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Contém o art. 169 do Código Penal o seguinte tipo: “apropriar-se alguém de coisa
alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza”. A pena é
detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo. Sujeito passivo é o proprietário da coisa
apropriada pelo agente.
49.2 TIPICIDADE
O tipo descreve uma espécie de apropriação indébita. Contém o mesmo núcleo, busca
proteger o patrimônio, refere-se à coisa alheia móvel e pode ser praticado por qualquer
pessoa que esteja na posse ou detenção da coisa, sendo vítima o proprietário.
A coisa pode ser entregue por engano quando, encontrando-se oculta no interior de
outra, que a contém, passa à posse ou detenção do sujeito que, então, dela se apropria.
Esse erro incidiu sobre a própria coisa, que não deveria ser entregue. Seu proprietário, às
vezes, nem sabe que ela foi entregue ao agente.
Noutra situação, a coisa é entregue por engano à pessoa diversa da que deveria
recebê-la. O agente então dela se apropria. Nesse caso, o erro incide sobre a pessoa.
Caso fortuito é o acidental. A coisa vem ao poder do agente por si mesma, como é o
caso do semovente que se perde do rebanho ou do gado durante o transporte, ficando
retido em propriedade alheia. É o que se chama de arribada.
A coisa também pode ser levada para a posse ou detenção do agente pela ação de uma
força natural. Uma enchente ou uma ventania pode levar coisa à propriedade do vizinho
que, então, dela se apropria.
Também os elementos subjetivos desse tipo são os mesmos do tipo do art. 168.
Dolo, que é a vontade livre e consciente de se tornar dono da coisa alheia, passando a
exercer sobre ela os poderes inerentes à propriedade. Ânimo de assenhoreamento.
Quando o agente percebe o erro, no momento em que a coisa está vindo a suas
mãos, aproveitando-se dessa circunstância para tê-la consigo visando a se apropriar, estará
cometendo estelionato, porque, nesse caso, é inegável sua intenção de obter vantagem
ilícita. É o dolo ab initio.
Haverá erro de tipo, excludente do dolo, quando o agente imagina que a coisa é sua
Apropriação de Coisa Havida por Erro, Caso Fortuno ou Força da Natureza - 3