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Direcção Regional de
Educação do Centro
C u r s o E FA / S e c u n d á r i o – 2 0 0 8 / 0 9
Ficha
A acção moral pessoal está, portanto, estreitamente vinculada às mudanças da Humanidade; mas esta, para cada
ser humano, começa por ser o rosto e a presença do outro, enquanto o outro que não é o meu "eu em mim
mesmo", enquanto outro que é, ele próprio, um "eu em si mesmo" diferente de mim.
Resumindo:
Assim, relativamente à ideia de outro:
• O outro está presente desde o início na formação da consciência de si, a identidade pessoal é
construída num jogo de espelhos com os outros;
• O outro deve ser objecto directo da nossa responsabilidade actual, temos para com o(s) outro(s) uma
dívida de solidariedade.
PROPOSTA 1: Apresente uma definição do papel do outro, sem consultar mais nenhuma informação adicional,
pretende-se apenas a sua ideia actual, sem aprofundar o seu estudo.
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Assim esta dualidade nota-se também em dois termos que usamos para designar o
outro:
• Semelhante - o outro é o meu semelhante, meu sósia e meu irmão; dizer semelhante
é reconhecer ao outro uma identidade e um parentesco comigo, o que pode ser
acompanhado pelos sentimentos de simpatia, de solidariedade.
• Próximo - o outro é o meu próximo mas que está a alguma distância de mim; dizer
próximo é reconhecer uma proximidade que não é identidade, o que pode ser
acompanhado por sentimentos de solicitude e de cuidado.
Adaptado e baseado a partir de Alfredo Reis / Mário Pissarra, Viagens na Filosofia, Porto Editora
PROPOSTA 3: Observe a tira de Banda Desenha, no lado esquerdo, o que pensa sobre ela?
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CP - NG4 – DR1 Formadores: Ana Paula Guerreiro e Pedro Vitória 2/3
O outro e as minhas obrigações éticas
Porque o «eu em si mesmo» perante o outro não pode ser indiferente, como o pode ser face às coisas; o outro
possui uma dignidade própria que exige respeito, solicitude, cuidado, etc, isto é, exige um conjunto de atitudes éticas.
O ser humano entra, pois, na esfera ética porque está ligado a um outro, perante o qual ele tem obrigações.
E porque o outro me responsabiliza pelo cumprimento ou incumprimento das minhas obrigações, não é somente o
sujeito da minha solicitude e do meu cuidado é também aquele perante o qual me sinto responsável.
Ter obrigações significa estabelecer relações de interdependência em que, apesar disso, permanece a liberdade do
compromisso para com o outro. O sentimento de ter obrigações para com o outro equivale à consciência de
assumir deveres nas relações interpessoais.
Tratá-lo humanamente: "Em que consiste tratar o outro como outro, quer dizer, humanamente? Consiste em
tentares pôr-te no seu lugar. Reconhecer alguém como semelhante implica acima de tudo a possibilidade de
compreendermos a outra pessoa a partir de dentro, de adoptarmos por um momento o seu próprio ponto de vista. É
algo que se me impõe perante os seres, como eu próprio, capazes de manejar símbolos. Afinal, sempre que falamos
com outra pessoa o que fazemos é estabelecer um terreno no qual quem agora é «eu» sabe que se transformará
num «tu» e vice-versa. Se não admitíssemos que existe qualquer coisa de fundamentalmente igual entre nós (a
possibilidade de eu ser para outro o que o outro é para mim), não poderíamos trocar uma palavra que fosse. Pormo-
nos no lugar do outro é algo mais do que o começo de toda a comunicação simbólica com ele: trata-se de levar em
conta os seus direitos. E quando os direitos faltam é preciso compreender as suas razões. Porque há uma coisa a
que qualquer homem tem direito frente aos outros homens, ainda que seja o pior de todos os homens: tem direito -
direito humano - a que um outro tente pôr-se no lugar dele e compreender o que ele faz e o que ele sente. Mesmo
que seja para o condenar em nome de leis que toda a sociedade deve admitir. Numa palavra, pores-te no lugar do
outro é tomá-lo a sério, considerá-lo tão plenamente real como tu próprio."
F. Savater (2000), Ética para um Jovem, Lisboa, Ed. Presença, pp. 94-95.
PROPOSTA 4: Depois de ler o texto acima apresentado, pense sobre o que é nele referido, através das
seguintes questões:
1. – O que nele foi novo para si?
2. – Tem alguma discordância quanto ao que nele é dito?
3. – Qual é a afirmação que considera mais relevante?
4. – Aumentou em que aspectos a sua compreensão do conceito de outro?
Resposta:
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Texto
do
PROPOSTA 5:
1. - Descreva uma situação especialmente compassiva e solidária de alguém para com outra pessoa (que conheça por
experiência própria).
2. - Apresente-a com o maior detalhe possível, por exemplo, com imagens, entrevistas, etc.
3. - Depois de reflectir e ponderar sobre os outros casos apresentados pelos seus colegas formandos, avalie criticamente
as várias condutas das pessoas neles envolvidas.