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SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE
MARCA EM ANIMAIS

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42.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS DO


CRIME

A descrição típica está no art. 162 do Código Penal: “suprimir ou alterar,


indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de
propriedade”. A pena é detenção, de seis meses a três anos, e multa.

A norma protege a propriedade de semoventes, gado ou rebanho, portanto,


tutela o patrimônio.

Sujeito ativo do crime é quem realiza a conduta. Sujeito passivo o proprietário


do gado ou do rebanho.

42.2 TIPICIDADE

Realiza-se o crime com uma das seguintes ações comissivas: suprimir, que
significa desfazer, destruir, ou alterar, no sentido de modificar, dar nova feição à marca
ou sinal indicativo de propriedade.

É costume e direito do proprietário de animais marcá-los, no próprio corpo,


com a utilização de desenhos, letras, geralmente as iniciais do proprietário, números,
que são impressos na pelagem, a qual é queimada por ferro em brasa ou através de
produtos químicos. Também se marca animal com a fixação de artefatos ou etiquetas,
de metal ou outro material, indicando sua propriedade.

A marcação de animais é regulada pela Lei nº 4.714/65, todavia não é


indispensável que a marca no animal tenha sido feita com observância de seus
dispositivos. Deve ser reconhecida como sinal indicativo de quem seja o proprietário do
animal, podendo tal prova ser feita por todos os meios em direito admitidos. Qualquer
sinal que indique ser o animal de propriedade de alguém pode ser alterado ou
2 – Direito Penal II – Ney Moura Teles

suprimido, incidindo a norma penal.

O animal deve estar em meio a gado ou rebanho, expressões utilizadas


significando o conjunto de animais de grande e de pequeno porte, respectivamente.
Assim há gado bovino, gado eqüino, e rebanho caprino, rebanho suíno etc.

Basta a supressão de uma marca ou sinal em um dos animais do gado ou do


rebanho.

O elemento normativo indevidamente deve ser verificado, não havendo crime


quando o agente age autorizado pelo proprietário ou porque adquiriu o animal. Deve
ainda o animal estar em gado ou rebanho alheio, ou seja, que não pertença ao agente.

Crime doloso. O dolo deve abranger não só a conduta e o resultado, mas os dois
elementos normativos: a ilicitude da conduta e a condição de ser alheio o animal.
Haverá erro de tipo quando o agente supõe-se autorizado a suprimir ou alterar a marca
ou ainda quando imagina tratar-se de animal de sua propriedade.

Diverge a doutrina acerca da necessidade da presença do fim de lesionar o


patrimônio alheio. Basta, penso, o fim de, destruindo ou modificando a marca,
estabelecer a dúvida sobre quem seja o verdadeiro proprietário do animal, expondo a
perigo o direito de propriedade.

O crime pode ser meio para a realização do delito de furto de animais,


denominado abigeato, ou ser post factum impunível de furto ou apropriação indébita
anterior, que o absorve.

Consuma-se com a supressão ou alteração da marca, possível a tentativa quando


o agente, prestes a realizar a conduta, é interrompido por ação de terceira pessoa ou
pela fuga do animal.

42.3 AÇÃO PENAL

A ação penal é de iniciativa pública incondicionada, competente o juizado


especial criminal, possível a suspensão condicional do processo penal. Será condicionada
à representação do ofendido, quando a vítima for o cônjuge separado, irmão, tio ou
sobrinho com quem o agente coabite (art. 182, I a III, CP).

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