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INTRODUÇÃO OU ABANDONO DE
ANIMAIS EM PROPRIEDADE ALHEIA
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O tipo está no art. 164: “introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem
consentimento de quem de direito, desde que do fato resulte prejuízo”. A pena é detenção,
de quinze dias a seis meses, ou multa.
44.2 TIPICIDADE
podendo reconhecê-lo quando o animal permanece por pouco tempo na propriedade, sem
causar outros prejuízos de importância jurídica. Incide aqui, uma vez mais, o princípio da
insignificância, excludente da tipicidade do fato.
É assente, na doutrina, que o dolo do agente não pode alcançar o prejuízo causado, pois
se assim tiver sido o crime será o de dano, do art. 163. Ora, se o prejuízo é elementar do
tipo, e dolo é a vontade de realizar o tipo, penso que o agente deve ter representado
também o prejuízo, e pelo menos nele consentir, para realizar o tipo do art. 164.
Prejuízo, penso, não equivale necessariamente a dano, embora todo dano signifique
um prejuízo. Há prejuízo sem dano, mas não dano sem prejuízo. Dano é a destruição,
inutilização ou deterioração da coisa. O consumo de pastagens pelo animal configura
prejuízo, mas não é dano, porque os pastos existem para ser consumidos. Assim, quando o
agente introduz ou deixa o animal no imóvel alheio para alimentá-lo, o crime é o do art.
164.
Não há modalidade culposa. Será, pois, atípica a conduta do que, por negligência,
introduz ou deixa animal em propriedade alheia, havendo tão-somente ilícito de natureza
civil, reparável na esfera da jurisdição civil o prejuízo ou dano causado.