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A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR PARA TRABALHAR

A LEITURA DE MANEIRA PLURAL E REFLEXIVA COM SEUS ALUNOS

Ana Paula M. D. Sando1


Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

RESUMO

Este artigo discute a importância da formação do professor para trabalhar a


leitura de maneira plural e reflexiva com seus alunos, tendo como ponto de
partida uma reflexão sobre as seguintes questões relacionadas a essa temá-
tica: as diferentes realidades do ensino no Brasil; dificuldades relacionadas
ao trabalho docente no Brasil; a escola enquanto formadora de leitores; e o
direito do aluno à voz.

Palavras-chave: hábito de leitura; formação de professores; ensino de leitura


no Brasil.

ABSTRACT

This article discusses the importance of the teacher’s formation to work


reading in a plural and trough-provoking manner with his students, taking off
from a reflection on the following issues related to that: the different realities
of teaching in Brazil; difficulties related to teaching in Brazil, school as a
reader former, and the student’s right to express himself.

Key-words: reading habits, teacher’s formation, reading teaching in Brazil.

INTRODUÇÃO: AS DIFERENTES Há regiões do Brasil em que os docentes não


REALIDADES DO ENSINO NO BRASIL recebem nenhum suporte teórico-metodológico
à sua prática pedagógica e, quando o recebem,
muitas vezes não conseguem incorporar no
Em um país com tamanha diversidade
contexto de sua sala de aula o que aprenderam
cultural, grandes extensões territoriais e nos programas oficiais de formação de leitores,
uma enorme desigualdade de oportunidades a ponto de encontrarem uma ressignificação
educacionais, muitas vezes deparamos com para suas práticas diárias. O professor, muitas
realidades educacionais bastante distintas. vezes, não consegue relacionar a teoria à sua

1
Doutoranda em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Endereço para correspondência: apsando@uol.com.br.
40 A. P. M. D. SANDO

prática e até hoje muitas conquistas educa- reconhecido como sem formação e sem tempo
cionais dos últimos 30 anos ainda não saíram suficientes para a preparação de suas aulas.”
da teoria para serem colocadas em prática, o (Soares, 2001, p. 73).
que é justificado por Imbernón (2000, p. 79), A condição de aluno pela qual muitos
apoiando-se em Apple, Giroux e McLaren, ao professores passaram durante anos em suas
preverem a educação do século XXI: vidas marcou decisivamente suas concepções
sobre a aquisição do conhecimento e sobre os
Nossos debates sobre o papel
papéis que passam a exercer como docentes
da educação na distribuição e na
e estas não se modificam somente por ações
produção do poder econômico,
pontuais: “Teachers’ histories and the ways
político e cultural desenvolveram-
they were taught will certainly influence their
se demasiadamente em um nível
thinking and representations... They will be
muito abstrato, em vez de pegar
influencing their reflective teaching process
os instrumentos e aplicá-los à
as well” (Magalhães e Celani, mimeo, p. 2). É a
história e à realidade concretas das
partir dessas concepções que eles interpretarão
políticas e das práticas envolvidas
qualquer proposta de mudança no seu processo
na organização do ensino e do
de formação.
currículo.
Conseqüentemente, novas metodologias de
Na primeira metade do século passado os ensino de leitura podem provocar desconforto
docentes pertenciam às elites e eram selecio- e ameaça à sua identidade profissional. Muitos
nados entre intelectuais com grande domínio professores ainda preferem continuar traba-
da língua e das literaturas portuguesa e brasi- lhando com os métodos tradicionais de ensino,
leira, o que se alterou com a democratização uma vez que se sentem desconfortáveis ao não
do ensino e com as condições de trabalho do trabalharem com aquilo que lhes é familiar
professor em atendimento à nova clientela. (Cook-Sather, 2002, p. 12).
Em decorrência do grande aumento no Além disso, muitas vezes também se
número de alunos com acesso à escola a partir percebe uma certa desorientação coletiva que
dos anos 60, os cursos de formação de profes- se reflete no pensamento e na ação educativa,
sores se multiplicaram, muitos sem propor- em decorrência da incerteza que permeia as
cionar a formação adequada para a leitura, e relações e as instituições sociais neste início
foi exatamente nesse período que as Ciências do século XXI. É preciso que os educadores
Lingüísticas trouxeram novas concepções de analisem o verdadeiro sentido esperado da
leitura e de formação do leitor; entretanto, não educação para este século e que ajudem o ser
houve tempo de repassá-las adequadamente humano a inserir-se na sociedade como um
aos cursos de formação de professores, os quais elemento de transformação.
até hoje ainda não oferecem condições favorá- Em decorrência dos fatores expostos
veis para serem considerados “formadores de anteriormente, destaca-se que o professor,
leitores”. muitas vezes, vem exercendo sua profissão
Em relação à leitura, a mudança na sem as mínimas condições necessárias para
concepção do professor como leitor e como um desempenho satisfatório, necessitando
formador de leitores começou a ser refletida a trabalhar a reflexão e as múltiplas leituras em
partir da década de 1970 nos livros didáticos, salas de aula bastante numerosas, pouco impor-
os quais começaram a direcionar o trabalho tando à instituição a qualidade de ensino que
do professor, oferecendo toda a orientação é oferecida a seus alunos. Torna-se, portanto,
metodológica para leitura e interpretação de quase inevitável que o professor se utilize
textos a “(...) um professor talvez não conside- do poder conferido pela sua posição e atue
rado propriamente um mau leitor, ou incapaz com autoritarismo, dificultando em muito um
de definir por si mesmo uma metodologia adequado desenvolvimento do relacionamento
de ensino de textos na sala de aula, mas interpessoal com seus alunos e deixando de
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promover interações harmoniosas nessa situ- reflexiva” (Alarcão, 2001, p. 19). O professor e
ação escolar de leitura. a direção da escola “reflexiva” e “aprendente”
Certamente ele se utilizará do “poder” precisarão realmente aprender a ouvir o aluno,
que lhe é conferido para tentar promover uma a dar-lhe uma autoridade nunca antes confe-
relação de ensino-aprendizagem relativamente rida; o aluno, por sua vez, precisará aprender a
satisfatória (para a direção da escola, não reivindicar seus anseios que por tantas décadas
para os alunos!). O “poder” deveria ser visto foram silenciados. Autorizar as perspectivas
e utilizado de maneira positiva e até mesmo dos alunos pode vir a “trazer grandes melhorias
necessária para manter a existência sadia do à prática educacional, em uma perspectiva
processo de ensino-aprendizagem e de um colaborativa de construção do conhecimento”
relacionamento equilibrado entre alunos e (Giroux, 1997a, p. 158).
professores, mas não deveria tornar inviável
o diálogo democrático dentro da sala de aula,
inquietando, inibindo o aluno e perpetuando as ALGUMAS DIFICULDADES
desigualdades dentro e fora da sala de aula. A RELACIONADAS AO TRABALHO
redistribuição do poder não apenas dentro da
DOCENTE NO BRASIL
sala de aula entre professor e alunos, mas na
sociedade como um todo, é defendida pelas
abordagens da pedagogia crítica (Cook-Sather, Apesar da problemática que envolve os
2002, p. 6), nas quais os alunos são agentes trabalhos com leitura ainda nos dias de hoje,
ativos na construção do conhecimento e são houve, no Brasil, um inegável avanço na
levados a refletir criticamente sobre a realidade postura teórica adotada nos PCNs (Parâmetros
que os cerca. Curriculares Nacionais) no que se refere ao
enfoque leitor/produtor de textos. Mas, Rojo
O poder deve, sim, ser utilizado como tenta-
(2002) destaca que ainda há
tiva (que pode não ser bem sucedida) de dar
voz aos alunos: “to count students among those (...) um enorme fosso entre
who have the knowledge and the position to a postura teórica adotada e as
shape what counts as education, to reconfigure práticas de leitura e produção de
power dynamics and discourse practices within textos em sala de aula. Os PCNs
existing realms of conversation about educa- não são legíveis e compreensíveis
tion...” (Cook-Sather, 2002; Coulter & Wiens, por si sós pelos professores ou,
2002). Mas isso não significa dar um espaço pro mesmo, pelos formadores de
forma e falsamente democrático na instituição professores. Há necessidade de
somente para dizer que o aluno pode expor suas adoção de ações implementadoras
idéias; à medida que o aluno tem seu espaço (formação de professores, elabo-
legitimado para falar, cabe ao educador ouvi-lo ração de materiais). Mas estas
e, quando necessário, redirecionar suas ações ações, se continuarem caudatárias
para atender às suas reivindicações. Ao ouvir o de saberes de referência mais sedi-
outro, o professor tem que estar aberto a rever mentados nas práticas e na cultura
seus valores ou, até mesmo, negociá-los. escolar, deixarão, mais uma vez,
Os professores podem se tornar muito mais de contribuir para uma política de
reflexivos se desenvolverem sua capacidade de letramento extremamente neces-
ouvir atentamente seus alunos, destinando- sária no Brasil hoje (...).
lhes um pouco do poder que lhes é conferido.
Para tanto, é necessário que ocorram algumas A grande dificuldade de compreensão em
mudanças na estrutura educacional ainda leitura ainda pode estar presente na formação
vigente em muitas instituições: “a escola inova- de alguns professores no Brasil e trabalhar
dora é a escola que tem a força de se pensar a com a leitura de maneira reflexiva e dialógica
partir de si própria”, designada como “escola exige grande persistência do professor porque,
42 A. P. M. D. SANDO

à medida que ele deixa o aluno ter voz ativa o que se justificava pelo fato de que “o cotidiano
na sala de aula, ele se expõe e poderá expor, doméstico estaria permeado por práticas total-
principalmente, suas fraquezas e despreparo mente afastadas dos paradigmas valorizados...”
em relação ao assunto em discussão, o que (Magaldi, 2003, p. 281).
ainda leva muitos professores a se “apegarem” Talvez esse modo de ver a educação pelo
às respostas prontas do livro didático e a não movimento da Escola Nova tenha influenciado
permitirem questionamento dos alunos quanto a postura de muitos pais, até os dias de hoje,
à sua veracidade. “desobrigando-os” a estimular a leitura em seus
Muitas vezes, também, o professor não filhos e destinando à escola a tarefa de educá-
ousa mudar sua prática porque nem chega a los, o que vai de encontro ao ponto de vista de
ter consciência de seu papel transformador e Corno (1989, p. 38), ao justificar que a família
da importância do relacionamento interpessoal deve apoiar a escola no processo de letramento
na sala de aula. O respeito à forma de o aluno de seus filhos e que a família e os professores
se expressar e o incentivo para que o aluno devem agir em consonância com as atividades
cresça enquanto um cidadão crítico muitas realizadas em sala de aula, auxiliando os alunos
vezes passam despercebidos pelo professor, a se inserirem naturalmente nesse processo:
que se comporta como um mero transmissor “Families that value literacy and wish to aid
de conhecimento, vendo o aluno com aquela children in the transition from oral to written
antiga noção de tábula rasa, que tudo aceita e language, elaborate and extend this prototypical
em quem tudo pode ser moldado, conforme a home culture to include events and routines
vontade do professor. Infelizmente essa visão that are common to the classroom culture as
de aluno “tábula rasa” ainda pode estar vigo- well” (Heath, apud Corno, 1989, p. 40).
rando em muitas escolas do país. Outro fator que vem a dificultar a formação
Por outro lado, do aluno leitor e que deve ser considerado
Com o advento da Escola Nova, em relação à prática docente para se trabalhar
houve um avanço em termos de a leitura é que o próprio livro didático de
preocupação com a realidade, mas Português, o qual oficialmente traz atividades
que acabou ficando limitado ao para desenvolvimento da leitura e da escrita,
conhecimento da dimensão psico- não traz ao professor a oportunidade de
lógica do aluno. Ora, esta é uma fazer sua própria interpretação dos textos ali
posição insustentável, hoje dado o contidos, pois o livro já apresenta as questões
avanço da ciência da educação que propostas sobre o texto, e não deixa que o
incorpora contribuições da socio- professor as proponha para seus alunos.
logia, antropologia, economia, Segundo Soares (2001, p. 33),
política etc... É necessário o
confronto com a realidade, e é para Esse movimento histórico
este confronto que a educação de alterações na concepção do
deve estar atenta. (Vasconcellos, professor como leitor, que se
2000, p. 104) identificaria subjacente aos livros
didáticos, certamente se revelaria
O Movimento da Escola Nova levou os correspondente ao movimento
especialistas em educação a uma reflexão histórico da concepção do
sobre o papel social no âmbito da educação. “professor”, em geral: um profis-
Entretanto, nem sempre os pais realizaram um sional que vai sendo considerado,
trabalho conjunto com a instituição “escola” ao longo do tempo, cada vez menos
no sentido de desenvolver habilidades em capaz de assumir autonomamente
seus filhos; muitas atitudes dos pais perante a ação docente, num movimento
a educação de seus filhos eram consideradas em que a profissão “professor”
inadequadas pelos “especialistas da educação”, vai-se transformando em trabalho
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e o profissional, em trabalhador. a contento uma estrutura de suporte à aprendi-


Nesse quadro, vai-se dando, ao zagem e desenvolvimento dos alunos nas suas
longo do tempo, cada vez menos diferentes dimensões – cognitiva, relacional,
crédito às competências do moral, cívica e psicomotora – num processo que
professor de Português como leitor se quer aberto, crítico e socialmente participado
e às suas possibilidades de ser um (Fernandes, p. 44; Fullan & Hargreaves, 2000, p.
bom formador de leitores. (grifos 123 e 126), o que pode denunciar uma estrutura
do autor) injusta de relações de poder, na qual professor
e aluno não têm o menor poder de decisão, não
Não há dúvidas de que deve ser papel do têm voz. Esses “pacotes curriculares”, embora
professor estimular em sala de aula a reflexão e possam mostrar-se valiosos para a direção
o respeito à diferença, mas o que não deve ser da instituição, podem tornar os professores
ignorado é o fato de o professor deixar de ter desqualificados e dependentes, deixando bem
representatividade ao ter sua leitura preterida claro para os professores que nem todos têm o
pela do autor; ele muitas vezes também não mesmo poder decisório e que “nesse processo
tem voz na instituição de ensino em que atua, de formação de currículos se evidenciam cotas
pois a voz que lá predomina é a do diretor, ou desiguais de poder na tomada de decisões”
a do secretário de ensino etc., que ditam as (Sacristán e Gómez, 2000, p. 156).
finalidades da escola no sistema tradicional de Os professores, sobrecarregados e dedi-
educação. cando-se várias horas-aulas semanais em mais
É muito complexo pensar-se, em pleno de uma instituição de ensino, dificilmente
século XXI, em educação sem democracia. têm um espaço destinado ao debate de seus
Uma das mudanças fundamentais para o futuro problemas nas instituições. A participação
imediato deve ser, de acordo com Imbernón dos professores é muitas vezes ignorada nas
(2000, p. 80), “a recuperação, por parte dos mudanças educacionais e, quando de fato
professores e de qualquer agente educativo, entram nos debates, são “objeto de reformas
do controle sobre seu processo de trabalho, educacionais que os reduzem ao status de
desvalorizado em conseqüência da fragmen- técnicos de alto nível, cumprindo ditames e
tação organizativa e curricular, do isolamento, objetivos decididos por especialistas um tanto
da autonomia fictícia e da rotinização e afastados da realidade cotidiana da vida em
mecanização laboral” (grifos meus). Destaca-se sala de aula” (Giroux, 1997b, p. 157).
a questão do isolamento, pois em muitas insti- Por sua vez, os problemas relacionados
tuições de ensino o professor não tem oportu- ao conteúdo da disciplina muitas vezes serão
nidade de discutir com seus colegas docentes discutidos em apenas dois momentos: no início
ou com a coordenação qualquer situação que do semestre (quando poucas horas são desti-
envolva seu curso, ou seja, desde problemas nadas ao planejamento) e no final do mesmo,
com indisciplina de alunos até dúvidas em quando os problemas detectados ao longo do
relação ao conteúdo programático. semestre pelos docentes são apontados, mas
O professor também poderia, em algumas não há tempo hábil para promover mudanças
ocasiões, participar das discussões referentes ao significativas.
currículo que ministra no curso, pois, diferen- O professor pode estar sujeito a inúmeras
temente de outros profissionais, os professores pressões e, por isso mesmo, precisa conhecer
não são técnicos operadores preparados para bem a comunidade educacional na qual está
atingir metas, pois se dedicam especialmente a inserido e seu “Projeto de Ensino-Aprendizagem
valores do intelecto e ao fomento da criticidade deve estar atrelado a uma concepção de
dos alunos (Giroux, 1997a-b, p. 35 e 161). educação” que, segundo Vasconcellos (2000,
Muitas vezes o professor recebe o currículo p. 98), pode estar relacionada às concepções
pronto e não tem oportunidade (nem coragem) de conhecimento e de currículo e constar do
de denunciar à direção que ele não contempla projeto político-pedagógico da instituição. Ele
44 A. P. M. D. SANDO

precisa lembrar-se que a educação não é neutra Paradoxalmente, a própria escola concorre
e incorpora interesses e suposições particulares contra a leitura no Brasil. Pesquisa2 realizada
(Giroux, 1997a; Sacristán e Gómez, 2000). para traçar um perfil sobre a situação da leitura
O professor, portanto, pode ou não tentar no país revelou que, entre os entrevistados que
manter a desigualdade e formar alunos para afirmaram não ler nada, há aqueles que não
a leitura dialógica ou não. Ele pode escolher lêem por dificuldade para entender as frases.
trabalhar com a leitura passiva, mas isso deve São os “analfabetos funcionais”, que são alfa-
constar de seu plano de ensino e estar inserido betizados, treinados para decodificar os signos
no projeto político-pedagógico da instituição, da língua escrita, mas que não transformam
pois tudo o que ele fizer na sala de aula terá um esse ato mecânico em compreensão, o que
fim. E por falar em “neutralidade em educação”, compromete não apenas a qualidade de ensino
deve-se recuperar as idéias de Paulo Freire sobre do país, mas também sua formação enquanto
a falácia da neutralidade escolar e a necessidade cidadão. São alunos que, mesmo após anos de
de um futuro com “uma educação mais politi- escolarização, “não revelam as competências
zada, capaz de distribuir o conhecimento, e cognitivas, atitudinais, relacionais e comu-
para desenvolver uma pedagogia da resistência, nicativas que a sociedade espera e das quais
da esperança, para continuar acreditando nas necessita” (Alarcão, 2001, p. 16).
possibilidades da educação do século XXI”. A lacuna na formação de alunos leitores
pode ter tido início nas séries iniciais do ensino
e ter se estendido até o nível superior, o que
leva muitas vezes o professor, mesmo o univer-
A ESCOLA COMO FORMADORA DE sitário, a ser pego de surpresa ao perceber
LEITORES que seu aluno ainda não consegue trabalhar
a leitura de maneira reflexiva e plural que ele
A escola é vista hoje, no Brasil, como o tem que rapidamente reverter essa lacuna na
órgão oficial de formação de leitores, embora formação do alunado.
parte desta tarefa pudesse caber à família. Em As conseqüências desse letramento mal-
uma sociedade em que grande parte dos pais feito (Zilberman, citada por Paganine, 2002, p.
trabalha fora e pouco tempo têm para dedicar- 39) podem ir se avolumando ao longo da vida
se à formação de seus filhos enquanto leitores, até o limite de se atingir a idade adulta sem
acabou restando à escola o desenvolvimento capacidade de exercer a cidadania. Ou seja, o
dessa habilidade em seus alunos. aluno passa pelo menos quinze anos na escola
Pesquisas revelam que famílias de camadas e, ao sair desta instituição, não tem o hábito
mais populares depositam na escola suas de leitura bem consolidado e não consegue
expectativas em relação ao letramento de seus realizar a leitura de maneira crítica e reflexiva.
filhos, ou seja, “identificam a leitura à escola e Isso acontece não apenas com alunos das áreas
às formas escolares por meio das quais ela se de exatas e biológicas, mas também com alunos
realiza” (Castanheira, citado por Batista, 1998, de cursos de Magistério ou Pedagogia, que
p. 28); e, ainda, em ambiente com altos índices estão estudando para se tornar professores de
de analfabetismo, “a escola e suas professoras leitura.
representam, para as populações que as Muitos professores podem ser leitores
envolvem, um dos únicos espaços de contato competentes de textos científicos, mas não o são
com a cultura da escrita e com o mundo dos de textos figurados e poéticos, o que evidencia
‘outros’...” (Dias, opus cit., p. 28) e os profes- que eles não podem trabalhar esses textos com
sores são considerados “sujeitos significativos seus alunos de modo adequado (Zanotto de
na formação de leitores-alunos” (Evangelista, Paschoal, 1992, p. 233). Isso pode ser decor-
1998, p. 81). rência da falta de familiaridade do professor
2
Pesquisa Retrato da leitura no Brasil, divulgada no Correio do Livro da UnB, ano 2, nº 4, mar.-abr. de 2002.
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com esse gênero literário e da dificuldade que nuamente marcada pelas oportunidades de
ele encontra para desvendá-lo. interação com materiais escritos e com outros
Além disso, estudos revelam que o sujeitos” (opus cit., p. 81, grifo do autor).
professor, em determinados níveis de ensino, O nível educacional dos professores e
não tem obrigação ou necessidade de ler textos a herança familiar que eles receberam para
literários ou algo além do que ele utiliza em trabalhar a leitura não podem ser os únicos
sua prática escolar (Brito, 1998, p. 78) e que, responsáveis pelo baixo desempenho dos
enquanto cidadão, ele dificilmente terá acesso alunos. Somente recentemente (em 1999)
a esses textos em decorrência de sua condição o enfoque da “prática reflexiva-professor
socioeconômica e meio cultural desfavorecidos reflexivo” teve papel relevante no documento
em que se encontra inserido. Mesmo que invo- “Referenciais para a formação de professores”,
luntariamente, esse professor retransmitirá em do MEC/Secretaria de Educação Fundamental
sua prática docente o que aprendeu no curso de (Marcondes, 2002, p. 190), o que pode estar
formação de professores. É esse professor que transformando paulatinamente a postura dos
irá formar novos leitores! professores e conscientizando-os da impor-
Outro fator a ser considerado é a origem tância de trabalharem a leitura de maneira
familiar dos professores, que muitas vezes reflexiva e plural.
provêm de famílias com baixo capital cultural O importante papel que o professor assume
e nas quais há uma enorme distância entre atualmente na educação é reforçado pelas
o nível de escolaridade dos pais e o do filho palavras de Marcondes de que “só um formador
(professor), conforme aponta pesquisa realizada reflexivo pode formar alunos reflexivos...”,
por Batista (1998, p. 33 e 35); e, do grupo fami- e complementa esclarecendo que todos nós
liar, esse filho professor pode ser o primeiro a refletimos na ação e sobre a ação, mas que
ser submetido a uma escolarização de longa só nos tornaremos professores realmente
duração, não herdando dos pais as habilidades reflexivos quando a prática reflexiva se tornar
que caracterizam um leitor. uma postura permanente, “inserindo-se em
Tal fato pode ser bastante comprometedor uma relação analítica com a ação, chegando a
para a formação do professor, uma vez que fazer parte da identidade deste profissional no
estudos como o de Batista (1998, p. 36) já exercício cotidiano da profissão” (2002, p. 195,
demonstraram a importância da “herança ou 197).
transmissão intergeracional” para a criação O professor não pode obrigar seus alunos
do gosto pela leitura e a “vantagem” que esta a refletirem, mas pode conquistá-los para tal,
exerce em relação à escola, por transmitir a uma vez que o ser humano está em constante
leitura de maneira muito mais natural e espon- transformação e é possível tornar seus alunos
tânea, “como aquela que se tem com um bem críticos, embora esse desafio exija empenho
de família” (Nogueira, citado por Batista, opus e dedicação do professor a médio e longo
cit.). prazos. O professor, por sua vez, muitas
Essa influência de diversos sujeitos que vezes desconhece não apenas os alunos que
compartilham de diversas práticas de leitura, as ele precisa transformar, mas também a si
quais contribuem para a formação de leitores, mesmo. Ele necessita de um processo dialógico
demonstra-nos como acontece a “mediação consigo mesmo, a fim de refletir sobre sua
do outro no processo de internalização de existência interior e a realidade que o cerca.
formas de ação, na interação entre os sujeitos” Indubitavelmente esse processo de reflexão só
(Smolka, citado por Evangelista, 1998, p. 81, se desenvolverá “ouvindo e articulando sua voz
grifos do autor). Demonstra-nos ainda que, às interior e praticando a reflexão na ação, a partir
vezes, mesmo sem terem consciência disso, da ação e sobre a ação” (Fullan & Hargreaves,
alguns sujeitos irão influenciar a formação de 2000; Marcondes, 2002), e a partir do momento
outros leitores, o que nos leva a considerar “que em que o professor tiver um local com um
a história dos leitores de qualquer idade é conti- mínimo de privacidade e dispuser de tempo
46 A. P. M. D. SANDO

para a reflexão, o que não é tão fácil conseguir para pensar sobre a realidade que cerca o grupo
na realidade dos educadores que trabalham em do que perder todo o tempo e trabalho em sala
várias instituições de ensino. de aula, que se tornará ineficaz por não atender
Além disso, “a maioria deles experimenta às necessidades dos alunos.
sobrecarga de trabalho, isolamento, fragmen- Torna-se, então, fundamental para o
tação de esforços e desespero crescente” (Fullan professor atuar como um profissional reflexivo
& Hargreaves, 2000, p. IX), o que pode vir a que saiba unir o processo de reflexão crítica à
dificultar qualquer processo de mudança: “a sua prática docente, o que não é tão simples,
pressão traz obstáculos ao tempo de reflexão, pois pode ter havido uma dissociação entre
e a falta de reflexão obscurece maneiras de teoria e prática durante o curso de formação
aliviar a pressão. Estamos diante de um círculo de professores, dificultando a relação entre
vicioso” (opus cit., p. 84). Parar para ouvir a voz conceitos teóricos e práticos, “isto é, primeiro
interior não é uma tarefa fácil, pois o professor o professor ‘aprende’ o conteúdo e depois deve
pode vir a conscientizar-se de que não está usá-lo, aplicá-lo em sua aula. O professor é um
trabalhando tão bem quanto imaginava, e essa aplicador de técnicas” sem reflexão (Magalhães,
atitude requer coragem para assumir suas falhas 1996, p. 12 e mimeo, p. 2; Magalhães e Celani,
e fracassos e até mesmo começar de novo, agora mimeo, p. 2).
em uma outra profissão com a qual haja maior A reflexão, portanto, não deve se reduzir ao
identificação. aspecto teórico, mas deve reconduzi-lo a uma
O professor carece repensar seu papel de mudança na sua prática de ensino: “reflexão na
educador e definir-se profissionalmente, o ação, a partir da ação e sobre a ação” (Fullan
que pode ocorrer por meio de um processo & Hargreaves, 2000; Alarcão, 2001; Liberali,
de autoconhecimento ao refletir-se se: “Face a 2000; Marcondes, 2002). Segundo esses
tantos desafios e dificuldades, quero continuar autores, somente a experiência do professor
sendo professor? Considero que é aqui que em sala de aula pode não ser suficiente para
quero ‘gastar minha vida’? Estou inteiro?” que o professor possa fazer uma reflexão crítica
(Vasconcellos, 2000, p. 106). “Será um gasto sobre sua prática docente: ele precisa ir além
de energia que traz recompensas ou, de certa das impressões pessoais que ele possui sobre
forma, que não receberá reforço?” (Fullan & sua prática, utilizando-se, por exemplo, de um
Hargreaves, 2000, p. 129). Muitas vezes o feedback dos próprios alunos sobre sua prática,
professor deixa de refletir sobre sua prática de discussões individuais ou em grupo com
e sua insatisfação pode ser involuntária e seus colegas de trabalho, e de momentos de
inconscientemente transmitida a seus alunos, isolamento consigo mesmo.
comprometendo a qualidade de ensino que Ele tem que estar preparado para ouvir de
ministra e a futura formação de seus alunos. seus alunos, de colegas e de sua própria voz
Os professores precisam saber o que não interior que talvez ele não esteja trabalhando
deu certo no passado para alterarem o futuro tão bem quanto imagina, estar ciente de que
de suas práticas docentes (Imbernón, 2000). muitas falhas podem estar ocorrendo em sua
Para Vasconcellos (2000, p. 105), “Os profes- prática docente e que ele precisará aperfeiçoá-
sores devem ganhar consciência de que não é la o quanto antes, a fim de não comprometer
possível educar... sem partir da realidade e sem a formação de seus alunos e a sua integridade
estar sempre a ela vinculada... Conhecendo profissional. Conforme comentado anterior-
bem a realidade, podemos saber o seu peso mente, essa não é uma atitude simples de ser
efetivo. De um lado isto ajuda a entender por tomada e requer “coragem para assumir falhas
que eventualmente ‘a coisa não acontece’ e, e fracassos”.
por outro, ajuda a enfrentar, a fim de que, com A necessidade de o professor saber rela-
efeito, venha a acontecer, pela intervenção cionar a teoria com a prática é muito impor-
calculada”. Esse autor complementa (p. 108) tante para o ensino, uma vez que se percebe
que é preferível “perder” um pouco de tempo ainda hoje a dificuldade de se inter-relacionar o
A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR PARA TRABALHAR A LEITURA DE MANEIRA PLURAL E REFLEXIVA... 47

conhecimento gerado por pesquisadores educa- como eles aprendem ou o que eles precisam
cionais com a prática dos professores em sala aprender para enfrentarem os desafios que
de aula. Alguns pesquisadores (Zeichner, p. 15 virão à sua frente? (Cook-Sather, 2002, p. 2).
e Arendt, citados por Coulter & Wiens, 2002, Certamente a prática educacional seria
p. 15; Paul and Marfo, 2001, p. 544) defendem muito enriquecida ao se aceitar que não se está
que é preciso unir essa dicotomia, pois “só “perdendo tempo” ouvindo os alunos, mas que
pensar” ou “só agir” não são ações esperadas pode-se aprender muito com eles ao se deixar
daqueles que trabalham com a formação de de exercer a autoridade de maneira negativa
seres humanos reflexivos. O ideal seria que e antidemocrática. À medida que forem
professores e pesquisadores “ouvissem a voz encontradas dificuldades com essa mudança na
do outro”, dessem espaço para o outro, pois ao estrutura educacional e de poder, novas oportu-
colocar-se no lugar do outro, pode-se compre- nidades irão surgindo para que se aprenda com
ender melhor o que ele pensa e aprender com os alunos e que, principalmente, se aprenda a
ele. ouvi-los (Silva, 1999).
Compreender o outro, para Arendt (citada Nessa relação, o professor não será mais
por Coulter & Wiens, 2002, p. 17), depende a autoridade que legitimará o conhecimento,
muito da capacidade de considerar os outros mas essa será conseqüência de um processo de
pontos de vista do outro sobre a mesma expe- discussão conjunta de uma prática educacional
riência, “to look upon the same world from na qual os alunos participam de maneira mais
another’s standpoint, to see the same in very reflexiva do processo educacional.
different and frequently opposing aspects”. Com base na prática docente e em contatos
com professores que ministram disciplinas
relacionadas ao ensino de leitura e à produção
O DIREITO DO ALUNO À VOZ de textos, constata-se que a leitura ainda hoje
é ensinada favorecendo-se uma compreensão
Várias atividades de leitura no Brasil menos ativa do texto e muito mais como uma
(Coracini, 1996, citada por Machado, 1999, reprodução de significação intencionada pelo
p. 4) ainda são realizadas segundo a concepção autor do que uma atividade em que múltiplas
de que o texto tem uma única significação significações sejam atribuídas ao texto.
que teria sido “deixada” no texto pelo autor. Várias atividades podem ser desenvolvidas
O professor, por sua vez, é reconhecido pelo professor a fim de se promover uma leitura
oficialmente pela sociedade como aquele que mais ativa (ou dialógica) por parte do aluno e,
deve reconhecer essa significação, a chamada muitas vezes, polissêmica do texto, proporcio-
“boa significação”, e acaba ficando a cargo do nando maior interação entre os alunos e que
professor ou do livro didático escolher o que é suas diferentes leituras tenham lugar na sala
mais importante no texto. de aula.
E as diferentes leituras dos alunos? As dife-
rentes interpretações têm espaço atualmente na
sala de aula? O professor respeita a pluralidade CONCLUSÕES
cultural de seus alunos e suas diferentes pers-
pectivas de um mesmo assunto? O professor não deve mais ser concebido
Supõe-se que o aluno ainda tenha menos como um técnico, um “simples executor de
voz que o professor e raramente seja consultado normas e coadjuvante da função reprodutiva
sobre as práticas ou políticas educacionais, da escola” (Sacristán, citado por Fernandes),
apesar de ele ser uma das pessoas mais direta- mas sim como um profissional crítico e refle-
mente afetadas durante o processo de ensino- xivo sobre questões essenciais em sua prática
aprendizagem. Educadores e pesquisadores da docente, “contribuindo tanto para a renovação
educação deveriam-se perguntar: nós realmente do conhecimento pedagógico quanto do próprio
sabemos mais do que os próprios alunos sobre ensino, na tentativa de permanentemente o
48 A. P. M. D. SANDO

adequar às necessidades dos alunos na época M., SILVA, C. S. R. da (orgs.). Campinas, SP: Mercado
de transição em que vivemos” (p. 44). Isso de Letras: Associação de Leitura do Brasil - ALB
mostra que não é suficiente “mudar as pessoas (Coleção Leituras no Brasil), p. 23-60.
para transformar a educação e suas conseqüên- COOK-SATHER, Alison. 2002. Authorizing Students’
cias. Tem-se, sim, que mudar as pessoas e Perspectives: toward trust, dialogue, and change in
os contextos (as pessoas em seus contextos) education. Educational Researcher, vol. 31, nº 4,
educativos e sociais” (Imbernón, 2000, p. 86, p. 3-14, May.
grifos meus), de modo a favorecer as relações CORNO, Lyn. 1989. What it means to be literate
pessoais entre toda a comunidade acadêmica, about classrooms. In: Classrooms and Literacy.
pois “sem a discussão, o trabalho em comum, BLOOME, David (ed.). - Norwood, New Jersey: Ablex
a divulgação entre companheiros, a abertura Publishing Corporation. p. 29-52.
ao exterior e o compartilhamento dos projetos COULTER, David, WIENS, John. 2002. Educational
da instituição, as experiências de diversidade Judgement: linking the actor and the spectator.
podem parecer ilhas em meio a um oceano Educational Researcher, vol. 31, nº 4, p. 15-25.
de indiferença ou, o que é pior, de hipocrisia”
EVANGELISTA, A. A. M. 1998. A leitura literária e
(opus cit, p. 87). os professores: condições de formação e de atuação.
As instituições de ensino atuais (assim como In: Leituras do professor. MARINHO, M., SILVA, C.
outras organizações) não devem mais ser diri- S. R. da (orgs.). Campinas, SP: Mercado de Letras:
gidas apenas de forma emocional, mas também Associação de Leitura do Brasil - ALB (Coleção
de forma racional, mais através de processos de Leituras no Brasil), p. 79-92.
aprendizagem do que de métodos de controle. FERNANDES, Margarida R. Mudança e inovação na
Elas precisam se transformar “em organizações pós-modernidade: perspectivas curriculares. Lisboa:
de aprendizagem de qualidade superior, com Porto Editora.
capacidade de mudança e de desenvolvimento
FULLAN, Michael, HARGREAVES, Andy. 2000. A
num mundo complexo” (Fernandes, p. 11). escola como organização aprendente: buscando
Além disso, torna-se fundamental para uma uma educação de qualidade. Porto Alegre: Artes
instituição democrática promover “culturas Médicas Sul.
reflexivas, colaborativas e críticas que incen-
GIROUX, H. 1997a. Repensando a linguagem na
tivem o desenvolvimento pessoal e profissional
escola. In: Os Professores como intelectuais: rumo
dos professores e da comunidade educativa em a uma pedagogia crítica da aprendizagem. Porto
geral” (p. 34). Alegre: Artes Médicas.
Por esses motivos, é de grande importância
___________. 1997b. Pedagogia crítica, política
salientar a relação que a formação adequada cultural e o discurso da experiência. In: Os
dos professores tem com a formação de alunos Professores como intelectuais: rumo a uma peda-
leitores críticos e reflexivos, uma vez que gogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artes
dificilmente ocorrerão mudanças nas práticas Médicas.
atuais de leitura se não houver um amadure-
IMBERNÓN, F. 2000. Amplitude e profundidade
cimento das políticas educacionais em prol da do olhar: a educação ontem, hoje e amanhã. In:
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