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SONEGAÇÃO DE ESTADO DE
FILIAÇÃO

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22.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS DO


CRIME

Dispõe o art. 243 do Código Penal:

“Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio ou


alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar
direito inerente ao estado civil: Pena – reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e
multa.”

O bem jurídico protegido é a verdade acerca do estado de filiação da pessoa, bem


assim as suas relações familiares.

Sujeito ativo é qualquer pessoa, o pai ou a mãe, quando agir em relação ao próprio
filho.

Sujeito passivo é o Estado e também a pessoa sobre a qual recai a conduta típica.

22.2 TIPICIDADE

22.2.1 Conduta, elementos objetivos e normativos

A conduta típica é a de deixar a vítima em asilo de expostos ou instituição assistencial,


no sentido de ali abandoná-la, largá-la, a fim de que aí ela passe a viver. A norma refere-se,
expressamente, a essas duas espécies de instituições destinadas exatamente a amparar
pessoas abandonadas, largadas ou relegadas pela família. Não sendo a vítima deixada num
desses locais, a conduta poderá ajustar-se a outro tipo, como o de abandono de incapaz ou
o de abandono de recém-nascido, definidos nos arts. 133 e 134 do Código Penal.
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles

Ao abandonar a vítima, o agente oculta sua filiação ou lhe atribui outra, ou seja, nega
sua filiação, escondendo quem sejam os seus pais. Não é necessário que o agente informe
os nomes dos que afirma serem os pais da criança, bastando que ele não informe os
verdadeiros, o que acontece quando consegue convencer os que recebem a vítima de que se
trata de criança abandonada.

A vítima pode ser o próprio filho do agente ou filho de outra pessoa, mas em qualquer
caso a verdade acerca da sua filiação é ocultada dos que a abrigam.

A vítima é, sempre, uma criança, um menor de pouca idade que não sabe comunicar-
se com precisão a respeito da sua própria filiação. Normalmente é um recém-nascido ou
ainda nos seus primeiros anos de vida. Nada impede, entretanto, que seja uma criança já
com alguma capacidade de entendimento, que se comunique sem grandes dificuldades,
desde que sua filiação real também lhe tenha sido, anteriormente, ocultada.

22.2.2 Elemento subjetivo

O abandono é realizado estando o agente consciente de quem sejam os verdadeiros


pais da criança e desde que tenha a vontade de deixá-la na instituição de assistência ou no
asilo de expostos com uma finalidade específica: a de prejudicar direito inerente ao estado
civil. Realiza o tipo, por exemplo, o pai que deixa o filho menor em asilo, ocultando sua
filiação, para que este não seja o herdeiro da mãe falecida recentemente. O fim de causar
prejuízo é essencial para a caracterização desse tipo, pois sem ele a conduta se ajustará a
um dos tipos de abandono de menor, dos arts. 133 e 134 do Código Penal.

22.2.3 Consumação e tentativa

Consuma-se o crime no momento em que a vítima é deixada, largada, abandonada,


com a sonegação de sua verdadeira filiação, isto é, quando ali é entregue com a informação
inverídica acerca de quem sejam seus pais.

A tentativa é admissível quando, por qualquer razão fora da vontade do agente, a criança
não chega a ser abandonada ou é descoberta sua verdadeira filiação no momento em que
aquele está prestes a deixá-la no estabelecimento referido pela norma.
Sonegação de Estado de Filiação - 3

22.3 AÇÃO PENAL

A ação penal é de iniciativa pública incondicionada, permitida a suspensão


condicional do processo penal regulada pelo art. 89 da Lei nº 9.099/95.

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