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ROTEIRO INTERPRETATIVO AUTOGUIADO “TRILHA DO HOMO

PENSATES” – ESTAÇÃO ECOLÓGICA DA UFMG

Marina Araújo - Universidade Federal de Minas Gerais – aluna de graduação do curso


de Turismo - amarinaaraujo@uol.com.br
Ariane Chagas de Castro - Universidade Federal de Minas Gerais – aluna de
graduação do curso de Ciências Biológicas - arianechc@yahoo.com.br
Valéria Amorim do Carmo - Universidade Federal de Minas Gerais – Professora do
departamento de Geografia - vamorimbh@yahoo.com.br

Eixo temático ii – O Homem

Introdução

A Estação Ecológica da UFMG – E. Eco. – é uma área de pesquisa e extensão


universitária e constitui uma das alternativas de lazer de Belo Horizonte tanto para os
próprios estudantes da UFMG quanto para a comunidade local. Possui como atrativos,
além do seu próprio espaço, uma gama de atividades como as caminhadas ecológicas
e as oficinas de Educação Ambiental. Estas atividades são oferecidas tanto para
escolas públicas e particulares da região metropolitana de Belo Horizonte quanto para
grupos de visitantes de outras instituições como a Secretaria Municipal de Meio
Ambiente que, esporadicamente, utiliza as caminhadas ecológicas na E.Eco. como
atividade integrante das suas oficinas de Educação Ambiental.
O acompanhamento das visitas, que devem ser previamente agendadas, são
realizadas por monitores, estudantes da UFMG e outras instituições, estagiários do
Projeto PROECO – Programa Estação Ecológica1. Os monitores apresentam a trilha,
fornecem informações sobre fauna, flora e ecologia local além de realizar as oficinas
de Educação Ambiental. Tal monitoramento é realizado em épocas definidas: de terça
a sexta-feira, seguindo o calendário escolar.
Além das visitas agendadas, a E.Eco recebe, com freqüência, vários ciclistas,
caminhantes e visitantes diversos que realizam seus passeios preferencialmente nos
finais de semana e férias. Entretanto, nestes períodos nem sempre o
acompanhamento das visitas pelos monitores é possível. Com isso, estes visitantes

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O PROECO – Programa Estação Ecológica – é um projeto de extensão da Estação Ecológica da UFMG
que vem sendo desenvolvido desde 1996 com o apoio da Pró-reitoria de Extensão da UFMG junto aos
estudantes de ensino fundamental, médio e superior das instituições públicas e privadas da grande BH.
As atividades realizadas no PROECO são as Caminhadas Ecológicas e as Oficinas de Educação
Ambiental.
ficam privados de informações sobre a E. Eco que poderiam enriquecer sua estada na
Estação.
Pensando em agregar valor a esse tipo de visita, foi elaborada esta proposta
de um roteiro interpretativo para uma das trilhas mais visitadas da E.Eco, de forma a
proporcionar aos visitantes maior conhecimento e apreciação do local. Tal roteiro
aumentaria as possibilidades da visita que, além de contemplativas, poderiam se
tornar também de sensibilização para a importância de espaços como a E.Eco dentro
de Belo Horizonte. Acredita-se que propostas de Educação e Interpretação Ambiental
são extremamente importantes para criar ou reafirmar a valorização e o respeito ao
patrimônio.
Soma-se a isso o fato desses visitantes de finais de semana constituírem uma
preocupação para os monitores e funcionários da Estação Ecológica, pois
paralelamente ao aumento do número de ciclistas e caminhantes na área, tem-se
registrado um aumento na quantidade de lixo nas trilhas, o que não é verificado
durante a realização do PROECO, devido ao acompanhamento e fiscalização dos
monitores durante as atividades.
O roteiro ora apresentado é o resultado de um projeto de final da disciplina
Interpretação Geoambiental oferecida pelo curso de Turismo do Instituto de
Geociências da UFMG. As duas primeiras autoras além de alunas, foram também
monitoras da E.Eco.. Assim, o projeto foi elaborado na tentativa de aplicar os
conhecimentos adquiridos ao longo da disciplina no desenvolvimento de um
instrumento que pudesse auxiliar nas atividades já desenvolvidas na Estação
Ecológica.

Objetivos

A proposta de criação do roteiro interpretativo para uma trilha autoguiada tem


como objetivo maior possibilitar aos visitantes conhecer e apreciar melhor o local,
destacando sempre a idéia que cada ambiente é único e que, por isso, é necessária
proteção ao mesmo. Assim, as propostas centrais do roteiro são despertar o interesse
dos visitantes pelo convívio aliado à proteção da natureza, utilizando de forma
responsável os recursos que ela oferece; promover sua sensibilização para os
detalhes da mata em relação ao ambiente urbano e, dessa forma, possibilitar
mudanças de comportamento e desenvolver valores éticos em relação à natureza.
Com isso, espera-se estimular os visitantes a prolongar sua permanência
dentro da E.Eco. e a realizarem novas visitas. Outra necessidade que seria suprida

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com o roteiro é a de auxiliar também na promoção do local, que não possui pouco
material publicitário.

Metodologia

O roteiro interpretativo autoguiado que esse artigo se propõe a apresentar é o


resultado da proposta de uma atividade interpretativa para a E.Eco., iniciada no
decorrer da disciplina Interpretação Geoambiental, e que teve continuidade a partir da
possibilidade de implantação e posterior avaliação do mesmo.
A E.Eco. ainda não realiza nenhum tipo de atividade interpretativa; as
caminhadas ecológicas foram elaboradas sem a preocupação de serem temáticas,
organizadas ou diferenciadas. Apesar de entender que também seria importante
desenvolver uma trilha interpretativa guiada de forma a enriquecer ainda mais o
trabalho dos monitores da E.Eco, verificou-se a necessidade de primeiro atender aos
visitantes de férias e finais de semana.
Definidos público-alvo e o meio interpretativo a ser utilizado, o próximo passo
foi a definição do percurso a ser trabalhado. Pensou-se nas próprias trilhas que esses
visitantes normalmente percorriam em seus passeios e que também correspondem às
trilhas utilizadas pelos monitores nas caminhadas ecológicas. Assim, foi realizado um
primeiro campo na área para o levantamento de suas potencialidades naturais,
paisagísticas, educativas e recreativas, considerando as características físicas da
trilha como declividade, grau de dificuldade, extensão e diversidade paisagística como
elementos definidores desse percurso.
Novas visitas à área foram feitas para levantamento dos tópicos, que são idéias
mais amplas do que poderia ser abordado na trilha. A partir do desenvolvimento do
tema interpretativo, foram estabelecidos os pontos de parada e, em seguida, iniciou-se
a confecção do roteiro, propriamente. Nesse momento, surgiram novas preocupações
como a adequação da linguagem ao público-alvo estabelecido e a clareza e a forma
com que as informações seriam passadas aos visitantes. Em seguida, foram
estudados formatos, com o objetivo de facilitar o manuseio e leitura do roteiro, e a
disposição e quantidade de textos e ilustrações ao longo do mesmo.
Posteriormente, foi necessário realizar novos encontros para discussões e
releituras do roteiro. No decorrer dessas reuniões, este passou por diversas
adaptações, principalmente em relação à linguagem, à forma de apresentação das
informações e a disposição dos textos ao longo do mesmo.

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Resultados e Discussão

O roteiro foi confeccionado para uma trilha de formato circular, com 1,3 km de
extensão e dificuldade média (porque alguns trechos são íngremes), destinada a um
público em geral. No entanto, recomenda-se para crianças de 10 a 15 anos, que
estejam acompanhadas por um adulto. Devido à extensão, a trilha não é recomendada
para crianças menores de 10 anos. A duração da atividade é de aproximadamente
01:30 h.
Os visitantes, ao chegarem na E.Eco. pela portaria, serão instruídos pelos
vigias a se direcionarem à Sede onde receberão o roteiro autoguiado e informações
sobre a visitação na área. O funcionário que recepcionar os visitantes os direcionará
para o início da trilha, que está localizado em frente à Área de Convivência da E.Eco.,
para que os visitantes conheçam a área de lanche que poderão utilizar para descanso,
após a caminhada na trilha.
Abaixo, é apresentado o mapa da trilha com a localização dos oito pontos de
parada indicados no Roteiro Autoguiado Trilha do Homo pensates.

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Seu objetivo principal é procurar sensibilizar os visitantes para a necessidade
de uma reflexão sobre o uso dos recursos naturais. O roteiro aborda, além da história
da área que hoje é ocupada pela E.Eco, as diversas relações entre os homens e os
recursos naturais destacando os diferentes impactos daí resultantes. Nesse sentido, o
Tema Interpretativo proposto para a trilha é “Os homens têm a opção de degradar ou
preservar. Cabe a cada um de nós optar pelo que será melhor para nós mesmos e
para a natureza”.
Os tópicos abordados a partir do Tema Interpretativo são: o conhecimento da
história para a valorização do patrimônio; o embate preservação x degradação; o
homem e sua relação com a natureza, o Eucalipto e a comercialização da natureza e a
produção de lixo. Para a elaboração do roteiro e a definição das paradas ao longo da
trilha, o tema interpretativo foi desenvolvido da seguinte forma:

1. Precisamos conhecer a história para valorizarmos nosso patrimônio


1.1. Havia várias fazendas na cidade de Belo Horizonte. Grandes ou pequenas
possuíam áreas de pastagens e cultivos que tomaram o lugar das matas.
1.2. Com o crescimento da cidade de Belo Horizonte, as fazendas deram lugar às
novas construções.
1.3. Na área da “Fazenda Dalva” foi criado um orfanato: o Lar dos Meninos Dom
Orione. O orfanato é transferido e a área passa a ser de propriedade da
UFMG.
1.4. Abandonada, negligenciada e altamente impactada, a mata desperta a
atenção de diversas pessoas para a sua conservação. Então, foi criada a
E.Eco., para o desenvolvimento de pesquisas, extensão universitária e
preservação da natureza e do patrimônio.

2. O homem sempre se apropriou da natureza para seu benefício.


2.1. Os índios utilizavam os recursos da natureza de forma harmônica. Os
indígenas aprenderam com a própria natureza e usavam, por exemplo, o
óleo da Copaíba para tratar dos ferimentos em suas disputas intertribais.
2.2. Alguns animais como a onça, por exemplo, já conheciam as propriedades
cicatrizantes do óleo de Copaíba. Foi a partir da observação desses animais
que os Índios aprenderam a aproveitar esses recursos naturais.

3. Ainda hoje, o homem utiliza a natureza para seu benefício, mas os interesses são
outros.

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3.1. Os valores econômicos se sobrepõem ao “bem natureza”.
3.2. O conhecimento do homem é usado para manipular e comercializar os
recursos naturais. Muitas áreas de matas nativas são derrubadas para o
plantio de monoculturas de Eucalipto para produção de papel, carvão e
diversos produtos.
3.3. A expansão dos centros urbanos provocou uma grande mudança na
organização do espaço. As matas deram lugar às inúmeras construções
típicas do ambiente urbano.
3.3.1. A natureza perde lugar frente às ações antrópicas, ficando sempre
subordinada aos interesses humanos.
3.3.2. O primeiro impacto dessas ações é o visual: que tipo de mudanças
são notáveis na paisagem urbana de Belo Horizonte ao longo dos
anos?
3.3.3. Como se dá a relação homem-natureza atualmente?

4. O mesmo conhecimento poderia ser empregado para conciliar preservação e uso


sustentável dos recursos disponíveis. O homem poderia reaprender com a própria
natureza a se relacionar com o meio ambiente.
4.1. A Lobeira e o Lobo-guará são amigos. A Lobeira ajuda o lobo fornecendo-lhe
alimento e ele a ajuda dispersando suas sementes.
4.2. O homem também pode ajudar a natureza, utilizando seus recursos de
forma sustentável. Assim ele poderá ajudar e ser ajudado. Mas o que ele
tem feito?

5. O homem retira matéria-prima do ambiente, a transforma e devolve ao meio um


produto de qualidade questionável.
5.1. Desde a época da “Fazenda Dalva” há resquícios de um antigo bota-fora
existente no local. A própria Universidade despejava restos de construção
quando a área da E.Eco. ainda não era uma área de preservação.
5.2. Apesar de conhecer os impactos decorrentes do lixo porque continuamos a
jogá-lo na natureza?

6. Muitas vezes é preciso que aconteçam grandes perdas para que passemos a
valorizar e a cuidar.
6.1. Há 15 anos havia uma lagoa que além de servir de abrigo a diversos seres
vivos, era usada como área de pesquisa.

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6.2. A expansão dos bairros e empresas da região provocou o seu
assoreamento.
6.3. A recuperação de uma lagoa é um processo lento e muito caro. Há poucas
possibilidades da antiga lagoa da E.Eco. ser recuperada.
7. Será que o homem somente prejudica a natureza? Os efeitos de suas ações
negativas no meio podem ser revertidos? Ou evitados?
7.1. Apesar de toda destruição, existem áreas naturais que protegem espécies
vegetais e animais e ainda oferecem possibilidade de lazer à população.
7.2. A E.Eco., uma área preservada inserida no meio urbano, é uma alternativa
de lazer e Educação Ambiental.
7.3. O que é mais importante: a E.Eco. para você, ou você para a E.Eco.? A sua
participação é essencial para que áreas de preservação como a E.Eco.
continuem a existir e para que você continue desfrutando de seus benefícios.

A seguir, é apresentado o desenvolvimento desses tópicos descritos


anteriormente da forma em que são apresentados ao longo do roteiro interpretativo.

Introdução: Área de Convivência


Texto: Bem vindo (a) Homo pensates!
A Estação Ecológica da UFMG – E.Eco. – é uma das poucas áreas de preservação
situadas dentro de uma área urbana, especialmente dentro do Campus de uma
Universidade.
Possui toda uma diversidade de fauna e flora, que você poderá contemplar durante
sua caminhada. No entanto, ser considerada uma área de preservação não quer dizer
que ela está protegida de toda ação humana.
Sabemos que podemos ser pessoas ativas na conservação do meio ambiente ou
simplesmente ser passivas e aceitar a degradação das áreas verdes.
Você está convidado, então, a percorrer a Trilha do Homo pensates e descobrir qual
caminho poderá percorrer para chegar à conservação dos recursos naturais.
Ao longo da trilha você encontrará algumas placas de madeira que irão te ajudar nesta
descoberta. Elas correspondem aos pontos de parada indicados neste roteiro. Além
dessas, existem outras placas com setas indicando o caminho que você deverá seguir.
Portanto, atenção quando encontrá-las ao longo da trilha.
Bom passeio!

1a Parada: Ruínas do Lar dos Meninos Dom Orione


Tópico abordado: Precisamos conhecer a história para valorizarmos o patrimônio.

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Texto: Vasculhando o passado dessa área de preservação...
Há 60 anos, onde hoje é a cidade de Belo Horizonte, existiam várias fazendas.
Grandes ou pequenas, elas foram, aos poucos, roubando o lugar que antes era
ocupado pelas matas e pelo cerrado. Isso aconteceu também na área onde hoje está
a E.Eco.. No passado, toda a área da UFMG pertencia à Fazenda Dalva.
Aos poucos, com o crescimento da cidade, as fazendas que restaram foram sendo
desapropriadas para ceder lugar a novas construções. No ano de 1944, o então
Prefeito Juscelino Kubistcheck doou a área da antiga Fazenda Dalva para a criação do
orfanato Lar dos Meninos Dom Orione.
Na E.Eco. ainda podem ser vistos importantes testemunhos dessa época, como a
Olaria, que funcionou por mais de 10 anos, fabricando tijolos e telhas para o mercado
da construção de Belo Horizonte. Aqui onde você está agora, funcionou o dormitório
onde os meninos carentes eram acolhidos, educados e catequizados. Também neste
local foi encontrado um pedestal erguido na inauguração do Lar em 1944, em
homenagem ao prefeito Juscelino Kubistcheck.
Anos mais tarde, na década de 70, a área passou a pertencer à UFMG. No início, o
local funcionou como depósito de entulho. Em alguns pontos da E.Eco, que você vai
percorrer mais tarde, é possível observar os sinais dessa época.
Tal descuido com a área chamou a atenção de diversas pessoas para a necessidade
de sua conservação. Então, em 1989, com a mobilização desse grupo de pessoas, foi
criada a E.Eco.

2a Parada: Copaíba
Tópico abordado: O homem sempre se apropriou da natureza para seu benefício.
Texto: O Homo espertus sempre usou os recursos naturais.
Apesar do histórico de ocupação da área onde hoje está a E.Eco., muitas espécies
vegetais ainda testemunham uma época em que a mata era predominante. Um dos
sobreviventes é essa árvore: a Copaíba.
A Copaíba ou Pau d´Óleo, como é popularmente conhecida, é uma espécie curiosa.
Você sabe por quê?
Ela produz um óleo que era utilizado pelos indígenas em suas disputas intertribais.
Através da observação de alguns animais, como a onça, por exemplo, que já
conheciam as propriedades cicatrizantes do óleo da Copaíba, os índios aprenderam
com a própria natureza como aproveitar de forma positiva seus recursos.

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Ao longo de nossa história sempre procuramos desenvolver novas formas de
aproveitar os recursos naturais.
Mas é importante refletirmos um pouco a respeito destas estratégias.
Será que estamos pagando um preço justo por este uso???

3a Parada: Eucalipto
Tópico abordado: Ainda hoje, o homem utiliza a natureza para seu benefício, mas os
interesses são outros.
Texto: O Homo espertus espertus comercializa os recursos naturais.
Ainda hoje, utilizamos a natureza para nosso benefício, e isso sempre irá ocorrer. No
entanto, os nossos interesses mudaram muito. Atribuímos valor econômico aos
recursos naturais, fazendo com que o “bem natureza” seja colocado em segundo
plano.
Devido às riquezas que geramos através da exploração crescente da natureza, muitas
vezes preferimos utilizá-la de forma indiscriminada. Esse domínio sobre a natureza só
foi possível através do aumento do conhecimento humano a respeito das técnicas de
exploração dos recursos.
Mas será que esse conhecimento trouxe para nós somente benefícios?
Uma cena comum, atualmente, é a derrubada de vegetação nativa para o plantio de
monoculturas de eucalipto, nativo da Austrália, para produção de papel, carvão e
diversos produtos.

4a Parada: Mirante
Tópico abordado: A expansão dos centros urbanos provocou uma grande mudança na
organização do espaço. As matas deram lugar às inúmeras construções típicas do
ambiente urbano.
Texto: O Homo urbanus ocupa seu território...
Uma das conseqüências do “ganho” de conhecimento resultante da exploração
desenfreada dos recursos naturais é a transformação radical do ambiente natural em
construído. A natureza perde cada vez mais o seu lugar frente às ações humanas,
ficando sempre subordinada aos nossos interesses.
Um dos produtos dessa mudança, você pode observar bem daqui desse mirante.
Observe o contraste que existe entre o local onde você está agora e a paisagem que
se descortina diante dos seus olhos.
Assim como aconteceu em várias partes de Belo Horizonte, a mata e o Cerrado que
ainda existem aqui dentro cederam lugar às inúmeras construções típicas do ambiente
urbano. Sabemos que é necessário que as cidades cresçam. Mas, muitas vezes,

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ocupamos vastos territórios sem ao menos pensar na vida vegetal e animal que ali
podia existir...
Talvez fosse melhor que o homem continuasse a aprender com a natureza como usá-
la de forma mais adequada...
Precisamos repensar: como é a nossa relação com o meio? Será que não poderia
ser diferente?

5a Parada: Lobeira
Tópico abordado: O homem poderia reaprender com a própria natureza a se relacionar
com o meio ambiente.
Texto: ... e o Lobo-guará usa seu território para ajudar a natureza.
Essa árvore é chamada Lobeira, e pode nos ajudar a repensar a nossa relação com a
natureza. Ela fornece alimento para o Lobo-guará, animal nativo do Cerrado brasileiro,
mas que há muito tempo deixou de ser visto por aqui.
Lobeira e Lobo-guará mantêm uma relação de cooperação: ela fornece alimento para
o lobo durante todo o ano (mesmo na época de seca) e o Lobo-guará coopera
espalhando suas sementes através de suas fezes.
Não poderia ser assim entre os homens e a natureza?
Se utilizássemos nossos conhecimentos para conciliar conservação e uso sustentável
dos recursos disponíveis, nós colaboraríamos com a natureza e nossos benefícios
seriam ainda maiores. Mas o que temos feito?

6a Parada: Trilha do Lixo


Tópico abordado: O homem retira matéria-prima do ambiente, a transforma e devolve
ao meio um produto de qualidade questionável.
Texto: O Homo productoris impactantes:
Nós retiramos a matéria-prima do ambiente, a transformamos e devolvemos ao meio
um produto de qualidade questionável. Isso não acontece só hoje. A própria
Universidade despejava restos de construção quando o espaço da E.Eco. ainda não
era uma área de preservação. O lugar onde você está agora foi um desses locais de
descarte de lixo. Boa parte desses resíduos está aqui desde a década de 70.
Apesar de sabermos dos problemas causados pelo lixo, por que continuamos a jogá-lo
de forma indiscriminada na natureza?

7a Parada: Lagoa Assoreada


Tópico abordado: Muitas vezes é preciso que aconteçam grandes perdas para que
passemos a valorizar e a cuidar.

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Texto: O Homo desatentus:
Muitas vezes, nós não estamos atentos para as mudanças à nossa volta e é preciso
que aconteçam grandes impactos para que aprendamos a valorizar e a cuidar.
Olhe ao seu redor. Você acredita que aqui onde você está agora era uma
lagoa??? Há 15 anos atrás era local de estudo para vários universitários, que vinham
fazer suas coletas em barcos.
A lagoa deixou de existir, em parte, devido à expansão dos bairros e empresas da
região. A água da chuva que chegava à lagoa vinha carregada de sedimentos, o que
provocou seu assoreamento. E nós, podemos fazer alguma coisa diante disso?

8a Parada: Bosque do Sossego


Tópico abordado: Será que o homem somente prejudica a natureza? Os efeitos de
suas ações negativas no meio podem ser revertidos? Ou evitados?
Texto: Ser o Homo pensates!
Será que somente prejudicamos a natureza? Os efeitos de nossas ações
negativas no meio podem ser revertidos? Ou evitados?
Faça o exercício do olhar... observe à sua volta... O que vê?
Apesar de toda a destruição, ainda existem áreas que preservam espécies vegetais e
animais e oferecem possibilidades de lazer saudável a todos. Inserida no meio urbano,
a E.Eco. possui grande importância pelo seu trabalho de Educação Ambiental e por
ser uma área de lazer, preservação e de pesquisa. Mas, o que é mais importante: a
E.Eco. para você, ou você para a E.Eco.?
Há alguns pontos atrás falamos em cooperação. Lembra da Lobeira e do Lobo-
guará?... A E.Eco. não precisa do Homo espertus espertus, do Homo productoris
impactantes e muito menos do Homo desatentus. A sua participação Homo pensates,
é essencial para que áreas de preservação como a E.Eco. continuem a existir e para
que você continue desfrutando de seus benefícios.

Fechamento da trilha.
Depois de toda essa caminhada na mata, você agora faz parte da equipe da E.Eco..
Contamos com sua ajuda na preservação da nossa fauna e flora. Assim que terminar
sua caminhada, passe na Sede para conversarmos sobre suas experiências aqui!

Conclusão

O projeto se encontra, atualmente, em fase de implantação (em caráter


experimental). Foram implantados dois tipos de placas de madeira, um que indica os

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pontos de parada do roteiro autoguiado e outro que sinaliza o percurso da trilha. Além
disso, pretende-se realizar um treinamento para preparar os vigias para a recepção
dos visitantes, uma vez que será através destes que os visitantes terão um primeiro
contato com a E.Eco.. Assim, acredita-se que esses funcionários cumprem um
importante papel na recepção e estímulo inicial dos visitantes para a atividade e que,
portanto, é necessário que estejam preparados para recebê-los.
A princípio, a trilha autoguiada será feita em Novembro de 2006 por alguns
visitantes já cadastrados na Estação Ecológica, que serão convidados para participar
da avaliação do roteiro. Pretende-se avaliar a eficácia deste em relação à clareza das
informações repassadas aos visitantes; à forma com que essas informações lhes são
transmitidas; à linguagem utilizada; à facilidade de leitura, compreensão dos tópicos
propostos e de manuseio do mesmo. Para dar apoio a esta primeira avaliação, foi
elaborado um roteiro para entrevistas semi-estruturadas direcionadas aos grupos
participantes da atividade que a responderão em conjunto através de conversas
informais registradas por escrito. Após essa coleta de dados, eles deverão ser
analisados através da técnica de análise de conteúdo.
Desta forma, acredita-se que o projeto, concebido como um novo instrumento de
trabalho da E.Eco., pode contribuir para uma maior diversificação das atividades nela
desenvolvidas habitualmente.

Agradecimentos

À Estação Ecológica da UFMG, pela possibilidade e incentivo em dar continuidade ao


projeto desenvolvido.
À Professora Valéria Amorim pela orientação e dedicação ao trabalho.

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