambiental e sua conscientização,


permitindo ao cidadão compreender a importância do recurso que está sendo explorado
e sua manutenção para as gerações futuras.

O terceiro elemento entende o ecoturismo como uma atividade que tem obrigatoriedade
de gerar benefícios para a comunidade, desprezando qualquer tipo de negócio, onde os
turistas chegam em massa, depredam tudo que encontram, sem deixar nada de positivo
para a comunidade local.

Durante a “Cumbre Mundial del Ecoturismo, realizada na cidade de Quebec (Canadá)


entre 19 e 22 de maio de 2002, no Ano Internacional do Ecoturismo,foi elaborada, pelos
participantes do evento, a Declaração da Cidade de Quebec sobre o Ecoturismo , onde
ficou acordado que:

“ O ecoturismo compreende todo tipo de turismo baseado na natureza, onde a principal


motivação dos turistas é a observação e apreciação da mesma, assim como das
culturas tradicionais prevalecentes nas zonas naturais, incluindo experiências de
interpretação e aprendizagem.

Geralmente trata-se de uma viagem organizada, para viajantes independentes ou


grupos reduzidos, por pequenas empresas locais especializadas.
O ecoturismo minimiza o impacto sobre o meio natural e social, possibilita benefícios
econômicos para as comunidades visitadas, gerando alternativas de empregos e

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obtenção de renda e incrementa a sensibilização das populações locais e dos turistas a
respeito da conservação dos bens naturais e culturais.”

E dentro destas premissas técnicas e legais junto as características necessidades e


justificativas locais que foi balizado, trabalhado e continua sendo o desenvolvimento do
ecoturismo, turismo sustentável, das práticas de interpretação ambiental, condução,
guiagem ecoturística e principalmente o envolvimento, inserção e empoderamento
comunitário na região do Delta do Rio Doce, e em outras regiões do Espírito Santo .

Descrição da Atividade – Planejamento, desenvolvimento e implantação.

Foram pré-definidas, entre os atores envolvidos, 05 trilhas para serem interpretadas em


03 localidades: Regência, Povoação e Pontal do Ipiranga, município de Linhares-ES. As
trilhas já eram utilizadas de forma guiada por condutores ecoturisticos qualificados e pela
comunidade em geral a partir de então seguem- se as etapas de realização do trabalho,
também definidas de forma participativa.

PRIMEIRA ETAPA:

a)Foi feito um mapeamento e posterior diagnóstico da trilha considerando: distância,


terreno, largura, grau de dificuldade, obstáculos, tema e tópicos, características,
curiosidades e possibilidades;
b)Paralelo ao mapeamento, alunos do curso de biologia da Faculdade Unilinhares,
monitorados por professores de botânica, fizeram identificação de espécies de fauna
e flora dentro das 5 trilhas;

SEGUNDA ETAPA:

c)Junção de material do mapeamento, pesquisa de gabinete e espécies


identificadas, para definir layout e material dos recursos, meios que serão utilizados,
numero de painéis interpretativos e triagem das informações;

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TERCEIRA ETAPA:

d)Definição e Construção de forma participativa a interpretação levando em


consideração aspectos e conhecimentos ecológicos, sócio-ambientais, histórico-
culturais, o etno-conhecimento e dos atores envolvidos.

e)Confecção das placas, painéis e portais das trilhas.

f)Montagem e instalação do material em cada trilha.

g)inauguração das trilhas e utilização das escolas.

Metodologia:

A metodologia utilizada é denominada como triangulação metodológica ou seja a


utilização de varias metodologias, principalmente na fusão entre os métodos e técnicas
de construção de trilhas junto ao processo decisório, consultivo e inclusivo de processos
participativos, em especial o DRP(diagnostico rápido Participativo).

Para o desenvolvimento da primeira (itens a e b) etapa de mapeamento e diagnostico


foram feitas três incursões, junto aos atores locais a campo em cada trilha, onde usamos
GPS para informações sobre coordenadas geográficas e localização, trena para
medição de distanciamento, máquinas fotográficas para captação de imagens para
relatório, estacas para demarcação de distâncias, formulários base para preenchimento
de dados, pranchetas e rádios de comunicação;

A segunda(item c) etapa se resume a compilação de dados e montagem de textos para


painéis, desenhos e sugestões do layout dos painéis, placas e portal;

A terceira(itens d, e, f , g) e ultima etapa, foi considerada uma das mais importantes para
o desenvolvimento da atividade, onde foram realizadas oficinas participativas chegamos
com dados técnicos e aguardamos sugestões e as decisões referente ao “saber
local”(etnoconhecimento) e finalmente passamos para a construção, confecção e
instalação dos meios interpretativos,definidos no processo de diagnostico e participação.

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Resultados Apresentados:

Alguns resultados foram alcançados com aplicação desta metodologia e implantação


das trilhas interpretativas participativas do delta do Rio Doce destacando-se:
- 05 trilhas interpretativas implantadas;
- Envolvimento de atores locais nos processos de decisão;
- Satisfação dos parceiros envolvidos;
- Utilização de materiais ambientalmente corretos(madeiras e tintas)
- Apropriação e “fiscalização por parte das comunidades devido ao sentimento de
“propriedade”“;
- Diminuição do vandalismo;
- Contribuição na diversificação ecoturística da região e possibilidade de trabalho para
condutores;
Fortalecimento da parceria entre o Projeto Corredores Ecológicos , Ecidadania, ICE e
Unilinhares
- A Percepção dos visitantes já pode ser mensurada, mas necessitam definição de
modelos de pesquisa, critérios e indicadores a serem pesquisados.

Conclusão :
Os diagnósticos participativos contribuiram para o conhecimento, apropriação e analise
da realidade local, de acordo com a percepção de cada ator envolvido, sem prevalecer a
opinião da equipe do Instituto Capixaba de Ecoturismo, Programa Ecocidadania ou
Fundação Pró-Tamar. Por isso, estes diagnósticos podem ser utilizados como
alternativas para propiciar mudanças, pelo seu poder de mobilização e envolvimento dos
participantes com as questões apresentadas (Projeto Doces Matas, 2002) e pelos
resultados apresentados nos indica ser uma metodologia acertada e positiva para
construção e interpretação de trilhas principalmente em regiões semelhantes ao Delta do
rio doce onde as trilhas são em áreas de acesso publico das comunidades sem
nenhuma forma de isolamento, cercamento ou fiscalização como ocorre em um
empreendimento privado, unidades de conservação e outros tipo de áreas protegidas.

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Referencias :
Doces Matas, Projeto. DiPUC. Diagnóstico Participativo de Unidades de Conservação.
Belo Horizonte, IEF/IBAMA. 2002.
Brincando e Aprendendo com a Mata-GTZ , Salvador,2000
Manual de Interpretação Ambiental Projeto Doces Matas/GTZ, Belo Horizonte2001
Plano de Integração com a Reserva Biológica de Comboios-Fundação Pró-
Tamar,Linhares 2000
Pró-Tamar, Fundação. Estudos Preliminares para Elaboração de um Plano Indutor do
Desenvolvimento do Ecoturismo no Entorno da Rebio de Comboios. Linhares, 2005.

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ANEXOS FOTOGRAFICOS:

Curso básico de condutores Regência-ES

Instalação das placas de identificação da “trilha de monsaras” Povoacao-ES

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Diagnostico e confecção de marcos provisorios de distancia(travessia rio doce)

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Transporte dos painéis interpretativos para trilha “Anjos da lagoinha”-Pontal do
Ipiranga-Linhares

Colocação dos Painéis Interpretativos “Trilha das Carebas”-Pontal do Ipiranga-ES

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Portal de Trilha interpretativa do “Porto Histórico” implantada regência-ES

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