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QUADRILHA OU BANDO
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Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime, todavia é necessário o mínimo de
quatro pessoas.
61.2 TIPICIDADE
O caput do art. 288 contém o tipo fundamental. O parágrafo único contém a forma
qualificada. O art. 8º da Lei nº 8.072/90 contém um tipo especial do crime de quadrilha
ou bando. O art. 14 da Lei nº 6.368/76 incrimina a associação para cometer os crimes dos
arts. 12 e 13.
A norma não exige que a associação seja organizada ou sofisticada em seu modo de
atuar, contentando-se com a estabilidade, a permanência e a finalidade.
Não basta a prova de comunicações entre os que cometem crimes, de seu encontro
para sua preparação ou das reuniões destinadas à distribuição das tarefas, porque estes são
atos preparatórios dos crimes que irão cometer.
Claro que, tendo praticado um ou mais crimes, mais fácil será a demonstração de
sua existência real.
Exige-se dolo. Consciência dos sujeitos ativos de que estão se reunindo, de modo
permanente e estável, associando-se em número de, no mínimo, quatro pessoas e agirem
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A tentativa é impossível.
“será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal,
quando se tratar de crimes hediondos, prática de tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins ou terrorismo”.
Com a vigência do art. 8º, alcançando determinados crimes mais graves, dentre eles
os abrangidos pelo art. 14, tem-se tratamento harmônico e perfeito, com uma proteção
mais eficaz para a paz pública, não havendo qualquer prejuízo para os interesses da
sociedade.
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Como já se disse, o crime de quadrilha ou bando tem autonomia jurídica. Basta sua
consumação para incidir a norma incriminadora, independentemente da realização de
qualquer dos crimes para o qual foi constituída.
penais.
Além disso, a norma exige que o juiz levará em conta a personalidade do agente, a
natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do crime.
Também o § 4º do art. 159 do Código Penal – que incide sobre o crime de extorsão
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Já o art. 14 da mesma Lei nº 9.807/99 contém outra norma mais ampla do que a
do § 4º do art. 159 do Código Penal:
De notar que, segundo a norma, basta que haja colaboração efetiva do concorrente
na identificação dos demais, na localização da vítima com vida e na recuperação, ainda que
parcial, do produto do crime. Se a vítima é localizada com vida, por força da colaboração
do delator, e vem a morrer no tiroteio desencadeado pela polícia com os demais
seqüestradores, não há razão para que o benefício não lhe seja concedido. É que a norma
do art. 14 não mencionou, como a do § 4º do art. 159, a libertação da vítima, mas sua
localização com vida.
As duas normas estão em pleno vigor. A do § 4º do art. 159 do Código Penal será
aplicada quando o delator tiver colaborado, facilitando a libertação da vítima. A do art. 14
da Lei nº 9.807 quando contribuir para sua localização com vida, para a identificação dos
demais concorrentes e para a recuperação do produto do crime. Essa colaboração deve ser
completa, não merecendo o prêmio o delator que não contribuir para os três eventos.
Como se vê, basta que haja confissão espontânea revelando toda a ação criminosa,
não sendo necessária qualquer outra conseqüência, nem o desmantelamento da quadrilha.