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Do Original:
Secret Sources of Power
Rediscovering Bible Points of Power
2
Agradecimentos
Os autores gostariam de agradecer às suas
famílias, que foram pacientes, e à sua equipe, que foi
diligente durante a elaboração e publicação deste livro.
Endossos
É revigorante ter um livro escrito por pai e filho.
Em nossos dias, Deus está unindo a sabedoria
adquirida com a idade ao entusiasmo de homens mais
jovens de uma forma poderosa. As percepções são
práticas, inteligentes e essenciais desde que homens
e mulheres de Deus queiram crescer na natureza de
nosso Irmão Mais Velho e Redentor. Nestas páginas,
estão etapas fundamentais para a pureza e a piedade
em busca da maturidade.
Don Finto
Diretor da Caleb Company
Nashville,Tennesse
É um grande privilégio recomendar de todo o
meu coração este livro dos Tenneys recheado de
poder. Oro para que a dinamite da verdade contida
nestas páginas venha a explodir nos corações e vidas
de multidões de pessoas, trazendo resultados de
transformação de vida.
Joy Dawson
Autora e professora da
International HiMr
3
Tommy Tenney repetiu o feito! Sua combinação
de histórias simples e percepções espirituais tornam
este livro acessível, útil e altamente instrutivo.
Em Fontes Secretas de Poder, Tommy ajuda-
nos a compreender a natureza do poder de Deus e
como esse poder está à nossa disposição hoje. A
Bíblia está repleta de admoestações contra o abuso do
poder que nos foi dado, e Tommy não mede palavras,
uma vez que utiliza um material bíblico de leitura
altamente pertinente com relação ao uso e abuso do
poder.
Trata-se de um livro magistral que tenho o
prazer de recomendar como uma leitura fácil,
arraigada nas escrituras e essencialmente importante
sobre como o poder de Deus enche a Igreja e alcança
o mundo.
Gerald Coates
Orador, autor e locutor
Quer ser livre, feliz, realizado e estar
convencido de que está na posição em que Deus
deseja que esteja? Se quiser, não conheço um ponto
de partida melhor do que a leitura de Fontes Secretas
de Poder.
C. Peter Wagner, Chanceler
Wagner Leadership Institute
Estou entusiasmado com este livro, Fontes
Secretas de Poder, por duas razões. Primeiro, ambos
os autores não têm simplesmente uma experiência de
anos de ministério, mas de muitas décadas de
caminhada com o Senhor, com o coração de um
verdadeiro Calebe pelo Reino de Deus. Segundo, a
combinação dos dois é uma maravilhosa união tanto
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de um mover vital do Espírito Santo hoje quanto da
preciosa sabedoria do que Deus realizou em gerações
passadas. Representa o encorajamento de Jesus para
que mestres tragam à tona "tanto o velho como o
novo".
É útil entender os alicerces de um verdadeiro
"Caçador de Deus" para compreender seu coração.
Aqueles que conhecem Tommy e seu ministério estão
bem conscientes de seu profundo amor pelas
verdades eternas da Palavra de Deus e pela Própria
Verdade eterna Jesus. Entretanto, o que muitos talvez
não entendam é a rica herança e formação de Tommy
tanto nas coisas do Espírito quanto na Palavra escrita.
Assim como a sabedoria, as percepções e a
experiência desses dois autores são inestimáveis, este
livro será estimado por todos aqueles que fazem a
seguinte oração: "Ensina-me teus caminhos, Senhor,
para que eu possa conhecer-te!"
Marc A. Dupont
Mande of Praise Ministries, Inc.
Ft. Wayne, Indiana
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Fontes Secretas de Poder irá levá-lo a
aplicações práticas na busca de Deus. Prioridades,
perdão e comunhão são pontos vitais que Tommy
discute nestas páginas. Você será enriquecido pela
"Palavra do momento".
Billyjoe Daugherty
Victory Christian Center
Tulsa, Oklahoma
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• Os autores falam da forte história de Marta e
Maria sem condenar qualquer uma das duas. Deus
precisa tanto de "Martas" como de "Marias" no nosso
meio. Esta revelação já vale o preço do livro.
• Muitos pregadores lerão o material sobre
perdão e poderão fazer uma série de pregações a
partir daí. Ao contrário da filosofia corrente do mundo,
a mensagem dos Tenneys para quem foi magoado é:
"Liberte seu ofensor”.
• A última jornada de submissão a Deus e à sua
vontade leva-nos ao altar, "mortos para o pecado e
para o eu, mas vivos para Deus". Quando lançamos
fora o "velho" e nos esvaziamos, tornamo-nos
candidatos para os desígnios mais sublimes e mais
gloriosos de Deus para nós - nossa vida, nosso
chamado, nosso ministério.
Como eu disse, adquira este livro! As pessoas à
sua volta ficarão perplexas com a sabedoria que você
adquiriu em tão pouco tempo. Mas nós, você e eu,
saberemos o segredo... Fontes Secretas de Poder.
Estamos em dívida com esta dupla formada por pai (T.
E) e filho (Tommy). Estou certo de que ouviremos
e leremos outras coisas deles. Espero que isso
aconteça logo.
Charles Green,Th.D., D.H.L., Litt.D.
Pastor fundador, Faith Church
New Orleans, Louisiana
Uma faca de dois gumes criada por pai e filho!
Aqui estão percepções de transformação de vida que
nos ajudam a alcançar o poder de Deus e, com isso,
golpear o inimigo.
Jane Hansen
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Presidente/Diretora-executiva, Aglow International
Muitas vezes não estamos conscientes do
poder de Deus que se encontra nas mais simples
verdades espirituais. Em Fontes Secretas de Poder,
Tommy Tenney e T. E Tenney tornam novas essas
simples verdades. Eles fazem com que nos
lembremos do poder ilimitado que está à nossa
disposição quando colocamos em prática todas as
instruções de Deus. Tommy é uma "carta viva" de tudo
que escreve. Os princípios que segue com tanto afã
virão à tona e irá fortalecê-lo enquanto estiver lendo
este livro!
Kingsley A. Fletcher
Pastor sênior, Life
CommunityChurch Research Triangle Park,
Carolina do Noilc
Esta é uma parceria de grande impacto pai e
filho pavimentando o caminho para o reavivamento.
Ambos são ministros apaixonados e inspiradores, e
servos escolhidos de Deus. Juntos, são capazes de
transpor abismos e brechas em termos de gerações e
denominações. Este simples fato traz consigo uma
poderosa mensagem! Acrescente a ele o rico conteúdo
de Fontes Secretas de Poder e você terá um material
inflamável para que o fogo de Deus incendeie seu
coração, sua família e sua igreja. Estes homens e
seus livros constituem outra dádiva vinda de Deus
para levar a Igreja espalhada pelo mundo inteiro ao
próximo nível espiritual.
Sérgio Scataglini
Presidente, Scataglini Ministries, Inc.
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Tommy Tenney apresentou-nos verdades
bíblicas com algumas percepções raras e sabedoria
divina, fazendo-nos lembrar do que é exigido daqueles
que estão vivos no poder de salvação de Jesus Cristo.
Este é um livro maravilhoso.
Dr. Ché Ahn
Presidente do Harvest
International Ministries
Maravilhoso! Novas percepções sobre
importantes tópicos. Embora outros tenham abordado
alguns desses temas cm seus escritos, nosso amigo
Tommy Tenney apresenta as profundas percepções
nascidas de um homem que é profundamente
apaixonado pelo próprio Senhor. Ninguém conseguirá
ler este livro sem alcançar um benefício significativo.
Danjuster
Diretor, Tikkun Mínistries, Inc. Gaithersburg,
Maryland
Este livro é uma lista de princípios que dão vida.
Página após página, Tommy Tenney ei E Tenney ha-
bilmente salientam as ferramentas que precisamos
usar para sermos perfeitamente livres em Cristo.
Ted Haggard
Pastor sênior, New Life Church
Colorado Springs, Colorado
Passei por momentos difíceis durante a leitura
de Fontes Secretas de Poder. Eu lia e chorava.
Desfrutava da leitura e adorava. Lia e arrependia-me.
Lia e orava. Lia e sentia tanta ânsia por saber o que a
Palavra tinha a me dizer sobre o assunto em questão
que não me importaria em ficar horas e horas
pesquisando.
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Lembro-me de haver pensado: “Mas o que isso
tem a ver com um livro de Tenney”?
No mesmo instante, a Voz familiar sussurrou-
me: "Esse livro é meu, tem tudo a ver!”
Fontes Secretas de Poder não é uma refeição
rápida que você engole enquanto leva a vida às
pressas. Não é um banquete espiritual epicurista.
Aperitivos convidativos, sopas substanciosas, pão que
acaba de sair do forno, carne de primeira lentamente
assada no ponto de derreter na boca, verduras
crescidas no quintal e vinhas amadurecidas, ervas
aromáticas que acabaram de ser colhidas, molhos
suculentos, colheita farta, frutas maduras e gostosas,
segurelhas passadas no mel, creme doce e saboroso,
água de poço artesiano bem gelada e o Vinho Novo de
uma vindima de 2.000 anos. Ainda com fome?
Dr. Rcba Rambo McGuire
Reavivalísta, Rambo McGuíre Ministries Nashville,
Tennessee
Sou um ávido anotador de sermões, mas, em
algum lugar, durante meu segundo culto com Tommy
Tenney, abandonei meu diário de anotador e, em vez
disso, decidi comprar a fita. Por quê? Não conseguia
acompanhá-lo. Tommy é o príncipe de citações que
podem ser citadas, resumindo mais verdade,
revelação e soltando comentários espirituosos fortes e
inesquecíveis que a maioria de nós, pregadores,
poderia mencionar em uma mensagem na íntegra.
Quando li Fontes Secretas de Poder, cuja co-
autoria é de seu pai, ficou evidente que dele pode ser
dito o que Jesus disse acerca de si mesmo: "Quem vê
a mim, vê o pai”.
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Devorei Fontes Secretas de Poder na primeira
vez que me sentei para lê-lo. A leitura deste livro
poderoso faz-se necessária tanto para novos
convertidos quanto para os maduros na fé. Cada
capítulo poderia ser um livro àparte. Mal posso esperar
pelo próximo trabalho dos Tenneys. Pai e filho são
extraordinários e estão abençoando ricamente os
cristãos com sabedoria, unção e intimidade com
Jesus, frutos colhidos de muitos anos de
contemplação da glória de Deus.
Judy A. Gossett
Adoradora, The River Vancouver, British
Columbia, Canadá
Sumário
13
capacidade de realizar ou agir de modo efetivo"
que surgem como princípios bíblicos são instituídos na
vida de homens e mulheres que estão comprometidos
com o Cristo da cruz.
Enquanto a mente humana percorre amarga
arenosa, a argila vermelha e o solo preto arável de seu
ambiente, ela, sem dúvida, assimila partes de cada um
deles. Onde foi possível, dei o devido crédito aos
autores e fontes. Reconheço que o que você lê aqui é
o resultado de minha experiência com Deus, pesquisa
pessoal e comprometimento com homens e mulheres
religiosos. Procurei dar o devido crédito quando as
fontes eram conhecidas. Entretanto, se deixei escapar
algo ao longo do caminho, por favor, entenda que essa
não foi minha intenção, mas, simplesmente, o
resultado de quase 50 anos de ministério e fruto de
fazer da obra e das palavras de outros uma parte
daquilo que sou... Um viajante em busca dEle, que é a
fonte secreta de poder.
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O uso e abuso que o homem faz do poder está
registrado em nossos livros de História, apresentado
como relíquia em nossos monumentos e "glamorizado"
em nossas lendas. É ensinado em nossas escolas e
sustentado em nossos púlpitos. Comerciais anunciam
que determinados produtos podem fortalecer-nos ou
alertam que a falta deles poderá nos deixar impotente.
Temos refeições energéticas, sonos revitalizadores e
barras de cereais energéticas - entretanto, mesmo
neste ambiente energizado, somos iludidos a respeito
do significado do verdadeiro poder.
Fontes Secretas de Poder irá levá-lo a uma
estrada pouco trafegada. Você redescobrirá que o
caminho para não é o que leva para baixo; que para
ter algo em mãos, é preciso soltá-lo; que para ser
cheio, é preciso esvaziar-se. Este caminho não é
fácil... Contudo, se você deseja um poder que não
esteja sujeito a circunstâncias e caprichos, este é o
único caminho!
PARTE I
O Poder de Livrar-se do Fardo
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desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do
trono de Deus (Hb 12.1,2).
CAPÍTULO 1
Livre-se do Peso da Vida e das Exigências
Opressoras de Outras Pessoas
Você já assistiu a uma corrida de cavalos?
Reparou no tamanho dos jóqueis? Os proprietários
fazem todo o esforço para reduzir o peso do seu
cavalo de corridas a um determinado padrão.
Estritamente ligado a isso está a sua busca,
evidentemente, por jóqueis leves e de baixa estatura.
O efeito deste "livrar-se do peso" é tão grande que, se
um jóquei for muito leve, logo os oficiais da corrida
consideram-no uma vantagem injusta! Eles pro-
videnciam uma algibeira especial cheia de pesos para
colocar na sela do ginete a fim de "equilibrar" a
corrida.
Paulo escreveu aos Hebreus, exortando-os da
seguinte forma: "Livremos-nos de tudo o que nos
atrapalha e do pecado que nos envolve, e
corramos com perseverança a corrida que nos é
proposta" (Hb 12.1).
Pergunto-me se alguns de nós estamos
tentando correr nossa corrida em Cristo ao mesmo
tempo em que levamos conosco malas abarrotadas.
Pior ainda, será que alguns de nós estamos titubeando
ao longo do percurso com uma pilha de bagagens tão
alta e desequilibrada que nem mesmo conseguimos
ver para onde estamos indo? Satanás faz tudo que
está ao seu alcance para sobrecarregar-nos com a
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bagagem do mundo e das complicadas inquietações
da vida. Deus, por outro lado, deseja que nos livremos,
em primeiro lugar, de tudo aquilo que jamais nos
concedeu. Ele promete ajudar-nos a levar nosso fardo,
mas só se este fardo for dEle:
Venham a mim, todos os que estão
cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei
descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e
aprendam de mim, pois sou manso e humilde de
coração, e vocês encontrarão descanso para as
suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu
fardo é leve (Mt 11.28-30).
Deus nos promete que não permitirá que
sejamos sobrecarregados além daquilo que podemos
suportar1. A vida está repleta de contradições e
complexidades, mas normalmente, existem dois tipos
de "peso" que vêm ao encontro de nossos ombros: o
peso que nos sobrevém por meio da vida, das
circunstâncias e de outras pessoas, e o peso que
acumulamos sobre nós mesmos.
1. Veja 1Coríntios 10.13
Não se Concentre nas Coisas que Você Não
Pode Mudar.
Sempre haverá pessoas ou coisas (como
políticas empresariais, regulamentos governamentais,
decisões de um tribunal ou decretos injustos de
zoneamento) que serão diretamente contrárias à sua
caminhada com Cristo. É provável que você não
consiga mudar muita dessas fontes de oposição sem a
intervenção de Deus. Se você se concentrar nelas,
deixará de se concentrar no Senhor. Inevitavelmente,
ficará cansado e fraco.
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Qual é a solução? Pense em Deus. Concentre
sua mente nele. Em vez de pensar nas coisas e
pessoas que estão contra você, mantenha sua mente
em Jesus Cristo e nas coisas de Deus. Se permanecer
"remoendo" as coisas que não pode mudar de pronto,
certamente acabará tendo um problema de acidez
(física e espiritual).
Seu Senhor sabe tudo sobre oposição. Ele a
suportou pessoalmente. O apóstolo Paulo seguiu suas
afirmações com relação à "livrarmos-nos de tudo que
nos atrapalha" com uma poderosa correção de
perspectiva:
Pensem bem naquele que suportou tal
oposição dos pecadores contra si mesmo, para
que vocês não se cansem nem desanimem. Na luta
contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o
ponto de derramar o próprio sangue (Hb 12.3-4).
Você consegue imaginar algo mais paradoxal
do que o fato de que o Cordeiro imaculado de Deus
levaria sobre si todos os pecados do mundo só para
salvar a raça humana e que, então, teria esses
mesmos seres humanos conspirando juntos para
matá-lo, que teria os líderes do povo judeu se
articulando com os líderes do mundo gentio para
chamá-lo de criminoso e assassiná-lo por meio da
execução em uma cruz? Ora, isto é uma contradição!
Contudo, Jesus Cristo a suportou por nós. Coloque
Cristo à sua frente e agüente firme ora, Cristo quer
que nos lembremos dele quando estivermos diante
das contradições e desafios da vida. Esta é a forma de
agüentar firme e não ficar esmorecidos ou com medo.
A Bíblia diz que, ao suportar a cruz, Jesus o fez "pela
alegria que lhe fora proposta" (Hb 12.2b). A alegria
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de Cristo foi, pelo menos, em dobro: Ele previu a
alegria de agradar seu Pai c previu a alegria de ver mi-
lhões de pessoas perdidas vindo para o Reino de
Deus.
A frustração com coisas que você não
compreende pode rapidamente oprimi-lo. Servimos a
um Deus que faz mundos virem à tona com uma única
palavra de comando. Ele não está obrigado a dar
explicações para as infindáveis perguntas que lhe
fazemos. Se a resposta não estiver em sua Palavra, e
se Deus não responde a uma pergunta por meio de
seu Espírito, resta-nos um "por que" sem resposta.
Davi pergunta "por que" pelo menos 29 vezes no livro
de Salmos, e Deus o chamou de "homem segundo o
meu coração; ele fará tudo o que for da minha
vontade" (At. 13.22b). Anime-se: você não é o
primeiro a ter a mente cheia de indagações. O maior
espaço no seu cérebro deve estar reservado para as
"Coisas que Não Entendo".
Às vezes, você tem de "livrar-se" de algum peso
antes de assumir outro. A vida fica difícil quando
valorizamos muito certas coisas que não podemos
mudar. A primeira coisa a fazer é ter certeza de que
não estamos carregando o peso de algum pecado em
nossa vida.
O sangue redentor de Jesus Cristo purifica-nos
de todo pecado. Ainda que estejamos dispostos a
livrarnos de todo peso, às vezes deixamos de
compreender o poder de Deus para esquecê-lo. Em
outras palavras, carregamos os efeitos do pecado
conosco quando, tecnicamente, esses não são mais
nossos para que os carreguemos. Depois que os
lançamos no "mar do esquecimento", eles continuam
19
tão reais em nossa vida quanto permitimos que sejam.
Devemos aceitar o total perdão de Deus e livrar-nos
de nossos pecados e fracassos de uma vez por todas.
Se o inimigo não pode envolvê-lo de um modo
evidente ou ilegítimo, tentando-o a cometer algum
pecado de comissão, então ele tentará envolvê-lo de
um modo "legítimo" por pecados de omissão. De
qualquer modo, nossos pecados são tratados por meio
do arrependimento. Alguém certa vez gabou-se,
dizendo: "Não preciso me arrepender!" Minha resposta
foi a seguinte: "Você precisa se arrepender por ter
esse sentimento de que não precisa arrepender-se”!
Livre-se de Tudo Aquilo que o Oprime.
Todo precisa de arrependimento. Ele é o dis-
positivo bíblico para que nos possamos "[livrar] de
tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos
envolve". Você "alcança seu verdadeiro eu" livrando-se
das fachadas e colocando de lado os pesos. De
acordo com uma edição lúbrica que contém
passagens comparativas de até 26 diferentes
traduções, lêem-se Hebreus 12.1 da seguinte forma
"Despojando-se de todo embaraço" (tradução de
Nuiliciham) ou "Deixemos de lado todo embaraço"
(tradução de Weymouth). Na tradução de Williams, ela
é um pouco mais forte: "Lancemos fora todo
impedimento." A tradução do século 20 diz:
"Deixemos de lado tudo o que nos atrapalha",
enquanto a tradução de Knox diz: "Livremos-nos de
tudo o que nos oprime."2 Algumas coisas na vida
podem não detê-lo, mas irão reduzir seu ritmo. O
inimigo sempre aceitará a segunda alternativa como
sendo a melhor. Se ele não pode impedi-lo de servir a
Cristo, então reduzir seu ritmo é a segunda melhor
20
opção. Se conseguir oprimi-lo o suficiente para fazê-lo
abandonar sua corrida, já conseguiu, pelo menos, uma
vitória parcial.
Vivemos em uma era de alta tecnologia, de
ritmo rápido, que não pára. Um século atrás, se você
perdesse a carruagem, teria outra no mês seguinte.
Hoje, se perdemos um avião ou uma chamada
telefônica, tememos que isto nos cause grandes
problemas por várias semanas. Nossos próprios
horários e agendas podem se transformar nos maiores
empecilhos de nossa vida.
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As crianças precisam aprender dois princípios
quando são ainda novas. Primeiro, elas precisam
aprender o princípio da disciplina: A vida não se
resume em fazer aquilo que queremos fazer, mas, sim,
em lazer aquilo que devemos fazer. Segundo, elas
devem aprender o princípio de estabelecer
prioridades: O relacionamento que você tem com Deus
é singularmente o mais importante em sua vida. O
segundo é com a família. O terceiro é com o seu
ministério e chamado. Devemos incentivar as crianças
e a nós mesmos a definir as prioridades de Deus e
discipliná-las para que as cumpram.
Prioridades inadequadas podem rapidamente
sobrecarregar-nos com deveres, compromissos e
projetos que estão além daquilo que cabe a nós. O
maior perigo é que "o temporal" ocupe o lugar do
"eterno".
Poucos problemas que acontecem na igreja
estão baseados em questões eternas. Os problemas
geralmente surgem de divergências sobre coisas
secundárias "temporais" ou não-eternas, tais como:
"meu dinheiro", "meu plano", "minha igreja", "meus
direitos...". Poucas reuniões na igreja tornam-se
controversas sobre questões relacionadas a falsas
doutrinas, mas inúmeras congregações se dividiram
após seus membros divergirem sobre decisões
secundárias com relação a despesas, decorações no
templo e até a posição dos cabides no vestíbulo!
Afaste-se para Orar ou Desfaleça
Somos propensos a ter mais "consciência do
problema" do que "consciência do poder". Talvez esta
seja a razão pela qual Jesus instruiu seus discípulos,
22
certa ocasião, a irem para um lugar à parte por um
tempo3. Se você não "se afasta por um tempo", então
pode "desfalecer por muito tempo". Jesus deixou-nos
o exemplo, reservando tempo para "livrar-se dos
fardos" na presença de seu Pai.
Satanás tem como sua prioridade afastar os
santos de Deus de suas prioridades. Ele faz o possível
para manter-nos tão focalizados em "coisas" que
esquecemos de passar tempo com Deus.
Conseqüentemente, somos movidos pela dúvida, pelo
medo e pela solidão. Faraó e os capatazes do Egito
tentaram destruir os filhos de Israel; em nossos dias, o
inimigo intensifica nossas responsabilidades "egípcias"
na expectativa de fazer o mesmo.
3.Veja Marcos 6.31.
23
Davi Reservou um Tempo para um Momento de
Oração Davi não sofreu um colapso nervoso nem
aceitou o peso desnecessário da culpa pessoal por
algo que não provocara ou não poderia mudar. Ele
disse: "Dê-me o manto de oração. Traga-me o velho
colete."4 Puseram-se debaixo daquele manto de
oração e disse a si mesmo: "Tenho de conversar com
Deus!" Você pode imaginar o que isto pareceu aos
seus soldados? Em meio ao puro caos e à ruína
emocional, este homem parou o que estava fazendo e
foi orar.
4. I Samuel 30.6-7.
25
fardos; outras se recusam a ajudar outrem com base
no conceito de que ninguém deveria ser um peso na
vida dos outros. A verdade está no meio destes dois
extremos, conforme descrito anteriormente na Palavra
de Deus. Cada um de nós deve levar a própria carga e
ajudar os outros que estão em necessidade. Naqueles
momentos em que nossa carga parece ser muito
pesada para carregarmos sozinhos, não devemos ser
extremamente orgulhosos para reconhecer isso e
pedir ajuda ao Corpo de Cristo.
Deus permite que certas coisas aconteçam em
nossa vida por causa de um propósito divino.
Sabemos que Ele não é o autor da doença, da
enfermidade, da morte ou do mal; além disso, também
sabemos que seus planos para nós sempre são
excelentes. Ele disse: "Porque sou eu que conheço
os planos que tenho para vocês”, diz o Senhor,
"planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar
dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro"
(Jr 29.11). No entanto, Deus permite que passemos
por dificuldades ou nos deparemos com desafios que
não são "pesos" para serem deixados de lado. São
vales pelos quais devemos atravessar com o Senhor
ao nosso lado.
Talvez alguém diga: "Estou subindo uma monta-
nha escabrosa." Seja agradecido! Se ela não fosse
escabrosa, seria quase impossível escalá-la, pois não
se pode escalar uma montanha lisa ela não tem
camadas de rochas às quais se agarrarem. As
mesmas coisas que julgamos terem sido enviadas
para destruir-nos, muitas vezes são providenciadas
para conformar-nos à imagem de Cristo. Elas surgem
em nossa vida para estabelecer nossa força espiritual.
26
Testes e provações muitas vezes aparecem em
nossa vida para ajudar-nos a nos lembrar de uma lição
crucial em nossa caminhada com Deus. Como você
saberá que "Aquele que está em você é maior do
que aquele que está no mundo" (1 Jo 4.4b), se não
vencer uma tentação por meio do poder sobrenatural
do Espírito de Deus que está em você?
O evangelho irá transformá-lo. Ele é o poder de
Deus para a salvação. Não fique mergulhado na
escravidão do que se conhece, deixando, com isso, de
perceber a presença de Deus bem à sua frente. Deixe
de ser uma vítima da "forma sem função", um membro
de uma igreja local que tem a aparência externa de
religiosidade, mas que nega o poder do Deus que
criou a Igreja.6
Desgraça ou Milagre? Siga o Espírito!
Alguns dos momentos mais embaraçosos na
vida de um ministro podem ser aqueles em que ele
tentou "repreender" alguma coisa e acabou
descobrindo que se tratava da atuação de Deus. A
forma sempre deve vir depois da função. Muitas
igrejas locais esperam que o Espírito Santo se
conforme a sua ordem de culto, aos seus horários
impressos ou às suas agendas preestabelecidas,
quando todas estas formas externas devem
acompanhar a liderança do Espírito. Muitas vezes, o
que consideramos ser o início de uma desgraça é, na
verdade, o início de um milagre! Isto acontece na
maioria das vezes em que deixamos de discernir o
tempo do Senhor. Há tempo para prender-se às coisas
e há tempo para abrir mão delas. Do mesmo modo, há
um tempo e uma época para "livrar-se do peso".
27
Jônatas fez uma aliança espiritual com Davi, e
os corações de ambos tornaram-se um. Contudo, ele
também tinha uma aliança física com seu pai. Ficou
dividido entre sua lealdade para com seu irmão
espiritual e seu pai biológico, o rei Saul. Em virtude de
haver seguido a carne, em vez de ao Espírito, a morte
antecipada lhe sobreveio.7 Ele não conseguiu discernir
a que se apegar e de que peso se livrar.
6. Veja 2 Timóteo 3.5
7.Veja 1 Samuel 31.2
CAPITULO 2
Livre-se dos Fardos e Obstáculos Auto-impostos
29
Deus criou cada um de nós para levar tipos e
tamanhos específicos de "cargas" na vida. Em todos
os casos, ele pretende que carreguemos na vida algo
além do que simplesmente "nossa carga". É a isto que
João se referia quando escreveu: "Nisto
conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a
sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por
nossos irmãos" (1 Jo 3.16). Esta é uma das formas
mais importantes pelas quais podemos demonstrar
que somos criados à sua imagem e semelhança, e
que somos cheios de sua presença.
O problema é que, se nos sobrecarregamos
com limitações, problemas pessoais e dilemas
financeiros auto-impostos, conseqüentemente Deus
nada pode acrescentar à nossa carga. Para ser
sincero, o Reino de Deus sofre quando somos tão
egoístas que não conseguimos tomar Sua Cruz e agir
como Ele age. Ele diz: Não posso pôr meu fardo
sobre vocês; irá esmagá-los. “Retirarei o ‘encargo
do Senhor de vocês.” A única forma pela qual
podemos receber seu encargo e realizar seu propósito
é O "encargo" do Senhor pode ser uma atribuição
divina a ser imposta por nós, um peso espiritual que
devemos carregar em nossas vidas descobrindo e
ativando o poder que há em livrar-se do peso.
Há coisas na vida que você deve simplesmente
optar por esquecer. É mais fácil lidar com um homem
que tem uma memória fraca do que com um homem
que não esquece as coisas com facilidade. Você já se
deparou com pessoas que não conseguem esquecer
ofensas que sofreram há décadas? Elas muitas vezes
não cedem porque permitiram que a amargura
30
decorrente de alguma ofensa verdadeira ou imaginada
encobrisse e corrompesse 20 ou 30 anos de sua vida!
O problema é que elas perderam a capacidade de
esquecer. Essas pessoas estão tão emaranhadas e
envolvidas em suas mágoas que nunca permitem que
Deus cure a ferida. Isto é o que o autor de Hebreus
chamou de peso ou pecado "que nos envolve1".
1.Veja Hebreus 12.1.
Livrar-se do peso é Tarefa Sua, e Não de Deus!
Muitas vezes, alguém diz: "Tenho pedido a
Deus que remova este peso, mas Ele não remove."
Você poderia dizer-lhe a verdade: "Não, Deus disse
que é você quem deveria fazê-lo. A Bíblia diz:
'Livremos-nos de tudo o que nos atrapalha' (Hb
12.1). A tarefa é sua, e não de Deus.”
Seja consumado (Daniel trouxe consigo o
encargo de sua nação em seu coração e orou até que
ouviu uma palavra de Deus), ou simplesmente uma
provação ou teste pelo qual devemos passar para
preparar-nos para outro dia. No entanto, não se
surpreenda se esta for a resposta: "Eu tentei, mas não
consigo...”
Deus não nos diria para livrarmos-nos de algo
se não fôssemos totalmente capazes de fazê-lo. Não é
que não podemos; É que não queremos.
Estabelecemos hábitos e impomos coisas a nós
mesmos que nada têm a ver com o evangelho.
Prioridades equilibradas são essenciais.
Algumas pessoas têm a tendência de consumir-se na
obra de Deus ao mesmo tempo em que, na verdade,
negligenciam seu relacionamento com Ele. Ficamos
tão ocupados em fazer as coisas de Deus que
31
sacrificamos nossa caminhada com Ele. Ninguém
estava mais disposto a fazer a vontade de Deus do
que seu Filho Jesus. Contudo, por mais que o inundo
inteiro estivesse perdido em trevas, a Bíblia nos diz
que Jesus "separou-se para descansar" ou afastou-se
das multidões para ficar sozinho por um tempo.2 Preci-
samos seguir seu exemplo, principalmente quando um
problema ou uma situação ameaça consumir nossa
vida.
É digno de nota que a primeira decisão
administrativa da liderança da igreja no Novo
Testamento tenha sido a de que os apóstolos, ou
aqueles que faziam parte do ministério de "apascentar
e liderar", precisaria dedicar-se à oração e à Palavra.
Eles designaram outras pessoas para prover às
necessidades diárias das viúvas. Delegaram a tarefa,
a fim de que ela não se tornasse um peso que os
impedisse de propagar a mensagem do evangelho ao
mundo.
Podemos ter certeza de que a pressão surgirá,
por vezes, mas sempre nos depararemos com a
mesma opção: pressão ou prioridades? Você jamais
chegará a uma dimensão do poder de Deus enquanto
não aprender como estabelecer prioridades e livrar-se
do peso. Muitas coisas na vida surgirão para impedi-lo
de atingir seu objetivo ou diminuir o ritmo de sua
caminhada. Todavia, o termômetro de Deus
permanece fixo; os rótulos em Suas garrafas não
mudam de acordo com as circunstâncias. Ele é "o
mesmo, ontem, hoje e para sempre" (Hb 13.8). Sua
prescrição para a saúde em tempos bons e difíceis
não mudou: "Antes de tudo, recomendo que se
32
façam súplicas, orações, intercessões e ações de
graças por todos os homens" (1 Tm 2.1).
2. Veja Mateus 14.23; Marcos 6.31,32, 6.47; Lucas 9.18 e João 6.15.
33
que pretensamente o levam à escravidão.3 Agrade a
Deus antes de agradar ao homem.
34
todo pensamento, para torná-lo obediente a
Cristo" (2 Co 10.5b).
41
sem a fraqueza e o pecado intencional. Deixe um
exemplo para as gerações futuras, liberando o poder
que há em livrar-se do peso hoje!
Em muitos exemplos, as coisas que toleramos
que sejam obstáculos e que nos derrotem estão
baseadas em erros imaginários ou simples
divergências que poderiam ser facilmente
solucionados. Certo homem relatou algo que
aconteceu em sua vida há 27 anos que o levou ficar
amargurado e ressentido com outra pessoa. Por quase
três décadas, ele viveu na miséria e amargura até que
a convicção de Deus levou-o a procurar o ofensor,
segundo ele. Este nada sabia sobre o incidente porque
nunca disse as coisas que, alegadamente, provocaram
a ofensa! Isto significava que, por 27 anos, este irmão
carregara, em volta de seu pescoço, o peso sufocante
de um incidente imaginário. Ele permitiu que a
amargura se alojasse em seu espírito ao não
conseguir deixar de lado o peso da ofensa.
Quando escreveu "Quem me libertará do
corpo sujeito a esta morte?" (Rm 7.24), o apóstolo
Paulo se referia a algo muito similar à experiência
deste homem que acabamos de expor. Você sabia que
a crucificação não era a pior forma de execução usada
pelos romanos? Os romanos foram além deste ato
hediondo. Prendiam o corpo de um homem morto ao
corpo de uma pessoa viva condenada à morte. Era
braço com braço, perna com perna, tronco com tronco,
e assim por diante. Então, o homem vivo era forçado a
carregar o cadáver com ele o dia todo até a putrefação
do corpo em decomposição infectar o corpo do homem
vivo, com o intuito de matá-lo.
42
Paulo estava dizendo: "Eu levava algo morto,
mas Deus arrancou-o de mim e salvou minha
vida." Deus arrancou os restos mortais de seus
pecados, fracassos e fraquezas do passado e
concedeu-lhe uma nova vida com um novo nome e
identidade. Por que carregar aqueles restos mortais
novamente? Você tem de livrar-se deles antes que
comecem a destruí-lo. Você não pode ser parte de um
novo mover de Deus ao mesmo tempo em que está
preso a um corpo putrefato do passado. Livre-sc dele
em Deus e permita que o Senhor o liberte dele para
sempre. Para que o novo homem viva em você, é
preciso que você esteja separado das coisas velhas
que o oprimem.
Não perca os anos de sua vida sentindo
amargura por uma velha ferida ou um incidente que
talvez nunca tenha acontecido. Se alguém o magoar
ao longo da vida, não permita que a ferida inflame. A
Bíblia instrui-nos a [concordar] com nossos
adversários rapidamente, o que significa que devemos
acertar as coisas rapidamente.7 Fiquemos Sentados a
Noite Toda, Mas Não Vá para a Cama com Raiva Este
é um bom conselho para amigos e casais. Resolvam
suas divergências com sinceridade e acertem logo
suas diferenças. "Apazigúem a sua ira antes que o
sol se ponha" (Ef 4.26b). Talvez você já tenha ouvido
estas palavras de casais cristãos maduros: "Nós não
discutimos, mas, às vezes, temos uma 'intensa
comunhão'." Um deles disse que seu casamento
durara 50 anos mais porque ele e a esposa firmaram
um acordo de jamais irem para a cama com raiva um
do outro. Em seguida, com um brilho nos olhos,
acrescentou: "É claro que houve alguns momentos em
que ficamos sentados a noite toda...". Trate das
43
diferenças e mágoas com sinceridade e rapidez.
Receba o poder para livrar-se do peso de ofensas e
mágoas, transferindo-o para Deus, afim de que você
possa ser curado e permanecer íntegro.
Todos os ministros do mundo não conseguirão
erguê-lo se você estiver sobrecarregado com os
problemas e limitações que impôs a si mesmo.
Lembre-se do que Jesus disse: "O meu jugo é suave,
e o meu fardo é leve" (Mt 11.30).
Mais cedo ou mais tarde, alguém irá desapontá-
lo ou abandoná-lo de alguma forma. Não permita que
esta ferida se transforme em amargura em seu
coração. Deixe-a passar, deixe-a de lado, livre-se dela
aos pés de Jesus.
Redescubra o "poder de livrar-se do peso como uma
criança". Jesus disse: "A não ser que vocês se
convertam e se tornem como crianças, jamais
entrarão no Reino dos céus" (Mt 18.3). O termo no
grego traduzido como "tornar-se" significa "tornar-se
continuamente". Em outras palavras, trata-se de um
processo contínuo e interminável. Sim, há uma
diferença entre ser infantil e ser como uma criança.
Assim como você pode ser "astuto como a serpente e
sem malícia como a pomba", pode ser "como uma
criança" e "maduro" ao mesmo tempo. Ninguém
deveria deixar de aprender depois de dominar o abe. É
preciso ainda um conhecimento funcional do abe para
se escrever uma tese de doutorado! Você nunca põe
de lado os princípios básicos; deve prosseguir em
Cristo "de glória em glória6”.
6.Veja 2 Coríntios 3.18.
44
A primeira epístola de João oferece-nos outro
segredo simples, porém profundo, do livrar-se do peso
que a chave para afastar o mundo de sua vida: "Não
amem o mundo nem o que nele há. Se alguém ama
o mundo, o amor do Pai não está nele" (1João
2.15).
Para que a Luz de Deus Brilhe, Não Ame o
Mundo
Temos de livrar-nos constantemente do nosso
amor pelo mundo para que manifestemos o amor do
Pai ao imundo. Este também é um processo contínuo
porque somos constantemente bombardeados pelas
tentações, atrações e distrações do mundo. A luz de
Deus em sua vida brilhará muito e levará os perdidos
de volta ao lar. Quase sempre dizemos que amamos a
Deus, mas demonstramos, por meio de nossas
escolhas, que amamos muito mais a nós mesmos ou
ao mundo. Defina suas prioridades e deixe que elas
reflitam Cristo como o primeiro amor e a primazia de
sua vida.
Não se surpreenda se Deus permitir que uma
pequena situação de crise o desafie de vez em
quando para ajudá-lo a manter um nível saudável de
dependência dEle. Afinal, Ele concedia aos filhos de
Israel o novo maná a cada dia, porém cuidou de fazê-
lo estragar caso fosse mantido por mais de um dia. A
questão que está por trás desta lição prática no
deserto era que Deus não queria que seu povo ficasse
por mais de 24 horas sem comprovar que suas
promessas eram verdadeiras.
Livre-se em Cristo de suas cargas e daquilo que
o envolve. Compartilhe sua crise com o Deus todo
45
poderoso, pois Ele é capaz de sustentá-lo e preservá-
lo. Se você não aprender a livrar-se em Deus de
situações de crise e problemas que vão e voltam, sua
mente e seu coração esmorecerão, e você logo
tropeçará.
Por fim, tenha este fato em mente: Às vezes,
temos de livrar-nos e desprender-nos de algo para que
Deus possa conceder-nos algo melhor e maior. A
Bíblia diz: "Sabemos que Deus age em todas as
coisas para o bem daqueles que o amam, dos que
foram chamados de acordo com o seu propósito"
(Rm 8.28). A primeira metade do versículo não
apresenta problema; entretanto, precisamos dar a
mesma atenção à segunda metade e lembrar-nos que
este é o nosso chamado, mas o propósito é de Deus.
Você está pronto e disposto a livrar-se do peso?
Não seja como algumas pessoas que ficam tão presas
aos seus problemas que não se dispõem a receber um
milhão de dólares por eles. Suas conversas estão
apimentadas de afirmações possessivas como: "Meu
problema de coração..." e "Meus problemas com meus
filhos..." Por que declarar os problemas? Toda esta
lamentação só serve para fazer com que o diabo saiba
que você está no terreno dele.
Até Jesus teve de livrar-se do peso da cruz por
um tempo. Simão carregou a cruz de Cristo por certa
distância. Se Cristo não conseguiu chegar ao seu
destino sem livrar-se do peso, você não conseguirá!
Ele se livrou do peso para que pudesse tornar a
carregá-lo e concluir seu percurso. Não deixe que as
pressões do momento retardem o destino futuro. Há
poder no livrar-se apropriadamente do peso! As 120
pessoas que se reuniram no cenáculo, conforme o
46
capítulo 1 de Atos, tinha muitas coisas a serem
descartadas, e parece que Jesus sabia disso. Ele dis-
se em termos específicos: "Eu lhes envio a
promessa de meu Pai; mas fiquem na cidade até
serem revestidos do poder do alto" (Lc 24.49). O
termo no grego traduzido como ficar significa "sentar-
se, acomodar-se e permanecer"7. O que exatamente
essas pessoas faziam no cenáculo? Esperavam no
Senhor e livravam-se de toda noção preconcebida
sobre o que achavam que Deus faria. Deixavam de
lado toda mágoa que pudesse separá-las e destruir
sua unidade. O período de sete a dez dias que essas
120 pessoas passaram livrando-se de seu peso, em
oração e jejum, foi seguido por um enchimento
instantâneo do Espírito Santo! É tempo de visitarmos o
cenáculo novamente. Precisamos livrar-nos de todo
peso e obstáculo para que Ele possa encher-nos de
seu Espírito em poder e glória!
PARTE II
47
O Poder do Perdão
O perdão pode ser desnecessário entre seres
perfeitos, mas é vital para aqueles de nós que têm
inteligência suficiente para admitir que somos
imperfeitos. Parece que não conseguimos ajudar,
senão ofender, trair ou cometer erros contra Deus e
nossos semelhantes-mesmo em nossos "bons dias"
quando temos as melhores das intenções. Acima de
tudo, precisamos do perdão de nosso Criador para que
nos reconciliemos com Ele. Uma vez reconciliados com
Deus, Ele nos fala, por meio de parábolas e
mandamentos, que devemos estender aos outros o
mesmo perdão que estende a nós. Esta é uma tarefa
difícil para essas pessoas imperfeitas, mas há uma
fonte secreta de poder no perdão para aqueles que têm
olhos para ver e um desejo de obedecer.
CAPÍTULO 3
Perdão da Cruz para os Perdidos
Jesus disse: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem
o que estão jazendo" (Lc 23.34a).
Estamos diante de uma doença fatal para a qual
não há cura senão por meio do elixir milagroso de
Deus do divino perdão. Essa doença chama-se
pecado. O perdão é uma graça essencial de Deus. É
um dos componentes vitais da salvação. Sem perdão,
não há esperança para nenhum de nós.
Uma vez que recebemos a preciosa poção de
Deus vinda da cruz, ela deve permanecer em nosso
sangue, em nosso coração e em nosso estilo de vida.
Por esta razão, o perdão é um dos "frutos" que
48
autenticam o fato de que os cristãos são pessoas
transformadas.
Se tudo isto é novidade para você, uma
infinidade de milagres está à sua espera. Se você já
"está no caminho de Cristo" há muitos anos, é
provável que tenha um conhecimento básico acerca
do perdão. Talvez aqueles de nós cujo conhecimento
básico tenhamos gerado uma dose de confiança
excessiva sobre a questão do perdão devem "sair do
caminho" para que possamos, final começar a
compreender o tremendo poder do perdão. De certo
modo, foi uma multidão "ignorante" que se aglomerou
em volta da cruz no dia em que Jesus ergueu sua
fronte ensangüentada para orar. Essas pessoas eram
ignorantes em comparação a nós porque nós sabemos
muitas outras coisas sobre Jesus agora do que elas
em sua época. A multidão provavelmente não
percebeu que quando Jesus disse: "Perdoa-lhes", uma
tremenda liberação de energia e poder permeou o
universo e convergiu para a terra. A graça foi liberada
para realizar sua obra mediadora naquele instante.
Jesus, nosso Senhor, estava sofrendo uma
agonia excruciante na cruz do Calvário quando ergueu
os olhos para o céu e disse: "Pai, perdoa-lhes, pois
não sabem o que estão fazendo" (Lc 23.34). Talvez
devêssemos fazer a seguinte oração: "Pai, perdoa-
nos, porque sabemos exatamente o que estamos
fazendo e, mesmo assim, continuamos a fazê-lo."
Diferentemente da multidão reunida ao redor da cruz,
não podemos alegar: "Somos culpados por
ignorância”.
O Perdão Explodiu em Ambas as Direções na
Linha do Tempo da Humanidade
49
Graças a Deus por Jesus não estar
simplesmente falando aos profanos e aos perplexos
que se reuniam ao redor da cruz há 2.000 anos. Essas
palavras que saíram da boca do Salvador explodiram
em "ambas as direções" na linha do tempo da
existência humana.
O perdão oferecido pelo Filho de Deus trazia
em si o potencial de perdoar e cobrir os pecados de
todos os seres humanos que viveram nas eras
anteriores à sua morte brutal na cruz do Calvário. Além
disso, transporlou-se desse momento histórico no
Monte sangrento, que ficava fora de Jerusalém, para
perdoar e cobrir todos os pecados do homem até a
segunda vinda vitoriosa de Jesus como Senhor dos
senhores e Rei dos reis. A única coisa a impedir que
esse milagre aconteça é a pessoa não querer admitir
sua necessidade de perdão e recusar receber Cristo
Jesus como seu Senhor e Salvador.
Não se pode impor o poder do perdão aos que
não estão dispostos a aceitá-lo, nem se pode forçá-lo,
por constrangimento ou diligência humana, a florescer
em corações humanos estéreis. O verdadeiro perdão é
um fruto exclusivo do céu. Revela-se na experiência
humana por meio de nossas condições incrivelmente
diferentes, como as pétalas de uma flor. Para
aprendermos sua lição, temos de encontrar a flor
perfeita na cruz do Calvário. É o auge das maiores
esperanças do mundo e o abismo de sua mais
profunda dor.
A cruz marca o lugar onde Deus, trajando as
vestes reais de uma carne humana maltratada, porém
sem pecado algum, e manchadas de sangue de um
condenado, atraiu e conquistou nosso amor com o
50
sangue de sua vida. É o lugar onde o poder divino
conteve sua força enquanto a graça operava seu
maior milagre. A história mais sublime de Deus é a
história da vitória de nosso Senhor na pungente cruz
do Calvário. É a "tese de doutorado" de Deus e a obra-
prima sobre o poder imensurável do perdão.Quando
Jesus disse "Perdoa-lhes...", as hostes do inferno
foram amarradas, e Satanás sentiu o primeiro arrepio
sinalizando sua miserável derrota. Dentro de três
horas, o sofrimento acabara e o Senhor Jesus
anunciou ao Pai que sua obra estava consumada1.
Mãos invisíveis seguraram o pesado véu trançado que
separava adoradores do Santo dos Santos no templo
e rasgou-o ao meio de cima a baixo - um feito
impossível para qualquer mortal.
A Misericórdia saltou do propiciatório celestial,
passou pelo Santo dos Santos vazio2 e pelo véu
rasgado do templo de Herodes e saiu a saltar e
rodopiar pelas ruas de Jerusalém para tocar um ladrão
arrependido que estava ao lado de Jesus. Em seguida,
alcançou e transformou o coração do centurião que
comandava os soldados romanos ao pé da cruz.
Continuaram a dançar de alegria rumo aos cemitérios
silenciosos de Jerusalém a fim de abrir vários túmulos
para que certos santos já falecidos pudessem
desfrutar de uma ressurreição antecipada e revisitar
seus comovidos entes queridos na cidade.3
A HISTÓRIA MAIS SUBLIME DE DEUS É A HIS-
TÓRIA DA VITÓRIA DE NOSSO SENHOR NA
PUNGENTE CRUZ DO CALVÁRIO.
O Santo dos Santos no templo de Herodes em
Jerusalém estava vazio. A arca da aliança e os
51
utensílios dos templos do passado perderam-se bem
antes dos dias de Jesus.
Por fim, a Misericórdia penetrou o inferno,
arrancou as chaves das mãos do próprio diabo e
ressurgiu triunfante, bradando: "Sou Aquele que
Vive. Estive morto mas agora estou vivo para todo
o sempre!" (Ap 1.18). Então, Jesus levou cativa a
escravidão e resgatou as chaves da morte, do inferno
e da sepultura.4 Será que podemos compreender que
o poder foi liberado no universo quando Jesus disse:
"Perdoa-lhes"?
Todos devem vir à presença do perdão, mas,
por que devemos examinar tais verdades básicas?
Porque é possível e provável que muitas pessoas que
estão nas igrejas ao redor do mundo desfrutem da
"cultura" da igreja sem serem transformadas por uma
experiência com Deus. Nada que possamos dizer ou
escrever pode tipificar ou descrever o poder de
transformação e purificação de Deus; A única forma de
experimentá-lo ocorre quando recebemos o perdão de
Deus e, conseqüentemente, o concedemos aos
outros. É aí, no perdão de Deus, que encontramos o
poder de uma nova vida, o poder da nova esperança e
o poder da nova alegria.
52
mundo presente de seus dias e o mundo que viria a
existir após seu retorno ao céu. Agora, 2.000 anos
depois de Jesus ter proferido essas palavras, somos
cobertos pelo perdão e indulto divino.
O dia em que Deus perdoou, a carne foi
afetada, os anjos foram afetados, o inferno foi afetado,
os demônios foram afetados e o próprio diabo foi
amarrado. Não importa quanto sua vida tem sido
terrível, o rio do perdão de Deus fluirá novamente para
os vales gélidos, pungentes e insensíveis de seu
coração quando você vier para a presença do perdão.
Quando há perdão, o inimigo de sua alma tem
de recuar sem que lhe seja dita palavra alguma. As
mãos dele estão amarradas, e ele não pode operar na
presença do perdão. O perdão coloca as algemas do
céu no próprio inferno.
Você já ouviu alguém fazer a seguinte pergunta:
"Como posso perdoar alguém que não pediu perdão?"
A resposta deve ser: "Peça a Jesus." Mostre-me um
homem ou uma mulher de joelhos ante a cruz do
Calvário, com os olhos voltados para o rosto do
Salvador em agonia, dizendo: "Perdoa-nos." De
acordo com os registros bíblicos de testemunhas
oculares, ninguém pediu perdão a Jesus naquele dia.
Isto simplesmente não aconteceu. No entanto, ainda
assim, Jesus disse: "Perdoa-lhes...”.
Ninguém pediu perdão. Ninguém discutiu a
questão. É provável que os soldados romanos,
insensíveis por causa das batalhas, que pregavam os
cravos, e os hipócritas religiosos de coração
empedernido, que entregaram o Senhor nas mãos
desses soldados para que ele fosse executado, pouco
53
tenha se importado se Jesus lhes perdoou ou não. O
termo perdão não apareceu entre os murmúrios que
eram comuns no momento da crucificação.
Perdão não é um Truque que nos causa arrepios
A cruz sempre deve lembrar-nos de que o
perdão não é algo de baixo preço. O que Jesus lhe
concede não é um truque para causar-lhe arrepios.
Não é um produto para corrida de resistência ou
alguma atitude mental positiva, aprendida em alguma
conferência, que possam capacitá-lo como uma
espécie de combustível moral. O tipo de perdão que
Jesus traz à nossa vida causa uma reedificação
radical do coração humano! Quando o perdão é
liberado, há um poder incrível. A mão de Deus rompeu
os limites de toda dimensão conhecida por meio do
poder de liberação quando houve o perdão de Jesus.
58
Este é o tipo de poder liberado por um simples
ato de perdão. Era a forma usada por Deus para
preservar a vida e a esperança daqueles que viviam
em escravidão no Antigo Testamento. Hoje, temos a
obra consumada da cruz e o sangue derramado de
Jesus, nosso Redentor. Este é o modo como o espírito
do céu usa o poder do perdão para remover o
esconderijo da atividade demoníaca das cavernas da
alma humana. Onde floresce o perdão, não há
ressentimento. Onde quase não acontece o perdão, o
ressentimento e o ódio prevalecem.
Há poder no perdão. Você se lembra da
parábola de Jesus sobre o homem que devia ao seu
rei dez mil talentos8? Os estudiosos estimam valores,
hoje equivalentes, amplamente variados, mas todos
concordam em que se tratava de uma quantia
extremamente alta a ser paga por qualquer
empregado9. Se fizermos uma estimativa mediana,
então esse servo devia ao seu rei 10 milhões de
dólares. É provável que sua renda mensal mais as
"bonificações" não pagassem nem os juros mensais
de tamanha dívida.
7. Veja Deuteronômio 15.1-18.
8. Veja Mateus 18.23-35.
63
liberado para o mundo quando Jesus orou: "Pai,
perdoa-lhes...”.
Você está à procura de esperança? Você está
desesperado à procura do elo perdido que irá libertá-
lo? Talvez você perceba que fora mantido em
escravidão e agora esteja pensando: Também mantive
outras pessoas em cativeiro. Agora os exércitos do
inimigo estão acampados ao meu redor. Como posso
dispersa-los?
O Espírito Santo está à sua espera para libertá-
lo, se você perdoar. Não deixe que os pretextos de sua
carne ou de sua mente desviem sua atenção daquilo
que é mais importante neste momento.
64
Se você precisa de ajuda, peça a Deus que o
ajude a perdoar e liberar as pessoas ou circunstâncias
que o feriram. Peça a Ele que lhe perdoe todos os
pecados e falhas em sua vida. Ele é fiel para perdoar
aos pecados. Ele diz: "Quem vier a mim, eu jamais
rejeitarei" (Jo 6.37).
Você foi perdoado no Calvário, se tão-somente
tomar posse do perdão de Deus. Faça-o agora e
experimente a doce libertação que vem quando o
Deus do céu lhe perdoa de uma vez por todas. Você
duvida de que é um cristão? Ele lhe diz: "Tome a sua
cruz e siga-me”11. Tudo começa com o mesmo primeiro
passo: Experimente o poder do perdão divino.
CAPITULO 4
Isto é entre Mim e Você
Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai
celestial também lhes perdoará (Mt 6.14).
Não seria maravilhoso viver em eterno
reavivamento e numa contínua colheita de almas para
Cristo? Poderíamos e deveríamos viver assim; mas,
entre outras coisas, temos de aprender a viver uns
com os outros em um espírito de perdão para que isso
possa acontecer. O perdão traz a unidade, que, por
sua vez, ajuda a trazer o reavivamento.
65
O poder de Deus é liberado todas as vezes que
perdoamos uns aos outros. Indivíduos, famílias, igrejas
e até cidades inteiras podem experimentar o
reavivamento quando há perdão. Jesus mostrou-nos
que, quando se perdoa com generosidade, uma
liberação estrondosa e, por vezes, espetacular de
poder vem contra o mal nas regiões celestiais. Os
principados e potestades tenebrosos do inferno são
neutralizados por esse derramamento de graça. O
apóstolo Paulo, em sua Epístola aos Colossenses, fez
uma descrição do triunfo do perdão do Senhor na cruz
e como esse perdão afetou-nos:
Quando vocês Deus os vivificou com Cristo. Ele
nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a
escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e
que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a
na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autori-
dades, fez deles um espetáculo público, triunfando
sobre eles na cruz (Cl 2.13-15, ênfase do autor).
A oração de Jesus "Pai, perdoa-lhes" liberou um
milagre de perdão que mudou o curso da História. Há
poder no perdão. A despeito da dor excruciante que
sentiu quando os soldados romanos perfuraram-lhe as
mãos e os pés com grandes pregos de ferro, Jesus
pensava no perdão. Quando sua morte finalmente
chegou, o perdão já era nosso, e o sangue de Cristo
havia comprado nossa liberdade por toda a
eternidade.
O poder do perdão divino arrebentou os portões
do inferno, abriu os túmulos frios dos mortos e
ressuscitou o corpo dos fiéis. O pesado véu no templo
foi rasgado ao meio de cima a baixo, e o próprio céu
foi aberto pelo sacrifício abnegado de Jesus. Mais uma
66
vez, tudo aconteceu porque Jesus orou "Pai, perdoa-
lhes", e sua oração foi atendida.
A Oração de Perdão de Jesus Liberou o
Poder de Deus
As palavras e atos de Jesus na cruz liberaram o
poder sobrenatural do perdão de Deus e colocaram
em ação uma seqüência divina de eventos:
1. Ele perdoou todas as nossas transgressões
ou dívidas. Ele também nos ensinou a orar: "Perdoa
as nossas dívidas, assim como perdoamos aos
nossos devedores" (Mt 6.12). Uma dívida é algo que
se deve legalmente. Talvez alguém legalmente ou de
acordo com os princípios de justiça e moral lhe deva
uma desculpa; porém, trata-se de uma dívida que não
será paga. O que você faz? Perdoe a essa pessoa de
qualquer forma.
2. Ele cancelou nossa sentença de morte ao
anular as leis e regulamentos que jamais poderíamos
cumprir e a infinidade de pecados que acumulamos.
Em seguida, tomou para si todos os documentos
concernentes a regras, a lista de nossas falhas e o
certificado de morte e pregou-os na cruz como algo
que devia ser crucificado e sepultado. Se as pessoas
não respondem ao perdão que você lhes oferece, o
problema é delas, e não seu. Ofereça, de qualquer
maneira, o perdão. Às vezes, temos de concordar com
a conhecida expressão "eu fiz a minha parte" em
questões como esta. Você é responsável por 50% da
decisão - a parte que perdoa e cancela.
3. Ele despojou os principados e as autoridades
ao perdoar nossas dívidas e pecados. O perdão
acabou com a diversão do inferno, e, ao perdoar aos
67
outros, você destroem os melhores planos que o
inimigo tinha em mente para destruir essas pessoas.
Você deseja o poder de Deus em sua vida? Ele
vem com o poder do perdão. Ao perdoar, você cancela
a dívida se expulsa o diabo. Como podemos declarar
que esta ali lute "expulsa o diabo"? Não estamos
alegando que o inimigo pode "ter" você, mas a Bíblia
deixa claro que há formas pelas quais ele pode
legalmente reclamar o direito de "pegar uma carona" e
atormentá-lo, caso haja ressentimento ou falta de
perdão em sua vida.
Jesus disse: "O príncipe deste mundo está
vindo. Ele não tem nenhum direito sobre mim" (Jo
14.30b, ênfase do autor). Satanás vive em trevas e
não pode ostentar a luz da glória de Deus. Ele trabalha
persistentemente para lançar uma pequena seta de
escuridão em seu coração na forma de ressentimento,
falta de perdão ou um espírito de amargura para com
uma outra pessoa. O apóstolo Paulo disse:
"Quando vocês ficarem irados, não
pequem." Apazigúem a sua ira antes que o sol se
ponha, e não dêem lugar ao diabo (Ef 4.26,27,
ênfase do autor).
Se vocês perdoam a alguém, eu também
perdôo; e aquilo que perdoei, se é que havia
alguma coisa para perdoar, perdoei na presença
de Cristo, por amor a vocês, afim de que Satanás
não tivesse vantagem sobre nós; pois não igno-
ramos as suas intenções (2 Co 2.10,11, ênfase do
autor).
A falta de perdão, de qualquer espécie, dá a
Satanás uma "posição" confortável de trevas que se
68
torna um meio ou uma via legal para atingir sua vida,
da qual ele pode aproveitar-se de você e tornar sua
vida um inferno. (A escuridão do pecado não pertence
a Deus; faz parte da esfera de Satanás). Ela dá "uma
lista descritiva" de sua vida a Satanás, para que ele
possa legalmente aparecer em suas "reuniões com
acionistas" e causar a destruição. Entretanto, o inimigo
vive na escuridão. Desde que você esteja cheio da luz
da presença de Deus, sem as trevas decorrentes da
falta de perdão, essa luz tem o poder de afastar e
repelir completamente Satanás de todas as áreas de
sua vida.
Toda discussão sobre o diabo e seu reino deve
ser conduzida sob a perspectiva de nossa nova
posição em Cristo. No livro de Efésios, foi-nos dito que
Deus "nos ressuscitou com Cristo e com ele nos
fez assentar nos lugares celestiais em Cristo
Jesus" (Ef 2.6).
Os principados e as autoridades do diabo não
estão "olhando de cima para nós"; somos nós, de
nossa posição espiritual em Cristo, assentados nos
lugares celestiais, que estamos olhando lá de cima
para eles. As forças da escuridão estão abaixo de nós
porque estão amarradas pelo poder do sangue do
Cordeiro, pelo nome de Jesus, pela Palavra de Deus e
pelo poder do perdão.
Somos Obrigados a Perdoar - Quer o Perdão Seja
Merecido ou Não
O perdão é a ferramenta de liberdade e poder
de Deus que está em suas mãos quando você se
sente emocionalmente amarrado e preso por
circunstâncias ou pelos delitos de outros. Deus
69
inspirou-nos com seu amor, e Jesus deu-nos o
exemplo supremo de perdão na cruz. Agora estamos
comprometidos com nosso Senhor no sentido de
estender o poder do perdão a outras pessoas quer
seja esse perdão merecido ou não. Esta é a forma
pela qual a obrigação segue a inspiração.
Assim como o perdão de Jesus despojou o diabo em
uma escala cósmica, o perdão que estendemos aos
outros nesta vida desarmará o inimigo nos
relacionamentos terrenos. Pense na última vez em que
você perdoou a alguém: Você consegue se lembrar da
tremenda libertação que sentiu naquele momento?
Você conhece cristãos que se perguntam por que se
sentem "amarrados" ou oprimidos? Eles muitas vezes
afirmam que não conseguem libertação alguma nem
fazem progresso espiritual algum. Talvez esses santos
estejam guardando pequenos ressentimentos em seu
coração. (É fácil fazê-lo e difícil admiti-lo.) A chave
para a vitória está em uma única decisão. Eles
precisam perdoar e libertar os outros para que o poder
do perdão possa ser liberado na vida deles.
O PERDÃO É UM DOS SEGREDOS MENOS
CONHECIDOS DA ORAÇÃO RESPONDIDA.
O perdão é um dos segredos menos
conhecidos da oração respondida. E uma chave vital
para exercer poder sobre principados e potestades.
Não temos escolha como seguidores de Cristo:
Devemos viver em um espírito de perdão. Dois irmãos
descobriram este segredo há muito tempo. Os filhos
gêmeos de Isaque, Esaú e Jacó, eram tão diferentes
quanto dois irmãos poderiam ser. Jacó trapaceou seu
irmão mais velho, Esaú, nas duas coisas mais
70
importantes da vida nos tempos bíblicos o direito de
primogenitura do filho mais velho como cabeça da
família e herdeiro de seus bens após a morte do pai e
a bênção especial do pai reservada para o
primogênito.
A única coisa que impediu Jeová de ser
conhecido como "o Deus de Abraão, Isaque e Esaú"
foi um guisado. Esaú desempenhou seu papel neste
acontecimento trágico, entregando-se aos seus
desejos carnais, em vez de valorizar o que realmente
tinha valor; entretanto, não há dúvida de que Jacó
trapaceou Esaú. Há menos dúvida ainda quanto ao
fato de que Jacó enganou seu pai Isaque e trapaceou
Esaú novamente roubando-lhe a bênção de Isaque.
Faíscas de fogo saíram dos olhos de Esaú, e Jacó
fugiu para não morrer. Anos mais tarde, Esaú saiu à
procura de Jacó com 400 homens. Jacó não tinha para
onde correr - exceto um lugar. Ele teve um encontro
com Deus que transformou sua vida e descobriu o
poder do perdão.
O Poder do Perdão Fez com que Esaú Procurasse
Jacó em Lágrimas
Quando finalmente encontrou-se com Esaú e
seu bando de homens, Jacó humilhou-se e curvou-se
até o chão sete vezes diante de seu irmão, buscando
o verdadeiro perdão e reconciliação. Havia algo
diferente em Jacó, e Esaú reconheceu isso. O perdão
que fluía de Deus por intermédio de Jacó literalmente
inundou o coração amargurado de Esaú e, no mesmo
instante, o transformou. A Bíblia diz que Esaú correu
ao encontro de seu irmão e abraçou-o em lágrimas1.
Somente o poder do perdão de Deus pode liberar esse
tipo de poder para transformar a vida de uma pessoa.
71
Em uma questão de segundos, o perdão
apagou 27 anos de ardente amargura e ódio! Não há
dúvida de que Esaú havia sido enganado e que Jacó
havia sido um impostor e um mestre na arte de
trapacear. Contudo, quando Jacó liberou perdão de
seu próprio coração, o céu inundou a vida de Esaú.
Seu pranto levou embora a amargura. Os três bandos
de homens de Jacó não puderam apaziguar Esaú,
nem os presentes que Jacó lhe enviara. No final,
somente o perdão pôde deter Esaú e pôr fim à
inimizade que perdurara por toda a vida de ambos.
1. Veja Gênesis 33.4
72
Egito; então, foi parar na prisão após ter sido
falsamente acusado. José recusou-se a falar sobre
seus "direitos" ou "erros" e, em vez disso, optou por
perdoar. Isto o qualificou para o favor e a bênção de
Deus, e José foi promovido a segunda maior posição
no Egito, como governador, abaixo apenas de Faraó,
aos 30 anos de idade.
Quando finalmente reencontrou-se com seus ir-
mãos, José tinha todo o "direito" de ficar amargurado e
ressentido (se é que isso existe). Eles o maltrataram e
enganaram seu pai, e José tinha o poder de ordenar
que fossem mortos naquele mesmo lugar. Em vez
disso, José escolheu perdoar-lhes e tornou-se um
salvador para toda a sua família. Quando viu seus
irmãos, não pôde controlar-se. Chorou tão alto que
toda a casa de Faraó ouviu seu pranto. O mundo
precisa saber que "a comunidade dos transformados"
sabe perdoar. Os perdidos e feridos ao nosso redor
precisam saber que há abundante perdão na casa e
na família de Deus.
A finalidade de Deus com o nosso perdão é
literalmente preservar e proteger a vida daqueles que
se aproveitam e abusam de nós, até que possam
voltar seu coração para Ele. Os irmãos de José
encheram-se de culpa, mas José pediu-lhes que se
perdoassem.
Ele disse:Agora, não se aflijam nem se
recriminem por terem me vendido para cá, pois foi
para salvar vidas que Deus me enviou adiante de
vocês. Mas Deus me enviou à frente de vocês para
lhes preservar um remanescente nesta terra e para
salvar-lhes a vida com grande livramento (Gn 45.5-
7).
73
Este é o caráter de Deus! É maior do que
qualquer "direito" que possamos ter. José nunca deu
qualquer evidência de que estivesse amargurado com
os maus-tratos que recebera de seus irmãos. Ele
adotou um estilo de vida perdoador.
Temos de Libertar Qualquer "Prisioneiro" do
Nosso Coração
Algumas vezes, pensamos que perdoamos a
alguém quando a verdade é que reservamos um
pequeno espaço especial, um recôndito de amargura,
no fundo do nosso coração, onde esperamos nunca
receber a visitação de Deus. Mantemos a pessoa que
nos ofendeu trancada nesse lugar secreto. Quando
estamos sozinhos, justificamos a nós mesmos
lembrando "o que tal pessoa nos fez há dez anos".
Então, mentalmente arrancamos o ofensor de lá e
"batemos nele" por alguns instantes.
Gostamos de dizer: "Oh, está coberto pelo
sangue", mas não é verdade. O diabo gosta de
esconder-se em nossos recônditos ocupados por um
espírito rancoroso, mas nem o diabo nem qualquer
demônio do inferno podem resistir ao perdão. O
"prisioneiro" que está em nosso coração tem de ser
libertado. Devemos perdoar e liberar o poder de Deus
em nossa vida.
O povo de Jerusalém fez o jogo do "agora
vocês estão perdoados, agora não estão" com
resultados desastrosos durante a vida e o ministério
do profeta Jeremias. O rei Zedequias prendeu
Jeremias por haver ele profetizado a queda de
Jerusalém ante a Babilônia quando a cidade estava
cercada pelos exércitos do rei Nabucodonosor e seus
74
aliados. Jerusalém deparou-se com adversidades
insuperáveis das quais não havia como escapar, mas
Deus tinha um plano que ainda se aplica ao seu povo
hoje.
Depois que Jeremias profetizou ao rei
Zedequias que a cidade cairia mas que ele viveria, o
rei decidiu observar a "lei de remissão" (descrita no
capítulo anterior). Convocou o povo de Jerusalém, e
eles fizeram um pacto para libertar todos os
compatriotas que eram escravos em suas casas.
Perdoaram todas as dívidas de seus irmãos e os
libertaram.
Perdoe e Invada o Campo do Inimigo com o Poder
de Deus
O rei da Babilônia e seus exércitos se retiraram
da cidade quando o povo de Jerusalém mostrou
misericórdia e estendeu o perdão uns aos outros2.
Parece que o perdão exercido pelo povo na terra, na
realidade, amarrou os propósitos de Satanás nas
regiões celestiais! Quando começamos a perdoar uns
aos outros, Deus invade o campo do inimigo com seu
poder.
Deus concedeu ao povo de Judá e de
Jerusalém uma última oportunidade para "acertar-se"
com Ele e "fazer o bem" uns aos outros. Se eles a
tivessem aproveitado, então o livro de Lamentações
jamais teria sido escrito. Infelizmente, depois que os
babilônios levantaram o cerco e se retiraram, o povo
de Jerusalém fez algo terrível. Quando eles estavam
sob o temor da morte, libertaram os escravos, mas,
quando o temor da morte se foi, voltaram a ser
egoístas, e Deus atentou para o fato. Tornaram seus
75
irmãos escravos novamente, provocando esta res-
posta de Deus:
Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Fiz uma
aliança com os seus antepassados quando os tirei do
Egito, da terra da escravidão. Eu disse: Ao fim de sete
anos, cada um de vocês libertará todo compatriota
hebreu que se vendeu a vocês. Depois que ele o tiver
servido por seis anos, você o libertará. Mas os seus
antepassados não me obedeceram nem me deram
atenção. Recentemente vocês se arrependeram e
fizeram o que eu aprovo: cada um de vocês proclamou
liberdade para os seus compatriotas. Vocês até fizeram
um acordo diante de mim no templo que leva o meu
nome. Mas, agora, vocês voltaram atrás e profanaram o
meu nome, pois cada um de vocês tomou de volta os
homens e as mulheres que tinham libertado. Vocês
voltaram a escravizá-los. Portanto, assim diz o Senhor:
"Vocês não me obedeceram; não proclamaram
libertação cada um para o seu compatriota e para o seu
próximo. Por isso, eu agora proclamo libertação para
vocês", diz o Senhor, "pela espada, pela peste e pela
fome. Farei com que vocês sejam um objeto de terror
para todos os reinos da terra" (Jr 34.13-17, ênfase do
autor).
Não Fique Remoendo Velhas Ofensas -Liberte
Seus Devedores para Sempre
Quando o povo de Jerusalém tornou a
escravizar seus irmãos e anulou seu perdão, os
exércitos de Nabucodonosor voltaram e deram a eles
exatamente o que tinham dado uns aos outros. Os
antigos "proprietários" foram levados para a Babilônia
como escravos enquanto seus antigos escravos
ficaram para trás para tomar posse de sua terra e
pertences. Quantas vezes esquecemos de um irmão,
76
ou irmã, em Cristo para ficar "remoendo" novamente
suas ofensas e tornar a fazer com que esse irmão, ou
irmã, seja escravo de nossa falta de perdão? Deus
ainda atenta para o fato.
79
Jesus basicamente disse: "Não, Pedro, você
não compreendeu o espírito que está por trás do
perdão. Você tem um 'coração que só sabe calcular'.
Não tente colocar uma fita métrica sobre o perdão e
sobre Deus. Você deve perdoar-lhes setenta vezes
sete, se necessário." Jesus continuou a "aumentar o
cumprimento da fita" que media o perdão até que
ninguém pudesse chegar ao final dela. Para perdoar a
alguém 490 vezes durante um dia de 16 horas, você
teria de perdoar-lhe a mesma ofensa 30 vezes por
hora ou uma vez a cada dois minutos. O perdão é um
trabalho de tempo integral! O perdão é um estilo de
vida. Não tente medi-lo. Deus é inflexível ao falar-nos
repetidas vezes em sua Palavra que devemos perdoar
aos outros. Você quer viver em liberdade e vitória?
Perdoe.
Perdoe.
Perdoe.
(E continue a perdoar).
PARTE III
O Poder por Trás do Trono
Filho do homem, erga um lamento a respeito do rei de
Tiro e diga-lhe: Assim diz o Soberano, o Senhor: "Você
era o modelo da perfeição, cheio de sabedoria e de per-
feita beleza. Você estava no Éden, no jardim de Deus;
todas as pedras preciosas o enfeitavam: sárdio,
topázio e diamante, berilo, ônix e jaspe, safira,
carbúnculo e esmeralda. Seus engastes e guarnições
eram feitos de ouro; tudo foi preparado no dia em que
você foi criado. Você foi ungido como um querubim
80
guardião, pois para isso eu o designei. Você estava no
monte santo de Deus e caminhava entre as pedras
fulgurantes. Você era inculpável em seus caminhos
desde o dia em que foi criado até que se achou
maldade em você.Por meio do seu amplo comércio,
você encheu-se de violência e pecou. Por isso eu o
lancei, humilhado, para longe do monte de Deus, e o
expulsei, ó querubim guardião, do meio das pedras
fulgurantes. Seu coração tornou-se orgulhoso por
causa da sua beleza, e você corrompeu a sua
sabedoria por causa do seu esplendor. Por isso eu o
atirei à terra; fiz de você um espetáculo para os reis.
Por meio dos seus muitos pecados e do seu comércio
desonesto você profanou os seus santuários. Por isso
fiz sair de você um fogo, que o consumiu, e reduzi você
a cinzas no chão, à vista de todos os que estavam
observando. Todas as nações que o conheciam es-
pantaram-se ao vê-lo; chegou o seu terrível fim, você
não mais existirá" (Ez 28.12-19).
CAPITULO 5
O Poder por Trás do Trono
Nações em guerra consomem grandes somas
de dinheiro e recursos em inteligência militar para
descobrir o máximo possível sobre seus inimigos. A
Igreja e o Reino de Deus estão em guerra contra
Satanás e seu reino de trevas de um modo limitado.
Limitado porque guerreamos contra um "inimigo
vencido" cuja sentença já foi decretada, e seu último
dia de liberdade, determinado por Deus.
Não precisamos elaborar uma operação de
inteligência militar porque Deus já sabe tudo sobre o
arcanjo criado por Ele, antes chamado de "Lúcifer,
81
filho da alvorada1”. Ouvimos, freqüentemente, a frase:
"Conhecimento é poder", e há verdade nessas
palavras. A Palavra de Deus contém informações e
conhecimento vitais sobre o diabo e seus caminhos.
Precisamos desse conhecimento para dominar com
eficiência seus planos impedidores na terra.
Reconhecidamente, o diabo não é digno de
auto foco e atenção que alguns lhe tem dado, mas
precisamos saber como deter seus caminhos
obsirutivos enquanto cumprimos os propósitos de
Deus. O conhecimento é uma das fontes secretas de
poder que Deus nos tem proporcionado. O apóstolo
Paulo demonstrou esta verdade no livro de Atos. Ele
tolerou as importunações de um espírito de
adivinhação até onde lhe foi possível, mas, por fim,
teve de deter e expor o espírito demoníaco por aquilo
que ele era e o expulsou da mulher que o havia
seguido por vários dias2. A maior arma do diabo é o
engano, e ele a usa de maneira habilidosa contra os
desavisados ou despreparados para o seu ataque. É
por esta razão que Paulo escreveu aos coríntios:
Se vocês perdoam a alguém, eu também perdôo;
e aquilo que perdoei, se é que havia alguma coisa para
perdoar, perdoei na presença de Cristo, por amor a
vocês, a fim de que Satanás não tivesse vantagem
sobre nós; pois não ignoramos as suas intenções (2 Co
2.10,11).
Alguém certa vez disse: "Atrás de um grande homem,
existe uma grande mulher - e uma surpreendente
sogra." Esta observação jocosa tem certo fundamento.
Você já ouviu a frase: "O poder por trás do trono"?
82
1. Veja Isaías 14.12
2. Veja Atos 16.16-18.
83
proscrito querubim rebelde era o verdadeiro poder que
estava por trás do trono.
Lúcifer foi ungido para adorar e exercia certo
nível de domínio sobre a economia e o comércio (o
que deve indicar-nos que a riqueza nem sempre é um
sinal do poder de Deus).
Um Poder Manipulou o Representante da Carne
Houve um verdadeiro rei de Tiro, que era um
homem perverso e conhecido por seu terrível orgulho
e crueldade. Seus feitos renderam-lhe a ira de Deus, e
o Senhor pronunciou desgraças e maldições sobre ele.
No entanto, no versículo 11, Deus desviou sua
atenção do representante da carne a fim de atentar
para o espírito de orgulho que se escondia por "trás do
trono". Ele falou diretamente com Lúcifer/Satanás, o
poder que estava manipulando e operando na vida do
rei terreno, e profetizou suas conseqüências e sua
queda.
Adolf Hitler ascendeu ao poder na Alemanha na
década de 1930 e, com êxito, planejou o assassinato
de milhões de judeus na tentativa de assumir o
controle do mundo na Segunda Guerra Mundial.
Outros como ele se levantou nos anos que se
seguiram. Milhões de supostos "inimigos do Estado"
foram secretamente "liquidados" na Rússia sob o
comando pessoal do líder soviético Joseph Stalin.
Mais recentemente, no país africano de Uganda, o
general Ide Amin derrubou o presidente de seu país e
iniciou um reinado de terror de oito anos. Massacrou
300 mil de seus compatriotas ugandenses antes de
uma força de invasão da Tanzânia forçá-lo a deixar o
país em 1979. Saddam Hussein tornou-se presidente
84
do Iraque naquele mesmo ano e conseguiu assassinar
um gigantesco número de pessoas, valendo-se de
armas químicas ilegais que haviam sido banidas por
todas as nações civilizadas do mundo.
Cada um desses homens fez coisas
incrivelmente perversas que trouxeram trevas para
todas as gerações, mas aqueles que puderam olhar
"além do trono" não tiveram dúvida sobre o verdadeiro
poder por trás de toda morte e destruição. Esses
homens serão responsabilizados por suas ações
diante do Todo-Poderoso, mas o verdadeiro poder que
motivou e fortaleceu seus atos de maldade em massa
veio de algo que estava por trás do trono. Mais uma
vez, o arcanjo decaído, Satanás, estava fazendo todo
o possível para destruir a maior criação de Deus e
separá-la do Criador.
Suas Ações Glorificam Aquilo que Satanás
Representa?
Satanás é atraído por qualquer atmosfera que
tenha uma ou mais de suas próprias características.
As pessoas não percebem que podem facilmente criar
uma atmosfera que o atraia fazendo coisas que
glorificam aquilo que ele representa.
Sabemos que podemos criar uma atmosfera
que atraia o Espírito Santo ou o entristeça e afaste. A
Palavra de Deus nos diz: "Entrem por suas portas
com ações de graças, e em seus átrios, com
louvor; dêem-lhe graças e bendigam o seu nome"
(SI 100.4). Quando rendemos graças ao Senhor, o
louvamos e bendizemos o seu nome, nós nos
encontramos em sua presença. É uma questão de
atitude.
85
Quais são as atitudes que propiciam um lugar
confortável a Satanás? Sabemos que as ações e
atividades do rei de Tiro criaram essa atmosfera
confortável para Satanás, de modo que ele passou a
morar atrás do trono do rei e o fortaleceu para cumprir
suas terríveis ordens.
Muitas das coisas terríveis que acontecem em
nossos dias não são simplesmente a obras da carne e
do sangue. Paulo advertiu-nos de que não lutássemos
na "linha de frente errada". Ele disse: "A nossa luta
não é contra seres humanos, mas contra os
poderes e autoridades, contra os dominadores
deste mundo de trevas, contra as forças
espirituais do mal nas regiões celestiais" (Ef 6.12).
Não precisamos "procurar um demônio debaixo de
toda pedra"; entretanto, grande parte do mal que
parece ser fruto exclusivo da atividade humana é
motivada, controlada e até fortalecida por principados
e autoridades demoníacos, e pela iniqüidade espiritual
em regiões celestiais.
As atitudes e ações humanas iníquas criam
uma agradável atmosfera ou "zona de conforto" onde
o inimigo pode realizar um mal demoníaco ainda maior
com liberdade e segurança. Uma atmosfera de
desunião é, sobretudo, atrativa para o inimigo porque
o fortalece. Quando ficam desunidas, as pessoas
cometem uma traição espiritual e suas ações
enfraquecem o Reino de Deus e fortalecem a posição
de Satanás. Ele trabalha sem cessar para fazer-nos
acreditar que nossa verdadeira batalha é contra outras
pessoas; mas sua tática favorita é colocar irmão contra
irmão na família de Deus. Quando sua tática funciona,
ele simplesmente se esconde atrás de nosso trono e
86
se acaba em gargalhadas. Seu reinado fica seguro
neste momento, pois, assim como a união traz
reavivamento, a desunião irá dissipá-lo!
Orgulho e Ambiente Propício para a Manipulação
Satânica
Os Evangelhos de Mateus e Marcos afirmam
que, certo dia, Simão Pedro declarou a verdadeira
identidade de Jesus como o Filho de Deus pela
revelação do Espírito Santo e recebeu um elogio de
Jesus por ter tido tal discernimento. Em seguida,
Jesus anunciou que morreria, mas ressuscitaria, e
Pedro o repreendeu por dizer essas palavras! Ele
disse: "Isso nunca acontecerá com você3”! As palavras
religiosas de Pedro pareciam boas. Tinham o caráter
da verdadeira devoção e sinceridade, mas eram
diabolicamente falsas.
O orgulho e a presunção de Simão Pedro
criaram uma atmosfera oportuna para uma visita de
Satanás. O inimigo juntou-se à mesa em que jantavam
e usou o confiante Pedro para proclamar as
expectativas do inferno. Satanás deve ter rido em
silêncio quando Pedro disse a Jesus, o Messias, que
ele não estava certo ao dizer que morreria na cruz. As
palavras mal acabaram de sair da boca de Pedro
quando Jesus o confrontou. Olhando além do rosto
familiar de Pedro, o Senhor falou diretamente com o
arcanjo do mal que se escondia "atrás do trono":
"Para trás de mim, Satanás! Você é uma pedra de
tropeço para mim, e não pensa nas coisas de
Deus, mas nas dos homens" (Ml 10.23b).
Há ocasiões quando "lazer o que é certo",
segundo a sua definição, é, na realidade, "fazer o que
87
é errado", segundo a definição de Deus. Algo está
"correto" quando está de acordo com a Palavra de
Deus e é confirmado por seu Espírito. Pedro teve esta
experiência ao declarar acertadamente a verdadeira
identidade de Jesus. No entanto, teve de descartar por
completo a realidade da identidade de Jesus que
acabara de descobrir para dizer aquilo que disse. Se
Jesus era o Filho de Deus, por que mentiria sobre seu
destino?
Quando sua ação parece "correta", mas o meio
que você usa para executá-la é incorreto, este se
constitui no pior tipo de "erro", porque pode enganar e
induzir outros também ao caminho errado. Pedro
estava dizendo: "Você não morrerá. Estaremos a seu
lado", mas Jesus sabia que jamais poderia cumprir
seu propósito na terra sem o Calvário. Qualquer coisa
que pudesse ou tentasse impedir os propósitos de
Deus não podia ser de Deus. Nem todas as boas
idéias são "idéias de Deus".
90
Quem É Esse Príncipe Caído do Céu e Rei do
Inferno?
Sabemos quem é o Rei da glória, mas quem é
esse príncipe caído do céu e rei do inferno que estava
no jardim do Éden? A Bíblia diz que Lúcifer era perfeito
em todos os seus caminhos até "o dia da iniqüidade 4”.
Iniqüidade é rebelião contra a autoridade divina. Em
1Samuel 15.23a, Samuel profetizou a Saul que "...a
rebeldia é como o pecado da feitiçaria, e a
arrogância como o mal da idolatria". Quando um
homem ou anjo arrogante idolatra sua própria opinião,
ela se torna num ídolo e inimizade com Deus.
Conhecemos três arcanjos ou querubins na
Bíblia. Dois deles que regem os anjos possuem
grande poder e responsabilidade diante de Deus:
Gabriel é o principal mensageiro de Deus, enquanto
Miguel é seu principal guerreiro angelical, o general
que comanda os exércitos angelicais do céu e o
protetor de Israel. O terceiro arcanjo, Lúcifer, era o
querubim guardião. Atuava como o principal líder e
assistente de adoração do próprio Deus, até que caiu
em pecado. Naquele momento, ele foi destituído de
toda autoridade celestial e de todo vestígio da glória
de Deus; e as trevas envolveram seu ser por toda a
eternidade.
94
O diabo pode ser muito falaz. Sabemos que ele
pode aparecer como um anjo de luz. É quase certo
que ele não aparecerá vestido de vermelho, com
chifres e um tridente na mão. Seria extremamente fácil
reconhecê-lo. Ele prefere aproximar-se de nós usando
vários disfarces. Nosso amor por "estereótipos e
suposições" sobre o inimigo é outro ponto fraco que
ele usa contra nós.
Algumas Pessoas Já Propiciam "o Ambiente
Certo" para Satanás Muitos cristãos enganam-se
quando admitem que Satanás somente aparece em
bares sujos, bocas de crack ou casas de má
reputação. Na realidade, ele já "possui" esses lugares,
por isso eles não exigem sua atenção particular. É
mais provável que ele seja encontrado com maior
freqüência escondido atrás dos bancos da casa de
Deus, próximo a pessoas que já propiciam "o
ambiente certo" para a rebelião, o ciúme, o
ressentimento ou a falta de perdão em seu coração.
Contudo, ele não possui esta casa, mas tem buscado
apropriar-se dela desde o início dos tempos.
96
mente: Satanás odeia este fato, o despreza e procura
destruí-lo a qualquer preço.
É compreensível o ódio de Satanás pela unção
na adoração, mas por que todo este rebuliço? Ele não
pode impedir a adoração no céu, pode? Todos
ouvimos pessoas falar ou mesmo pregar sobre o
louvor dos anjos no céu, mas o que as Escrituras
dizem? Dizem que os anjos cantaram na criação e
profetizam que eles louvarão na eternidade depois que
os santos se reuniram em voltado trono. No entanto,
não há registro bíblico do louvor dos anjos entre esses
dois momentos!
Inúmeros cânticos de Natal e obras clássicas
edificantes vêm à mente para negar esta afirmação;
entretanto, devemos examinar com cuidado as
passagens bíblicas que descrevem o nascimento de
Jesus. Observe a noite de Natal ou passagem de
louvor de todos no Evangelho de Lucas:
De repente, uma grande multidão do exército
celestial apareceu com o anjo, louvando a Deus e
dizendo: "Glória a Deus nas alturas, e paz na terra
aos homens aos quais ele concede o seu favor"
(Lc 2.13,14, ênfase do autor).
A Bíblia diz que os anjos "disseram" (mas não
diz que eles "louvaram"): "Glória a Deus nas alturas...".
Se os anjos do céu fossem divididos em três partes
abaixo dos arcanjos de acordo com suas obrigações,
então a terça parte dos anjos que seguiram Satanás
em sua rebelião provavelmente era formada por anjos
adoradores! Restaram dois terços dos anjos que
permaneceram fiéis ao Senhor. Portanto, lembre-se de
97
que o anjo que está a seu lado já disse "não" para o
diabo!
Deus Está Levantando Seu Próprio Time de
Adoradores!
Ao expulsar Satanás e suas hostes, Deus
também estava repudiando o time de adoradores
angelicais. Como sempre, Deus já tinha um plano para
um time substituto superior que refletiria sua sabedoria
e glória de um modo que nenhuma criatura jamais
poderia imaginar. Ele levantaria um time de
adoradores que iria louvá-lo com espontaneidade ao
mesmo tempo em que usaria as vestes de linho
branco, do coro dos remidos, salpicadas com o
sangue carmesim de seu Redentor!
Não é triste que, na igreja, muitas vezes,
briguemos por aquilo que é o mais importante para
Deus? Mais uma vez, falamos sobre a adoração. Deus
ama a adoração. Ela é a coisa que o atrai à nossa
reunião mais do que qualquer outra. Quando quis ouvir
uma música no início do primeiro século de nossa era,
Deus teve de invadir um cárcere em Filipos para ouvir
os sussurros de dois pregadores torturados. Seu
entusiasmo foi tanto que Ele bateu levemente os pés e
acabou provocando um enorme terremoto!8 Se
desejam ouvir uma música hoje, Deus vai à igreja. Não
podemos deixar que a corrupção que arrancou a
adoração do céu se introduza em nossa adoração
hoje! Satanás sabe disso; assim, fará qualquer coisa
que estiver ao seu alcance para distrair-nos da
adoração e incitar-nos a criticar e promover a
dissensão. Os Evangelhos contam a história de um
homem em Gadara, com uma legião de demônios,
que, no mesmo instante, veio até Jesus quando seus
98
pés ungidos tocaram a praia daquela região. Ele
jamais havia visto Jesus ou ouvido sobre Ele, mas
"algo" o levou ao Mestre.
Quando o endemoninhado viu Jesus "de longe",
correu ao encontro do Senhor tão rápido que se
encontrou com Jesus "logo" depois de ele ter chegado!
Esse homem tinha aproximadamente 2.000 demônios
enfurecidos com suas garras presas à sua alma com o
intuito de impedi-lo de reagir à presença de Jesus.
(Havia um número suficiente de demônios para
possuir e destruir 2.000 porcos. Talvez alguns desses
porcos tenham sido vítimas de uma "dupla
ocupação9"...) Este endemoninhado estava
desesperado à procura de Jesus. É provável que
tenha corrido pelo menos um quilômetro e meio para
alcançar Jesus; no entanto, por mais que esse homem
estivesse cheio de demônios assustados e
desesperados, ainda conseguiu ajoelhar-se e adorar a
Jesus! Se 2.000 demônios não puderam impedir um
homem de adorar a Jesus, como podemos justificar o
fato de permitirmos que tantas coisas sem importância
impeçam-nos de adorá-lo?
99
vontade deu a esse homem endemoninhado e sem
salvação o poder de superar a vontade dos mesmos
2.000 demônios que controlavam sua vida havia anos.
Precisamos saber com que tipo de poder está
lidando na esfera demoníaca, e como ele se compara
ao poder de Deus em nossa vida. O conhecimento de
Deus sobre o adversário eliminará todo medo e
transformará o modo como lidamos com os
principados e as autoridades demoníacas.
A Bíblia refere-se a Satanás de muitas formas,
mas, em todos os casos, sua posição sofreu uma
mudança drástica no dia em que Jesus Cristo
ressuscitou dentre os mortos em completa vitória. O
Senhor havia profetizado antes, por intermédio de
Ezequiel, que um dia Ele, em pessoa, destruiria o
diabo10. O autor de Hebreus confirmou que, por meio
de sua própria morte, Jesus cumpriu a profecia divina
e destruiu o diabo, ou "aquele que tem o poder da
morte..." (Hb 2.14b).
Antes de morrer na cruz, Jesus chamou
Satanás de "o príncipe deste mundo11". Paulo
descreveu Satanás como "o deus desta era" e "o
dominador deste mundo12". Após a morte e a
ressurreição de Jesus, o príncipe tornou-se o "ex-
príncipe" de um exército vencido e condenado. As
coisas mudaram com a vinda do Rei dos reis e Senhor
dos senhores à terra e com a sua vitória. A batalha
está vencida, a decisão está tomada, e trata-se
apenas de uma questão de tempo para que o
Vencedor retorne para todos os que foram presos.
Satanás sempre quis ser rei, mas o máximo que
conseguiu foi a posição", respectivamente de príncipe
em um reino que roubou de Adão por meio do engano.
100
Agora, a única coisa que ele governará na eternidade
é um abismo sob o nome de Abadom e
Apoliom.13 Você já ouviu as pessoas falarem: "Fiquei
pelejando com o diabo"? Não acredite nisso. É o
mesmo que um soldado que participou da Segunda
Guerra Mundial dizer: "Fiquei lutando com Hitler."
Satanás não é onipresente; portanto, ele realiza a
maior parte de suas ações e manobras por meio de
subalternos. Isso significa que, quando há resistência
contra o evangelho ou obra de Deus, normalmente
estamos pelejando com espíritos maus inferiores.
Existe uma hierarquia distinta de poder nas posições
do inferno. Quando você se levanta no espírito, a
dimensão de suas atribuições em Cristo aumenta e o
mesmo acontecerá com o nível ou tamanho das forças
demoníacas despachadas para impedir essa obra.
101
Ele disse: “Porque sou eu que conheço os
planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos
de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano,
planos de dar-lhes esperança e um futuro” (Jr
29.11).
O melhor de tudo é que Jesus prometeu que
jamais nos deixaria ou desobediência e da apatia. O
diabo está simplesmente obcecado pelo desejo de
insultar a Noiva de Cristo.
Outro aspecto de Satanás que ele é um perfeito
falsário. Paulo falou do "mistério de Cristo", referindo-
se ao plano de Deus, por intermédio de Cristo, de re-
conciliar o povo de todas as raças, tribos e nações
com Ele mesmo, quer estes fossem fisicamente
descendentes de Abraão ou não.14 Satanás, o falsário,
respondeu com "o mistério da iniqüidade (ou
ilegalidade)", que é simplesmente a edificação de uma
falsa igreja edificada com "poder, com sinais e com
maravilhas enganadoras" lado a lado com a
verdadeira Igreja de Deus. Isto é o melhor que o autor
da confusão pôde fazer.15 A "igreja" religiosa da
abandonaria.16 A verdadeira guerra de Satanás é com
Deus; não somos o alvo principal de seus planos. Ele
ataca o povo e os propósitos de Deus na terra porque
não tem poder para fazer mal a Deus. Ele se põe a
ferir Deus ferindo o povo de Deus e levando-o a
desapontar o Senhor por meio da falácia de Satanás
declara o nome de Deus, mas vive no pecado, ama o
mundo e nega que Deus ou seu povo tem algum poder
espiritual verdadeiro.17 O adversário pode conseguir
enganar uma grande parcela do povo na maioria das
vezes, mas Deus conhece aqueles que são dele.
102
Não abra mão da autoridade que Jesus lhe
restituiu na cruz. Tudo que se perdeu em virtude do
pecado de Adão no princípio está à nossa disposição
em Jesus Cristo, o "segundo Adão" e o Senhor da
glória. A Bíblia diz: "O reino do mundo se tornou de
nosso Senhor e do seu Cristo..." (Ap 11.15b). O
conhecimento da glória de Deus cobrirá a terra como
as águas cobrem o mar.18 Que dia será aquele!
Satanás e no momento, o príncipe e a
autoridade do ar; a Bíblia diz que ele é senhor/deus
deste mundo. Também é Belzebu, senhor das moscas.
Pense nos lugares em que as moscas se juntam -
lugares onde há coisas podres e lixo. Por fim, ele será
lançado em um abismo. Seu reino está em "queda
livre" - com o poder em baixa, enquanto o Reino de
Cristo está em ascensão. Não acumule coisas no reino
errado!
14. Veja Hebreus 13.5b.
15. Veja Efésios 3.3,4.
16. Veja 2 Tessalonicenses 2.7-9.
17. Veja 2 Timóteo 3.1-9
18. Veja Habacuque 2.14
103
PARTE IV
O Poder do Sangue
Ao comerem, estejam prontos para sair: cinto no
lugar, sandálias nos pés e cajado na mão. Comam
apressadamente. Esta é a Páscoa do Senhor. Naquela
mesma noite passarei pelo Egito e matarei todos os
primogênitos, tanto dos homens como dos animais, e
executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu
sou o Senhor! O sangue será um sinal para indicar as
casas em que vocês estiverem; quando eu vir o
sangue, passarei adiante. A praga de destruição não os
atingirá quando eu ferir o Egito (Êx 12.11-13, ênfase do
autor).
CAPÍTULO 6
Purificado e Preservado pelo Sangue Inocente
Nenhuma polêmica na história do homem fica
mais intensa do que a esquentada polêmica sobre o
sangue de Cristo. O sangue sempre fez mal àqueles
que têm pecados a encobrir e um desejo rebelde a
proteger, mas poucos imaginaram que se tornaria um
caso de ofensa entre tantos nas igrejas dos Estados
Unidos e da Europa! O problema é que o sangue não
104
apenas salva o arrependido, mas ataca e condena o
hostil. Jamais será popular entre os amantes da
religião e os que popularizam a "divindade por meio da
mais alta expressão humana e evolução social".
Muitas igrejas e teólogos respeitados dos
"melhores seminários" chegaram à conclusão de que o
sangue estava "não estava com nada" e que era o
"evangelho social fácil, leve e untado de graça" que
estava "com tudo" no final da década de 1800. A
mensagem do "sangue" simplesmente ofendia os
sentimentos de um número considerável de membros
cultos na congregação.
A solução aceita foi trocar a mensagem
desconhecida do sangue por mensagens mais
agradáveis que enfocassem os aspectos mais
positivos dos ensinamentos de Jesus. A cruz como um
símbolo de bondade era aceitável para exposição nos
altares das igrejas, estantes que serviam de apoio
para livros e sinais da igreja sobre a relva - contanto
que ninguém trouxesse à tona os detalhes
sanguinolentos da paixão do Senhor no Calvário.
Não! Devemos ficar assustados com uma igreja
sem Cristo, sem cruz e sem sangue. Esta seria a
"igreja perfeita" para Satanás, mas nada faria em favor
de alguém que descendeu de Adão. Quer seja
considerado politicamente correto, socialmente
aceitável ou um suicídio ministerial, deve existir um
altar que seja símbolo da morte e do sacrifício cruento
da carne, se quisermos salvação e poder.
A maioria de nós não quer morrer, mas a morte
é necessária àqueles que querem viver. O Cordeiro
105
ensangüentado não deixou espaço para discussões ou
auto justificação:
E quem não toma a sua cruz e. não me
segue, não é digno de mim. Quem acha a sua vida
a perderá, e quem perde a sua vida por minha
causa a encontrará (Mi 10.38,39).
Parece que ficamos com medo de nos
tornarmos muito "ensangüentados". Os líderes da
igreja têm comentado entre si: "Se pudermos tratar
desta 'coisa de salvação' sem mencionar o sangue, se
pudermos fazê-lo o mais indolor possível, seremos
muito mais populares." Lamento, mas não há como
evitar o sangue.
108
O Anjo da Morte passou pelos israelitas por
causa do sangue aplicado nas ombreiras e vergas das
portas de suas casas. Nada levou Faraó a submeter
sua vontade a Deus até que o sangue foi derramado.
O sangue salvou os arrependidos e condenou os
hostis. "Colocou em liberdade os cativos" em uma
única noite.
Pelo Sangue, por meio da Água, Sob a Nuvem,
Saciados com o Cordeiro
A instrução de Deus incluía o mandamento que
dizia que os israelitas deviam comer todo o cordeiro
sacrificado e o pão sem fermento enquanto se
preparavam para o êxodo. Isso significa que os
israelitas saíram do Egito pelo sangue, por meio da
água (do mar Vermelho), sob a nuvem (da presença
de Deus a guiá-los) e saciados com o cordeiro que foi
morto. Não se engane: A mensagem do capítulo 12 de
Êxodo é tão relevante para nós hoje quanto foi para os
israelitas há muito tempo. Se quisermos ser libertos da
escravidão do pecado, seremos livres pelo sangue
derramado de Jesus, por meio da água do batismo,
sob a nuvem da glória de Deus e saciados com o
Cordeiro cujo corpo foi partido por nós. Há poder no
sangue!
O cordeiro sacrificado ainda oferecia a cura
sobrenatural e restabelecia a saúde dos israelitas. A
libertação deles prefigurou grande parte daquilo que
Cristo fez na cruz. O salmista declarou que não houve
um enfermo entre a multidão de até três milhões e
meio de pessoas 3 ! Pense em uma cidade deste
tamanho nos Estados Unidos sem um único caso de
problema na coluna, dor de cabeça, artrite, câncer ou
incapacidade em virtude de membros deformados ou
109
do mau funcionamento de músculos e sistemas
nervosos? Você crê na Bíblia? Quando chegou o
momento de saírem do Egito, todos os descendentes
de Abraão saíram da sombra da escravidão no Egito
pelo poder do sangue do cordeiro e seguiram curados
e libertos porque passaram pela porta que levava a
marca do sangue.
Você consegue imaginar o que aconteceu
quando veio a ordem para os israelitas se prepararem
para sair do Egito? Você não acha que alguém disse:
"O que faremos com o vovô? Ele está tão encurvado
que não consegue atravessar a sala, que dirá sair do
Egito”! Neste momento, eles ouviram uma voz em alto
tom que disse: "Estale! Estale! Estale!", e, então, lá
vem o vovô andando aprumado e pronto para partir!
Meu amigo há poder no sangue.
3. Veja Salmos 105.37
111
Aqueles que Mantinham os Israelitas Cativos
Viram-nos Espalhar o Sangue nas Ombreiras de
Suas Portas
Até vir a praga, os israelitas provavelmente
eram alvos de risos dos egípcios. Quando o sol se pôs
naquele fatídico dia, os egípcios que moravam mais
próximos aos israelitas devem ter dito entre si: "O que
aqueles judeus dementes estão aprontando desta
vez?", quando os viram aplicar o sangue nas
ombreiras das portas sob a luz que se desvanecia.
Entretanto, séculos de miséria espiritual, física e
mental chegaram ao fim naquela noite. Em uma
questão de horas, as portas da prisão abriram-se e
gerações nascidas em escravidão foram libertas.
Deus usou uma única palavra para descrever a
importância do sangue daqueles cordeiros no Egito na
primeira Páscoa.
Ele disse: "O sangue será um sinal [ou
vestígio] para indicar as casas em que vocês
estiverem" (Êx 12.13a).
Um "vestígio" e uma pequena parte, um sinal
ou um símbolo de algo muito maior. Se o menor
vestígio do sangue de um cordeiro fez o que fez, o que
o verdadeiro sangue não faz após o Calvário? Deus
quer que descubramos.
Será que estamos vivendo sob nosso privilégio?
Será que realmente entendemos quanto o inimigo
teme o sangue de Jesus? Quantas vezes encontramo-
nos à mercê do inimigo porque não ativamos o poder
do sangue e o usamos pela fé? Quantos sofrimentos
desnecessários padecemos porque não cremos no
sangue nem exercemos a fé no seu poder? Há poder
112
no sangue - se o percebemos e o aplicamos em nossa
vida.
Até o poder da visão altiva do profeta Isaías
parecia vir de um altar com um sacrifício de sangue. O
profeta mencionou uma brasa viva de um altar que
tinha o poder de remover a iniqüidade e purificar o
pecado. No ano em que o rei Uzias morreu, Isaías
ficou a contemplar o trono vazio do rei quando, ao que
parece, ergueu os olhos e viu um trono mais alto, que
jamais ficou vazio. A visão do profeta foi transportada
da terra para as regiões celestiais, e ele declarou: "Eu
vi o Senhor assentado num trono alto e exaltado, e
a aba de sua veste enchia o templo" (Is 6.1b).
Esta também é uma fonte secreta de poder.
Cada um de nós deve, antes de mais nada, ver o
Senhor "em um trono alto e exaltado" sobre todos os
potentados, heróis, campeões e tronos da terra. À
medida que prendermos nossa atenção e afeição no
Senhor exaltado, algo do céu começará a mudar
nossa visão e transformar nossas palavras.
Enquanto Você Exalta ao Senhor, o Céu é
Colocado em Evidência
O profeta disse que, quando viu Aquele que
estava no trono, os anjos do céu começaram a agir e
um Serafim de seis asas voou até ele. Se você quiser
pôr os principais querubins, o Serafim e todos os
outros anjos na hierarquia celestial em ação,
concentre seus olhos no senhorio de Jesus. Enquanto
você exalta ao Senhor, o céu é colocado em evidência.
Se quiser que o céu, os anjos e tudo que Deus tem se
movam em sua vida, erga seus olhos e veja o Senhor
113
em um trono alto e exaltado. Glorifique-o, e o céu irá
visitá-lo.
O Serafim que voou até Isaías trazia uma brasa
tirada do altar com uma tenaz. Quando consideramos
toda referência e menção bíblica que vincula altares a
iniqüidades e pecados de homens, apenas um tipo de
altar parece ter a função de expiação, ou seja, de
remover a iniqüidade e purificar o pecado. Seria
possível que esta brasa viva trazida por um anjo fosse
de um eterno altar do sacrifício, de bronze, um altar
eternamente aspergido com o sangue do Cordeiro
sacrificai de Deus que foi morto antes da fundação do
mundo?
A Vitória Começa em um Altar de Fogo, Manchado
de Sangue
Se este era de fato um altar de bronze (literal ou
figurativamente), então era um altar onde o sangue
respingava sobre as brasas ardentes, porque se
tratava de um altar de sacrifício cruento. A vitória
começa em um altar de fogo, manchado de sangue.
Ainda que você veja o Senhor em um trono alto e
exaltado, deve também ver o sangue e o fogo do altar
do sacrifício.
Você pode ou não concordar com esta
interpretação da visão de Isaías, mas Deus não
desperdiça palavras. Em seu plano divino, sem o
derramamento de sangue não há remissão (veja Hb
9.22). Isaías clamou em uma confissão visível de
pecados, temendo por sua vida porque sua carne não-
redimida havia visto a glória do Senhor. Precisava que
seus pecados fossem removidos, e sua indignidade,
coberta. Necessitava do sangue de alguma forma, e
114
talvez a brasa do altar fosse uma brasa manchada de
sangue de valor inestimável.
Talvez esta explicação não lhe seja satisfatória,
mas temos de concordar que é perigoso para os
homens chegar ao fogo antes de chegar ao sangue.
De acordo com o livro de Levítico, os sacerdotes do
Antigo Testamento tinham de tirar o excesso de
sangue de certos sacrifícios de animais antes de
arrastarem a carcaça do animal pelo altar. Mais uma
vez, é possível que nos sintamos ofendidos, mas já
fomos longe demais para voltarmos atrás. Os
sacerdotes, embora vestidos de branco, tinham de
manchar de sangue aquele altar de cima a baixo e em
todos os lados antes de acenderem o fogo. Ofensiva
ou não, esta é a mensagem alto e bom som para todo
cristão ou igreja que busca com sinceridade o
reavivamento hoje: Não há atalho em torno do
Calvário que leve ao Cenáculo.
NÃO HÁ ATALHO EM TORNO DO CALVÁRIO QUE
LEVE AO CENÁCULO.
O apóstolo Paulo deixa para cada um de nós
esta ordem: "Portanto, irmão, roga-lhes pelas
misericórdias de Deus que se ofereçam em
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o
culto racional de vocês" (Rm 12.1). É preciso que o
eu seja queimado. A oferta viva deve ser colocada
sobre um altar de fogo e presa ali, sem ter como fugir.
A mensagem de Deus sempre foi uma mensagem de
sangue, em primeiro lugar, e depois de fogo. Esta é a
ordem divina de progressão. Você jamais terá êxito, a
menos que, primeiro, manche de sangue, em algum
lugar, o altar. Apresente sua carne diante de Deus e
115
faça uma viagem pessoal em direção ao Calvário.
Identifique-se com o Cordeiro de Deus que lá morreu.
Considere revelado o princípio do milagre no
modo como os sacerdotes certificavam a cura de
leprosos entre os israelitas. Quando finalmente era
purificado, o leproso tinha de ir ao sacerdote elevar
com ele dois pássaros. O sacerdote despejava água
em uma bacia, matava um dos pássaros e deixava
que o sangue da ave se misturasse à água. Em
seguida, amarrava o pássaro vivo a um pedaço de
madeira e a um feixe de isopor, usando um pedaço de
linha vermelha. Por fim, o pássaro vivo era imerso ou
"batizado" no sangue e na água pelas "mãos firmes da
lei" representadas pelo sacerdote.
Liberto pela Morte de Outro
No mesmo instante, o pássaro trêmulo e
assustado era levado para um campo aberto onde era
libertado tudo isso por causa da madeira, do isopor, da
linha escarlate, do sangue e da água. O pássaro era
libertado por causa da morte de outro pássaro de sua
espécie. Ficava livre das garras da escravidão e da
Lei.
A água é parte da liberdade. No passado,
estávamos presos e amarrados pelas garras do
pecado e do árduo trabalho eclesiástico. Não tínhamos
esperança, até que o sangue, a água e um Substituto
revogaram nossa sentença de morte. Não foi por
acaso que, no momento em que um soldado perfurou
um dos lados de Jesus na cruz, uma mistura de
sangue e água apareceu.
Embora estivéssemos trêmulos e assustados
nas mãos da Lei, cada um de nós pode dizer com
116
segurança: "Com um velho pedaço de madeira do
Calvário, com a linha escarlate do meu pecado e
culpa, com o isopor de minha purificação, e ainda
jorrando o sangue e a água de meu batismo do lado
de Cristo, fui levado para um campo aberto e
libertado!" Por uma boa razão, o Cordeiro de Deus
declarou: "Portanto, se o Filho os libertar, vocês de
fato serão livres" (Jo 8.36).
Aqueles que querem acender suas chamas na
casa de Deus devem lembrar que toda chama do
tabernáculo dos antigos tinha de ser acesa com o jogo
do altar de bronze ou manchado de sangue. Do
contrário, era "fogo estranho", e fogo estranho é mais
perigoso para o homem do que a falta de fogo.
Certifique-se de que não está acendendo suas
chamas sobre outra coisa que não seja o altar
manchado de sangue do Calvário. Não aceite nada
que não seja o poder do sangue em sua vida!
O sangue de Cristo é vital para a vida e
vitalidade da Igreja. Simplesmente não podemos
permitir que sejamos "melindrosos" ou "civilizados"
quando o assunto é o sangue. O autor de Hebreus
exclamou: "Quanto mais o sangue de Cristo, que
pelo Espírito eterno se ofereceu de forma
imaculada a Deus, purificará a nossa consciência
de atos que levam à morte, para que sirvamos ao
Deus vivo!" (Hb 9.14).
Tome o Caminho Manchado de Sangue que Leva
ao Propiciatório
Somente o sangue de Cristo pode purificar-nos
de "atos da carne que levam à morte". Este sentimento
de estagnação em nossa vida e obra cristã poderia ser
117
conseqüência de nossa falta de conhecimento sobre o
caminho manchado de sangue que leva ao
propiciatório? Confie na Palavra de Deus. Você irá
com entusiasmo a Cristo se permitir que o sangue dele
remova aquela velha insensibilidade e estagnação.
Quando encher-se do sangue do Cordeiro, você
finalmente será como o pequeno pássaro que se livrou
da escravidão e da morte para experimentar a
verdadeira liberdade.
É tempo de encontrarmos um lugar no altar
manchado de sangue e identificarmos-nos com o
Cordeiro de Deus. É aqui que renovaremos nossa
experiência com Ele em oração. As orações são
respondidas por meio do sangue. Ele ainda pode
destruir pragas, deter demônios e colocar uma linha
divisória entre o santo e o profano, o contrito e o
orgulhoso.
Devemos acabar com as pragas criadas por
nossas murmurações e letargia, por nossos caminhos
obstinados e falta de interesse. É tempo de morrermos
para o eu e vivermos em Cristo; é tempo de sermos
batizados no sangue purificador de Cristo e na água
do Espírito Santo em um antigo altar da oração.
Devemos peregrinar até a cruz e dizer diante do
Senhor: "Eu aceito tudo que seja de Deus. Renego
tudo que não seja de Deus. Coloco todas as coisas
sob o sangue do Senhor Jesus Cristo.”
O autor de Hebreus declarou:
Portanto, irmão, tem plena confiança para
entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus,
por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por
meio do véu, isto é, do seu corpo. Temos, pois, um
118
grande sacerdote sobre a casa de Deus. Sendo
assim, aproximemos-nos de Deus com um
coração sincero e com plena convicção de/é,
tendo os corações aspergidos para nos purificar
de uma consciência culpada, c lendo os nossos
corpos lavados com água pura (I Ih. 10.1-22,
ênfase do autor).
O caminho do sangue, a passagem da cruz,
não é um caminho sem vida. Diferente das igrejas que
o homem tem edificado usando o modelo da Lei e os
caprichos humanos, a verdadeira Igreja não é um
caminho de exigências penosas e tradições. O
Cordeiro foi morto, o sangue foi derramado, e o "véu"
da carne de Cristo foi rasgado.
Foi-nos dito que, quando Jesus morreu, o véu
do templo rasgou-se ou partiu-se para permitir a
entrada de todos no Santo dos Santos. Um estudo
meticuloso sobre os utensílios do tabernáculo revela
que eles sempre foram descritos do Santo dos Santos
para fora. É possível que este seja um símbolo da
vontade de Deus de alcançar a humanidade, e não de
a humanidade alcançar Deus?
Talvez o sacrifício cruento de Cristo no Calvário
não tenha sido tanto uma forma de abrir o Santo dos
Santos para todos quanto uma maneira de Deus dizer:
"Deixe-me sair desta pequena caixa religiosa. Deixe-
me ir até onde o povo está. Não tenho mais satisfação
na adoração e comunhão íntima de um único homem
uma vez por ano. Estou atrás de um povo, um reino de
reis e sacerdotes...". Talvez esta seja a razão pela qual
o livro de Apocalipse fale desta forma sobre Jesus
Cristo, o Cordeiro:
119
Foste morto, e com teu sangue compraste
para Deus gente de toda tribo, língua, povo e
nação. Tu os constituíste reino e sacerdotes para
o nosso Deus, e eles reinarão sobre a terra (Ap
5.9b,10).
O lado ferido de Jesus está aberto. O sangue e
a água vazaram, e você tem um convite para caminhar
pela ferida até chegar ao coração de Deus.
Ser do Mesmo Sangue Foi Algo que Agraciou a
Entrada Dele...
Há cerca de 20 anos, uma reunião muito
importante foi convocada na sala de diretoria de uma
grande organização eclesiástica. As questões em
pauta eram vitais, e as discussões, estritamente
confidenciais. O presidente do conselho explicava
alguns pontos importantes quando, no meio do
processo, a porta que levava à sala, de repente, se
abriu.
Como isto poderia ter acontecido? Quem quer
que fosse, essa pessoa teve de passar pelo obstáculo
de uma secretária experiente e um assistente
administrativo controlador, atravessar duas portas e
subir um lance de escadas para chegar à sala de
reunião. A secretária não havia interrompido a reunião
pelo telefone, nem o assistente administrativo havia
entrado na sala para pedir autorização para esta
intrusão.
Quando a porta se abriu, todo o olhar voltou-se
para uma criança de quatro anos que, com confiança,
atravessou a sala, ignorando por completo o rosto de
todos, exceto o de um homem. Quando os pequenos
braços ergueram-se, o presidente rapidamente
120
segurou seu neto nos braços e deu-lhe o abraço que
ele esperava. Quando soube que seu "vovô" estava lá
em cima em uma reunião, esse garotinho apertou os
passos, passando por todos os obstáculos. Você sabe
o que aconteceu? A reunião foi interrompida, e o avô
deu-lhe toda a atenção. Ser do mesmo sangue algo
que agraciou a entrada dele. As demais coisas
passaram a ser secundárias em termos de importância
no momento em que o neto do autor, Shane, recebeu
seu abraço.
Não importa o que Deus esteja realizando -
regendo o universo, sustentando as estrelas ou
pintando galáxias; contudo, quando um de seus filhos
lavados no sangue abre a porta que leva à sala do
trono para conversar com o Papai, os anjos abrem
caminho. Ele nos reconhece como seus filhos e tem-
nos dado o direito conquistado com o sangue de andar
pela ferida do Cordeiro em direção ao seu coração.
Que fonte maior de poder poderíamos pedir?
CAPITULO 7
Munido com o Sangue do Cordeiro
Há poder no sangue do Cordeiro; entretanto,
esse poder torna-se inútil se não nos valermos dele.
Nosso conceito do sangue não pode estritamente
tornar-se uma posição teológica. Satanás não tem
medo de teologia e menos medo ainda de teólogos - a
menos que estes sejam lavados no sangue e saibam
como usar o sangue de Cristo como uma arma.
A vida está no sangue. Tudo aquilo em que
cremos, ensinamos e esperamos está relacionado
121
com o poder do sangue do Cordeiro, Cristo Jesus.
Contudo, não basta que digamos que cremos no
derramamento literal e real do sangue de Jesus e que
sem esse derramamento de sangue não temos
esperança. Tudo que temos feito é assumir uma
posição teológica que está firmemente baseada nas
Escrituras. Isto é bom e necessário, mas sim-
plesmente não é suficiente!
Devemos conhecer e experimentar esta
verdade no século 21! De algum modo, esta verdade
deve tornar-se uma "paixão do nosso coração" que
afete todas as partes de nossa vida. O sangue de
Cristo é mais do que uma parte vital de nossa
salvação. É uma arma destinada a ser usada tanto
para a defesa quanto para o ataque. Precisamos saber
como agir, mover-nos e fluir no poder do sangue em
nossa vida diária.
Os israelitas no Egito passaram por uma bela
lição prática no poder do sangue e da proteção de
Deus. Em meio à praga após praga,
independentemente do caos que assolara o Egito ou
do que traumatizara os egípcios à sua volta, nada
poderia atravessar a linha divisória que protegia o
povo de Deus.
No momento, vivemos dias caóticos, marcados
por guerras e rumores de guerras, terremotos, crises
econômicas e pragas de toda espécie. Contudo,
também temos uma linha divisória carmesim que
separa os remidos dos perdidos. Estamos "passando"
por nossa própria lição prática, se é que temos olhos
para ver e ouvidos para ouvir: Como é maravilhoso
saber que nossa vida está escondida com Deus sob o
sangue do Cordeiro.
122
O Poder do Sangue Vai Além do
O autor de Hebreus declarou: "Segundo a lei,
quase todas as coisas são purificadas com
sangue, e sem derramamento de sangue não há
perdão" (Hb 9.22).
Observe que a passagem não diz "perdão de
pecados". O pecado está definitivamente incluído, mas
o poder do sangue não acaba ao tratar do pecado. Ele
purifica quase todas as coisas. Sem derramamento de
sangue não há perdão.
Os sacerdotes no Antigo Testamento aspergiam
sangue em quase todas as coisas. O que não era
aspergido com sangue era ungido com óleo. Eles
tinham total confiança no poder do sangue para
purificação, libertação e proteção. O sangue era um
verdadeiro elemento purificador. Era a chave para a
remissão, o perdão e a liberdade.
Lucas muitas vezes usou o termo perdão em
seu Evangelho ou registro das Boas Novas. De acordo
com seu relato, o próprio Jesus chegou à conclusão
de que o perdão tinha de ser parte daquilo que
chamamos de "a doutrina do apóstolo" ao afirmar que
"em seu nome seria pregado o arrependimento
para perdão de pecados a todas as nações..." (Lc
24.47).
“Lucas era médico, e o conceito médico de
“perdão” significava naquela época o que significa
hoje.” Se alguém com uma malignidade ou
enfermidade no corpo passa por uma melhora
significativa em sua condição, diz-se que essa pessoa
está "em remissão". Significa que o processo da
doença tem sido controlado ou está cedendo.
123
O Sangue Impele as Obras da Carne ao Perdão
O sangue do Cordeiro ataca o pecado e o
afugenta. O pecado afasta-se na presença da
purificação com o sangue de Jesus. As obras da carne
submetem-se ao perdão quando o poder do sangue as
expulsa. Há uma boa razão para o inimigo temer o
sangue. Até o pecado reconhece o sangue. Os
demônios do inferno tremem e estremecem à menção
do sangue do Cordeiro.
Devemos aprender os princípios que levam à
liberação do poder do sangue em nossa vida.
Enfrentamos dias de incomparável destino para a
Igreja em meio à incomparável escuridão. Precisamos
reconhecer a eficácia ou a força e poder do sangue
em nossos dias.O Senhor disse aos israelitas: "Pois a
vida da carne está no sangue, e eu o dei a vocês
para fazerem propiciação por si mesmos no altar;
é o sangue que faz propiciação pela vida" (Lv
17.11). O termo propiciação significa "cobertura".
O SANGUE DO CORDEIRO VAI ALÉM DE ALGO
QUE SIMPLESMENTE NOS LIBERTA DO PECADO;
SEU PODER NOS COBRE E PROTEGE.
O sangue do Cordeiro vai além de algo que sim-
plesmente nos liberta do pecado; seu poder nos cobre
e protege. Mais do que isso, é uma ferramenta e uma
arma que podemos usar para libertar, cobrir e proteger
os outros.
Quando falou com Moisés sobre a "linha
divisória" ou "divisão" que colocaria ao redor dos
israelitas no Egito, Deus usou um termo muito
específico que é importante para que compreendamos
o poder do sangue.
124
Ele disse: "Farei distinção entre o meu povo
e o seu" (Êx 8.23a). (A Bíblia na Linguagem de Hoje
diz: "Farei diferença"). O termo hebraico dessa
passagem é: "Trarei redenção entre o meu povo e o
seu." O poder do sangue compra-nos e protege-nos
das pragas do diabo.
Eu Clamo pelo Sangue!
Alguns dos antigos que viveram nos primeiros
dias do derramamento pentecostal costumavam
freqüente-mente dizer: "Eu clamo pelo sangue! Eu
clamo pelo sangue de Jesus!" Esta poderosa
expressão precisa ser restituída ao nosso vocabulário,
uma vez que ainda há poder nesse sangue.
Há vários anos, um homem e sua esposa foram
vítimas de um gravíssimo acidente de carro.1 Quando
recobrou a consciência, o homem percebeu que sua
esposa estava perdendo muito sangue ao seu lado.
Assim que as pessoas começaram a correr em direção
ao carro para ver se poderiam ajudar, ele estendeu
seu braço e impôs a mão sobre sua esposa, que
estava literalmente morrendo em virtude do sangue
que se esvaía. Pessoas que não conheciam os
caminhos de Deus aproximavam-se e o ouviam dizer:
"Eu clamo pelo sangue. Eu clamo pelo sangue. Eu
clamo pelo sangue”.
Esse homem testifica hoje que o fluir do sangue
de Jesus interrompeu o fluxo de sangue de sua
esposa! As pessoas que se aglomeravam ao redor do
casal naquele dia não entendiam o que estava
acontecendo, mas os anjos de Deus e o próprio Todo-
Poderoso entendiam o linguajar daquele homem. A
125
vida de ambos foi poupada porque há poder de cura e
libertação no sangue!
127
são ditas. "Eu clamo pelo sangue de Jesus! Ele fala
por mim! Ele esbofeteará o diabo por mim.”
Quando o inimigo estende sua mão fria e úmida
em direção a alguma área de sua vida, uma voz que
não se ouviu lança-se nas trevas de Satanás no
momento em que ele está pronto para agarrar sua
presa. "Tire suas mãos de meu filho!" No mesmo
instante, suas garras recuam. Ele diz a si mesmo: "Oh,
não! Reconheço essa voz. É a voz do sangue do
Cordeiro. Não posso fazer isto. Posso ficar por aqui,
uivar, espumar pela boca, mentir e tentar assustar este
homem, mas não posso colocar minhas mãos nele. É
impossível. Ele está sob o sangue, e eu não posso ir
até lá.”
131
Moisés respondeu: "E se eles não acreditarem
em mim nem quiserem me ouvir e disserem: 'O Senhor
não lhe apareceu'?" Então o Senhor lhe perguntou:
"Que é isso em sua mão?" "Uma vara", respondeu ele.
Disse o Senhor: "Jogue-a ao chão". Moisés jogou-a, e
ela se transformou numa serpente. Moisés fugiu dela,
mas o Senhor lhe disse: "Estenda a mão e pegue-a pela
cauda". Moisés estendeu a mão, pegou a serpente e
esta se transformou numa vara em sua mão. E disse o
Senhor: "Isso é para que eles acreditem que o Deus
dos seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de
Isaque, o Deus de Jacó, apareceu a você". Disse-
lhe mais o Senhor: "Coloque a mão no peito".
Moisés obedeceu e, quando a retirou, ela estava
leprosa; parecia neve. Ordenou-lhe depois: "Agora,
coloque de novo a mão no peito". Moisés tornou a pôr
a mão no peito e, quando a tirou, ela estava novamente
como o restante da sua pele (Êx 4.1-7, ênfase do autor).
CAPÍTULO 8
Entregue-se ao Processo de Deus
Quando decidiu revelar outra faceta de sua
divindade a Abraão e seu filho Isaque, Deus o fez ao
mesmo tempo em que os conduziu a um processo
divino de preparação que chamaremos de "renúncia".
Este é o processo que envolve libertação, entrega,
resignação, rendição, concessão, renúncia e entrega
total de algo.
Há poder na renúncia, mas, por vezes, o
processo não é muito divertido. A renúncia levou
Isaque às encostas do monte Moriá e fez com que
ficasse amarrado a um altar como um cordeiro levado
ao matadouro. Isaque estava ansioso por saber se
132
viveria para ver o pôr-do-sol e, provavelmente, queria
saber por que aquilo estava acontecendo com ele. A
situação toda era um resultado de algo que nada tinha
a ver com ele! Isaque não sabia até o momento que
papel desempenharia nos propósitos de Deus; por
isso, tudo que podia jazer era entregar-se ao
processo.
Abraão também não entendia o que estava
acontecendo. O pedido de Deus para que sacrificasse
Isaque nada tinha a ver com o Deus que conhecera no
passado. Tudo que Abraão podia fazer era entregar
seu filho e confiar em Deus. Pela fé, ele deve ter dito:
"Senhor, se eu matar Isaque, sei que tu és capaz de
ressuscitá-lo dos mortos. Tua palavra é verdadeira, e
tu me prometeste que de mim nasceria uma poderosa
nação." Você consegue imaginar o fardo que Abraão
levou ao subir aquele monte?
Moisés também poderia nos falar sobre a
renúncia. Sabia que Deus o havia chamado para
libertar os filhos de Israel; mas queria fazê-lo à sua
própria maneira. Usava as vestes de um príncipe do
Egito quando saiu a passear e deparou-se com uma
oportunidade. Viu um egípcio surrando um escravo
hebreu e, como libertador, Moisés chegou à conclusão
de que era tempo de enfrentar a urgência da situação
e tomar as coisas em suas próprias mãos. No final da
história, um homem foi morto. Este era o modo
egípcio.
Deus Permitirá que Você Faça as Coisas à Sua
Maneira (e Permitirá que Pague por Isso)
Moisés estava prestes a aprender que Deus
não usaria um servo voluntarioso. Se você deseja algo
133
terrível que Deus lhe tem negado, então Deus
permitirá que você o tenha. Ele não pelejará com você
para que abra mão de sua vontade. Se você quer
manejar as coisas por si mesmo e fazê-las à sua
maneira, Deus permitirá que assim o faça. Ele dará um
passo atrás e dirá: "Tudo bem, vá em frente." Os
israelitas descobriram o caminho difícil:
Mas logo se esqueceram do que ele tinha
jeito e não esperaram para saber o seu plano.
Dominados pela gula no deserto, puseram Deus à
prova nas regiões áridas. Deu-lhes o que pediram,
mas mandou sobre eles uma doença terrível (SI
106.13-15, ênfase do autor).
O "modo egípcio" de Moisés nunca é o que
Deus tem em mente. A Bíblia diz que Moisés "olhou
para um lado e para o outro" antes de assassinar o
egípcio.1 O que faltou a Moisés foi olhar para cima! Ele
queria saber se os homens estavam observando e,
obviamente, não se preocupou com o fato de que
Deus estava a observar. Deus disse: "Tudo bem,
Moisés. A primeira coisa que tenho a ensinar-lhe é
onde buscar as ordens. Neste caso, você não ficará
tão interessado na resposta do público. Pouco importa
se alguém está a observar.”
Moisés provavelmente pensou que havia feito
algo bom. Afinal, ele salvara um israelita. Talvez até
tenha dito a si mesmo: "Um já se foi; que venham dez
milhões." Em seguida, cavou um pequeno buraco e
enterrou seu erro na areia.
Não muitos dias se passaram até que Deus
abertamente expôs as obras da carne de Moisés e as
tornou conhecidas. Uma vez fora da vontade de Deus,
134
Moisés nem mesmo conseguiu manter um egípcio
escondido na areia. Quando voltou afazer a vontade
de Deus, no entanto, ele foi capaz de enterrar todo o
exército de Faraó no leito do mar Vermelho! Moisés
tentou resolver um problema de uma vez, mas não o
fez no tempo nem do modo de Deus. Deus tinha um
plano melhor, um tempo melhor e um modo melhor
Você Tem o Diploma de N. S. N.?
Moisés, o príncipe do Egito, pensou que se tornaria
um missionário, mas, em vez disso, tornou-se um
assassino. De pronto, tornou-se um fugitivo sem uma
casa. O homem com doutorado em egiptologia teve os
ossos errados desenterrados (do homem que matara)
e viu-se do outro lado de um deserto tentando
conseguir seu diploma de N. S. N. ("Não Seja Nada").
Moisés estava no início do processo de renúncia!
Nesta fase de sua vida, Moisés era um homem que
estava "completamente cheio de si mesmo". É difícil
para Deus encher um homem que esteja
completamente cheio de si mesmo. Jamais
amadureceremos ou tomaremos posse do poder que
há em Deus a menos que nosso eu seja subjugado e
estejamos dispostos a entregar tudo á Deus.
Observamos três fases básicas na vida de Moisés:
1 Moisés passou os primeiros 40 anos de sua vida
aprendendo a ser um príncipe na casa de Faraó.
2 Ele passou os 40 anos seguintes aprendendo a ser
um pobre.
3 Nos últimos 40 anos de sua vida, Moisés aprendeu a
ser um profeta.
1. Veja Êxodo 2.12
135
Algumas pessoas diriam que, nos primeiros 40
anos, Moisés aprendeu algo e, nos 40 anos seguintes,
nada aprendeu. Na realidade, Moisés aprendeu o valor
da humildade na escola da renúncia no deserto. Foi
isso que o qualificou para o terceiro período de 40
anos, quando aprendeu o que Deus poderia fazer com
um homem que aprendera as duas primeiras lições!
Chegará o tempo em que cada um de nós
perceberá plenamente que o nosso eu está para
morrer. É aí que o poder da renúncia pode começar a
agir em nossa vida. Uma expressão popular bastante
usada, principalmente pelos jovens e pelos
insatisfeitos, é; "Farei algo por minha própria conta."
As pessoas normalmente dizem isto enquanto pensam
em talentos específicos, habilidades ou objetivos
educacionais específicos. Elas podem ter objetivos
importantes, mas talvez você se surpreenda em saber
que, basicamente, não é isso o que Deus deseja.
PROCURA-SE: Cérebros Batizados
Deus não é contra a instrução formal - Ele pode
usar cérebros batizados. Talvez devêssemos dizer aos
jovens: "Receba uma boa instrução e seja um
vencedor." A verdade é que Deus não pode usar sua
boa formação educacional enquanto não "acontecer"
algo com você. A menos que o eu esteja sob controle
e Jesus no trono de nossa vida, somos impotentes no
que diz respeito ao céu. O poder no Reino de Deus
apenas vem quando há renúncia.
136
Quando seu eu chega ao fim o final de sua
estrada -, você é levado ao jardim de Deus! Foi o que
aconteceu com Moisés. Depois de fazer as coisas "ao
seu modo", Moisés se viu correndo para salvar sua
vida como um príncipe exilado do Egito. Acabou por
viver do outro lado do deserto cuidando de ovelhas,
por mais que tivesse sido instruído, como qualquer
egípcio, a odiar ovelhas e pastores com o mesmo
entusiasmo. Isso significa que os pecados de Moisés o
tiraram da casa de Faraó e o levaram para o lugar
mais baixo de todos. Em outras palavras, Deus estava
esfregando o nariz de Moisés na desordem que ele
havia causado.
Deus arrancou Moisés do trono de Faraó e o
tirou do meio da fartura e influência da corte do
soberano egípcio. Em seguida, levou-o para o deserto
e exigiu que fizesse a mesma coisa que fora ensinado
a odiar. Quando Deus estiver prestes a cultivar algo
em você, não se surpreenda quando Ele lhe
apresentar seu único "processo de renúncia" como
requisito para o êxito.
Por 40 anos, este processo exigiu que Moisés
seguisse as ovelhas a balir e conhecesse todo
caminho de volta, fonte e oásis no deserto do Sinai.
Ele não percebeu, mas o conhecimento e a
experiência de que precisaria no futuro para cumprir o
plano de Deus lhe estavam sendo transmitidos. O
apóstolo Paulo referiu-se a este processo quando
disse: "... para que, com a consolação que
recebemos de Deus, possamos consolar os que
estão passando por tribulações" (2 Co 1.4b).
137
Prepare-se para Entregar Seu Ontem a Alguém
Hoje
Às vezes, passamos por certas experiências
não tanto por causa de nós, mas de outra pessoa. Seu
ontem pode ser o hoje de outra pessoa. É possível
que Deus o esteja preparando para suprir o hoje dessa
pessoa com suas experiências de ontem. Isso não
significa que você não deva perguntar a si mesmo por
que as coisas estão acontecendo no momento.
Observar o que se passou é uma maneira
inestimável de aprender como as coisas se encaixam
no plano de Deus. Não há nada do tipo "inútil ou
supérfluo" na economia de Deus. Ele sabe exatamente
o que está fazendo. Deus levou Moisés, o príncipe do
Egito e assassino, para o deserto a fim de ensiná-lo a
ser um pastor e libertador. Foi no "deserto da entrega"
que Moisés aprendeu muitas coisas de que
necessitava para conduzir Israel pelo Sinai. Moisés
não ficou emocionado com a volta ao Egito e com
todas as suas lembranças. Ele queria dar uma festa de
piedade, mas ninguém apareceu senão o diabo. (É
isso o que normalmente acontece em festas de
piedade).
Davi também estava acostumado com o
processo de renúncia. Foi ele quem escreveu:
"Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e
morte..." (SI 23.4). Cada um de nós experimentará,
algumas vezes, seus próprios vales e sentirá a sombra
fria da morte sobre os ombros. Davi, o mesmo homem
que viveu em uma caverna como um exilado e
foragido, e correu para salvar sua vida quando seu
138
próprio filho fazia planos de matá-lo, tem algumas
palavras de sabedoria para nós.
O salmista que suportou décadas de "renúncia",
enquanto fugia dos exércitos de Saul, disse: "Se você
estiver no vale da sombra, continue a andar. O que
você precisa é andar continuamente com Deus, ainda
que Ele o conduza para o vale escuro. Não mergulhe
nele. Não demore lá. Não arme sua tenda sob esta
sombra. Acima de tudo, não dê uma festa de piedade
nesse vale.
Diga "Eis-me Aqui" para Descobrir Quem Você
É Moisés descobriu que o processo de entrega
poderia transformar seus pontos fortes em pontos
fracos, e vice-versa. Quando Moisés virou-se para
examinar a sarça ardente no monte Sinai, Deus o
chamou do meio da sarça, e Moisés disse: "Eis-me
aqui" (Êx 3.4b). Somente sete versículos depois é
que Moisés diz: "Quem sou eu..." (Êx 4.11b).
Você jamais descobrirá quem você é até que
diga a Deus: "Eis-me aqui". Devemos oferecer-nos,
em primeiro lugar. Não é uma boa idéia tentarmos
descobrir a vontade de Deus primeiro e, depois,
decidirmos se estamos dispostos ou não. Devemos
oferecer-nos de modo incondicional e simplesmente
dizer: "Eis-me aqui". É isso que significa entregar-se
a Ele, e é isso que libera o poder de Deus em nossa
vida.
Deus teve paciência com seu relutante
libertador. Moisés não começou abrindo o mar
Vermelho. Teve de começar dando passos curtos e
experimentais de fé para entregar seus temores e
tomar posse da capacitação de Deus. "Moisés, o que
139
tem nas mãos?", perguntou Deus. Sabemos que era
apenas uma vara, um cajado de pastor, uma simples
vareta. Contudo, essa vara transformou-se em um
milagre quando Moisés a soltou respondendo à ordem
de Deus. Quando a vara deixou de ser um milagre? O
milagre acabou e voltou-se ao natural quando Moisés
tornou a segurá-la. Este é o poder da entrega.
Era costume de um pastor no tempo de Moisés
e Davi talhar e gravar suas experiências ou história
pessoal no seu cajado. Então, o cajado era passado
de geração em geração como um objeto de herança
da família. Quando Deus disse a Moisés: "Dê-me seu
cajado", foi como se ele estivesse dizendo: "Dê-me
seu passado." Ele era o último símbolo de autoridade.
Moisés deixou seu cetro no Egito. Enquanto
isso, o cajado era o símbolo de sua autoridade sobre
aquelas ovelhas a balir. Deus agora estava dizendo:
"Dê-me sua autoridade! Jogue-a ao chão também."
Moisés poderia ter dito: "Tu já tiraste tudo de mim.
Preciso deste cajado para apoiar-me"; entretanto, ele
optou por entregar seu passado e aceitar a vontade de
Deus.
O Senhor diz a cada um de nós: "Largue seu
cajado, se deseja ser o que quero que você seja." É
nesses momentos que descobrimos o poder da
entrega. Somente quando todas as coisas e todos,
exceto Deus, se foram é que percebemos que Deus é
suficiente.
140
Jesus disse: "Se alguém quiser ser o
primeiro, será o último, e servo de todos" (Mc
9.35b).
Na economia de Deus é assim: Para subir, é
preciso descer; para viver, é preciso morrer. Para
receber, é preciso dar, uma vez que as leis do Reino
são inversas às leis deste mundo. De acordo com a
lei, na sombra do Egito você deve agarrar-se e subir,
independentemente de quem seja a pessoa em quem
esteja pisando. Essa lei simplesmente não funcionará
se você a trouxer para o contexto da igreja de Cristo
você tem de soltar seu cajado.Deus espera que
façamos algumas coisas em favor de nós mesmos,
mas, algumas vezes, perdemos o controle e tentamos
fazer tudo em favor de nós mesmos. Devemos
substituir nossa resistente compulsão por fazer coisas
em prol de nós mesmos por uma disposição de
"desprender-nos delas". O pecado teve início porque o
diabo disse: "Eu quero." A redenção surgiu porque
Jesus disse: "Não seja feita a minha vontade, mas a
tua" (Lc 22.42b).
Paulo sabia como entregar coisas a Deus. Ele
disse: "Assim, de boa vontade, por amor de vocês,
gastarei tudo o que tenho e também me
desgastarei pessoalmente. Visto que os amo tanto,
devo ser menos amado" (2 Co 12.15). Paulo não
estava oferecendo uma coisinha aqui e outra lá, uma
coisinha agora e outra depois. Estava oferecendo tudo
que tinha, sem reservas.
Não nos importamos com a parte que envolve
"gastar e estar disposto a gastar". Somente temos
problemas quando tornamo-nos a "moeda corrente" e
ela começa "a ser gasta". A renúncia entra em jogo
141
quando Deus começa a tirar e afastar coisas de você.
Paulo, por exemplo, teve de aprender a amar sem ser
amado. Ninguém de nós gosta disso.
Moisés agarrou-se a desculpas para evitar o
chamado de Deus quando o Senhor disse-lhe: "Tudo
bem, agora coloque a mão no peito... agora a tire."
Moisés ficou chocado ao ver que sua mão estava
leprosa! O que ele havia feito para merecer isso?
Talvez Deus quisesse que Moisés soubesse que ele
sabia que havia um pequeno pecado naquelas mãos.
"Agora coloque de novo a mão no peito." Quando
Moisés tornou a tirá-la, sua pele estava perfeitamente
limpa e clara novamente.
Deus estava ensinando duas lições a Moisés.
Primeiro, qualquer pessoa que não pode controlar a
carne, não pode expulsar o diabo. Você deve saber o
que está em seu coração e manter sua carne limpa
por meio do arrependimento e da obediência. Assim,
você conseguirá lidar com o diabo.
A Mão que Controla É Uma Mão Impotente
Moisés, coloque sua mão sobre seu coração.
Ele revelará o que está escondido em suas mãos. A
segunda lição era que Deus não pode realizar
milagres por intermédio de uma pessoa que deseja
exercer o controle. Deus permite que Moisés saiba
quem está no controle e de onde provém o poder.
Deus tinha a intenção de envergonhar o diabo e
humilhar Faraó, mas, primeiro, tinha de moldar a atitu-
de de Moisés. Você jamais será um sucesso para o
Reino até que se veja como uma ameaça para o
inimigo. Somos mais uma ameaça para ele do que ele
pode ser para nós - quando entregamo-nos a Deus.
142
Você pode ter certeza de que o processo de
renúncia e preparação na vida pode, às vezes, ficar
confuso. Moisés tentou tirar os filhos de Israel do
Egito, mas as coisas, de repente, tomaram um rumo
que levou ao desastre. Ele e os israelitas acabaram
encurralados na margem do mar Vermelho com o
furioso exército de Faraó ao seu encalço. Faraó
acabara de deixar o leito de morte de seu primogênito
e havia vingança em seus olhos e violência em seu
coração. Sua perseguição ao povo hebreu era
impiedosa, e Moisés sabia que ele estava a caminho.
O povo disse: "Devemos voltar para o Egito.”
Moisés disse: "Fiquem firmes.”
Deus disse: "Sigam avante.”
Algumas vezes, encontramo-nos em uma
situação parecida. As pessoas à nossa volta
perguntam: "O que você está fazendo indo nessa
direção? Volte para onde você tinha conforto."
Enquanto isso, um líder que você respeita talvez diga:
"Talvez seja melhor você não arredar pé por enquanto.
Talvez este não seja o momento." A única forma de
encontrar seu caminho entre opiniões contraditórias é
fazer esta pergunta: O que Deus diz? "Siga avante.”
Não Marque um Encontro com o Poder Enquanto
Deixa a Pureza em Casa
Temos o hábito de querer poder sem estender
nosso convite à sua irmã gêmea, a pureza. Você não
pode comprar o poder ao preço da pureza. O poder só
está seguro na presença equilibrada da firme pureza.
Não julgue coisa alguma antes do tempo e não corra
ao encontro de coisas antes de "ter passado pelas
143
chamas da pureza". Você não tem de perder sua
pureza para intensificar seu poder.
Enquanto seguimos pelo deserto da renúncia,
devemos lembrar que a fé é a moeda corrente do
Reino de Deus. Ele não "tem dívida" para conosco; Ele
não fica impressionado com a longevidade de nossas
orações, ainda que a oração seja um pré-requisito
para uma caminhada cristã de sucesso. O que move o
coração de Deus é a fé. A consagração não o comove,
mesmo que seja algo nobre. Devemos crer que o
poder de Deus antecede o querer de Deus.
Quem Guarda, Chora; Quem Perde, Encontra
Crianças, quando brincam, gostam de dizer:
"Quem acha, guarda; quem perde, chora!" Jesus
disse: "Quem perder a vida, a salvará." A lei do Reino
de Jesus é: "Quem guarda, chora; quem perde, acha."
O poder da renúncia é liberado quando você faz a
seguinte oração: "Pai, eu te entrego meu ser, minha
reputação, minha educação, meu passado, meu futuro
e meu presente. Quero o melhor que tu tens para
mim”.
Você deve continuar a orar até que todos os
seus desejos sejam reduzidos a um único desejo:
servir ao Senhor com todo o seu coração, alma e
força. Ore até que seu temor seja reduzido a um único
temor: o temor do Senhor. Neste momento, você
experimentará uma maravilhosa liberdade. Quanto "à
vara em sua mão", as ferramentas comuns para o
serviço que Deus coloca em sua vida, ela será
transformada na "vara de Deus".
A vara de Moisés era antes um simples bordão
de pastor, uma ferramenta usada para pastorear
144
ovelhas e firmar os passos do pastor em lugares onde
o apoio para os pés era duvidoso. Quando Moisés
aprendeu a temer a Deus mais do que ao homem e a
jogar a vara ao chão sob a ordem de Deus, o Senhor
tomou posse dela e a usou para libertar
milagrosamente os filhos de Israel de sua escravidão.
Deus busca pessoas comuns que simplesmente se
entreguem a ele. É de fato surpreendente o que Deus
fará quando verdadeiramente colocarmos-nos à sua
disposição.
Duas pessoas comuns usadas por Deus no
Antigo Testamento participaram de uma das mais
estranhas batalhas já travada na história da
humanidade. Quando os homens de Amaleque
decidiram criar uma contenda entre Moisés e os
israelitas, Moisés disse a Josué que escolhesse
alguns homens e “[lutassem] contra os amalequitas no
dia seguinte". A única certeza que ele deu a Josué foi
esta: "Amanhã tomarei posição no alto da colina,
com a vara de Deus em minhas mãos" (Êx 17.9b). A
principal credencial de Josué era a de que ele servia
fielmente a Moisés, como seu assistente.
Enquanto isso, um segundo homem comum
chamado Hur subiu a colina com Moisés e Arão, o
sumo sacerdote. Enquanto Moisés erguia a vara de
Deus em suas mãos, Josué e os israelitas venciam.
Quando a vara se abaixava, os amalequitas venciam.
Josué, do campo de batalha, poderia ter erguido
os olhos e dito: "Moisés, por que você não desce aqui
e peleja?"; mas não foi o que ele fez. Se tivesse feito
isso, Moisés teria dito: "Estou pelejando aqui. Trata-se
apenas de um tipo diferente de peleja.
145
Eleve com Fé a Vara que Deus Lhe Concedeu
A mesma coisa poderia ser dita aos santos que,
com paciência e fé, intercedem por várias iniciativas e
pessoas no Reino de Deus. Toda vez que oram,
elevam a vara que Deus lhes concedeu, a vara da
oração. Eles sabem que Paulo estava certo - "As
armas com as quais lutamos não são humanas..."
(2 Co 10.4). Não importa qual seja a vara que Deus
lhe confie, você pode ter certeza de que ela é uma
vara de guerra e de vitória.
Se você não pode ser o líder, então precisa
ajudar o líder a ter êxito. Jesus disse que os maiores
líderes no Reino são aqueles que servem. O sucesso
de um é o sucesso de todos no Corpo de Cristo.
Quando Moisés não mais conseguia sustentar a vara
de Deus, ele se sentou em uma pedra, e Arão e Hur
intervieram para manter erguidas as mãos de Moisés e
a vara de Deus.
Você sabia que este é o único registro de um
feito de Hur? Com isso, descobrimos muitas outras
coisas: Os filhos e netos dele foram grandemente
usados no Tabernáculo e ficaram conhecidos por sua
fidelidade.2 Lembramos de Hur apenas como "o
homem que sustentou os braços de seu pastor".
Contudo, por causa dessa simples tarefa que ele
realizou, legou um espírito aos seus filhos e netos que
os elevou as posições de grande autoridade e
responsabilidade. Hur foi fiel ao sustentar as mãos do
homem de Deus que era seu líder. Este espírito de
lealdade e apoio foi transmitido, por intermédio de
seus filhos, as pelo menos duas gerações.
146
Há uma lição a ser aprendida aqui: O processo
de entrega sempre parece exigir que sustentemos as
mãos de nosso pastor ou líder. Quer seja chamado
para pregar o evangelho, ensinar na Escola Dominical
ou ser uma testemunha real em seu escritório ou em
sua vizinhança, não se surpreenda se Deus pedir-lhe
para renunciar sua vara ou talento pelo tempo
suficiente para ajudar seu pastor, fazendo algo em
favor dele que ele simplesmente não tem tempo para
fazer. Não continue pensando: Este não é meu
(trabalho... Assim como os discípulos em Atos
designaram outros para servir à mesa a fim de que
pudessem se dedicar à oração e à Palavra, você deve
fazer tudo que for possível para desocupar seu pastor
para que ele faça o mesmo.
CAPITULO 9
Esvazie-se, e Seja Cheio do Poder de Deus
Diz-se que a média de norte-americanos fala
nove milhões de palavras por ano. Cinco milhões
delas são as palavras eu, para mim ou meu. Trata-se
de uma surpreendente estatística. Ela nos fala de algo
sobre o espírito da era em que vivemos. É uma era de
egoísmo. Toda verdade tem seu paralelo. A solução de
147
Deus para o egoísmo é a morte do eu. Por que
deveríamos ficar surpresos quando Deus chama
líderes egoístas em uma era de egoísmo?
E quem quiser ser o primeiro deverá ser
escravo; como o Filho do homem, que não veio
para ser servido, mas para servir e dar a sua vida
em resgate por muitos (Mt 20.27,28).
Dos discípulos, espera-se que vivam num nível
mais profundo de renúncia do que os novos
convertidos. Do mesmo modo, aqueles que conduzem
e apascentam devem entregar-se mais do que se
entregaram quando discípulos.
Moisés foi alimentado à mesa de Faraó e
estava sujeito às disciplinas da casa real egípcia. Foi
educado instruído em toda a sabedoria e costumes
egípcios. Esta disciplina levou Moisés a um alto nível
de realização na sociedade egípcia, porém isso tinha
pouco valor no Reino de Deus. De acordo com o livro
de Atos, Moisés foi "educado em toda a sabedoria
dos egípcios e veio a ser poderoso em palavras e
obras" até completar 40 anos, quando decidiu visitar
seus irmãos hebreus (At 7.22,23). Passou outros 40
anos no deserto da renúncia antes de estar preparado
para fazer coisas do modo de Deus.
Moisés foi "poderoso em palavras" até
completar 40 anos e tentar cumprir seu destino por
sua própria conta. Em seguida, teve um encontro
íntimo com Deus que, ao que parece, deixou-o gago!
Algumas vezes, aquilo que consideramos uma
"eloqüência religiosa" é, na realidade, uma "gagueira
espiritual", um estorvo para a verdadeira comunicação
com o - e em nome do - Todo-Poderoso.
148
A EXALTAÇÃO EM UM NÍVEL É HUMILHAÇÃO EM
UM NÍVEL SUPERIOR
A exaltação em um nível é humilhação em um nível
superior. Este é o poder da renúncia. Não podemos
orar "Venha o teu reino...", a menos que, primeiro,
estejamos dispostos a orar "Foi-se o meu reino..1"
Temos uma tendência de apegar-nos ao "nosso reino"
com nossas garras até morrermos, mas precisamos
aprender que há um poder que vem por meio da
renúncia.
Deus disse a seu relutante libertador, Moisés:
"Quando eu terminar de usá-lo, os filhos de Israel irão
tribular na glória. Não será por causa de sua
educação, sua inteligência ou sua capacidade de falar.
Sua capacidade de liderar não receberá todo o louvor
pelo que acontece." Dê honra ao homem, mas a glória
pertence unicamente a Deus.
Deus Jamais Curou Moisés de Sua Gagueira
Deus realizou milagres espantosos por
intermédio de Moisés; contudo, até onde sabemos,
jamais o curou de sua gagueira. Algumas vezes, Deus
deixará uma marca em alguma parte de sua vida como
um lembrete permanente do tempo e lugar em que Ele
o tocou e o transformou para sempre. Será um lugar
onde Deus sempre poderá segurá-lo.
Moisés poderia falar a respeito de sua gagueira,
se você fosse paciente em ouvi-lo. Jacó poderia falar
sobre sua coxeadura, mas você seria capaz de notá-la
por si mesmo. O mesmo acontece com o "espinho na
carne" de Paulo. Independentemente da força da
crença de Paulo na cura e no poder libertador de
Deus, não temos registro de que ele foi curado ou
149
libertado de seu espinho. Talvez este tenha sido o
meio usado por Deus para chamar a atenção de
Paulo. Paulo coloca a questão nos seguintes termos:
Para impedir que eu me exaltasse por causa da
grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho
na carne, um mensageiro de Satanás, para me
atormentar. Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse
de mim. Mas ele me disse: "Minha graça é suficiente
para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na
fraqueza". Portanto, eu me gloriarei ainda mais
alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de
Cristo repouse em mim (2 Co 12.7-9, ênfase do autor).
151
somos capazes de entender o que Deus está fazendo,
devemos confiar nele.
Quando Moisés, relutante, pegou a serpente,
ela se transformou em uma vara novamente. A partir
desse ponto na narrativa, aquela vara nunca mais é
mencionada como "a vara de Moisés". É mencionada
como "a vara de Deus". Uma vez que Moisés a soltou
e a serpente surgiu dela, ela era a vara de Deus. A
única coisa na qual Moisés pensou que poderia confiar
ao máximo tinha de ser entregue a Deus. Deus pode
despojá-lo de tudo, para permitir que você veja e
entenda sua total dependência dele. É com esta
privação, com esta renúncia, que vem o poder. Às
vezes, há coisas às quais gostaríamos de apegar-nos
que precisamos renunciar para que Deus possa
remover a serpente delas.
2.Veja Isaías 30.2,3
3.Veja Êxodo 4.3,4
153
- O que você quer dizer? - respondeu o
pastor. -Você não ficou nem cinco minutos em
minha sala.
- Fui atormentada a noite inteira. Não
consegui dormir; por isso, fiquei andando pela
casa. Você fez alguma coisa contra mim!
- Sim, eu fiz. Pedi ao Senhor que enviasse de
volta os espíritos que você trouxe para atormentar-
me. Pedi que eles fizessem com você o que você
queria que fizessem comigo.
Bem-Vindo ao Purgatório - Aqui Está Seu Boletim
Você percebe que temos autoridade para
atormentar o diabo? Os demônios não falaram a
Jesus: "Vieste aqui para nos atormentar antes do
devido tempo?" (Mt 8.29b)? A Igreja tem a finalidade
de ser o purgatório do diabo. Podemos atormentá-lo
enquanto ele ainda está na terra, mas, primeiro, temos
de parar de parecer e viver como se pertencêssemos
a ele e deixarmos de correr com a sua multidão.
Para ser sincero, é o grupo errado que está
preocupado hoje. A Igreja não deve se preocupar com
o inimigo; é ele quem deve se preocupar conosco! Ele
não está muito preocupado - esta é a única razão -
porque, normalmente, somos muito mansos,
domesticados, egocêntricos, e estamos satisfeitos com
a mediocridade para causar danos à saúde dele.
(Deus chama isso de "mornidão".4)
Desde que fiquemos bem presos ao modo que
escolhemos para servir a Deus, seremos quase tão
insignificantes para o inimigo quanto fomos para a
gripe que contraímos na semana passada. Por outro
154
lado, se conhecermos o poder que vem com a
renúncia, nos tornará uma verdadeira ameaça para
seu reino, e ele realmente estará em apuros. Este é o
passo que vai além da salvação e do simples nome no
rol de membros de uma igreja. Estamos alistados no
exército do Senhor. Recebemos nossa notificação de
aceitação por meio do sangue de Cristo. Agora é
tempo de pegarmos o veículo que nos levará ao
campo de treino de recrutas da renúncia.
O apóstolo Paulo teve um encontro com Deus
que o transformou por completo. Quando Deus conclui
nele sua obra, aquele respeitado rabino e estudioso
judeu abriu mão de suas credenciais e de uma carreira
religiosa brilhante para seguir a Cristo e declarar
guerra ao inimigo. Um governador disse a Paulo:
"Você está louco..." (At 26.24b). Eles estavam
dizendo a ele: "Você está louco! Você é um fanático.”
As Pessoas Podem Dizer que Você Tem Estado
com Jesus?
Alguém fez esta pergunta a você
recentemente? (Por favor, compreenda que não
estamos promovendo o mero sentimentalismo.) Há
quanto tempo você sentiu entusiasmo por Jesus? A
glória de Deus tem brilhado por seu intermédio
recentemente? As pessoas podem perceber sua
presença e maravilhar-se com o fato de "você ter
estado com Jesus5"? Sabemos que isso acontece. É
justamente por isso que elas também podem dizer
quando não temos estado com Ele.
É extremamente fácil dobrarmos nossos
joelhos, e não o nosso coração. Cruzamos os dedos
por trás de nossas costas e fingimos que Deus não
155
contempla nosso desempenho enquanto confessamos
total amor e lealdade com uma sinceridade não tão
sincera assim. O problema é que a entrega total não
acontece sem que haja um preço (e temos a tendência
de evitar compromissos que exijam um pagamento).
No Reino de Deus, é um preço que compensa ser
pago, pois há poder na renúncia.
Você não é um verdadeiro soldado até que
tenha suportado a dor, a disciplina, as fraturas e a
restauração que acontecem em um campo de treino
de recrutas da renúncia. A disciplina da entrega, por
vezes, até nos segue para o campo de batalha.
156
você controla tudo que está no meio dela. Já o
ouvi chamá-la de "minha igreja".
O pastor arrependeu-se diante do Senhor e
disse:
- Senhor, ela não é minha igreja; é tua igreja.
Quero teu ministério. Meu ministério, na melhor
das hipóteses, não é de fato eficaz. Quero ver o
que o Senhor pode fazer, porque o que quero não
fará com que a obra seja feita.
A tolice da independência é tão velha quanto
Adão e Eva. Devemos perceber que não poderíamos
nem respirar, pensar ou ganhar um centavo sem a
bênção e a aprovação de Deus. Qualquer coisa que
seja menos do que isso é presunção e rebeldia. A raiz
principal da rebeldia está no desejo de sermos
"grandes" segundo nossos próprios termos. O
tratamento e a cura de Deus para o espírito de
independência e rebeldia de um cristão é a disciplina
da renúncia.
Renuncie a Estabilidade do Homem e Aceite a
Mudança de Deus
Qualquer pessoa que aspire à liderança no
Reino de Deus deve aprender a renunciar a
"estabilidade" do homem e aceitar a mudança de
Deus, pois Deus está constantemente transformando
seu povo a fim de prepará-lo para a grande ceia do
casamento do Cordeiro. Isso significa que a mudança
será nossa constante companheira. Onde há
mudança, deve haver renúncia.
Pergunte aos irmãos de sua igreja quem dentre
eles nasceu na década de 1930 e cresceu na década
157
de 1940. A mudança faz parte da história de vida
deles, querem eles a aceitem ou não. Eles cresceram
imaginando que a coca era algo que você bebia, e não
cheirava. Era um tempo em que mato era algo que
servia de alimento para as vacas e no quais as
crianças brincavam. Bagulho nada mais era do que um
objeto sem valor. Até hoje, muitos deles se recusam a
aceitar o significado que o termo "alegre" assumiu,
referindo-se a um estado de espírito, e não a uma
preferência sexual pecaminosa.
Não "Abra Mão de Deus" por uma Preferência
Pessoal
Todos somos distinguidos por nossas
preferências musicais e, por vezes, corremos o risco
de abrir mão de Deus por causa delas - principalmente
se Ele decide revelar-se por meio de uma forma
musical que fomos ensinados a acreditar que "é do
diabo". Quando as pessoas de uma denominação
importante visitam uma "igreja cheia do Espírito" pela
primeira vez, elas normalmente ficam chocadas ao ver
que todos oram ao mesmo tempo - e em voz alta! Isso
não é nada comparado ao que acontece quando
ouvem as pessoas na congregação entoarem com
toda força e exuberância um "louvor realmente rápido".
As pessoas de "igrejas cheias do Espírito"
enfrentam um desafio similar quando visitam igrejas no
"lado mais silencioso da cidade de Deus". É difícil para
elas crer que Deus poderia ser encontrado nesses
lugares formais e discretos. É fácil esquecer que Deus
está onde dois ou mais estiverem reunidos em seu
nome.
158
Novos ambientes da igreja, métodos de adoração e
estilos de ministério tendem a invadir nossas "zonas
de conforto", mas isso não significa que essas coisas
"não sejam de Deus". Diz-se que nossa preferência
musical é determinada pela música que gostávamos
de ouvir no início de nossa adolescência. É possível
que Deus queira que renunciemos a algumas de
nossas preferências pessoais e aceitemos o fato de
que os tempos e as pessoas mudam.
Há novos sons na Igreja que são verdadeiros
sons de adoração e louvor. Não se surpreenda se tiver
de retilindar a algumas das idéias que você alimenta
sobre o tipo de louvor de que Deus se agrada, ou se
Ele gosta ou não de um louvor calmo ou barulhento.
Devemos ter cuidado para não rejeitarmos alguma
coisa que seja de Deus simplesmente por não refletir
nossa preferência pessoal.
Renuncie a Forma em Prol da Função
Algumas vezes, precisamos renunciar as
formas do passado em prol da função do Espírito
Santo no presente ou aceitar os novos propósitos de
Deus. O Sinédrio na época de Jesus não conseguiu
reconhecer o Messias por quem havia procurado a
vida toda. Por quê? Porque Jesus não estava de
acordo com as formas de santificação do próprio eu e
com suposições do passado. Essas formas
começaram como algo bom, algo de Deus, que era
extremamente funcional para os propósitos de Deus.
Contudo, a forma não era sagrada em - e de - si
mesma. Algumas vezes, precisamos pôr de lado as
formas do passado em prol da função.
159
Tudo começou milhares de anos antes, quando
Moisés passou a ter uma "sobrecarga ministerial". Seu
tempo e energia estavam se esgotando por causa das
intermináveis necessidades do povo. Seu desgaste
mental, emocional, físico e espiritual somou-se à
dificuldade que se esboçava. Então, Jetro, o sábio
sogro de Moisés, deu uma pequena sugestão durante
uma visita. Ele disse: "Moisés, é hora de dividir o
trabalho. Escolha homens capazes que temam a Deus
e amem a verdade6." Era uma boa forma a ser
seguida. Na verdade, ela sobreviveu a Moisés e à
nação de Israel, mas, no processo, passou de função
para forma para a instituição judaica.
Muitos anos depois, durante a vida do profeta
Ezequiel, esse grupo de pessoas tornou-se num corpo
formal de 70 juizes com grande poder. Moisés e Josué
se foram, e Deus havia sentenciado o povo obstinado
de Israel ao juízo. Então, Deus levou Ezequiel para
dentro de um quarto repleto de ídolos e imagens, com
paredes cheias de coisas obscenas.
No meio do quarto, estavam os 70 anciãos que vinham
do mesmo sistema que Moisés inaugurara havia 500
anos. Constituíam ainda o mesmo número e estavam
presos à mesma forma enquanto praticavam
abominações, em vez da verdade. Deus disse a
Ezequiel que julgaria a nação por causa de seus maus
juízos.7 Percebeu a ironia? Foi pior.
A forma dos 70 anciãos sobreviveu à escravidão
assíria e babilônica e reapareceu depois. Quinhentos
anos depois de Ezequiel, quando Jesus andou pela
terra, esse grupo de 70 juizes era conhecido como
Sinédrio. Jesus disse que os escribas e fariseus (os
dois grupos que dominavam o conselho) "se
160
assentaram na cadeira de Moisés" (Mt 23.2b). Esse
único conselho tinha pleno poder em todas as
questões legais, espirituais e civis dos judeus. Eles
eram mestres da Lei e fariseus. Embora tivessem
abandonado as abominações de seus antepassados
nos dias de Ezequiel, eles haviam assimilado algumas
abominações novas.
Criticada em Virtude de Uma Colisão com Cristo
Nos dias de Jesus, a forma da autoridade
delegada que servira a Moisés tinha uma vida e uma
missão própria. Ela existia especialmente para dar a
70 homens uma posição de prestígio e uma carreira
na comunidade judaica.
162
Considere a progressão: Quando Moisés
estabeleceu os 70 juizes, eles eram uma força e
bênção de Deus para ele e para o povo. Nos tempos
de Ezequias, eles se tornaram terríveis pensadores e
malfeitores. Nos dias de Jesus, o Sinédrio estava tão
fora de sintonia espiritual que seus membros não
reconheceram o Messias que estudavam nas
Escrituras e condenaram o Filho de Deus à morte.
Moisés tinha de aprender duas coisas sobre a
vara: Você tem de entregá-la quando Deus diz para
soltá-la, e você tem de pegá-la quando Ele diz para
pegá-la. Se deixasse de cumprir um desses dois
simples mandamentos, Moisés poderia perder tudo.
Na realidade, ele não passou no teste uma vez no
deserto.
Deus disse a Moisés que falasse à rocha, e ela
verteria água para os que tinham sede.8 Esse evento
prefigurou o dia em que Cristo, a Rocha, disse em alta
voz em Jerusalém:
Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem
crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior
fluirão rios de água viva (Jo 7.37,38).
SURGE UM PODER CONTRÁRIO OU UMA
ENERGIA NEGATIVA QUANDO NÃO APRENDEMOS
O PODER DA RENÚNCIA?
Moisés, em vez disso, levantou a vara da vida
de Deus e a usou como a vara da ira, batendo na
Rocha da Salvação, que simbolizava o Cristo do
futuro. Esse erro simples, porém sério, custou a
Moisés a perda do privilégio de entrar na Terra
Prometida.
163
Um dos papéis mais importantes do Sinédrio
era explicar e interpretar as leis de Moisés. Naquela
época, os líderes religiosos haviam acrescentado
1.500 regras à Lei básica de Moisés só para
"proteger a santidade" ou religiosidade do sábado.
Isso era algo que precisava ser renunciado e
descartado. Era a forma que havia perdido sua
verdadeira função.
A solução é conectar-se às coisas do Espírito.
Devemos estar dispostos a renunciar qualquer "forma"
que não esteja de acordo com os propósitos presentes
de Deus e as verdades eternas de sua Palavra
revelada. Isso é principalmente importante nestes dias
em que está evidente que Deus está realizando algo
novo em e no meio do seu povo.
8. Veja Números 20.8.
166
Curiosamente, a Amplíjied Version diz que
Davi colocou as pedras na cesta!13 Ele não iria para
uma batalha; ele estava a caminho de um piquenique.
Golias gabava-se: "Vou comer seu almoço", mas
nem imaginava o que havia na cesta de Davi. Davi
estava disposto a entregar-se renunciar a si mesmo à
glória de Deus, e os milagres aconteceram. (De certo
modo, Davi foi o primeiro a acertar Golias e fazer o
gigante rolar!)
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