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Teorias, factores e processos de aprendizagem

Índice
OBJECTIVOS PEDAGÓGICOS.......................................................................................................... 3
COMO UTILIZAR O MANUAL: ........................................................................................................ 4
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS.................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 6
CAPÍTULO 1 - A APRENDIZAGEM................................................................................................. 7
O CONCEITO ......................................................................................................................................... 7
CAPÍTULO 2 - CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM ...... 10
ETAPAS DA APRENDIZAGEM ............................................................................................................... 12
FACTORES PSICOLÓGICOS DA APRENDIZAGEM................................................................................... 12
CAPÍTULO 3 - MODELOS E TEORIAS DA APRENDIZAGEM ................................................. 16
MODELO BEHAVIORISTA ( COMPORTAMENTO) .................................................................................. 16
TEORIA DA APRENDIZAGEM SOCIAL .................................................................................................. 18
MODELO COGNITIVISTA ..................................................................................................................... 19
CAPÍTULO 4 - AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS ...................................................................... 21
CAPÍTULO 5 - OS ESTILOS DE APRENDIZAGEM..................................................................... 23
CAPÍTULO 6 - A APRENDIZAGEM CONSCIENTE .................................................................... 24
CAPÍTULO 7 - OS FACILITADORES DE APRENDIZAGEM..................................................... 25
MOTIVAÇÃO ....................................................................................................................................... 25
ACTIVIDADE ....................................................................................................................................... 27
CONHECIMENTO DOS OBJECTIVOS...................................................................................................... 28
CONHECIMENTO DOS RESULTADOS .................................................................................................... 29
REFORÇO ............................................................................................................................................ 30
DOMÍNIO DOS PRÉ-REQUISITOS .......................................................................................................... 31
ESTRUTURAÇÃO ................................................................................................................................. 31
PROGRESSIVIDADE ............................................................................................................................. 32
REDUNDÂNCIA ................................................................................................................................... 32
CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 34
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................. 35

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Teorias, factores e processos de aprendizagem

Objectivos Pedagógicos
O presente manual tem como objectivos:
 Identificar os conceitos e as principais teorias, modelos explicativos do
processo de aprendizagem;
 Identificar os principais factores e as condições facilitadoras da
aprendizagem.

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Como utilizar o manual:


O presente manual encontra-se dividido em capítulos:
 Capítulo 1 – A aprendizagem
 Capítulo 2 – Características básicas do processo de aprendizagem
 Capítulo 3 – Modelos e teorias da aprendizagem
 Capítulo 4 – As inteligências múltiplas
 Capítulo 5 – Os estilos de aprendizagem
 Capítulo 6 – A aprendizagem consciente
 Capítulo 7 – Os facilitadores de aprendizagem

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Conteúdos Programáticos

 Conceitos e características da aprendizagem;


 Teorias, modos/modelos/mecanismos de aprendizagem;
 Processos, etapas e factores psicológicos da aprendizagem;
 Fontes e Métodos de Motivação.

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Introdução
Quem tem prática de formação profissional, ou quem por conta própria
estuda este assunto, está com certeza familiarizado com a definição de
aprendizagem segundo a qual está a “aquisição de novos comportamentos
ou a mudança de comportamentos pré-existentes”.

É sem dúvida uma definição correcta no contexto de uma abordagem


sistémica da formação profissional centrada no elemento formativo como
base e condicionante das relações técnicas e pedagógicas resultantes do
contexto formativo.

É a confirmação da fórmula de KURT LEWIN segundo a qual o


comportamento é sempre da personalidade e do “meio”.

C = F (P, M)

Desta forma, existe sempre a possibilidade de se exercer alguma influência


no comportamento individual através do meio, manipulando o contexto, ou
seja aquilo que vulgarmente chamamos estratégia de intervenção.

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Capítulo 1 - A Aprendizagem

O Conceito
A aprendizagem em qualquer Ser
Humano, é um processo que intervém
desde o início e ao longo de toda a
vida. Sem ela, o Homem não teria
capacidade de responder a estímulos
intrínsecos ou extrínsecos a que está
exposto, de se adaptar às múltiplas situações que defronta durante a vida.

A aprendizagem consiste, por outro lado, num conjunto de mecanismos


psicofisiológicos e de operações mentais, de ordem cognitiva e emocional,
que se concretizam. em momentos posteriores, em acontecimentos
observáveis.

A aprendizagem define-se, basicamente, pela ideia de mudança.

Na interacção com o meio, o indivíduo recebe múltiplos estímulos que através


dos mecanismos internos de aprendizagem, se traduzirão em mudanças ao
nível das estruturas cognitiva, emocional, motivacional e em novas respostas
na sua relação com o meio, isto é, em novas atitudes e comportamento.

A aprendizagem, contudo, não resulta apenas na activação de mecanismos


cognitivos. A vivência e a herança sócio-cultural interage dialeticamente com
a herança biológica e psicofisiológica.

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“O Homem constrói o futuro a partir do passado. Reexperimentando e


generalizando novos processos de aprendizagem a Humanidade vai
edificando novos horizontes culturais, acrescentando sempre algo mais à
própria natureza e à cultura.

“A aprendizagem é um processo, pelo qual surge ou se modifica uma

actividade, na sequência de reacções do organismo a uma situação

do meio ambiente”

Hilgard

A aprendizagem depende, ainda, das condições ambientais onde ela se


processa, bem como da forma como a actividade de ensino é organizada.

O/A Formador/a é um Agente de Mudança


Em contexto de Formação Profissional há aprendizagem sempre que surja
uma conduta nova, ou se verifiquem modificações nas condutas pré-
existentes, provocadas pela vivência de uma situação-formação. Nesta
óptica, a desaprendizagem é também uma forma de aprendizagem.
O sucesso da aprendizagem no contexto da Formação Profissional, deve ser
sempre aferido aos objectivos da própria formação, sendo necessário que,
entre a entrada no contexto de formação (perfil de entrada) e a saída desse
contexto (perfil de saída), se verifique uma mudança no indivíduo: o aumento,
a correcção ou o aperfeiçoamento de saber-saber (domínio cognitivo), saber-
ser/estar (domínio afectivo) e/ou saber-fazer (domínio psicomotor).

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Espera-se que com a aprendizagem, o formando fique em condições de se


adaptar e agir no/ou sobre o meio organizacional de modo diferente,
desejavelmente aperfeiçoado, inovador ou criativo, em resultado do processo
formativo a que esteve sujeito.

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Capítulo 2 - Características Básicas do Processo de


Aprendizagem
A Aprendizagem é Contínua
Dois níveis do comportamento humano:
 O que se manifesta em função da maturação biológica ( o nível inato);

 O que é aprendido, sofrendo influência do meio ambiente no organismo

( o nível adquirido).

A Aprendizagem é Dinâmica
 O indivíduo só aprende realmente se participar activamente do processo,
que a nível operatório quer a nível interno (mental, afectivo, social).

 Ninguém consegue aprender apenas por exposição aos estímulos.

A Aprendizagem é Global
A aprendizagem implica a mobilização do organismo, ou seja:
 Os conhecimentos;

 As expectativas;

 As crenças e valores;

 As atitudes;

 As necessidades;

 A personalidade.

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A Aprendizagem é Subjectiva
Variáveis como:

 Sexo; Interferem na
 Idade; Aprendizagem

 Cultura;

 Meio Sócio Cultural;

O Processo Formativo deve centrar-se no


alvo da Aprendizagem : O FORMANDO

A Aprendizagem é Gradativa e Cumulativa


A transmissão de conteúdos deve ser feita de forma gradual, de modo a que
o organismo os possa assimilar convenientemente.

Deve-se partir do simples para o complexo.

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Etapas da Aprendizagem

1ª Síncrese - Compreensão inicial ( mais ou menos difusa);

2ª Análise - Assimilação de nova realidade, incorporando-a na experiência


anterior através do detalhe e discriminação. das diversas facetas.

É a recomposição dos diferentes aspectos assimilados num todo coerente e


reconhecível.

3ª Sintese - Impressão final da realidade da organização das partes distintas


que a compõem.

Factores Psicológicos da Aprendizagem

 Percepção;

 Atenção;

 Memória.

Percepção

“Tomada de conhecimento sensorial de acontecimentos exteriores que deram


origem as sensações mais ou menos numerosas e complexas.”

Piéron

Significa etimologicamente colheira/recolha. Trata-se de tomar contacto com


a realidade, de estabelecer uma relação entre o organismo e o meio
envolvente, de dar sentido aos dados sensoriais que nos atingem e são
relevantes em cada momento.

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O mundo percepcionado não passa, portanto, de uma interpretação do


mundo físico, o que implica a não completa identidade entre o que
percepcionamos e a realidade física.

Sabemos que a realidade percepcionada varia individualmente devido à


influência de muitas variáveis intra e interindividuais.

Um pintor, um caçador e um par de namorados ao observarem uma mata no


final de uma tarde de Verão, apesar da uniformidade de estímulos recebidos,
certamente que atribuem significados, sentidos diferentes a esta mesma
realidade sensorial.

A Atenção

A Atenção é o aspecto activo, selectivo da percepção, que consiste na


preparação e na orientação do indivíduo para a percepção de um estímulo
particular.

A Atenção diz respeito ao processo de concentração do espírito sobre


qualquer coisa. Esta prepara e orienta o sujeito para a percepção de um
determinado objecto.

O organismo humano está, a cada instante, a ser bombardeado por uma


divesidade enorme de estímulos e informações muito superior à que pode ser
tratada. É através da atenção que é possível dar respostas adaptativas aos
estímulos exteriores e interiores, fazendo uma triagem.

Se se trata de uma situação de perigo a selecção é feita de forma automática,


induzindo uma tomada de consciência da situação através de reflexos
motores do organismo.

No dia-a-dia, a atenção vai exercer-se em diferentes situações pondo em


jogo processos adaptativos tais como a discriminação entre as percepções

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sensoriais, a memorização de certas informações, a realização de


aprendizagens motoras e congnitivas.

Em qualquer situação a atenção depende das motivações individuais, como


demonstra a existência de uma forte coordenação entre motivação e atenção,
verificada em estudos experimentais.

Memória

A memória e a aprendizagem estão intimamente relacionadas. A capacidade


de aprendizagem está tão dependente da memorização como a capacidade
de memorização está dependente da capacidade de aprendizagem. A
retenção de novas informações está dependente da existência ou não da
informação prévia.

Os estudos sobre a memória identificam três níveis de recordação das


experiências que vivemos:

 Memória Sensorial ou Icónica, em que a duração do que é


percepcionados pelos indivíduos é rapidamente esquecido;

 Memória de Curto Prazo ou Primária, onde a recordação das


componentes percepcionadas é retida por um período mais prolongado,
mas esquecida ao fim de um certo tempo;

 Memória de Longo Prazo ou Secundária, sendo aquele que retém as


informações percepcionadas, seleccionadas e codificadas de uma forma
permanente.

Durante a exposição a estímulos, à informação, ou a experiências, o input


sensorial é retido, muito brevemente, no respectivo sistema. Há uma
estimulação dos receptores sensoriais e a informação e transformada em
impulsos nervosos.

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Os inputs são filtrados pelos mecanismos da motivação, da percepção, da


atenção, da fadiga, etc. Estamos no momento do impacto dos inputs e dos
registos sensoriais.

No momento seguinte, a informação, tal como foi percebida, reconhecida e


aprendida, é codificada durante a fase de Aquisição. Só então é
encaminhada para armazenamento e retenção temporária e/ou permanente.

Entra-se na fase de memorização propriamente dita.

Na memória primária a curto prazo fazem-se retenções temporárias. Um


número de telefone é recordado enquanto temos necessidade de o usar e
esquecido ao fim de algum tempo se deixarmos de o utilizar.

Contrariamente à memória icónica, a memória a curto prazo existe para além


das modalidades sensoriais - podem recordar-se não apenas estímulos
visuais, mas também outros estímulos ( auditivos, por exemplo) a ele
associados.

Por outo lado, parte das informações retidas são encaminhadas para
respostas que o indivíduo tem que dar no momento.

Por fim, parte daquelas recordações são encaminhadas e retidas na memória


secundária permanente - memória de longo prazo. As informações vão ser
arquivadas para utilização futura e o apelo a estas informações é feito por
associações.

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Capítulo 3 - Modelos e Teorias da aprendizagem


Pa ra ter uma percepção de como se aprende, é fundamental o conhecimento
dos tipos de aprendizagem e dos modelos e teorias subjacentes _
Behavioristas, Cognitivista.

Modelo Behaviorista ( Comportamento)

Condicionamento Clássico
Este tipo de condicionamento é muito semelhante ao que habitualmente é
designado por “Reflexos Condicionados”.

O condicionamento é a formação de relações entre algumas sequências de


estímulos-respostas das quais resulta uma mudança estável nos padrões de
comportamento ou no conjunto de respostas de um organismo.

(Exemplo: Experiência dos cães de Pavlov)

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Condicionamento Operante

Muitas das nossas acções não são desencadeadas por estímulos tal como
propõe o condicionamento clássico.

Um dia dá-se uma resposta, esta tem consequências positivas ou negativas


e, para a próxima vez, em tal situação, eu volto a dar ou a evitar a resposta
anterior.

A tónica é posta na resposta e nas suas consequências.

PROBABILIDADE

RESPOSTA REFORÇO

CONSEQUÊNCIA

O Condicionamento Operante é um processo de aprendizagem através do


qual um resposta é tornada mais provável ou mais frequente.

Por operante podemos entender um conjunto de actos que existem num


organismo quando este faz algo, quando opera sobre o meio gerando
consequências.

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A peça-chave do condicionamento operante é o Reforço, estímulo que segue


a resposta e tem como consequência o aumento da tendência
(Probabilidade) a dar a resposta.

Teoria da Aprendizagem Social

Bandura e outros behavioristas começaram a verificar que alguns


comportamentos não seguiam as leis da aprendizagem explicadas
anteriormente.

Muitos comportamentos aprendidos, sobretudo os mais complexos, são


adquiridos muito mais rapidamente do que seria possível se prosseguissem
uma aprendizagem por aproximações sucessivas e por reforço.

Adquirem sequências inteiras de uma só vez sem necessita, pelo menos


aparentemente, de reforços.

Isto é tanto mais verdade quanto maior é a oportunidade para observar


comportamentos desenvolvidos pelos outros.

Estes outros constituem “modelos” e o comportamtento assim aprendido


através da observação do modelo é designado por Modeling.

O que acontece na prática é que, embora diferentes pessoas possam


observar um modelo, adquirindo esse comportamento, não há uma
reprodução passo a passo. Ela é diferente de pessoa para pessoa, havendo
por isso quem prefira a designação de “Modelagem”.

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Modelo Cognitivista

A Aprendizagem é vista sobretudo como um processo de que se podem


destacar as seguintes ideias:

 A aprendizagem é vista como uma reestruturação activa das percepções


e dos conceitos;

 A aprendizagem confunde-se, por vezes, com a própria compreensão;

 Um dos conceitos chave é o insight - a sua definição é extremamente


difícil mas corresponde muito a uma “intuição de solução de um problema”
ou de interpretação de “um facto”. É a “luz que de repente se acende”.

Um insight ocorre quando um indivíduo perseguindo os seus propósitos vê


novas maneiras de utilizar elementos do meio ou dos seus próprios
conhecimentos;

 A aprendizagem é mais do que meras associações, ela é um processo


sistemático e activo que articula o novo (estímulo ou situação) com aquilo
que já sabemos;

 O que leva o indivíduo a aprender são as suas necessidades internas, a


sua curiosidade e/ou as suas expectativas;

 O processo de aprendizagem implica:

- Aquisição de nova informação que provém de nova situação, do


problema, etc;

- A transformação do conhecimento;

- Testar o grau de adequação do conhecimento ou da aprendizagem;

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 As estratégias de aprendizagem podem variar de indivíduo para indivíduo,


em função das capacidades de cada um e/ou do modo como a situação
de aprendizagem é apresentada.

 Estas teorias dão grande importância à linguagem, ela é vista como uma
“ferramenta”, como um processo medidor da aprendizagem ( deve ser
clara e perceptível por todos).

O ADULTO APRENDE
O que quer
O que lhe faz falta
Com a Prática

O ADULTO APRENDE MELHOR


Resolvendo Problemas
Em ambiente descontraído
Quando é orientado, e não avaliado

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Capítulo 4 - As Inteligências Múltiplas


Definição
Teoria desenvolvida por Gardner que
sugere a existência de pelo menos 7
inteligências distintas, isto é, de 7
distintas maneiras de perceber e
"conhecer" o mundo e de as pessoas
resolverem os problemas que lhes
surgem, correspondendo de alguma forma a 7 estilos de aprendizagem.

Princípios
Gardner define "Inteligência" como um conjunto de competências que:
 é autónomo das outras capacidades humanas;

 tem um núcleo base de operações de "processamento de informação";

 tem uma história diferenciada de desenvolvimento (estádios de


desenvolvimento por que todas as pessoas passam);

 tem raízes prováveis na evolução filogenética; e

 pode ser codificada num sistema de símbolos .

As Sete Inteligências identificadas por Gardner são:


1. Verbal / Linguística - A habilidade para "brincar com as palavras", contar
histórias, ler e escrever. A pessoa com este estilo de aprendizagem tem
facilidade em recordar nomes, lugares, datas e coisas semelhantes;

2. Lógica / Matemática - A capacidade para "brincar com as questões",


para o raciocínio e pensamento indutivo e dedutivo, para o uso de
números e resolução de problemas matemáticos e lógicos;

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3. Visual / Espacial - Habilidade para visualizar objectos e dimensões


espaciais, para criar "imagens" internas. Este tipo de pessoas adoram
desenhar, pintar, visitar exposições, visualisar slides, videos e filmes...

4. Somato-Quinestésica - Conhecimento do corpo e habilidade para


controlar os movimentos corporais. As pessoas com este "tipo de
inteligência" movem-se enquanto falam, usam o corpo para expressar as
suas ideias, gostam de dançar, de praticar desportos e outras actividades
motoras.

5. Musical - Rítmica - Habilidade para reconhecer sons e ritmos; trata-se de


pessoas que gostam de ouvir música, de cantar e até de tocar algum
instrumento musical.

6. Interpessoal - Capacidade de relacionamento interpessoal. São pessoas


que estão sempre rodeadas de amigos e gostam de conviver.

7. Intrapessoal - Auto-reflexão, metacognição e consciência das realidades


espirituais. São pessoas que preferem "estar sós" e pouco dadas a
convívios.

(Gardner - Frames of Mind: The Theory of Multiple Intelligences)

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Capítulo 5 - Os Estilos de Aprendizagem


Definição
Teoria da Aprendizagem que parte da ideia de que os indivíduos têm
diferentes maneiras de "perceber" e de "processar a informação" o que
implica diferenças nos seus processos de aprendizagem.

Princípios
O conceito de "estilos de aprendizagem" tem a sua raíz na Psicologia,
especialmente na classificação dos "tipos psicológicos" (C. Jung).
Das interacções entre os dados genéticos do indivíduo e as exigências do
meio resultam diferentes formas de recolher e processar a informação,
podendo apontar-se os seguintes tipos:

Relativamente à Recolha da Informação :


 Os Concretos - recolhem a informação através da experiência directa,
fazendo e agindo, percebendo e sentindo;

 Os Abstractos - Recolhem a informação através da análise e


observação, pensando...

Relativamente ao Processamento da Informação :


 Os Activos - Fazem imediatamente qualquer coisa com a informação que
recolheram da experiência;

 Os Reflexivos - Após a recolha de novas informações pensam nelas e


reflectem sobre o assunto.

(McCarthy - Teaching to Learning Styles with Right/Left Mode Techniques)

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Capítulo 6 - A Aprendizagem Consciente


" De acordo com os resultados dos estudos experimentais em pedagogia
podemos definir sete estádios de aprendizagem humana ao longo de toda a
vida ...

Primeiro Estádio: Aprendizagem de sinais em função de estímulos-


respostas, quer vegetativos, quer involuntários;

Segundo Estádio: Aprendizagem das relações estímulos-respostas


musculares ou voluntárias;

Terceiro Estádio: Aprendizagem de cadeias mentais ou verbais;

Quarto Estádio: Aprendizagem de uma discriminação múltipla, isto é,


escolha voluntária entre várias respostas em função de um estímulo dado;

Quinto Estádio: Aprendizagem de um conceito, isto é, escolha entre várias


respostas em função de vários estímulos;

Sexto Estádio: Aprendizagem de um princípio, isto é, combinação de


conceitos que conduzem ao conhecimento, no quadro de um contexto.

Sétimo Estádio: Aprendizagem da resolução de um problema, isto é,


reflexão tendo em conta o meio.

(Daniel Dubois (1994): "O Labirinto da Inteligência. Da Inteligência Natural à


Inteligência Fractal"; Lisboa: Instituto Piaget; pg 38)

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Capítulo 7 - Os Facilitadores de Aprendizagem


Motivação

Não nos interessam neste momento os factores individuais de motivação


inerentes aos gostos, necessidades e aspirações de cada um dos elementos
do grupo. Interessam-nos, isso sim, os factores de motivação comuns a todos
os indivíduos pois são estes que permitem a estreita ligação entre o/a
formador/a e o grupo. Desta forma e lembrando que o ciclo de motivação
implica uma relação entre estímulos desencadeadores e comportamentos
motivados visando a satisfação de necessidades:

Estabilidade Estímulo Necessidade Comportamento Objectivo


Emocional

Podemos concluir que o/a formador/a poderá sempre motivar um grupo no


sentido de o fazer agir para alcançar resultados. Para tal, deverá em primeiro
lugar analisar a relação entre o grupo e o tema para concluir se a motivação
intrínseca (inerente ao próprio tema) é suficiente para “fazer mover” o grupo
de formando. Quando esta motivação está presente o trabalho do formando é
bastante facilitado.

Se o tema não for, por si só, suficientemente motivador o/a formador/a


poderá recorrer à motivação extrínseca (fora do próprio tema).

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Para tal, e deixando de fora os factores individuais poderá recorrer às


seguintes variáveis:

Motivações Comuns:
- Curiosidade
- Sucesso Pessoal
- Desenvolvimento
- Realização
- Competição
- Presença no grupo
- Utilidade
- Percepção das Finalidades
- Acessibilidade

Sabendo que estes factores são comuns a todos os indivíduos em termos de


motivação, o/a formador/a poderá mais facilmente relacionar-se com o grupo
e fazer passar a sua mensagem. Repare-se que a maioria destes factores vai
ao encontro das características da aprendizagem enquanto processo. Para
além destas possibilidades o/a formador/a poderá contar com um grupo
motivado sempre que a formação conte com:

- Voluntariado
- Objectivos definidos
- Métodos participativos
- Animadores competentes
- Temáticas pertinentes
- Auto-avaliação
- Formação fora do local de trabalho
- Articulação formação/carreira
- Boa organização

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Os elementos atrás referidos podem não estar todos presentes. No entanto, o


seu levantamento e análise permitem que o/a formador/a possa atenuar
eventuais elementos desmotivadores.
Chamamos a atenção para a necessidade que o/a formador/a tem, em
determinados grupos com elevado grau de motivação intrínseca e extrínseca,
de analisar o programa e os objectivos a fim de concluir se a sua actuação
poderá realmente suprir as necessidades criadas nos formandos. Casos há
em que tal não acontece e que o/a formador/a deverá motivar os seus
formandos (por exemplo através de uma conversa prévia sobre o real
interesse do tema) em vez de os fazer cair em frustração.

Actividade
Na abordagem feita às formas de aprendizagem concluímos que a
interligação entre a recepção e a acção seria a forma mais eficaz de
compreensão, adesão e utilização de novos conhecimentos. Logicamente
somos obrigados a concluir que a actividade por parte dos formandos seja a
de explorar uma situação, recolher informações, efectuar exercícios ou
estruturar conhecimentos, aplicando-os a novas situações, sendo esta
interligação uma das variáveis fundamentais no sucesso da formação. Desta
forma, o/a formador/a tem que estar preparado/a para, além de ser um/a
detentor/a de conhecimentos, ajudar, controlar, facilitar, animar e sintetizar os
trabalhos individuais e em grupo de participantes.
Formador/a
- Apoio
- Controlo
- Animação
- Regulação
- Síntese

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Conhecimento dos Objectivos

Este factor é bastante mais importante


nos grupos de adultos do que nos
grupos de jovens. Na realidade,
enquanto que os jovens, pelo facto de
serem mais impulsivos e de não terem
tantos planos objectivos a longo prazo,
estão mais disponíveis para irem
descobrindo os conhecimentos de forma mais ou menos aleatória, os adultos,
pelo contrário sentem necessidade de saber com precisão e clareza quais os
objectivos que o/a formador/a se propõe atingir. Neste sentido, é
aconselhável a tradução dos objectivos gerais em objectivos operacionais em
comportamentos esperados. Ao comunicarmos os objectivos estamos
simultaneamente a revelar eventuais formas de avaliação e controlo e
consequentemente a:
 Tomar o formando mais consciente do que lhe vai ser exigido;
 Marcar pontos de referência para que ele possa calcular, avaliar e
ajustar os seus progressos;
 Distinguir os elementos essenciais dos periféricos;
 Dar a possibilidade de homogeneização dos grupos através do
doseamento dos esforços.

Em conclusão, ao definirmos e comunicarmos os objectivos da formação


estamos a aumentar as possibilidades de sucesso dos formandos.

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Conhecimento dos Resultados

Por vezes, os formandos apesar de terem


o conhecimento concreto dos objectivos
da formação têm dificuldades em medir a
sua progressão.
Na maioria destes casos não estamos
perante uma menor capacidade de auto-
análise mas sim numa situação de
angústia em que o formando questiona a validade da sua análise face à
opinião do/da formador/a. Sempre que tal acontece (e nos adultos é menos
frequente do que nos jovens), o/a formador/a deverá informar de forma
rigorosa os resultados/objectivos que os seus formandos
conseguirem/obtiverem. Desta forma, permitimos a compreensão por parte
dos formandos, não só do que eles aprenderam, em termos quantitativos,
mas também de modo como o fizeram (área comportamental).

Esta atitude do/da formador/a funciona, inclusivamente, como reforço das


respostas adequadas, aumentando, consequentemente, o seu número.

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Reforço

Independentemente das teorias psicológicas do reforço vamos abordar esta


variável no contexto da formação e da relação formador/a/formando. Neste
sentido, consideraremos três tipos de reforço bem como as suas influências
no comportamento dos formandos
Reforço:
 Positivo
 Negativo
 Ausente

Consideramos como reforço as atitudes de aprovação, reprovação ou


indiferença que o/a formador/a adopta face aos comportamentos dos seus
formandos e que têm como objectivo a continuidade ou abandono de
comportamentos destes últimos.
Desta forma, o reforço positivo poderá ser confundido com a recompensa; o
reforço negativo com a punição e a ausência de reforço com a indiferença.
Em termos práticos, e com grupos de adultos, o reforço positivo é o único que
aumenta a coesão interna do grupo por identificação. De qualquer forma este
tem que ser gerido de forma a não provocar rivalidades ou
descontentamentos internos.
O reforço negativo pelo seu carácter de punição implica sempre uma reacção
afectiva negativa por parte dos formandos. Esta reacção por ser duradoura
pode provocar instabilidade nos seio do grupo.
A ausência de reforço, por seu lado, é a forma menos aconselhável, do ponto
de vista do/da formador/a, de reagir aos comportamentos dos formandos na
medida em que o sentimento provocado pelo abandono é sempre negativo e
pode levar a comportamentos desviados por parte dos formandos.

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Teorias, factores e processos de aprendizagem

Esta atitude (quando o/a formador/a dá todos os sinais de ter percebido a


mensagem mas não reage) é bastante mais negativa do que a ausência de
reforço provocada pela não recepção da mensagem.

Domínio dos Pré-Requisitos

“Os pré-requisitos são as capacidades ou os conhecimentos prévios


indispensáveis aos exercícios e actividades supostas para uma dada
aprendizagem”
É lógico, portanto, para que haja eficácia na formação profissional que o/a
formador/a verifique se os seus formandos dominam os pré-requisitos
necessários à continuidade da aprendizagem.

Estruturação

Estruturar um tema de formação implica ordenar sequencialmente o tema a


abordar. Quer relativamente ao programa, quer relativamente à sua coerência
interna e, ainda, à ligação posterior que a aprendizagem terá com a vivência
profissional dos formandos.
Desta forma a estruturação implica:

Antes
 Relacionar o tema com os pré-requisitos
 Tornar perceptíveis as metas e finalidades da aprendizagem
 Partir do Global (Conceitos Latos)

Durante
 Organizar o tema em categorias lógicas
 Interligar os diversos Subtemas
 Apoiar as atitudes exploratórias

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Depois
 Apelar à reestruturação dos conhecimentos

Progressividade

A aprendizagem deve ser feita de


forma estruturada, mas a sua
estrutura deve ser progressiva. Isto é,
a matéria apresentada numa
sequência crescente relativamente a:

 Dificuldade
 Quantidade
 Estruturação
 Actividade
 Expectativa

Por outras palavras, o/a formador/a deverá apresentar o tema em


quantidades inicialmente pequenas e de reduzida dificuldade. Deverá
também apresentar estruturas lógicas simples no início, bem como dosear a
quantidade de exercícios a realizar. Neste último ponto (exercícios), o/a
formador/a deverá apoiar inicialmente os formandos e não criar grandes
expectativas relativamente aos produtos finais desses trabalhos.

Redundância

A repetição de um conceito ou de um comportamento facilita a sua


memorização e reprodução diminuindo o tempo de execução.
A redundância para ser eficaz deve ser realizada sob formas diferentes ou
em contextos novos como forma de tornar mais familiar o aprendido,
enriquecer os significados e facilitar a transferência para situações novas.

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A redundância pode ser utilizada através do recurso a exercícios e a


trabalhos de grupo, levando destas forma a que seja o próprio formando a
reestruturar os conceitos aprendidos.

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Conclusão
Foram referidos de uma forma mais ou menos sistemática alguns dos
elementos/características que o formador deverá ter em conta aquando do
início de uma relação pedagógica:
Individual

MEIO Social
A
Organizacional
P

R Real
PERSONALIDADES
E Grupal
E

N
Diferenças Individuais

D RITMO
Diferenças de Momento

I
Sensorial
Z
MEMÓRIA Imediata
A
Permanente
G

E Homogéneo Coeso
GRUPO
M Heterogéneo Não Coeso

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Bibliografia
 ROCHA, José Eduardo - " Condições e Factores de Aprendizagem",
Colecção FORMAR PEDAGOGICAMENTE (nº 12), Lisboa, edição
IEFP, 1992.

 OLIVEIRA, Maria Lucília e PORTO,Maria Manuela - "A Aprendizagem


e os Jovens", Colecção APRENDER (nº 1), Lisboa, edição IEFP, 1992

 PINTO, Jorge- "Psicologia da Aprendizagem: concepções, teorias e


processos", Colecção APRENDER (nº 14), Lisboa, edição IEFP, 1992

 OSTERRIETH, Paul A. - "Fazer adultos: pequena introdução à


psicologia educacional", 2ª ed., São Paulo, edição Companhia Editora
Nacional, 1971

 BIOM, Wilfred - " Transformações: a mudança do aprender para o


crescer", Rio de Janeiro, edição Imago, 1991

 MIALARET, Gaston - "Psicopedagogia", Lisboa, edição Dom Quixote,


1992

 SANTOS, Maria Antónia - "Estratégia inteligente: saber utilizar todo o


potencial do cerebro", Lisboa, edição Monitor, 1992

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