Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
CORRUPÇÃO DE MENORES
_____________________________
6.2 TIPICIDADE
6.2.1 Conduta
Corrompe a vítima quem pratica com ela ato de libidinagem. Facilita a corrupção
quem a induz a praticá-lo ou a simplesmente presenciá-lo. Trata-se, portanto, de
corrupção no exercício da sexualidade. A vontade da norma é a de que as pessoas estejam
obrigadas a um comportamento sexual regrado e com limites impostos pela moralidade
média, o que, já se disse reiteradas vezes, não é exigência legítima.
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles
Realiza o tipo o agente que, com uma pessoa de idade dentre as referidas, pratica
qualquer ato libidinoso, conjunção carnal, sexo oral, anal, beijos voluptuosos, carícias
sexuais, enfim, qualquer ato de prazer sexual. Também incorre na proibição aquele que
induzir o menor a praticá-lo sozinho ou com outra pessoa. Induzir é fazer nascer na mente
da vítima a idéia, o pensamento, a vontade de fazer ou deixar de fazer alguma coisa. O
induzimento pode voltar-se também para que a vítima venha a presenciar ações libidinosas
realizadas por outras pessoas, sozinhas ou em conjunto.
Ora, nos tempos atuais, qual é o padrão de normalidade sexual? Quem o dita? Os
juízes e tribunais no momento da aplicação da lei ou a própria sociedade, por seus
indivíduos, na vida de seu dia-a-dia? Quando se pode dizer que um jovem maior de 14 e
menor de 18 anos é ou não pervertido, corrompido, desmerecendo, por isso, a proteção
penal? Em que condições ou circunstâncias ele será considerado vítima da corrupção
sexual?
Como se disse na introdução desse Título, a ordem jurídica não pode ditar padrões
de comportamento sexual, mas proteger pura e simplesmente a liberdade de exercer a
sexualidade, tutelando, também, as crianças e os menores de tenra idade que ainda não
possam discernir sobre a oportunidade e conveniência das práticas sexuais.
e que tenha já, por opção pessoal livre, incorporado, em seus hábitos, a prática de atos
sexuais como um de seus próprios atributos. Não irá o juiz decidir segundo suas próprias
convicções acerca da sexualidade, para punir alguém simplesmente por ter contribuído
para a realização de um prazer sexual de outra pessoa.
O crime é doloso. O agente, para realizar o tipo, deve atuar com plena consciência
acerca da idade da vítima, de que ela não seja já habituada a práticas de natureza sexual e
com vontade livre de realizar a conduta a fim de que a vítima pratique ou presencie o ato
libidinoso. Desconhecendo um dos elementos do tipo, ficarão excluídos o dolo e a
tipicidade.
queixa.
Entretanto, quando a vítima ou seus pais não puderem arcar com os custos do
processo sem privar-se de recursos necessários para a manutenção própria ou da família, a
ação penal será de iniciativa pública, condicionada à representação.
Quando o crime tiver sido cometido com abuso do pátrio poder ou da qualidade de
padrasto, tutor ou curador, será de iniciativa pública incondicionada.